segunda-feira, 2 de julho de 2007

Reportagem

Produtos cosméticos ou medicamentos?

Legislação europeia ambígua na definição das menções de rotulagem

Os especialistas consideram que existe falta de harmonia na legislação europeia no que toca à definição dos artigos catalogados como produtos de higiene e cosmética, o que faz com que, na sua publicitação, muitos aleguem características próprias de medicamentos. A questão foi levantada por María del Carmen Abad Luna, subdirectora geral do departamento de Produtos Sanitários da Agência Espanhola dos Medicamentos e Produtos Sanitários.

As características particulares dos diferentes países-membros fazem com que cada um adopte legislação própria, independente e única. Esta falta de consenso legislativo a nível da União Europeia para regulamentar os produtos cosméticos, de uso sanitário, farmacêutico ou os biocidas coloca graves problemas aos países na altura de os importar e comercializar fora de fronteiras.

Estas discrepâncias nos critérios de classificação, debatidas durante uma jornada informativa sobre os cosméticos e as suas limitações, organizada pela Associação para o Auto-cuidado da Saúde e pelo Colégio de Farmacêuticos de Madrid, fazem com que surja um problema acrescido, relacionado com a publicidade. Conforme explicou María Luisa Abad, conselheira técnica de cosméticos da Subdirecção Geral de Produtos Sanitários, são vários os casos em que “se registou um produto como sendo um cosmético que depois é publicitado com qualidades próprias de um medicamento”, criando no consumidor falsas expectativas.

Quando são detectadas estas situações, a autoridade reguladora espanhola retira o produto e o anúncio publicitário. Porém, mesmo que o produto não tenha permissão para alegar propriedades benéficas para a saúde, as empresas dissimulam qualidades, atribuindo-lhe nomes que dão a entender a presença de características que, na realidade, não fazem parte da composição dos artigos, o que impede a actuação das entidades competentes.

De acordo com os especialistas, os exemplos mais flagrantes prendem-se com a inserção de denominações como “aliviar ou favorecer”, utilizadas para camuflar o que realmente está por detrás da composição do produto.

A legislação Portuguesa

Em Portugal, cabe à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) decidir sobre as matérias relacionadas com os Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal (PCHC). Este tipo de produtos pode ser colocado no mercado sem autorização prévia do Infarmed, devendo contudo ser notificados ao instituto regulador que é responsável por verificar o cumprimento do Decreto-Lei n.º 142/2005, de 24 de Agosto de 2005 que regulamenta os PHDP.

O Artigo 8º do referido decreto-lei esclarece que “as menções obrigatórias na rotulagem dos produtos cosméticos devem ser inscritas em caracteres indeléveis, facilmente visíveis, legíveis e redigidos em termos correctos, não podendo qualquer das menções obrigatórias ser dissimulada, encoberta ou separada por outras menções ou imagens”.

No que toca à rotulagem, apresentação, impressos e folhetos respeitantes aos produtos cosméticos, bem como ao texto, as às denominações de venda, marcas, imagens ou outros sinais, figurativos ou não, e às menções publicitárias, estas “não devem ser susceptíveis de induzir o consumidor em erro sobre as suas características ou ser utilizados para atribuir qualidades ou propriedades que não possuem ou que produtos cosméticos não podem possuir, designadamente indicações terapêuticas ou actividade biocida”, refere o Artigo 10º.

Ainda assim, e tendo em vista uma melhor e mais detalhada informação, o Infarmed elaborou, a título de exemplo, uma lista onde figura um conjunto de termos e expressões que, por referirem efeitos terapêuticos, medicamentosos e/ou biocidas susceptíveis de induzir o consumidor em erro, se consideram inaceitáveis na rotulagem dos PHDP.

Para além de qualquer designação ou marca do produto, que sugira tratamento de doenças, ou de referências à aplicação do produto em pele não sã, estão excluídos os seguintes termos e menções:

Acalma
Activa a circulação sanguínea
Anti-alérgico
Anti-inflamatório
Antibacteriano
Anti-stress
Bactericida
Calmante
Cicatrizante
Curativo
Desinfectante
Faz crescer o cabelo
Fungicida
Insensibilizante
Medicinal
Tratamento anti-acne
Tratamento anti-caspa
Tratamento da pele
Tratamento da queda do cabelo
Tratamento regenerador
Vaso constritor
Vaso dilatador

Âmbito Europeu

Apesar de não avançar especificações detalhadas no que respeita às regras publicitárias, a Directiva 76/768/CEE do Conselho, de 27 de Julho de 1976, relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos produtos cosméticos salienta que os países-membros “tomarão todas as disposições necessárias para que, na rotulagem, na apresentação para venda e na publicidade relativa aos produtos cosméticos, o texto, as denominações, marcas, imagens ou outros sinais, figurativos ou não, não sejam utilizados para atribuir a estes produtos características que não possuem”.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico, Diário da República, Infarmed, EurLex.

Consumo de Tabaco matará um bilião de pessoas no século XXI

A Organização Mundial de Saúde (OMS), fez as contas e calcula que um bilião de pessoas morrerá durante este século, vitima de doenças associadas ao consumo de tabaco.

“O tabaco é perigoso, mata metade dos seus consumidores”, o alerta foi feito por Douglas Bettcher, responsável pela iniciativa Tobacco Free da OMS, durante uma conferência internacional em Banguecoque, que tem como principais objectivos conseguir a proibição da publicidade das marcas de tabaco em eventos mundiais, como é o caso da Formula 1, e a criação de legislação contra o consumo de cigarros.

De facto, todos os anos morrem 5.4 milhões de pessoas em todo o mundo por causa do consumo de tabaco, sendo que metade destas mortes são registadas nos países desenvolvidos, o equivalente à queda de um avião jumbo por hora.

É nos países desenvolvidos que as taxas de tabagismo mais têm subido, o que tem levado também ao aumento do número de mortes relacionadas com o vicio do tabaco, nomeadamente ao nível dos adolescentes, cujo número de mortes por tabagismo deverá chegar aos 8.3 milhões, nos próximos 20 anos.

Todavia, a realidade poderá ser diferente se os países, tanto os desenvolvidos como os mais pobres, tomarem medidas rigorosas contra o consumo de tabaco, como o aumento do imposto sobre o tabaco, a proibição total do consumo de cigarros nos locais de trabalho, para além da criação de espaços completamente livres de fumo.

No entanto, o responsável da OMS manifesta-se contra a criação de espaços dentro dos estabelecimentos reservados a fumadores, “pois não existe um nível seguro de exposição ao fumo” e “está já comprovado cientificamente” que mesmo com ventilação e filtragem do ar, esta áreas são ineficazes.

Bettcher acredita que esta é “uma epidemia que pode ser prevenida”, dando o exemplo da Tailândia, Singapura e Austrália, países onde as leis contra o consumo de tabaco levaram muitos a abandonar o vicio. Se os governos tomarem medidas preventivas poderão salvar-se mais de 200 milhões de vidas até 2050.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Estudos à resistência ao imatinib podem levar a terapia individual para cancros raros

Testes às mutações podem permitir brevemente aos oncologistas adaptar tratamentos

Para pacientes com uma forma rara de cancro, chamado Tumor do Estroma Gastrointestinal (GIST), a terapia com o fármaco imatinib (Gleevec) revolucionou o tratamento. Contudo, o cancro pode continuar a crescer apesar do imatinib, imediatamente em alguns pacientes, e noutros após uma resposta inicial. Um artigo publicado na edição de Junho do “The Oncologist” refere a recente pesquisa das razões da resistência ao imatinib, incluindo resultados que podem abrir caminho ao tratamento individualizado do GIST, num futuro próximo.

Diversas estratégias, baseadas nas novas descobertas, já estão a ser utilizadas em pacientes com doença refractária ao imatinib e pode ser esperado o desenvolvimento de outros tratamentos sistémicos com base nestes novos conhecimentos, conclui o artigo do Dr. Stefan Sleijfer e colegas do Centro Médico da Universidade Erasmus, em Roterdão, na Holanda.

Os Tumores do Estroma Gastrointestinal são tipos raros de cancro do tracto gastrointestinal. Se detectado precocemente, o GIST pode ser tratado cirurgicamente. Anteriormente, os casos mais avançados do GIST eram tratados com quimioterapia standard. Todavia, a resposta não era tão positiva como em pacientes com outros tipos de cancro.

Nos últimos anos, o imatinib tem sido introduzido como uma nova abordagem ao tratamento para o GIST avançado. Foi demonstrado que o crescimento do GIST é despoletado pelo receptor c-kit, que depende de uma enzima, a tirosinoquinase, para exercer a sua função. O imatinib bloqueia a tirosinoquinase do c-kit. Com quimioterapia habitual, somente cerca de metade dos pacientes estavam vivos um ano após o diagnóstico. Com o imatinib metade dos pacientes ainda estão vivos depois de mais de cinco anos.

Segundo o Dr. Sleijfer, parece que muitos, senão todos os pacientes com GIST avançado sofrem de progressão da doença durante o tratamento com imatinib. Os estudos sugerem que existem actualmente dois tipos de progressão. 10 a 15 por cento dos pacientes têm progressão inicial, ou seja, nunca apresentam realmente uma resposta positiva ao imatinib. Na maioria dos casos, esta forma de resistência ao imatinib parece estar relacionada com certas mutações que envolvem o percurso da tirosinoquinase do c-kit. Outros pacientes têm progressão tardia, isto é, no princípio, o cancro encolhe em resposta ao imatinib, mas, mais tarde, a doença progride apesar do tratamento. A causa mais comum parece ser o desenvolvimento de novas mutações que tornam o cancro menos sensível ao imatinib. Outros mecanismos de resistência tardia também ocorrem, e é possível que mais sejam identificados no futuro.

Os ensaios têm avaliado tratamentos alternativos para o GIST resistente ao imatinib, tanto inicial como tardio. Alguns pacientes poderão responder a uma dose mais elevada de imatinib, outros poderão ser mudados para outros fármacos que atingem a tirosinoquinase. Outras estratégias estão ainda a ser estudadas.

Com a descoberta de que padrões específicos de resistência ao imatinib estão relacionados com mutações específicas, o GIST pode tornar-se um dos primeiros tipos de cancro para o qual pode existir um tratamento realmente individualizado. O conhecimento de que os pacientes com mutações do c-kit diferem na sua sensibilidade a diferentes doses de fármacos ou a diferentes compostos, irá contribuir para isto, de acordo com o Dr. Sleijfer e os colegas.

