terça-feira, 19 de junho de 2007

Medicamentos para emagrecer
Obesos à espera de um milagre

O consumo de medicamentos para combater a obesidade, independentemente de serem os que são prescritos por um médico ou aqueles que podem ser adquiridos livremente pelo utente sem necessidade de uma receita médica, pode desencadear comportamentos pouco saudáveis.


A conclusão é avançada num estudo elaborado por investigadores da Universidade da Pensilvânia, com o apoio de dois especialistas em Marketing da Wharton School of Business, nos Estados Unidos, que apontam as pessoas que mais facilmente optam por fármacos para emagrecer como as que também mais depressa recaem no sedentarismo e nos maus hábitos alimentares. De acordo com os especialistas, quando os pacientes são confrontados com um diagnóstico de obesidade, não dão imediatamente sinais de predisposição para trocar as batatas fritas e os chocolates por cenouras e caminhadas após as refeições.
Lisa Bolton e Americus Reed, professores da Wharton School of Business, e Kevin Volpp e Katrina Armstrong, da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, provaram que os indivíduos que contemplam a toma de um medicamento, com ou sem receita médica, para emagrecer, tornam-se mais propensos a adoptar hábitos alimentares perniciosos ou a optar por um estilo de vida mais sedentário. Trata-se do conhecido «efeito boomerang», que acontece, de acordo com aqueles peritos, por dois motivos: primeiro, a estratégia de marketing associada ao fármaco produz motivação no obeso, convencendo-o de que será fácil perder peso porque, em vez de lutar sozinho para queimar as gorduras, terá ajuda do químico.
Numa segunda linha de actuação o mesmo marketing dá a entender ao doente que ele não tem capacidade de levar uma vida saudável, que contemple alimentação saudável e prática regular de exercício físico. Não obstante, numa série de estudos conduzidos pelos investigadores, foi apurado que o «efeito boomerang» não tem a mesma dimensão em pessoas com um estilo de vida mais saudável. Os cientistas referem que “as pessoas parecem escolher a toma de suplementos num acto de fé, mais do que tendo em conta a evidência científica. Assumem que os medicamentos são “naturais” e que não podem fazer-lhes mal. As nossas pesquisas indicam que é assim de facto, mas tendo em conta cenários em que predomina o estilo de vida saudável”, atestam.

Carla Teixeira
Fonte: Medical News Today

Estudo: Bebés fumadores-passivos têm elevados níveis de cotinina no organismo

As crianças que habitam em lares em que pelo menos um dos pais é fumador apresentam na urina níveis 5,5 vezes superiores de cotinina, uma substância derivada da oxidação da nicotina, do que os filhos de não fumadores, revela um estudo elaborado por cientistas britânicos.

Os especialistas acreditam que ao fumar perto dos recém-nascidos, estes transformam-se em fumadores passivos crónicos, mais sensíveis ao risco de aparecimento de doenças relacionadas com o sistema respiratório. O estudo diz mesmo que este factor pode estar relacionado com muitos casos de morte súbita.

A cotinina é desenvolvida pelo próprio corpo num tentativa de se defender da nicotina inalada através do fumo. A investigação divulgada pela edição on-line do jornal “Archives of Diseases in Childhood” concluiu que os bebés cuja mãe é fumadora correm um risco quatro vezes superior de acumular cotinina no corpo.

O estudo, que envolveu 104 crianças com 12 semanas de idade (71 das quais em que um dos pais é fumador e 33 com pais não fumadores), indicou também que os bebés que nascem em famílias onde o pai é fumador, o nível de cotinina detectado na urina duplica.

“Os bebés e as crianças são expostos de forma rotineira ao fumo do cigarro pelos progenitores nas suas casas, uma vez que não é aplicada a mesma legislação em vigor nos espaços públicos”, refere o artigo elaborado por investigadores da escola médica da Universidade de Leicester e pela Universidade Warwick.

Há outros factores associados ao aumento dos níveis de cotinina no corpo, como é o caso dos bebés que dormem com os pais ou em quartos onde a temperatura é baixa, revelam os cientistas. “Os bebés afectados pelo fumo são, por norma, provenientes de lares pobres, com divisões reduzidas e aquecimento inadequado”, relata o estudo.

De acordo com os autores, “os elevados níveis de cotinina, em alturas do ano em que a temperatura é mais baixa, podem ser um reflexo de outros factores chave que influenciam a exposição ao fumo passivo, tais como a má ventilação ou uma tendência dos pais para fumarem dentro de casa no inverno”.

