sábado, 2 de junho de 2007

Vacina contra tuberculose latente disponível em 2012

A única vacina contra a tuberculose latente estará pronta em 2010 e poderá ser aplicada, a um terço da população mundial afectada pela enfermidade disse hoje Pere-Joan Cardona, director da investigação para o desenvolvimento da vacina.

As experiências em humanos da vacina RUTI demonstraram a sua tolerância e a ausência de toxicidade, o principal problema que enfrenta o tratamento da mais antiga das enfermidades humanas que afecta 2.500 milhões de pessoas.

«A vacina estará pronta em 2012 e, potencialmente, poder-se-á administrá-la a um terço da humanidade, a população que se calcula estar infectada pelo bacilo da tuberculose», afirmou Cardona.

Segundo explicou, inicialmente o tratamento está dirigido às pessoas que tenham maior necessidade, como os seropositivos que além disso estão infectados por tuberculose latente, uma combinação mortal - dez por cento das pessoas com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH-SIDA) dos países desenvolvidos têm também tuberculose.

O desenvolvimento da RUTI é um marco mundial porque não existe nenhuma vacina terapêutica para tratar a infecção latente da Tuberculose para além do tratamento à base de isoniazida durante nove meses que, devido à sua toxicidade, não se administra a muitos dos infectados.

A infecção latente da Tuberculose não gera sintomas e é diagnosticada por um teste cutâneo ou pela prova da tuberculina: «Um tratamento com antibiótico com a duração de nove meses é difícil de seguir ainda mais se não se tem nenhum sintoma, pelo que a principal vantagem é que a nova vacina estimula a resposta imune e ao ser administrada pode reduzir-se para um mês o tratamento com antibiótico».

Responsáveis da Archivel Farma e do Hospital Germans Trias i Pujol de Badalona (Barcelona), onde também está a ser levada a cabo a primeira fase de experimentação da vacina em humanos, apresentaram os resultados das primeiras duas semanas de desenvolvimento clínico para garantir que não haja risco ao ser comercializada.

O chefe do serviço de Farmacologia e da Unidade responsável por esta primeira fase de experimentação. Joan Costa, explicou que foi administrada uma primeira dose de quatro microgramas da vacina a quatro dos seis voluntários saudáveis dia 23 de Abril e aos outros dois voluntários foi administrado um placebo.

Na quarta semana foi-lhes administrado uma segunda dose da vacina "sem nenhum problema".

Esta primeira fase da investigação em humanos, na qual se comprova a toxicidade e a segurança do novo fármaco em 24 voluntários sãos vai durar mais de um ano e será seguida se outra na qual se vai experimentar a imunidade e a eficácia da vacina com uma amostra significativa de 72 infectados com tuberculose.

A terceira e última fase, prévia à comercialização da RUTI, requer uma amostra representativa de 3.000 pessoas, que segundo adiantou Cardona fazer-se-á num país subsariano e previsivelmente a investigação em humanos será alargada até ao ano de 2012.


Fonte: Destak

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