O primeiro passo lógico será fazer testes para conhecer as mutações específicas do c-kit presentes no GIST, antes de começar o tratamento. Isto ajudaria a identificar os pacientes passíveis de ter uma resposta melhor ou pior ao tratamento inicial com imatinib. No futuro, diferentes abordagens de tratamento podem ser delineadas de acordo com os padrões específicos de mutações dos pacientes. Actualmente já estão a ser administradas doses mais elevadas de imatinib em pacientes com certas mutações do c-kit – os resultados da sobrevivência ainda não são conhecidos.

Apesar de ainda ser necessária muita mais pesquisa, os testes às mutações poderão permitir que os tratamentos sejam adaptados ao paciente individualmente, não só as doses, como também o fármaco a ser administrado. Segundo o Dr. Sleijfer, um dos maiores desafios em Oncologia é o tratamento individualizado, e o GIST poderá ser uma das primeiras doenças em que isto poderá ser uma realidade.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

60 milhões de infectados com SIDA nos próximos oito anos

Medidas de prevenção bem utilizadas e mais recursos financeiros podem prevenir a infecção de 60 milhões de pessoas com o vírus do HIV/SIDA, durante os próximos oito anos. Os números foram divulgados pelo Grupo de Trabalho de Prevenção Mundial de VIH/SIDA.

O Grupo de Trabalho dispõe de todas as ferramentas para prevenir as pessoas de serem infectadas com o vírus da SIDA, no entanto a falta de dinheiro dificulta o desenvolvimento do trabalho.

A directora de Políticas para o HIV da Fundação Kaiser, Jennifer Kates, afirmou que a sua organização «disponibiliza actualmente cerca de 7, 400 milhões de euros para tratamentos e programas de prevenção em todo o mundo. Mas para diminuir consideravelmente o número de infectados em 2010 seriam necessários 16, 300 milhões de euros».

O Grupo de Trabalho tem como objectivo reduzir de 60 milhões para 30 milhões o número de infectados, caso existam verbas suficientes para prevenir os grupos de risco. Actualmente, os programas de prevenção chegam apenas a uma das cinco pessoas que podia beneficiar.

Na África, em 2005, apenas 12% dos homens e 10% das mulheres faziam análises ao sangue. Nos países mais pobres, 11% das mulheres grávidas tinham acesso a fármacos antivirais, que impedem a transmissão do vírus para o feto, segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O comunicado do Grupo de trabalho revelou ainda que em 2006, por cada pessoa que iniciou o tratamento com fármacos antivirais, seis acabaram por contrair a doença.

SIDA é a sigla de Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, uma doença provocada pelos vírus HIV1 e HIV2 da família dos retrovírus e caracteriza-se pela destruição da capacidade imunitária que o corpo humano possui.

Em Portugal há 30 mil pessoas infectadas com HIV/SIDA, mas estima-se que este número possa ser muito superior.

Sara Pelicano

Fontes: Europa press

Nasceu o primeiro bebé a partir de óvulo amadurecido e congelado em laboratório

Nasceu no Canadá o primeiro bebé concebido com a ajuda de um novo método de fertilidade que utiliza um óvulo da mulher, preservado e amadurecido em laboratório e posteriormente congelado. Este recente avanço oferece uma esperança às mulheres que sofrem de cancro e às que se submetem a tratamentos de fertilidade que por vezes se revelam fatais.

Os cientistas sublinham que a chegada deste bebé representa o sucesso das primeiras células de óvulos que conseguiram sobreviver ao processo e serem fertilizadas com êxito. O recém-nascido apresenta uma boa progressão e há mais três bebés a caminho, fruto de gravidezes concebidas através da mesma metodologia, revelaram os especialistas durante uma conferência de imprensa em Lyon, França.

A maturação de ovócitos fora do organismo é já uma ferramenta importante na reprodução medicamente assistida. O novo método acrescenta a possibilidade de congelar óvulos, oferecendo às mulheres que não conseguem amadurecê-los no organismo, uma oportunidade de preservarem a sua fertilidade.

Para Hananel Holzer, do Centro Reprodutivo McGill, em Montreal, Canadá, e o principal orientador da investigação, este método “tem potencial para se tornar numa das principais opções de preservação da fertilidade, especialmente no caso das pacientes que não têm estimulação ovariana ou daquelas que não têm tempo para se submeter a ela”.

A fertilização in vitro envolve a utilização de elevadas doses de hormonas para estimular os ovários e produzir vários óvulos, procedimentos que se tornam demasiado dispendiosos. Por outro lado, as mulheres com cancro, muitas vezes, não dispõem de tempo suficiente para se submeter à estimulação ovariana, ou podem sofrer de uma condição médica que torna perigosa essa estimulação, como é o caso do cancro da mama sensível a hormonas.

Para levar a cabo este processo os cientistas recolheram óvulos de 20 mulheres com uma média de idades que rondava os 30 anos e que padeciam que uma disfunção ovariana que lhes dificultava a tarefa de engravidar. Os óvulos foram amadurecidos em laboratório durante 24 a 48 horas e congelados durante alguns meses e depois descongelados. Cerca de 69 por cento dos ovócitos sobreviveram ao procedimento e foram fertilizados, e mais de um embrião foi implantado em cada paciente.

Ainda assim, o responsável adverte que a investigação está em fase preliminar e que não foi testada em doentes com cancro. “Precisamos de informar os pacientes acerca da fase precoce em que se encontram estes tratamentos sem lhes transmitir falsas esperanças”, destacou Holzer.

Por sua vez, uma equipa de cientistas de Israel anunciou que conseguiu extrair e congelar óvulos, a partir de ovários de raparigas com 5 anos de idade, o que poderá permitir a jovens que tenham sobrevivido a um cancro terem filhos, um dia mais tarde. Os resultados desta investigação serão apresentados durante a reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Lyon.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, News Scientist, Reuters.

Universidade do Porto recebe II Congresso Nacional de Virologia

O II Congresso Nacional de Virologia, que marca também o VI encontro da Sociedade Portuguesa de Virologia (SPV), deverá ter lugar no auditório da Faculdade de Engenharia, da Universidade do Porto, nos dias 21 e 22 de Setembro.

A sessão de abertura ocorrerá pelas 10:30 horas do dia 21, onde estarão em discussão temas relacionados com as doenças infecto-contagiosas, nomeadamente sobre o HIV/Sida e Hepatites.

A ordem de trabalhos passará por abordagens diversas como a relação entre o meio ambiente e o vírus, as alterações climáticas e as consequentes ameaças de novos vírus, ou as novas aplicações de métodos moleculares no contexto virológico, bem como a discussão acerca de novas vacinas e antivíricos.

A organização do congresso encontra-se a cabo da Sociedade Portuguesa de Virologia e as inscrições já se encontram abertas.

Para mais informações consulte:
www.spv.pt

Inês de Matos

Fonte: SPV

Medicamentos causam 28% das intoxicações

No Brasil, 28% das intoxicações que ocorreram, nos últimos dez anos, foram causadas por medicamentos, revelou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


O estudo foi feito pelo governo e permitiu concluir que esta taxa poderia ser menor “caso a compra de fármacos fraccionados aumentasse”. O relatório realça que, este tipo de medicamento, “além de reduzir os custos para a população, evita o armazenamento de medicação em casa.”

No Brasil, apenas 13 laboratórios produzem 135 medicamentos fraccionados - e segundo já noticiou o Farmacia.com.pt – a venda é permitida desde 2005, sendo que, em Portugal é uma medida não aplicada.


Em Portugal

De acordo com os dados do último relatório, - divulgado, em 2006, no Congresso Internacional de Farmacoepidemiologia e Gestão e Risco – todos os dias, pelo menos, oito pessoas são internadas nos hospitais portugueses por intoxicação com medicamentos - automedicação, tomas erradas ou por tentativas de suicídio.

Os antidepressivos e tranquilizantes são os remédios mais comuns nestes casos - originam 70 por cento dos internamentos -, logo seguidos pelos analgésicos, antipiréticos e anti-reumáticos.


Contrafacção espoleta sobredosagem

O fenómeno da contrafacção de medicamentos e do consumo fora do controlo médico também não é novo. O aumento do número de mortes por sobredosagem de medicamentos sujeitos a receita médica faz prova dos "graves riscos para a saúde" que estes abusos acarretam.

O alerta foi lançado, no início deste ano, aquando a apresentação do relatório anual do Órgão Internacional de Controlo de Estupefacientes (OICE), das Nações Unidas: “Os medicamentos contrafeitos são já considerados um caso de perigo real. Nos países em desenvolvimento, representam 25 a 50 por cento dos produtos em circulação.”

De acordo com um estudo feito pelo OICE, 88 por cento dos medicamentos vendidos pela Internet são importados ilegalmente.

Deste modo, a Internet é apontada como um mercado global de droga. Não só pela venda de substâncias ilícitas, mas também, pelo facto de haver sites onde os consumidores podem ir buscar receitas e criar as suas drogas caseiras.

Em Portugal, a lei não permite ainda farmácias online, mas há países onde estas foram autorizadas para aumentar o acesso ao medicamento. Contudo, o relatório cita um estudo recente e refere que, das 187 farmácias virtuais analisadas, 89% não exigem receita médica, mas vendem psicotrópicos, opióides e estimulantes em grandes quantidades.

Por isso, o organismo das Nações Unidas pede aos estados que apertem o cerco a esta realidade.

Raquel Pacheco

Fonte: Health Care Brazil/OICE/ANF/Infarmed

OMS entrega medicamentos ao governo angolano

Assistência visa combater oncocercose

A Organização Mundial de Saúde (OMS) entregou, hoje, ao governo angolano, mais de dois milhões de medicamentos para o tratamento da Oncocercose, conhecida no país como "cegueira dos rios".

De acordo com uma nota da OMS, a entrega - feita no quadro da assistência técnica que a organização presta aos diferentes programas de saúde em Angola - abrangeu, também, viaturas e equipamentos para a melhoria da saúde materna e infantil, bem como de combate à cólera.

Ao abrigo do Programa Nacional de Luta contra a Oncocercose (PNLO), a assistência consiste na entrega de fármacos para o tratamento desta doença, assim com, três viaturas para apoiar as actividades deste programa nas províncias da Huíla, Kuando Kubando e Lunda Norte.

Material para utilização em salas de parto e em berçários e cloro para o tratamento da água, no quadro das medidas em curso para a prevenção e controlo da cólera, serão ainda doados com equipamentos de formação para parteiras.

Oncocerose

A oncocercose é uma doença transmitida por um tipo de mosca - diferente da mosca doméstica - de nome biológico Simuliun, que tem como habitat as regiões húmidas nas margens dos rios de forte corrente. Transporta no seu organismo um tipo de parasita chamado Oncocercavulvúlis, invisível a olho nu. Ao penetrar na pessoa, através da picada da Mosca-Simuliun, provoca nódulos (irritação) sobre a pele e provoca intensa comichão.