Dormir com os pais é um factor de risco que propicia a síndrome de morte súbita infantil, alertam os cientistas, justificando que isso se poderá dever à proximidade das crianças com a roupa ou outros objectos dos pais contaminados com partículas de fumo.

Existem, segundo os investigadores, dificuldades práticas na prevenção do acto de fumar dentro de casa que requer boa vontade por parte dos que nela habitam e informação sobre os perigos para a criança. Só resta esperar que as mães façam o que é melhor para os filhos, sublinham os especialistas.

“Todos temos consciência de que o fumo passivo é nocivo para as crianças, o que acabámos de fazer foi traduzi-lo em números”, referiu Mike Wailoo, especialista em saúde infantil na Universidade de Leicester.

“A nicotina, da qual a cotinina é um derivado, tem efeitos na estimulação cardiovascular, no entanto, esse é apenas um dos vários milhares de compostos do fumo do tabaco e pode nem ser o mais letal. A forma como afecta as crianças é completamente desconhecida”, alertam os responsáveis pelo estudo.

A mesma investigação demonstrou que 74 por cento dos fumadores garantiram não fumar quando se encontravam no mesmo espaço que uma criança, comparativamente aos 47 por cento que afirmou que não fuma na companhia de outros adultos não fumadores.

Os dados da Organização Mundial de Saúde indicam que 49 por cento das crianças são fumadoras passivas em casa e 60 por cento em locais públicos. O tabagismo passivo é a primeira causa de doença pediátrica, sendo que 50 por cento dos recém-nascidos com baixo peso são filhos de mães que fumaram durante a gravidez.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Guardian Unlimited, Life Stile Extra.

Erros na quimioterapia com crianças

Investigadores da Universidade John Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, concluíram que entre 1999 e 2004 houve pelo menos 300 erros de medicação de crianças em tratamento de quimioterapia em diversos hospitais, clínicas e outras instituições de saúde daquele país. O estudo foi publicado na revista «Cancer».

A dose a administrar aos pacientes de quimioterapia infantil é calculada com base no seu peso, altura e idade, mas são relativamente frequentes os erros de cálculo quanto à quantidade de medicamento a administrar, a melhor altura para o fazer ou a frequência com que os pequenos doentes têm de receber o fármaco. Apesar de não haver muitos estudos que abordem com profundidade esta matéria, o grupo de cientistas da universidade norte-americana liderado por Marlene Miller avaliou uma base de dados que documenta precisamente a ocorrência de erros de medicação, e constatou que, naquele período, foram registados mais de 829 mil erros daquele tipo, sendo que 30 mil afectavam doentes com menos de 18 anos de idade, e pelo menos 300 diziam respeito a problemas relacionados com a quimioterapia.
De acordo com os dados apurados no estudo agora divulgado, uma faixa de 85 por cento dos erros relatados afectou significativamente os doentes, enquanto em 16 por cento dos casos os enganos foram suficientemente graves para exigir atenção médica imediata. Cerca de metade dos procedimentos errados teve origem na escolha errada do momento para a administração do medicamento, 23 por cento deveram-se a doses erradas, e outros 23 por cento tiveram por base equívocos relativos à frequência da toma ou ao timming da sua administração.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo

Factive® revoluciona tratamento de infecções respiratórias

Acaba de chegar às farmácias brasileiras o novo antibiótico Factive® (mesilato de gemifloxacino, dos Laboratórios Aché, indicado para o tratamento de infecções do trato respiratório (com especial destaque para pneumonia, sinusite, exacerbação aguda da bronquite crónica e sinusite bacteriana aguda). O lançamento na Europa está previsto para breve.

Com uma administração mais cómoda – apenas uma toma diária – e promessas de um tratamento de menor duração (apenas cinco dias) e com menor incidência de efeitos colaterais, o novo fármaco está disponível na versão de 320mg, em caixas de cinco ou sete comprimidos. Comercializado já em importantes mercados, como os Estados Unidos, o México, a Coreia do Norte, alguns países de África e do Leste Europeu, será brevemente lançado na Europa e no Canadá, de acordo com dados avançados pelo fabricante. José Roberto Lazzarini, director médico-científico dos Laboratórios Ache, explicou que a generalidade dos ensaios clínicos feitos com o gemifloxacino “apresentou elevada efectividade nos casos de pneumonia adquirida na comunidade e na exacerbação aguda da bronquite crónica, com índices de eficácia superiores a 93 por cento”.