Conhecida também por "Cegueira dos Rios", esta doença pode provocar loucura na pessoa e, nos casos mais graves, a cegueira, ou ainda a Elifaníase-Escrotal (engrossamento da pele até assemelhar-se à pele de um jacaré).

Raquel Pacheco

Fonte: Notícias Lusófonas/Jornal de Angola

IVM: Nasceu primeiro bebé português

O primeiro bebé português concebido por Maturação In Vitro (IVM) nasceu, no final do mês de Junho, com 3,520 quilos. A técnica de procriação medicamente assistida é inovadora em território nacional e é também mais barata.

De acordo com as estimativas, calcula-se que nasçam actualmente, em todo o mundo, cerca de três milhões de bebés com recurso à procriação medicamente assistida, entre os quais, 400 foram concebidos através da IVM.

Carlos Plancha, embriologista clínico responsável por este processo efectuado no Centro Médico de Assistência à Reprodução (CEMEARE), explicou à Agência Lusa que a técnica “destina-se essencialmente a um subgrupo de mulheres que pode ter situações de risco associadas à estimulação dos ovários. A principal diferença é que noutras tecnologias, como a fertilização in vitro (FIV) ou a micro-injecção de gâmetas (ICSI), escolhem-se os gâmetas já maduros, sendo que, após a obtenção em cultura dos ovócitos já maduros, a técnica prossegue como uma FIV ou uma ICSI convencional.”

Segundo esclareceu o especialista, “a IVM não substitui as técnicas anteriores, mas é considerada um método complementar, tendo em conta que abre novas possibilidades para as mulheres que poderiam correr risco se recorressem às tecnologias convencionais.”

De referir que, a Maturação In Vitro é uma técnica mais barata, porque implica menos estimulação hormonal. As taxas de sucesso com ovócitos são ligeiramente inferiores às da FIV ou ICSI.

Raquel Pacheco

Fonte: FarmaNews/Agência Lusa

Listas de espera: Governo garante redução

Doentes com cancro esperam menos de um mês e meio por cirurgia

O Governo garante que já se verificou uma redução nas listas de espera para cirurgias oncológicas. “A mediana de tempo de espera é agora inferior a mês e meio contra os três meses e meio referidos num estudo entregue ao ministério em Março”, afirmou a secretária de Estado adjunta da Saúde.

À TSF, Carmen Pignatelli anunciou que - em relação a um estudo entregue à tutela, em Março - foi registada uma diminuição da redução do tempo de espera para operações a doentes cancerígenos.

“Posso dizer que a 31 de Março, a mediana do tempo de espera era de um pouco abaixo do mês e meio, ou seja, 1,47 meses. Com uma maior actividade cirúrgica dos hospitais públicos e com convenções com privados e entidades do sector social foi possível reduzir as listas de espera”, assegurou.

Para sustentar a redução, a governante apontou ainda um estudo pioneiro sobre a área concreta da cirurgia oncológica. Segundo este estudo – pedido à Unidade Central de Gestão de Inscrito para Cirurgia e entregue em Março -, os doentes de cancro esperavam cerca de três meses e meio por uma operação, mas havia hospitais em que esta demora superava os sete meses.

Metade das operações eram realizadas em apenas cinco dos 76 hospitais que tratam deste tipo de doença, foi outra conclusão do relatório que defendia, por isso, que os casos deviam ser resolvidos em 15 dias e propunha que as cirurgias passem a ser feitas apenas em 20 unidades de norte a sul do país, sendo que, 10 dessas unidades concentrariam 75 por cento das intervenções.

Raquel Pacheco

Fonte: TSF

Farmácias: rastreios gratuitos em Julho

Cerca de 100 farmácias de Norte a Sul do País vão efectuar, este mês, rastreios gratuitos ao Risco Cardiovascular, Osteoporose e Doenças da Próstata.

Cabe ao farmacêutico preencher um questionário que visa analisar alguns dos hábitos do indivíduo. Os resultados dos exames serão anexados aos questionários preenchidos e entregues à pessoa rastreada, que será também aconselhada a dirigir-se ao seu médico assistente.

Mais informações em: http://saude.sapo.pt/gc/753418.html

Raquel Pacheco

Fonte: MNI

Exercício físico rejuvenesce o cérebro

O exercício físico pode ser um trunfo para estimular a produção de novas células cerebrais determinantes na conservação da memória e aprendizagem, revela um estudo realizado por cientistas suecos.

A investigação, orientada por Asrtid Bjornebekk, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, demonstrou que, tanto o exercício físico, como os anti-depressivos aumentam a formação de novas células no cérebro, sendo que a prática de desporto é um bom complemento dos medicamentos.

Depois de uma série de análises científicas elaboradas em ratos, os especialistas observaram que o exercício físico e os anti-depressivos aumentam a produção de novas células. Nesse sentido, os responsáveis sugerem agora a criação de um modelo que permita explicar como é que a prática desportiva produz efeitos significativos em depressões leves e moderadas. “O que é curioso é que os efeitos da terapia anti-depressiva podem ser amplamente fortalecidos pelos factores ambientais externos”, afirmou Bjornebekk.

A conclusão deste estudo vai ao encontro de investigações anteriores que mostraram que as pessoas que abusam da utilização de fármacos apresentam uma diminuição nos níveis do receptor de dopamina D2, o qual pode estar ligado aos sintomas depressivos que são comuns nesses “fármaco-dependentes”. Os estudos revelaram também que as condições genéticas podem influenciar a forma como os factores ambientais externos regulam os níveis do receptor de dopamina D2 no cérebro.

Segundo afirmou a especialista, pessoas diferentes podem apresentar sensibilidades diferenciadas à forma como o stress diminui os níveis do receptor de dopamina. Esta pode ser um ajuda importante para perceber porque é que certos indivíduos estão mais predispostos a desenvolver depressões do que outros, salientou Bjornebekk.

Marta Bilro

Fonte: News Medical, Earth Times, United Press International.

Doentes com cancro chegam a esperar sete meses por cirurgia

Esperas diferentes consoante região do país

Segundo um relatório do Ministério da Saúde (MS), os doentes com cancro esperam em média 3,5 meses por uma cirurgia, chegando a atingir os sete meses em dois hospitais do país. Segundo os autores, os casos deviam ser resolvidos em 15 dias, propondo ainda que as cirurgias, em vez de se realizarem em 76 hospitais, passem a ser feitas em apenas 20, de norte a sul do país, sendo que 75 por cento das intervenções se concentraria em 10 dessas unidades de saúde.

No passado mês de Outubro, estavam inscritos para cirurgia 4075 doentes com cancro (1,8% do total) que esperaram 3,5 meses para ser operados. Destes, 42 por cento estavam inscritos há mais de dois meses e 27 por cento há mais de quatro. No relatório sublinha-se que, numa situação em que o tempo pode ser determinante na qualidade de vida e na sobrevivência dos doentes, seria de esperar que, na maioria dos casos, a espera não demorasse mais de 15 dias.

A análise revela muitas disparidades de respostas nas diferentes regiões, por exemplo, no Algarve, um doente oncológico espera em média 6,6 meses para ser operado. Contudo, no Norte do país consegue ser operado em média ao fim de 2,4 meses. Em Lisboa e no Alentejo o tempo de espera é em média superior a quatro meses e no Centro é de 3,4 meses.

Esta disparidade existe também ao nível da procura de doentes por hospital e na capacidade de resposta das diferentes unidades. O hospital onde os doentes menos esperam é o S. João do Porto (1,3 meses). Em segundo lugar está o Instituto de Oncologia do Porto (em média 1,8 meses), sendo este o que mais cirurgias realiza. Os locais onde a espera é mais elevada são o Hospital de S. Teotónio, em Viseu, e o Centro Hospitalar da Zona Ocidental de Lisboa, onde a espera pode passar em média os sete meses. O estudo permite concluir ainda que metade das cirurgias oncológicas são feitas em apenas cinco dos 76 hospitais que tratam estes doentes.

Contactada pelo jornal "Público", a secretária de Estado adjunta da Saúde, Cármen Pignatelli, disse que desde que recebeu o relatório o tempo de espera para estes doentes já decaiu e, neste momento, o tempo médio de espera é de 1,4 meses. Acrescentou ainda que “os hospitais já estão a alterar comportamentos e serão alvo de auditorias aos procedimentos”.

Esta trata-se da primeira análise nacional à situação dos doentes com cancro em lista de espera, tendo sido entregue ao MS em Março. A tarefa confiada à Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia teve como objectivo principal conhecer os casos de doentes com cancro em lista de espera e avaliar a capacidade de resposta dos serviços, propondo soluções para os problemas.

Isabel Marques

Fontes: Diário Digital, Sic Online, Público Online

“Dietas milagrosas” na mira do governo espanhol

As chamadas “dietas milagrosas” estão a partir de hoje na mira do governo espanhol, que lançou uma campanha de esclarecimento, a cargo da Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição (AESAN), do Ministério da Saúde, por considerar que estas dietas estão "no limite da publicidade enganosa", representando mesmo graves riscos para a saúde pública.

No Verão, as campanhas publicitárias sobre dietas milagrosas tendem a aumentar, dai que o governo espanhol tenha decidido agora disponibilizar informação "verdadeira, comparada e de qualidade", sobre os riscos para a saúde das chamadas "dietas milagrosas”, justificou em conferência de imprensa, Elena Salgado, ministra da saúde espanhola.

Os conteúdos que estarão disponíveis on-line, serão preparados por profissionais de nutrição e de endocrinologia, de forma a garantir aos cidadãos a confiabilidade da informação, esclarecendo também sobre a forma mais saudável de perder peso.

De acordo com a ministra, a campanha agora lançada pretende fornecer um "instrumento eficaz" ao consumidor para que "comprove" as recomendações das dietas divulgadas nos meios de comunicação e que, em muitos casos, "carecem de rigor científico ou de supervisão médica".

Numa primeira fase o governo espanhol não avançará com outras medidas para controlar a proliferação destas mensagens publicitárias, já que os alimentos propostos "são legais" e a falsidade das promessas é "difícil de provar", esclareceu a ministra.

A publicidade garante resultados rápidos e fáceis, passando a mensagem de que a dieta se pode "cumprir sem esforços" e que é "completamente segura e sem riscos para a saúde".

Mas a realidade é outra, o que deixa Elena Salgado "especialmente preocupada", pois estas dietas podem ter um impacto desastroso na saúde dos jovens e adolescentes, abrindo a porta a transtornos alimentares como a bulimia e a anorexia, sendo por isso recomendável falar com o médico de família antes de qualquer dieta.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Espanha autoriza concepção de primeiro “bebé-medicamento” em hospital público

A Comissão Nacional Espanhola de Reprodução Assistida autorizou a utilização da técnica de diagnóstico genético pré-implantação (DGPI) com fins terapêuticos a uma família da Andaluzia. Esta é a primeira vez que o procedimento é levado a cabo numa instituição de saúde pública, já que os primeiros três casos aprovados pelas autoridades espanholas tiveram lugar em centros privados.

Os "bebés-medicamento", como também são denominados, são concebidos para ajudar uma irmã ou irmão que sofram de uma doença grave. O procedimento, que consiste na remoção de uma célula de um embrião entre o 3º e o 5º dia pós-fertilização, permite detectar a presença ou ausência de mutações genéticas ou aberrações cromossómicas, associadas ao desenvolvimento de doenças em fetos e determinar a causa genética de determinada doença.

O anúncio foi feito pela conselheira de Saúde, María Jesús Montero, e o procedimento será realizado no Hospital Virgen del Rocío, em Sevilha. Esta é a quarta autorização concedida pela Comissão de Reprodução Assistida desde que o procedimento foi aprovado pelo governo espanhol e vai permitir aos pais de uma criança com Beta-talassemia gerar um filho saudável que possa servir de dador e para o transplante de células compatíveis.

Segundo explicou María Jesús Montero, a única alternativa para salvar o bebé consiste no transplante das células do cordão umbilical “de uma pessoa compatível, neste caso, do seu irmão”. O casal deverá agora submeter-se a um diagnóstico genético semelhante ao realizado na fecundação in vitro. Após a obtenção dos embriões, será seleccionado aquele que não seja portador da doença, uma vez que a Beta-talassemia é uma patologia genética, e cujas células sejam compatíveis com as do irmão, para que posteriormente se proceda ao transplante.

Em seguida, o embrião é transferido para a mãe e depois do seu nascimento são transplantadas as células-mãe do cordão umbilical do bebé ao irmão mais velho para que possa restabelecer-se e curar-se. De acordo com as autoridades reguladoras espanholas, o diagnóstico genético pré-implantação com este fim só é autorizado quando o doente não respondeu a nenhum outro tipo de tratamento e quando existem probabilidades elevadas de que o método funcione.

De acordo com a Lei Portuguesa de Procriação Medicamente Assistida (Lei nº 32/2006, de 26 de Julho), o melhoramento genético do embrião bem como a escolha do seu sexo estão proibidos e estão sujeitos a punição (art. 7º/2), soluções que estão em concordância com os arts. 13. e 14º da Convenção sobre os Direitos do Homem e a Biomedicina, do Conselho da Europa (CDHBio).

No entanto, o ponto n.º 3 admite uma excepção para “os casos em que haja risco elevado de doença genética ligada ao sexo, e para a qual não seja ainda possível a detecção directa por diagnóstico pré-natal ou diagnóstico genético pré-implantação, ou quando seja ponderosa a necessidade de obter grupo HLA (human leukocyte antigen) compatível para efeitos de tratamento de doença grave”, abrindo assim as portas ao “bebé-medicamento”.

Marta Bilro

Fonte: Deminorias.com, Terra.es, Médicos na Internet, Diário da República.

Bristol-Myers Squibb vende Excedrin e Bufferin à Lion Corp

A farmacêutica norte-americana Bristol-Myers Squibb prepara-se para vender à japonesa Lion Corporation os direitos de comercialização do Excedrin e do Bufferin (ácido acetilsalicílico), em alguns países da Ásia e Oceânia. A operação deverá envolver cerca de 184 milhões de euros e insere-se no esforço contínuo da empresa em abandonar o negócio de venda de medicamentos ao consumidor.

Em consequência destra transacção, as duas empresas irão dissolver a Bristol-Myers Lion Ltd, uma joit venture que comercializa medicamentos de venda livre, revelou o laboratório norte-americano num comunicado divulgado hoje.

Em 2005, a Bristol-Myers Squibb já tinha vendido à Novartis os direitos de produção e comercialização nos Estados Unidos e Canadá, dos dois fármacos, num negócio que ascendeu aos 485 milhões de dólares.

A transferência deverá estar concluída no terceiro trimestre de 2007 e vai permitir que a Bristol-Myers Squibb se concentre na sua estratégia de desenvolvimento de novos produtos no ramo da oncologia e doenças raras.

A farmacêutica garantiu recentemente uma revisão prioritária da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) para a ixabepilona, um fármaco experimental contra o cancro da mama. Em 2008 a Bristol-Myers Squibb deverá submeter para aprovação novos medicamentos alvo no tratamento do cancro da bexiga e do melanoma.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNBC, First Word, Bloomberg

Listeriose motiva projecto de sensibilização

“Listeriose: informar para prevenir” é o nome de um projecto que está a ser desenvolvido pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa integrado no âmbito do Programa Saúde XXI. O principal objectivo desta iniciativa é a sensibilização dos profissionais de saúde para a necessidade de informação, prevenção, diagnóstico e registo de casos de Listeriose.

O projecto, que deverá ser elaborado ao longo de várias etapas, vai começar com uma recolha de informação, essencial para dar início à pesquisa. Através de um questionário electrónico serão recolhidas informações de gestantes no último trimestre de gravidez e de mães cujos recém-nascidos tenham, no máximo, três meses de idade.

Depois de recolhido, o material será utilizado para produzir textos de apoio para a prevenção e diagnóstico da doença junto dos profissionais de saúde, assim como de materiais para a sensibilização e informação dos consumidores acerca da Listeria monocitogenes e da Listeriose, dando especial atenção aos indivíduos pertencentes a grupos de risco.

A listeriose é uma doença causada pela Listeria monocitogenes e dá lugar a uma sintomatologia diferente conforme o local onde se verifique a infecção e a idade da pessoa afectada. Os recém-nascidos encontram-se no grupo dos mais susceptíveis à doença, sendo que podem contraí-la a partir da mãe, antes ou durante o parto, ou depois do nascimento na maternidade.

Embora a listeriose possa provocar sintomas semelhantes aos da gripe, como a febre e cefaleia, pode também originar náuseas e vómitos com ausência de sintomas na mãe, revelando-se mortal para um feto ou um bebé.

“O líquido amniótico pode infectar-se e é frequente que se produzam nascimentos prematuros, que o bebé nasça morto ou que se desenvolva uma infecção no fluxo sanguíneo do recém-nascido”, explica o Manual Merck. Os sintomas podem começar algumas horas ou dias depois do nascimento ou então depois de várias semanas. O tratamento inclui a administração de antibióticos, como é o caso da ampicilina e da gentamicina.

Para que seja evitada a listeriose nos bebés, a grávida deve recusar produtos lácteos não pasteurizados ou legumes crus que tenham sido adubados com esterco de gado bovino ou ovino, uma vez que estes produtos podem estar contaminados com bactérias do tipo Listeria.

Em 1998, a bactéria surgiu, em Portugal, em alguns queijos frescos, mas a sua rápida detecção evitou o aparecimento da doença em humanos. Dois anos mais tarde a listeriose voltou a aparecer em França, onde causou a morte de sete pessoas. Por norma, a bactéria é destruída pelo sistema imunitário, não causando problemas de maior em pessoas cujo sistema imunitário não se encontre debilitado.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet, Público, Manual Merck, Aidsportugal.com

"XII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica" reúne especialistas internacionais

A cidade brasileira de São Paulo vai receber, entre os dias 16 e 19 de Agosto, o "XII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica". Durante os quatro dias, cerca de 1800 participantes vão debater temas como Diabetes e Obesidade, Obesidade na Síndrome Metabólica, Tratamento Cirúrgico da Obesidade, Benefícios e Riscos das Operações Bariátricas e Tratamento da Obesidade Infanto-Juvenil.

Entre os vários especialistas internacionais, estão já confirmadas as presenças de Eric Ravussin, do Centro de Pesquisa Biomédica de Pennington, nos Estados Unidos da América e de Arne Astrup, da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca. Vários médicos e profissionais de saúde de diferentes estados brasileiros irão também ministrar diversas palestras.

O encontro é promovido e organizado pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e tem o apoio da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

O evento realiza-se no Hotel Transamérica, em São Paulo e todas as informações e detalhes acerca do acontecimento e da sua programação podem ser encontradas no site http://www.abeso.org.br/cbo2007/.

Marta Bilro

Fonte: Jornal O Debate, ABESO.

Bayer MaterialScience adquire grupo taiwanês líder em poliuretanos

A Bayer MaterialScience, uma unidade do grupo alemão Bayer e uma das empresas líder no mercado de polímeros e plásticos de alta performance, concluiu a aquisição do grupo taiwanês Ure-tech, o maior produtor de poliuretanos termoplásticos da Ásia-Pacífico.

Com esta transacção, a Bayer MaterialScience, que detém, actualmente, 40 centros de produção espalhados pelo mundo, poderá converter-se no mais importante fornecedor de resinas e películas fotográficas, transferindo a sua sede da unidade de plásticos e poliuretano para Hong Kong, ainda em Outubro deste ano.

Tim Biefeld, o principal responsável pela divisão dos poliuretanos revelou-se muito satisfeito com a aquisição e assegurou que o objectivo do negócio é atingir o primeiro lugar entre os fornecedores globais de revestimentos, adesivos e selantes, policarbonatos, poliuretanos termoplásticos e químicos inorgânicos básicos.

Em 2006 o mercado global de resinas e filmes de poliuretanos foi avaliado em 1,3 mil milhões de dólares, sector que, na região da Ásia-Pacífico, registou uma taxa anual de crescimento de 10 por cento. As vendas da Ure-tech, que emprega cerca de 200 funcionários, geraram, no ano passado, cerca de 47 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Periodismo Digital, Finanzas.com.

Medida devia entrar em vigor este mês
Atrasada comparticipação para os idosos


O decreto-lei que prevê um novo esquema de comparticipação nos medicamentos para os idosos mais carenciados, com reduções de 50 por cento, foi aprovado em Abril e aprazava para Julho a entrada em vigor da medida. No entanto, o diploma ainda não foi publicado em «Diário da República», prevendo-se que só em Agosto a medida esteja operacional.