Carla Teixeira
Fonte: News Med

Pílula anticoncepcional cura tensão pré-menstrual

Já se encontra disponível no mercado farmacêutico brasileiro o novo contraceptivo oral da Bayer Schering Pharma. A Yaz é a primeira pílula anticoncepcional de baixa dosagem hormonal (na sua composição contém 3mg de drosperinona e 0,02mg de etinilestradiol) aprovada pela Food and Drugs Administration para o tratamento dos sintomas mais severos de tensão pré-menstrual, que em seis por cento dos casos, de acordo com os médicos, atingem a sua forma mais grave: a síndroma disfólica pré-menstrual.

Quando em três ciclos menstruais consecutivos a mulher evidencia pelo menos um sintoma físico e um sintoma emocional de TPM – os primeiros incluem fadiga, dores de cabeça, inchaço dos pés e das mãos, dor no peito, distensão abdominal, cólicas, alterações do apetite e do sono e dores nas articulações e nos músculos, enquanto nos segundos estão compreendidos irritabilidade, depressão, desespero, ansiedade e tensão, tristeza repentina, choro, raiva e fúria, oscilações súbitas de humor, dificuldades de concentração, baixa auto-estima, falta de energia e pouco interesse por actividades habituais –, estamos perante uma manifestação da forma mais grave de tensão pré-menstrual.
É nestes casos que a nova pílula pretende actuar, reduzindo os sintomas que mais afectam a qualidade de vida das mulheres durante a menstruação. A Yaz possui os efeitos antimineralocorticóide e antiandrogénico, que permitem reduzir a retenção de líquidos de origem hormomal e contribuem para aliviar os sintomas de TPM, ao mesmo tempo que também ajuda a combater o acne. A Yaz está disponível em embalagens mensais de 24 comprimidos revestidos, devendo a mulher fazer a toma diária de um comprimido durante 24 dias consecutivos, interrompendo depois durante quatro dias, altura em que ocorrerá um sangramento vaginal por privação hormonal similar ao período menstrual.

Carla Teixeira
Fonte: News Med

Bayer revê em alta estimativas para margens de lucros

A farmacêutica alemã Bayer destacou-se hoje na panorâmica positiva das bolsas europeias ao afirmar que os seus lucros estão a crescer a um ritmo superior ao que era esperado. A evolução é justificada com as poupanças relacionadas com a aquisição da Schering.

Ao mesmo tempo que reviu em alta as suas estimativas, com uma margem de lucro de 25 por cento para este ano e 28 por cento para 2009, a empresa salientou que a compra da Shering vai permitir-lhe reduzir os custos em mais de 100 milhões de euros do que aquilo que estava previsto. As acções da Bayer seguem assim com uma subida de 1,6 por cento para os 56,94 euros.

O laboratório alemão adquiriu a Schering por 17 mil milhões de euros, no ano passado, para acumular mais receitas através das pílulas contraceptivas Dyazide (Hidroclorotiazida + Triamtereno) e do fármaco Betaseron destinado ao tratamento da esclerose múltipla.

A decisão de cortar nos gastos em pesquisas pode prejudicar o crescimento futuro da Bayer ao deixá-la com poucos projectos para financiar, afirmam os analistas. “A aquisição da Schering é muito positiva, mas margens de lucro mais elevadas são fruto da investigação”, salientou Andreas Theisen, um analista da WestLB, em Dusseldorf.

A farmacêutica prevê que as poupanças inerentes à aquisição da Schering ascendam aos 800 milhões de euros, quando a previsão inicial para 2009 se ficava pelos 700 milhões de euros, referiu o director-executivo da empresa, Werner Wenning.

De acordo com as previsões, a Bayer deverá gastar, este ano e no próximo, 15 por cento das vendas em investigação e desenvolvimento, uma ligeira diminuição face aos 17 por cento dispendidos no ano passado.

A empresa deverá alterar a sua política em relação aos medicamentos prescritos e de venda livre. Num futuro próximo, a Bayer pretende concentrar-se no desenvolvimento de fármacos para o tratamento do cancro, problemas cardíacos, para a saúde da mulher, bem como no diagnóstico pela imagem.