O Ministério da Saúde terá decidido protelar o processo, inviabilizando, pelo menos para já, a aquisição de medicamentos a metade do preço por parte dos idosos que usufruam do complemento solidário, única exigência para que sejam contemplados por este programa de comparticipações. A medida criada pelo Governo prevê ainda a comparticipação de óculos, lentes e próteses dentárias, despesas que envolvem elevados encargos, mas segundo a tutela “houve atrasos na preparação técnica do documento” que permitiria a sua entrada em vigor na data anunciada.
Porque antes de ser publicado em «Diário da República» o diploma não tem valor, a mesma fonte garantiu que o decreto-lei deverá ser publicado ainda durante o mês em curso, para poder entrar em vigor em Agosto. Este apoio apenas poderá ser atribuído a idosos com mais de 70 anos de idade e com rendimentos mensais abaixo dos 350 euros, que terão de entregar no seu centro de saúde o comprovativo de que são beneficiários do complemento social. O desconto de 50 por cento é aplicado ao valor que normalmente é comparticipado pelo Estado nos medicamentos em causa, atingindo os 75 por cento na compra de lentes até ao preço de 100 euros.

Carla Teixeira
Fonte: Correio da Manhã
Qualigen SL pretende expandir-se para Portugal
Novo fabricante de genéricos em Espanha


Espanha vai passar a ter uma companhia farmacêutica dedicada em exclusivo ao mercado dos genéricos. A Qualigen SL é subsidiária do laboratório islandês Invent-Farma, terá sede em Barcelona e a sua actuação deverá abranger a produção do princípio activo, o desenvolvimento do medicamento e a fabricação e embalagem, estando ainda prevista, para uma fase posterior, a distribuição e comercialização. A empresa deverá iniciar funções ainda este ano, e certa é já a intenção de alargar os seus serviços a Portugal.

A nova companhia farmacêutica prevê o arranque em pleno da sua laboração ainda no decurso deste ano e conta apresentar um vasto portfólio de produtos para várias áreas terapêuticas, que ao longo do próximo ano será gradualmente alargado. Da sua rede de vendas farão parte profissionais altamente qualificados que visitarão os consultórios médicos e as farmácias de toda a Espanha. Numa fase mais avançada a Qualigen SL pretende, segundo afirmaram os seus responsáveis, expandir a sua actividade até Portugal, e depois a outros estados-membros da União Europeia. São rostos da nova empresa Javier Mercadé (director-geral), Juan Cervantes (director de Marketing), Gerardo Gordo (responsável pela área de desenvolvimento de negócios), e Roberto Torres (serviços comerciais).

Carla Teixeira
Fonte: PM Farma

REPORTAGEM

Exemplos no estrangeiro suscitam preocupação
Liberalização das farmácias prejudica doentes


A decisão anunciada recentemente pelo Governo de rever a actual regulamentação do sector da Farmácia e do Medicamento, liberalizando a propriedade da primeira e democratizando o acesso de toda a população aos segundos, visando diminuir as despesas com os fármacos, é penalizadora da qualidade dos serviços prestados e tem, à luz de vários estudos internacionais, exactamente o efeito contrário.

Um relatório do Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra divulgado recentemente atesta que “tentar diminuir a despesa com base na concorrência pelo preço dos medicamentos provou ser um instrumento favorecedor do crescimento da própria despesa”, que necessariamente não conduz a um menor encargo para os doentes, visto que a prescrição de fármacos compete em exclusivo aos médicos, e a sua disponibilização no mercado à indústria, únicas entidades com reais poderes de decisão nesta matéria. O estudo, apresentado publicamente pela Ordem dos Farmacêuticos e entretanto enviado ao Ministério da Saúde e à Autoridade da Concorrência, as duas entidades em cujos pareceres o Governo se baseou para alavancar o processo de revisão da regulamentação do sector, refere ainda que a análise casuística dos esquemas que vigoram noutros países levou à conclusão de que “a competição pelo preço tende a gerar más práticas profissionais, aumentando os riscos para os doentes e para as sociedades”.
Um dos casos mais evidentes do desajuste da medida teve lugar na Noruega, onde até 2001 era vigente um modelo de farmácia regulado, com reserva de propriedade das farmácias para os farmacêuticos e com a abertura de novos estabelecimentos de dispensa de medicamentos a sofrer fortes constrangimentos por parte da tutela. Naquele ano, porém, o governo norueguês liberalizou a propriedade das farmácias e autorizou a venda de medicamentos fora daqueles espaços. Cinco anos depois, em 2006, o sector farmacêutico na Noruega observava um cenário radicalmente diverso: apenas 13 de um total de 347 farmácias mantinham a sua independência, ao mesmo tempo que três cadeias multinacionais de distribuição aglomeravam todas as outras (e ainda as 188 entretanto abertas, todas nas principais cidades do país), dominando 90 por cento do mercado.
O impacto do processo no preço dos medicamentos foi, de acordo com um estudo publicado em 2003, precisamente o contrário do pretendido e anunciado: os nove medicamentos não sujeitos a receita médica mais vendidos na Noruega sofreram aumentos entre os 10 e os 45 por cento, contra uma subida generalizada de preços no sector que não ultrapassou os oito pontos percentuais. Enquanto na vizinha Finlândia – onde é obrigatório ser farmacêutico para ser dono de uma farmácia e não é permitido ter mais do que uma – as farmácias se tornaram espaços de saúde comunitários, conquistando a confiança dos cidadãos, na Noruega deu-se a monopolização e oligopolização do sector.
Depois da liberalização, que levou a uma maior concentração de estabelecimentos de dispensa de medicamentos nas zonas mais populosas, também as equipas das farmácias baixaram a sua competência técnica e científica, com uma diminuição do número médio de funcionários de 15,5 para 11,5 profissionais. Em 2000 a média de farmacêuticos por cada farmácia norueguesa era de 2,2, mas em 2005 tinha já baixado para 1,8 profissionais. Os medicamentos genéricos, apontados antes pela tutela como área a privilegiar, não encontraram eco no desempenho das empresas detentoras do mercado, a quem interessou mais potenciar as vendas dos fármacos das suas marcas.

Exemplos europeus
No Brasil, por seu turno, a liberalização da propriedade das farmácias espoletou a anarquia no sector, tornando comum a prática de descontos na venda de produtos farmacêuticos e a celebração de campanhas do tipo «pague dois, leve três», tendo-se instalado a corrupção, com a oferta de incentivos pecuniários à recomendação da prescrição de determinados medicamentos aos doentes, que podem comprá-los em supermercados e drogarias, onde se encontram expostos ao lado de bebidas alcoólicas, refrigerantes, vassouras ou peças de vestuário e alimentação, e são vendidos com a mesma ligeireza.
Exemplos diversos surgem da Finlândia, país em que a propriedade e a venda de fármacos continuam a ser prerrogativas exclusivas dos farmacêuticos, ou do Reino Unido, onde o parlamento manifestou a sua discordância face à análise puramente económica que os serviços de concorrência pretendiam privilegiar, recusando desta forma comprometer a qualidade do serviço público que é prestado pelas farmácias britânicas. Também em Espanha as autoridades refutaram a recomendação feita pela Comissão Europeia no sentido de alterar o esquema de funcionamento das farmácias e as regras relativas à sua propriedade.
Em Portugal, como na Finlândia, o grau de cobertura territorial do sector é bastante satisfatório e harmonioso, com um rácio aproximado de uma farmácia por cada 3600 cidadãos. Segundo diversos estudos recentes, os portugueses têm das suas farmácias uma visão muito positiva, elegendo-as como as estruturas de saúde mais bem vistas, com uma taxa de satisfação de 91,8 por cento e uma avaliação “boa” do trabalho dos farmacêuticos em 85 por cento dos casos. São números e exemplos a ter em conta numa altura em que é intenção do Governo legislar sobre a liberalização do sector no prazo máximo de seis meses…

Carla Teixeira
Fonte: Revistas «Farmácia Saúde», Ordem dos Farmacêuticos, Universidade de Coimbra

Manipulação da coluna vertebral pode provocar lesões graves

A manipulação da zona superior da coluna durante tratamentos às costas pode originar lesões graves, alertam os autores de uma revisão de estudos publicada no “Journal of the Royal Society of Medicine” (JRSM).

Os especialistas afirmam que as terapias de manuseamento aplicadas na coluna vertebral não devem ser utilizadas de forma rotineira pelos pacientes, correndo riscos de causar complicações sérias e até mesmo fatais, entre as quais se encontra o ataque cardíaco.

A técnica, regularmente utilizada na quiropraxia, e mesmo por alguns osteopatas e fisioterapeutas, consiste na utilização das mãos para reposicionar algumas partes da coluna, com o objectivo de ajustar determinados desvios e, consequentemente, aliviar algumas dores e a rigidez muscular. Enquanto alguns estudos sugerem que a terapia pode piorar os problemas, outros defendem os seus benefícios.

De acordo com Edzard Ernst, professor de medicina complementar nas Universidade de Exeter e Plymouth e orientador da análise publicada, “a manipulação da coluna tem sido associada a cerca de 600 acontecimentos adversos graves e causa também consequências ligeiras em cerca de 50 por cento do total de doentes que a utilizam”.

“Se algum medicamento fosse relacionado a tais taxas de lesões, duvido que estivesse no mercado”, criticou o mesmo responsável, salientando que a falta de dados nesta área revela que “os efeitos adversos agora identificados são apenas a pequena ponta de um grande icebergue”.

Os investigadores analisaram 36 casos e relatórios e observaram que mais de 200 pacientes podem ter sido gravemente prejudicados. “A principal questão passa por assegurar que existem provas de elevada qualidade à disposição dos doentes, para que estes possam tomar uma decisão informada antes de iniciarem qualquer terapia”, afirmou Kamran Abbasi, editor do JRSM.

Marta Bilro

Fonte: News.scotsman.com

domingo, 1 de julho de 2007

Cancro da próstata e diabetes ligados geneticamente

Um estudo realizado por uma equipa de cientistas internacionais revelou que existe um vínculo genético entre a diabetes de tipo 2 e o cancro da próstata. Os responsáveis pela investigação, publicada na revista “Nature Genetics”, conseguiram identificar duas variações genéticas no cromossoma 17 que aumentam “ligeiramente” o risco de desenvolver este tipo de cancro.

Conforme explicou José Ignacio Mayordomo, responsável pelo departamento do Serviço de Oncologia Médica do Hospital Clínico Universitário de Saragoça e um dos autores da investigação, o facto de os homens com diabetes correrem menos riscos de desenvolver cancro da próstata já era conhecido epidemiologicamente. Porém, “agora foi identificado um gene que protege da diabetes, mas que, por outro lado, faz aumentar o risco de sofrer de cancro da próstata”, explicou.

A variação genética em causa é responsável pelo metabolismo da glicose. Por sua vez, uma das características das células tumorais reside no aumento do gasto de energia e nas modificações no metabolismo da glicose. Este é o principal factor que leva os especialistas a concluir que o estudo desse gene, a médio prazo, poderá conduzir ao desenvolvimento de possíveis terapias para novos tratamentos do cancro e ser uma ferramenta importante no diagnóstico precoce e, consequentemente, na prevenção.

Os autores da investigação centraram-se na identificação das variantes genéticas que predispõem certos homens a sofrer de cancro da próstata. Os indivíduos que sofram de uma das duas variações do cromossoma 17 identificadas pelos cientistas comportam um risco 21 por cento superior de vir a desenvolver a doença ao longo da vida. Segundo Mayordomo, ainda que a presença destas variações não implique “um risco vertiginosamente elevado”, os homens que as possuam devem estar mais atentos às lesões na próstata porque estas podem vir a revelar-se cancerígenas.

Entre o conjunto de causas possíveis para o aparecimento de cancro da próstata, a carga genética tende a ser um factor menos preponderante quando comparado com os factores ambientais. Nesse sentido, não é “absolutamente certo” que as pessoas que padeçam das referidas variantes genéticas venham a desenvolver cancro da próstata, ainda assim, segundo o especialista, o estilo de vida não deve ser descuidado.

Evitar os factores de risco, como a obesidade e as dietas ricas em gorduras animais, é o principal conselho dado pelos especialistas. Os homens com idade superior a 50 anos são os mais afectados, contudo, tem-se assistido ao aparecimento deste tumor em idades cada vez mais precoces. Estima-se que na população masculina acima dos 50 anos, a ocorrência ronde os 3 por cento. Os dados da União Europeia indicam que um em cada seis homens tem probabilidades de contrair cancro da próstata. Em Portugal, surgem 4 mil novos casos por ano, o que representa cerca de 19 por cento do total de tumores.

Marta Bilro

Fonte: Terra.es, Último Segundo, Hospital da Trofa, Médicos de Portugal.

ENSP anuncia parceria para desenvolver novos projectos de investigação

A Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) anunciou que vai estabelecer uma parceria com um laboratório farmacêutico, com vista à promoção de novas linhas de investigação e ao desenvolvimento de vários projectos de investigação de carácter epidemiológico (doenças contagiosas).

A parceria que deverá ser estabelecida segunda-feira, "insere-se num projecto mais amplo de laboratório de técnicas de análise de gestão”, sendo que o primeiro projecto ao abrigo deste acordo passará pela "criação de um sistema integrado de suporte à investigação nas áreas das ciências sociais e de saúde pública", informou Constantino Sakellarides, director da Escola Nacional de Saúde Pública.

De acordo com o professor Sakellarides, a parceria trará "ganhos em termos de interactividade e de tempo", uma vez que a Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa, será reforçada com uma maior capacidade técnica, aumentando assim a sua autonomia tecnológica de apoio às actividades científicas e pedagógicas da instituição.

O projecto prevê a implementação de "técnicas interactivas de análises de aprendizagem, isto é, os alunos passam a trabalhar em rede, colocam as perguntas que quiserem e as respostas obtidas estarão disponíveis on-line para que todos possam usufruir", explicou o professor.

"Se tivermos a informação de um acidente ou a abertura de um novo serviço de saúde passa a ser possível recolher perguntas, fazer um resumo das mesmas e dar respostas em conjunto", concluiu.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Especialistas discutem reactividade dos medicamentos
Universidade do Algarve recebe 250 químicos

A Universidade do Algarve acolhe, entre hoje e a próxima sexta-feira, o XI Simpósio Europeu de Reactividade Orgânica, o maior evento europeu naquela área, que pela primeira vez se realiza em Portugal. Pelo auditório do Campus de Gambelas (Faro) passarão 250 químicos, oriundos de quatro continentes, que discutirão temas como a quimioterapia da malária, a actuação dos medicamentos e a sua interacção com o ADN humano. A sessão de abertura está marcada para as nove horas.

A reactividade orgânica é o “estudo da estrutura de sistemas químicos e das suas reacções, cujos resultados são utilizados em áreas como as ciências da saúde ou o desenvolvimento de novos materiais, com potenciais novas aplicações”, explicou a responsável pela organização do evento, Maria de Lurdes Cristiano, professora do Departamento de Química, Bioquímica e Farmácia da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade do Algarve. De acordo com aquela responsável, este simpósio reveste grande importância para o país, porque “atrai investigadores de renome internacional e permitirá dar visibilidade à investigação científica feita em Portugal, potenciando o intercâmbio de ideias e o surgimento de colaborações internacionais”.
A malária (ou paludismo) é uma doença tropical infecciosa transmitida pela picada do mosquito Anopheles, e mata anualmente cerca de dois milhões de pessoas. No prazo de 50 a 100 anos, de acordo com os especialistas, diversos países do Sul da Europa poderão voltar a ser atingidos pela doença devido ao previsível aumento da temperatura e a outras alterações climáticas. O presidente da Assistência Médica Internacional, Fernando Nobre, disse recentemente que Portugal, Espanha, Itália e Grécia poderão voltar a conviver com a malária, erradicada do nosso país em 1950. O programa do simpósio e toda a informação relevante acerca do evento encontra-se disponível no endereço www.ualg.pt/esorxi

Carla Teixeira
Fonte: Ciência Hoje, Universidade do Algarve


NOTA: O "hoje" a que se refere a notícia é o dia 2 de Julho, segunda-feira.
Fármacos não tiveram os resultados prometidos
China baniu 10 tipos de medicamentos


A imprensa chinesa anunciou esta semana a decisão do governo de Pequim de banir do mercado farmacêutico local 10 tipos de medicamentos cujos resultados não traduziram as promessas feitas pelas empresas fabricantes. De acordo com o jornal «Beijing News», e no momento em que entram em vigor naquele país novas regras relativas à publicidade de medicamentos e produtos farmacêuticos, Pequim resolveu impedir a comercialização de todos os fármacos que, submetidos a testes clínicos, não atestem os resultados publicitados pelas marcas. A venda daqueles produtos foi interdita, e os meios de comunicação que tenham feito publicidade aos medicamentos em causa terão de publicar retratações dessas notícias.

Carla Teixeira
Fonte: MSNBC
Reavaliada a relação risco/benefício da substância
EMEA desaconselha utilização de piroxicam


O Instituto da Farmácia e do Medicamento emitiu ontem uma nota em que noticiou a recomendação feita pela Agência Europeia de Medicamentos no sentido de que a utilização da substância piroxicam seja restringida, em virtude do seu alegado risco de reacções adversas gastrointestinais e cutâneas graves.

De acordo com a nota agora divulgada, e que se destina aos profissionais de saúde e ao público, o Comité de Medicamentos de Uso Humano da EMEA concluiu que o piroxicam não deverá continuar a ser usado no tratamento de curta duração de situações dolorosas e inflamatórias, embora possa continuar a ser prescrito tendo em vista o alívio sintomático de doenças como osteoartrose, artrite reumatóide ou espondilite anquilosante. Nesses casos, porém, o piroxicam não deverá ser o anti-inflamatório não esteróide de primeira linha, segundo os especialistas.
Ainda segundo o comunicado do Infarmed, a prescrição daquela substância deverá sempre ser indicada por um médico com experiência no tratamento de doentes com doenças reumáticas inflamatórias ou degenerativas, devendo ser utilizada a menor dose (nunca mais do que 20 mg por dia), no mais curto período de tempo possível, sendo obrigatoriamente revisto no prazo de 14 dias. Adicionalmente, o CHMP recomendou a inclusão de novas contra-indicações ao medicamento, bem como o reforço das advertências relativas ao piroxicam. Estas indicações não se aplicam aos fármacos contendo aquela substância que se destinem a aplicações tópicas.
Em resposta a uma solicitação da Comissão Europeia, o CHMP iniciou no passado mês de Setembro um processo de reavaliação aprofundada dos benefícios e riscos do piroxicam, depois de se ter verificado que aquele AINE poderia estar associado a uma maior prevalência de efeitos secundários gastrointestinais e de reacções adversas cutâneas graves do que os outros anti-inflamatórios não esteróides não selectivos. Para mais esclarecimentos deve contactar-se o Centro de Informação do Medicamento e Produtos de Saúde do Infarmed, através da Linha Verde do Medicamento (800222444) ou por correio electrónico, para o endereço de e-mail centro.informacao@infarmed.pt, ou o seu departamento de Farmacovigilância, através do telefone 217987140 ou pelo e-mail farmacovigilancia@infarmed.pt.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Exposição solar não regulariza níveis de vitamina D no organismo

A carência de vitamina D no organismo é muitas vezes associada à pouca exposição solar, mas as conclusões de um estudo recentemente publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, vêm contrariar esta ideia.

O estudo investigou o estado da vitamina D em 93 habitantes bronzeados do Havai, cuja exposição solar é constante, com uma média de mais de vinte horas semanais de exposição.

No entanto, as conclusões do estudo mostraram que 51 por cento dos indivíduos observados apresentavam carência de vitamina D, o que contrariava a ideia concebida até então.

«Isto implica que a recomendação clínica habitual de expor as mãos e a face 15 minutos por dia ao Sol poderá não assegurar vitamina D suficiente», explica Neil Binkley, da Universidade do Winscons, responsável pelo estudo.

O estudo desenvolvido pela equipa do Dr. Neil Binkley veio desta forma desmistificar a ideia incorrecta que associava a carência de vitamina D, à deficiente exposição ao sol.

“Não se pode assumir que os indivíduos com uma exposição solar abundante têm níveis adequados de vitamina D”, alerta o responsável.

Inês de Matos

Fonte: Reuters, Sol

Pomada Dafnegil retirada do mercado

O Departamento de Inspecção do Instituto da Farmácia e do Medicamento ordenou ontem a recolha de todas as embalagens de todos os lotes do medicamento Dafnegil 10m mg/g + 40000UI/g pomada vaginal, com registo de AIM n.º 9519306, cujo titular de AIM é a firma L. Lepori Lda., por terem sido detectados, em análises efectuadas na Direcção de Comprovação de Qualidade do Infarmed, resultados fora das especificações no que toca ao ensaio de Aferição Microbiológica de Antibióticos – difusão para a Nistatina relativamente ao lote n.º64420, com prazo de validade de Julho do próximo ano. Na mesma nota, o Conselho Directivo do Infarmed relatou ter aferido o não cumprimento, para todos os lotes, do método de análise Aferição Microbiológica de Antibióticos – Difusão para a Nistatina, aprovado em sede de Autorização de Introdução no Mercado.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Canadá: Pastas dentífricas contrafeitas contêm substância tóxica

As autoridades de Saúde do Canadá estão a alertar os consumidores para a presença de dietileno glicol, uma substância tóxica utilizada em anti-congelantes, em pastas dentífricas contrafeitas que são importadas da China e comercializadas sob a marca Colgate.