Nos últimos meses, o laboratório alemão abandonou o desenvolvimento de 20 fármacos experimentais, incluindo o PTK/ZK para o tratamento do cancro, o Leukine direccionado para os doentes de Crohn e o Asoprisnil para tratar tumores no útero.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Diário Económico, Bloomberg.

Oncologistas querem legalização da eutanásia

Trinta e nove por cento dos médicos oncologistas portugueses defendem a legalização da eutanásia, revelou hoje o Serviço de Bioética e Ética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), através de um estudo efectuado.
O estudo foi feito pelo médico Ferraz Gonçalves, pioneiro dos cuidados paliativos em Portugal, no âmbito da tese de mestrado “A boa morte: Ética no fim da vida”, que defendeu-a esta semana com nota bastante positiva, na FMUP.
Ferraz Gonçalves enviou inquéritos a 500 médicos oncologistas portugueses, tendo recebido cerca de 200 respostas, 39 por cento das quais favoráveis à legalização da eutanásia.
Rui Nunes, director do Serviço de Bioética e Ética Médica da FMUP e orientador da tese do médico, em declarações à agência Lusa disse que os resultados do estudo são “muito preocupantes e constituem um sinal de alerta, porque confirmam uma tendência de crescimento”.
“Para quem é favorável à eutanásia, que não é o meu caso, estes resultados podem ser considerados positivos, mas eles são um sinal de alerta para a sociedade e para o legislador, no sentido de inverter esta tendência”, afirmou Rui Nunes.
O presidente fez questão de frisar que o inquérito efectuado “não foi feito a uns médicos quaisquer, mas sim oncologistas, que são os que lidam com os doentes terminais”.
”Tradicionalmente, as pessoas e os médicos são contra a eutanásia, que é uma prática que a ética médica condena com veemência, mas este estudo vem confirmar uma percepção que cresce junto dos profissionais desta área. Se não fizermos nada, amanhã serão mais”, salientou.
“O doente pede eutanásia porque tem dores, está em sofrimento, está num espaço de completa desumanização, longe da família”, continuou salientando que os cuidados paliativos são a resposta que a sociedade pode e deve dar aos doentes terminais.
Para Rui Nunes, qualquer doente devia ter o direito de não querer “estar eternamente ligado a um ventilador” ou ser submetido a uma cirurgia que pode ser muito arriscada e que não trará melhorias ao seu estado clínico.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Doentes de DH em encontro nacional

A Doença de Huntington (DH) é uma das doenças raras com menor incidência em Portugal, afectando apenas entre 500 a 1000 portugueses, ainda assim devido ao seu carácter degenerativo progressivo exige uma acompanhamento e um apoio constante dos doentes e familiares, que não existe em Portugal.
Para alertar as dificuldades e as necessidades destes doentes e dos seus familiares, ignorados pelo sistema nacional de saúde, a Associação Portuguesa de Doentes de Huntington promove, pela primeira vez, um Encontro Nacional de Doentes e profissionais de saúde que contará também com a presença de Christiane Lohkam, Presidente da Associação Internacional de Huntington.
O Encontro decorrerá no próximo dia 23 de Junho, Sábado, pelas 10h00 horas, no Hotel Riviera, em Carcavelos.
A Doença de Huntington, também designada de Coreia de Huntington é uma patologia do foro neurológico que tem origem num gene anormal. Esta doença é herdada através dos genes e começa a dar os seus avisos a partir dos 35 anos.
A DH é caracterizada por movimentos involuntários (coreia), deterioração intelectual e alterações no comportamento e na personalidade (depressão). A maioria dos indivíduos também desenvolve problemas com a fala, a mastigação e a deglutição provocados pela perda de controlo dos músculos da boca e da garganta.
Esta doença atinge na sua maior fatia, países ocidentais e afecta entre 5 a 10 por cada 100.000 indivíduos, e ocorre em ambos os sexos, embora em diferentes idades.
Os casos de DH em jovens, é mais raro, e tem o seu inicio por volta dos 20 anos e o principal sintoma da doença nos jovens é a rigidez muscular e não os movimentos involuntários.


Juliana Pereira
Fonte: Jasfarma

ASAE alerta para infecções alimentares

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) alertou os portugueses, para o cuidado a ter com os alimentos perecíveis devido ao Verão, considerada a “época alta” para as infecções alimentares.
“Os alimentos são estragados por bactérias, que se multiplicam com as temperaturas elevadas”, colocando a saúde dos portugueses em risco, explicou Alexandra Veiga, técnica da Direcção de Avaliação e Comunicação de Riscos da ASAE.
Os alimentos mais perigosos, como quem diz, aqueles que devem ser guardados em ambiente mais frio, são as natas, o fiambre, a maionese, os ovos, a carne ou o peixe.
Alexandra Veiga explicou que esses alimentos não devem estar em temperaturas entre os 5 e os 60 graus (zona de risco), por serem um intervalo de temperatura favorável à multiplicação das bactérias nos alimentos perecíveis.
Esta sugestão surgiu num seminário organizado hoje em Lisboa pela ASAE sobre a “Avaliação dos Riscos na Cadeia Alimentar”.
No seminário, foi também discutida a participação da ASAE na criação, a nível europeu, de uma “plataforma de risco emergente”, que pretende tentar prevenir eventuais riscos alimentares.
A Base de Dados de Suplementos Alimentares, nomeadamente complexos vitamínicos, ácidos gordos, ómega 3 ou preparados à base de ervas, foi outro tema abordado.
Paulo Fernandes, da ASAE, explicou que a base de dados criada, só poderá ser usada pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, e permite uma melhor avaliação dos riscos dos produtos e fiscalizá-los.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Nuvifil a caminho do mercado norte-americano

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA) aprovou a comercialização do Nuvigil (armodafinil) da farmacêutica Cephalon, um medicamento utilizado no tratamento da hipersónia associada à narcolepsia, Síndrome de Apneia/Hipopneia obstrutiva do sono e de perturbações do sono derivadas da alteração frequente de horários.

O laboratório tem planos para comercializar o medicamento logo que estejam reunidos os dados clínicos adicionais e apesar do director executivo da Cephalor, Frank Baldino Jr., ter anunciado que o fármaco não seria lançado em 2007. O Nuvigil é uma nova fórmula de acção mais prolongada do Provigil, o fármaco mais bem sucedido do laboratório norte-americano aprovado pela FDA em 1998. No caso da Síndrome de Apneia/Hipopneia obstrutiva do sono a utilização do Nuvigil é indicada em conjunto com o tratamento habitual.

A Cephalon tinha já anunciado em Março que acreditava na aprovação do fármaco, consciente de que viria acompanhado de um aviso de contra-indicações relativas a alergias na pele e hipersensividade, previsão que se veio a confirmar.

“Encaramos esta aprovação como um marco na história da Cephalon, uma vez que o Nuvigil pode alargar, até 2023, a exclusividade da empresa sobre os produtos para o tratamento de perturbações do sono”, afirmou Eric Schmidt, analista da Cowen & Co, referindo-se a uma patente norte-americana que protege o Nuvigil até essa data.

Os analistas acreditam que o parecer positivo da FDA ao Novigil poderá ajudar a Cephalon a evitar uma possível competição de um semelhante genérico do Provigil, cujas vendas geraram cerca 543 milhões de euros (728 milhões de dólares norte-americanos) no ano passado.

Em Março, a autoridade da concorrência norte-americana intimou a empresa a fornecer detalhes acerca de um acordo assinado com quatro produtores de genéricos para adiar as cópias mais baratas de Provigil até 2012.

A aprovação do fármaco foi atrasada pela FDA, no ano passado, que requeria mais informações acerca da segurança do produto. A atitude da entidade reguladora surgiu na sequência de uma alergia de pele grave provocada numa criança durante os ensaios clínicos da substância, revelou a Cephalon.

O consentimento da FDA relativamente ao Nuvigil é sinónimo de “uma grande vitória e resulta dos esforços de colaboração entre a comunidade científica e reguladora”, afirmou Lesley Russell, vice-presidente executivo e responsável pelas operações regulamentares e médicas da Cephalon a nível mundial. Num comunicado emitido pela própria empresa, Russel disse ainda que estão muito entusiasmados “com o futuro do Nuvigil” e que já iniciaram “novos ensaios clínicos para explorar o potencial do medicamento num vasto leque de doenças”.

O programa clínico da farmacêutica deverá avaliar a utilização de Nuvigil no tratamento da depressão bipolar, esquizofrenia, narcolepsia associada à doença de Parkinson e fadiga em pacientes que estão a receber tratamento para o cancro.

As acções da Cephalon, sedeada na Pennsylvania, aumentaram hoje na bolsa de Nasdaq cerca de 92 cêntimos (1.23 dólares norte-americanos) ou 1,5 por cento, para 62.54 euros (83.86 dólares).