De acordo com os responsáveis canadianos, 21 pastas de dentes foram encontradas no mercado contendo níveis muito elevados desta substância. O dietileno glicol, utilizado como anti-congelante e solvente, pode provocar “náuseas, dores abdominais, tonturas, problemas urinários, falhas renais, problemas de respiração, letargia, convulsões, coma e mesmo a morte se for ingerido”, alertou Jean Saint-Pierre, porta-voz da “Health Canada”.

Caso seja ingerida, a pasta de dentes pode causar lesões principalmente nas camadas mais “vulneráveis” das populações, como é o caso das crianças ou dos consumidores com problemas renais ou hepáticos. Segundo Saint-Pierre, as pessoas com um sistema imunitário comprometido ou enfraquecido podem sofrer “um impacto grave” caso ingiram a substância.

A “Health Canada” explicou que as pastas dentífricas são originalmente rotuladas em chinês e foram encontradas em mercados chineses um pouco por todo o país, sendo que nenhum dos produtos foi aprovado pela entidade.

Um aviso semelhante foi lançado, no início do mês de Junho, pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), quando foi detectada a presença da mesma substância tóxica em pastas de dentes falsificadas.

Marta Bilro

Fonte: CTV.ca, Spiritindia.com

«Saúde e migrações» em destaque na presidência portuguesa da UE

A terceira presidência portuguesa da União Europeia, que hoje teve início, vai adoptar como tema, na área da Saúde, “Saúde e Migrações”, avançou José Pereira Miguel, responsável pela coordenação do sector, que acredita que esta é uma aposta através da qual “Portugal pode fazer a diferença”.

O futuro dos serviços de saúde dos Estados-membros é uma das questões que deve ser discutida com profundidade de forma a ser decidida pelos Governos e não por imposição da Comissão Europeia, considera o coordenador da área da Saúde no âmbito da presidência portuguesa.

De acordo com José Pereira Miguel, chamando a atenção para a saúde dos migrantes, “Portugal pode fazer a diferença no campo da saúde com o seu projecto de presidência”. Em declarações à agência Lusa o responsável frisou que o tema está “um bocado esquecido”, porém não deixa de ser de grande utilidade já que a Europa “não tem outro caminho a não ser ajudar os migrantes e os seus países de origem”

Uma das missões da presidência Portuguesa passa por transmitir o estímulo aos outros Estados-membros para que «os ministros da Saúde europeus sejam capazes de subscrever conclusões sobre o trabalho futuro da área da saúde dos migrantes», acrescentou. Para que se saiba como lidar com os migrantes, a “preparação dos profissionais de saúde” também não pode ser esquecida. “Esse lidar refere-se ao trato, à linguagem, à compreensão dos seus valores, das suas atitudes, da sua cultura, mas também em termos técnicos”, afirmou.

Os diagnósticos diferenciais são, segundo José Pereira Miguel, um dos exemplos com maior relevância. “Se o médico não leva em causa que pode estar perante uma doença que, apesar de não ser frequente no nosso país, pode ser importada (uma infecção, por exemplo) terá menos probabilidades de tratar esse doente”, explicou.

O futuro dos serviços de saúde é outra das discussões que José Pereira Miguel considera indispensáveis, porque apesar dos países se demonstrarem «muito ciosos da sua independência» em matéria de saúde, “também têm vindo a definir um conjunto de princípios comuns que gostariam de ver respeitados”.

Os responsáveis pretendem ainda propor uma estratégia de combate a doenças para a União Europeia, promovendo jornadas sobre os aspectos chave dessa estratégia e dando relevo a algumas patologias, como o cancro ou as doenças cardiovasculares. Estão igualmente previstas iniciativas no domínio das drogas, do HIV/Sida e da inovação farmacêutica.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digita, Lusa.

Patologias da tiróide explicadas a “doentes, familiares e curiosos”

Mais de 200 especialistas estiveram reunidos em Lisboa para debater questões relacionadas com o cancro da tiróide, uma patologia que afecta cerca de 500 portugueses e que em 15 por cento dos casos se revela fatal. Segundo explicou o presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), José Luís Medina, ao congresso segue-se um encontro, no Porto, aberto à população, que pretende informar “doentes, familiares e curiosos” sobre a tiróide e as suas doenças.

“As pessoas julgam que a tiróide só tem uma doença, o que não é verdade”, esclareceu o especialista em declarações à agência Lusa, salientando a importância de informar de modo a facilitar uma detecção precoce dos problemas. Este tipo de encontros tem uma função muito importante, considera José Luís Medina, pelo facto de incluir todos os interessados no tema e não apenas os profissionais de saúde.

“É uma forma de promover o diagnóstico precoce” e, simultaneamente, de evitar que as pessoas entrem em pânico de cada vez que detectam um nódulo no pescoço, pensando tratar-se de cancro, afirmou. Até porque, na consulta de endocrinologia, uma em cada 15 mulheres e um em cada 60 homens apresentam nódulos mas apenas uma pequena minoria se revela maligna.

Conforme esclareceu o especialista, existem três grandes grupos de doenças da tiróide, do qual fazem parte as alterações da forma (nódulos), as alterações da função e alterações de ambas. Nas consultas de endocrinologia, em cada 10 doentes, quatro ou cinco têm doenças da tiróide. O hipertiroidismo (quando a tiróide funciona demasiado) e o hipotiroidismo (quando o seu funcionamento é deficitário), são alterações da função que se tratam com medicamentos.

Por sua vez, o cancro da tiróide pode requerer uma intervenção cirúrgica, à qual se segue o tratamento à base de iodo radioactivo. A taxa de mortalidade é reduzida, situando-se nos 15 por cento, e é tanto menor quanto mais cedo for diagnosticada a doença. O tumor afecta mais de 25 mil pessoas por ano em toda a Europa causando cerca de seis mil mortes e é quatro vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens.

Marta Bilro

Fonte: As Beiras

sábado, 30 de junho de 2007

Primeiro Prémio Visão António Champalimaud entregue ao sistema indiano Aravind

A Fundação Champalimaud anunciou hoje que o sistema indiano Aravind Eye Care System foi o vencedor do primeiro prémio de Visão António Champalimaud, o maior prémio mundial no sector da oftalmologia e combate à cegueira.

O sistema Aravind, fundado em 1976, na Índia, por G. Venkataswamy, com a missão de combater a cegueira, integra actualmente cinco hospitais, um centro de produção de produtos oftalmológicos e uma fundação internacional de investigação e formação.

De acordo com a Fundação Champalimaud, "o Aravind integra as maiores e mais produtivas instalações do mundo para tratamento dos olhos", disponibilizando tratamentos oftalmológicos a milhões de pessoas. “Entre Abril de 2006 e Março de 2007, foram tratadas 2,3 milhões de pessoas e feitas 270.444 cirurgias".

O sistema indiano oferece serviços pagos, no entanto, disponibiliza também serviços gratuitos, essencialmente à população rural indiana.

O Prémio de Visão António Champalimaud no valor de um milhão de euros, é este ano atribuído pela primeira vez e o anúncio do vencedor está a ser feito através do site de vídeos You Tube.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Novo software aumenta precisão na análise de mamografias

Um software desenvolvido por investigadores brasileiros permite aceder gratuitamente, através da internet e em tempo real, a um diagnóstico preciso dos primeiros sintomas de cancro da mama. Os cientistas da Universidade de São Paulo, responsáveis pela inovação, acreditam que o CAD.Net evita a realização de biópsias desnecessárias em 80 por cento dos casos.

O protótipo do primeiro software detecta e classifica as estruturas possivelmente ligadas aos tumores malignos ou benignos e tem permitido fazer um diagnóstico exacto de mamografias, identificando as células cancerígenas em estado inicial. O sistema auxilia os profissionais na análise de radiografias digitalizadas e tem-se revelado mais eficiente do que o método tradicional a partir de negativos de raio-X.

Os médicos interessados podem digitalizar as mamografias e enviá-las para os especialistas através do site. Os exames são depois analisados por investigadores do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens Médicas e Odontológicas (LAPIMO).

“Com o CAD.Net, é possível identificar sinais da doença que nem sempre são percebidos pela avaliação médica manual ou pela mamografia”, salientou Michele Ângelo, autora da tese de doutoramento que deu origem ao protótipo elaborado pela Escola de Engenharia Elétrica de São Carlos.

O CAD.Net está disponível na internet 24 horas por dia e pode ser acedido através do site do LAPIMO, sendo para isso necessário um scanner de imagens digitais.

Marta Bilro

Fonte: Saúde Business Web, Link, ComuniWeb.

Nestlé autorizada a adquirir unidade da Novartis

A Comissão Europeia aprovou a proposta da Nestlé para adquirir a unidade de nutrição médica da farmacêutica suíça Novartis. A transacção, que envolve 1,88 mil milhões de euros, está sujeita a algumas condicionantes.

Por considerarem que o negócio entre as duas empresas suíças poderia pôr em causa a competição nos mercados de produtos de nutrição enteral (distribuídos através do trato intestinal) em França e Espanha, os responsáveis europeus só o autorizaram depois de estas terem abdicado das actividades nos países referidos.

De acordo com a entidade reguladora europeia, desta forma foram criadas condições para eliminar as preocupações relativas à concorrência e avançar com o negócio. “À luz destes compromissos, a Comissão concluiu que a proposta de transacção não iria impedir a competição efectiva na Zona Económica Europeia ou em qualquer parte dela”, relataram os responsáveis.

Desta forma a Nestlé passará a deter marcas de suplementos nutritivos, onde se incluem a Boost e a Resource, ou a Optifast no ramo dos produtos dietéticos. Numa oferta separada a Nestlé demonstrou também interesse pela Gerber, a unidade da Novartis dedicada à alimentação infantil.

A operação comercial vai colocar a Nestlé no segundo lugar, a nível global, entre os fornecedores de alimentos especiais para pacientes hospitalares. Os responsáveis da Nestlé já afirmaram que os dois mil funcionários da Novartis, que actualmente trabalham na unidade de medicina nutricional, em Gland, na Suíça, deverão juntar-se à empresa de forma a ampliar a sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CNN Money, Herald Tribune, Lukor.

Synagis pode contribuir para reduzir complicações respiratórias em prematuros

Um novo estudo publicado no “Journal of Pediatrics” indica que o Synagis (palivizumab) poderá contribuir para reduzir as complicações respiratórias recorrentes em crianças prematuras.

A Abbott e a MedImmune anunciaram os resultados de um novo estudo, publicado na edição de Julho do “Journal of Pediatrics”, que demonstra que o tratamento com Synagis (palivizumab) poderá reduzir quase para metade as complicações respiratórias recorrentes nas crianças prematuras.

O Synagis é uma terapia biológica conhecida como um anticorpo monoclonal administrado mensalmente nas crianças prematuras para prevenir as infecções graves do tracto respiratório inferior causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções víricas nas crianças. As complicações respiratórias ou sibilos são reconhecidos através de um assobio produzido quando o ar passa pelas vias respiratórias, que se estreitam por causa da inflamação ou espasmos musculares.

Especificamente, o estudo demonstrou que as crianças prematuras, que não sofrem de doença crónica do pulmão, e que receberam Synagis antes do estudo, experimentaram uma redução de 49 por cento na incidência de complicações respiratórias recorrentes, em relação aos prematuros que não receberam Synagis. O estudo, com a duração de dois anos, permitiu descobrir que se tinha conseguido uma redução de 51 por cento na incidência de complicações respiratórias recorrentes no grupo do Synagis, em comparação com as crianças que não receberam o tratamento.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 64 milhões de pessoas são infectadas com VSR todos os anos e 160 000 irão morrer devido a esta doença. Aproximadamente metade de todas as crianças são infectadas por VSR durante o primeiro ano de vida, e quase todas serão infectadas, pelo menos uma vez, até completarem o segundo aniversário.

As infecções por
VSR manifestam-se normalmente como sendo uma infecção do tracto respiratório superior com sintomas semelhantes aos de uma constipação. Nas crianças prematuras a inflamação apresenta um risco acrescido de progressão da infecção para o tracto respiratório inferior, pelo que é frequente a hospitalização, ventilação mecânica e cuidados intensivos. Para além das consequências agudas da infecção, os dados epidemiológicos sugerem uma relação entre hospitalização associada ao VSR inicial e complicações respiratórias crónicas, tais como sibilos recorrentes e asma, que poderiam chegar até à adolescência.

O Synagis, quando administrado a prematuros como profilaxia do
VSR, tinha demonstrado anteriormente uma redução de 55 por cento nas hospitalizações devido ao VSR. Os investigadores do actual estudo puseram a hipótese de o Synagis, ao prevenir as doenças graves provocadas pelo VSR, poder ser responsável pela redução das complicações respiratórias recorrentes ao longo da vida.

Na recente pesquisa, os investigadores estudaram um grupo de prematuros (nascidos com menos de 35 semanas de gestação) que receberam, pelo menos, três doses de Synagis para a profilaxia do
VSR, durante o primeiro ano de vida, e um grupo semelhante que não recebeu tratamento com Synagis. O grupo do Synagis tinha 191 prematuros com menos de 36 meses e que não estavam hospitalizados por causa do VSR. O grupo de controlo era formado por 230 prematuros que foram emparelhados cronologicamente por idade e por gestação: 76 foram hospitalizados com VSR, ao contrário de 154. Os sujeitos do estudo submeteram-se a um acompanhamento durante 24 meses, sendo a idade média de 19 meses.

O principal objecto deste estudo foi a incidência de complicações respiratórias recorrentes, definidas por três ou mais episódios nos 12 meses posteriores. Um episódio de complicações respiratórias define-se por um ou mais dias consecutivos de complicações, precedidos e seguidos por um período saudável de, pelo menos, uma semana.

Depois do acompanhamento destas crianças durante dois anos, os resultados demonstraram que a incidência de complicações respiratórias recorrentes foi 49 por cento inferior nas crianças que receberam Synagis, em comparação com os que não receberam (13% versus 26%, p=0,001). Houve também significativamente menos complicações respiratórias diagnosticadas por médicos no grupo que recebeu Synagis (8% versus 16%, p=0,011).

O Synagis foi aprovado para comercialização nos Estados Unidos em 1998, na Europa em 1999 e no Japão em 2002, estando actualmente disponível em 62 países.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, www.abbott.com

Exposição ao fumo passivo pode provocar cancro do pulmão

Ao mesmo tempo que Portugal acaba de aprovar a nova Lei do Tabaco, um estudo norte-americano revela que breves exposições ao fumo passivo, em bares e restaurantes, podem provocar a acumulação no organismo de níveis consideráveis de uma toxina responsável pelo cancro do pulmão. A conclusão resulta de uma investigação realizada por cientistas do “Multnomah County Health Department”, no Oregon.

O estudo, que analisou um grupo de trabalhadores não-fumadores, observou que aqueles que trabalhavam num bar ou restaurante onde era permitido fumar tinham mais probabilidades de possuir níveis de uma substância cancerígena no organismo relacionada com o desenvolvimento do cancro do pulmão, do que os que eram funcionários de estabelecimentos livres de fumo.

Conforme explicou Michael Stark, um dos responsáveis pela pesquisa, a referida substância “só é encontrada no organismo dos fumadores ou daqueles que respiram o fumo de outras pessoas”. O estudo envolveu 52 não fumadores que estavam expostos ao fumo nos locais de trabalho e comparou os resultados com os de 32 não fumadores que trabalhavam em locais sem fumo.

Os trabalhadores forneceram amostras de urina imediatamente antes de cada turno, o que permitiu aos cientistas detectar que 75 por cento dos participantes que tinham trabalhado num estabelecimento onde fumar era permitido continham níveis da substância carcinogénea no organismo.

“Quatro em cada cinco pessoas pertencentes ao grupo dos não fumadores que trabalhavam num ambiente com fumo tinham vestígios da substância química fatal no organismo e, por cada hora que trabalhavam, o nível aumentava 6 por cento”, referiu Stark. Outros estudos demonstraram que os não fumadores expostos ao fumo passivo correm um risco 20 por cento maior de desenvolver cancro do pulmão e um risco acrescido de sofrer de asma e complicações perinatais, no caso das mulheres.

Os malefícios não se ficam por aqui, segundo os especialistas, os fumadores passivos estão expostos a mais de quatro mil substâncias químicas, das quais 69 podem provocar cancro. Por sua vez, os regulamentos sobre a limpeza do ar no interior dos espaços fechados protegem cerca de 70 por cento dos trabalhadores da exposição ao fumo do tabaco, conclui a mesma investigação.

A nova Lei do Tabaco, aprovada no dia 28 de Junho, no Parlamento português, parece vir em defesa dessa camada de trabalhadores, uma vez que prevê que cada proprietário possa decidir se o seu estabelecimento será para não fumadores, para fumadores ou para ambos, desde que fique garantida a qualidade do ar para os não fumadores.

Marta Bilro

Fonte: Medical News, The Vancouver Sun, eMaxHealth.

Infarmed recebe autoridades europeias dos medicamentos

Reuniões decorrem nos dias 10 e 11 de Julho em Lisboa

O grupo dos Chefes das Agências de Medicamentos da União Europeia (UE) vai reunir-se, em Lisboa, nos próximos dias 10 e 11. O Infarmed (Antoridade Nacional do Medicamento) acolhe o encontro que, decorrerá já, sob a égide da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Trata-se de uma reunião de dirigentes máximos (ou seus representantes) das agências que, na Europa, regulam os medicamentos de uso humano e de uso veterinário.

A missão é dedicar especial atenção à liderança de processos no âmbito do Sistema Regulamentar Comunitário de Medicamentos e assegurar um fórum de troca de opiniões sobre assuntos do interesse comum.

Os Chefes das Agências de Medicamentos da UE (Heads of Medicines Agencies - HMA) e da Área Económica Europeia (EEA - Islândia, Liechtenstein e Noruega) da Comissão Europeia e da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) reúnem-se duas vezes por presidência. Deste modo, a primeira discussão está agendada para os dias 10 e 11 de Julho e, a segunda, para os dias 6 e 7 de Novembro, no Funchal (Madeira).

O encontro das autoridades europeias tem como finalidade discutir sobre questões políticas e estratégicas relacionadas com os medicamentos de uso humano e veterinário, com vista a reforçar a Saúde Pública na Europa.


Questões de natureza política e estratégica relacionadas com a autorização, segurança e qualidade dos medicamentos de uso humano e veterinário serão temas igualmente discutidos, assim como, medidas de melhoria da eficiência e de desempenho da rede europeia do medicamento. Está ainda prevista a adoptação de programas conjuntos de divisão e partilha de trabalho.


Em particular, o grupo assegura: apoio ao sistema comunitário através da contribuição com recursos profissionais e científicos de elevada qualidade; a formulação de uma perspectiva equilibrada no funcionamento dos procedimentos de autorização europeus bem como nas suas implicações para as agências dos Estados membros; a capacidade de liderança e uma visão global do procedimento de reconhecimento mútuo no âmbito do sistema europeu; reflexão e proposta de soluções práticas para fazer face aos problemas que emergem no sistema, os quais afectam os Estados membros.

Raquel Pacheco

Fonte: Infarmed/HMA

Universidade do Algarve recebe XI Simpósio Europeu de Reactividade Orgânica

A Universidade do Algarve vai receber, de 1 a 6 de Julho, o XI Simpósio Europeu de Reactividade Orgânica, que deverá contar com a presença de mais de 250 químicos, oriundos dos quatro cantos do mundo.

O evento que irá ter lugar no Campus de Gambelas, da Universidade do Algarve, em Faro, pretende aprofundar o estudo da reactividade dos sistemas químicos, nomeadamente ao nível dos efeitos dos medicamentos, mas também no que respeita à sua interacção com o ADN humano.

O simpósio, considerado o maior evento cientifico na Europa, nasceu de uma parceria entre a Universidade do Algarve e do Centro de Ciências do Mar e apresenta em cartaz temas também relacionados com o ambiente, como a discussão das estratégias para sintetizar compostos sem recurso a solventes poluentes.

“Quando falamos de reactividade orgânica, falamos do estudo da estrutura de sistemas químicos e das suas reacções, conhecimento que depois vai poder ser aplicado em áreas tão fundamentais como as ciências da saúde ou o desenvolvimento de novos materiais com potenciais novas aplicações”, explica a Prof. Maria de Lurdes Cristiano, responsável pela organização do evento em Portugal.

De acordo com a responsável, o simpósio vai “potenciar o intercâmbio de ideias e, sobretudo, proporcionar novas colaborações internacionais”, permitindo também maior visibilidade para a investigação cientifica portuguesa.

A sessão de abertura está marcada para as 09:00 horas do dia 2 de Julho, devendo contar com a presença de diversos especialistas de renome mundial.

A Universidade do Algarve disponibiliza o programa do simpósio e a toda a informação sobre o evento, no site www.ualg.pt/esorxi.

Inês de Matos

Fonte: Região Sul, Universidade do Algarve