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Forbes, Cephalon, Bloomberg, First World.

Medicamento para o coração reduz risco de amputação

Um fármaco utilizado no tratamento de ataques cardíacos poderá evitar que alguns doentes tenham de sofrer amputações nos dedos dos pés e das mãos, geralmente motivadas por ulcerações provocadas pela exposição ao frio intenso.

Segundo um estudo publicado na última edição dos «Archives of Surgery Medical Journal», uma equipa de investigadores da Universidade do Utah, nos Estados Unidos, aferiu que o medicamento em causa também contribui para repor a circulação sanguínea nos dedos afectados por hipotermia, reduzindo significativamente o risco de amputação daqueles membros. A exposição ao frio intenso provoca o bloqueio dos vasos sanguíneos e obstaculiza a circulação do sangue. Muitos têm sido os procedimentos utilizados no sentido de resolver o problema – oxigénio hiperbárico, intervenções cirúrgicas e fármacos anti-coagulação –, mas com poucos resultados, de acordo com a equipa de cientistas do Utah, que agora contrapõe a administração do plastimogen activator (TPA) como solução para optimizar a fluidez da circulação sanguínea, prevenindo maiores danos para o organismo. “O que o medicamento faz é ajudar a recuperar os tecidos que estão afectados pelo frio, mas que ainda não morreram”, disse Stephen Morris, um dos autores do estudo agora divulgado.

Carla Teixeira
Fonte: Xinhua

Anti-coagulantes podem evitar amputações em lesões provocadas pelo frio

Os medicamentos anti-coagulantes utilizados no tratamento de derrames cerebrais e ataques cardíacos poderão ser uma solução para restaurar o fluxo sanguíneo nos dedos e noutros membros do corpo que sofreram congelamento. Um estudo recente diz mesmo que desta forma poderão ser evitadas algumas amputações.

A equipa de investigadores da Universidade de Utah realizou a pesquisa num pequeno grupo de doentes e verificou que os fármacos trombolíticos (substâncias que dissolvem o coágulo) como a estreptoquinase, a uroquinase ou o activador do plasminógeno tecidular, podem ser eficazes no tratamento das queimaduras provocadas pelo gelo.

Este tipo de lesões provocadas pelo frio pode atingir várias partes do corpo que sofrem danos permanentes. Conforme a explicação fornecida pelo Manual Merck, “é mais provável que o congelamento afecte quem tem circulação deficiente devido à arteriosclerose (espessamento e endurecimento das paredes arteriais), a espasmo (que pode ser provocado pelo tabagismo, por alguns problemas neurológicos e por determinados medicamentos) ou à dificuldade do fluxo sanguíneo por compressão provocada por botas ou luvas demasiado apertadas”.

As mãos e os pés expostos ao frio são mais vulneráveis. O dano que o congelamento provoca deve-se a uma combinação de fluxo sanguíneo reduzido com a formação de cristais de gelo nos tecidos. Ao congelar, a pele adquire uma cor avermelhada, incha e provoca dor, até que finalmente se torna negra. As células das zonas congeladas morrem. Dependendo da intensidade do congelamento, o tecido afectado pode chegar a recuperar ou gangrenar.

Actualmente, as terapias conhecidas recomendam que se enrole a pessoa congelada numa manta de protecção. Quanto à zona congelada, deverá ser lavada, seca e envolvida em ligaduras esterilizadas e mantida meticulosamente limpa, para evitar infecções.

Quando se diagnostica um estado de congelamento, deve ser administrado um antibiótico, no entanto alguns especialistas recomendam também a aplicação da vacina antitetânica. Os investigadores esperam agora dar um passo em frente relativamente a este tipo de terapias de forma a proporcionar a estes doentes uma tratamento mais eficaz.

O congelamento pode abranger desde uma queimadura por frio superficial até às camadas de pele mais interiores, provocando lesões que danificam os tecidos, os músculos e os ossos. Nos casos mais moderados pode nem ocorrer qualquer tipo de lesão permanente, porém os casos mais graves obrigam à amputação dos membros afectados.

A actuação desta terapia verifica-se ao nível da recuperação “dos tecidos que estão danificados mas que ainda não estão mortos”, explicou Stephen Morrir, um dos médicos responsáveis pela elaboração do estudo divulgado pelo jornal “Archives of Surgery”.

De acordo com os resultados do estudo, os pacientes que receberam terapia trombolítica conseguiram mais facilmente recuperar e manter os dedos das mãos e pés que estavam danificados do que outros aos quais não foi administrado o tratamento.

Dos 32 doentes envolvidos na investigação, sete foram tratados à base de uma terapia de anti-coagulantes, seis dos quais receberam o tratamento dentro das primeiras 24 horas de exposição. Posteriormente os resultados foram comparados com os dos 25 pacientes que não foram submetidos à terapia e com um paciente que recebeu o tratamento depois das primeiras 24 horas de exposição.

Do total de 32 participantes, 19 por cento sofria de congelamento nas mãos, 62 por cento nos pés e 19 por cento em ambas as extremidades.

Entre os pacientes aos quais foi aplicada a terapia em estudo, apenas 10 por cento dos dedos das mãos e pés afectados foram amputados, comparativamente com 41 por cento naqueles doentes que não receberam o tratamento. Nenhum dos pacientes submetidos ao tratamento necessitou de amputar qualquer membro do corpo, comparativamente com 14 no grupo de controlo.

Face aos resultados, os investigadores suspeitam que a terapia, em que se aplicaram fármacos destinados à dissolução dos coágulos, ajuda a reduzir as lesões causadas quando a pele com danos provocados pelo frio volta a aquecer. É frequente que as inflamações que ocorrem à medida que as partes afectadas vão descongelando estimulem coágulos que bloqueiam pequenos vasos sanguíneos, conduzindo à morte das células. Uma vez que a terapia reverte esta situação, o fluxo sanguíneo é restaurado antes que ocorram danos permanentes.

“Já foram empreendidas várias manobras com o objectivo de progredir no tratamento de doentes com congelamento, incluindo a utilização de oxigénio hiperbárico, simpatectomia médica e cirúrgica, agentes farmacêuticos e anti-coagulantes. Nenhuma destas terapias provocou alterações no tratamento da doença”, salientaram os investigadores.

Por sua vez, a terapia trombolítica parece reverter a trombose, prevenindo a insquémia e a necrose que podem ocorrer nas inflamações e nos coágulos durante o descolgelamento do tecido congelado.

Ainda assim, os investigadores reconhecem as limitações do estudo já que a amostra era muito reduzida e proveniente de uma única região geográfica. Para além disso, não foi colocada de lado a hipótese de os pacientes que receberam terapia trombolítica poderem ter melhorado sem esse mesmo tratamento.

Recorde-se que a terapia trombolítica também não é uma inovação, mas tem uma aplicação difícil porque nem todas as vítimas de congelamento podem ser submetidas ao tratamento. As pessoas que sofram de debilidade ao nível sanguíneo ou que já tenham sofrido uma lesão na cabeça correriam riscos de sérias complicações com a utilização de anti-coagulantes.

John Twomey, director do departamento de queimados do “Hennepin County Medical Center”, no Minneapolis, tentou utilizar esta terapia pela primeira vez num doente há cerca de 20 anos e desde então já tratou 18 pacientes com a referida terapia.

Marta Bilro

Fonte: MSNBC, Fox News, Insider Medicine, Med Page, Manual Merck.

Contra o vírus do papiloma humano
Recomendada vacinação de adolescentes

A Comissão de Vacinação e Imunização do Reino Unido deverá recomendar o arranque, no próximo ano lectivo, de um programa de vacinação contra o vírus do papiloma humano nas adolescentes entre os 12 e os 16 anos. Frequentemente transmitido por via sexual, é o agente causador do cancro cervical.


A recomendação da comissão britânica deverá ser feita amanhã, no âmbito da sua reunião anual, mas caberá depois ao Departamento de Saúde definir em concreto os termos de funcionamento do programa. Ao contrário das raparigas, para quem a imunização é recomendada, os rapazes não deverão ser sujeitos ao procedimento de vacinação, em virtude do seu elevado custo. Os pais terão direito de optar pela não vacinação dos filhos, embora um membro da comissão, Syed Ahmed, tenha já expressado a convicção de que “a maioria dos progenitores é a favor da vacina”, tendo por base inquéritos realizados às famílias.
Numa altura em que se encontra disponível na Europa a Gardasil, uma imunização produzida pela Sanofi Pasteur MSD (join-venture formada pela Merck & Co. e pela Sanofi-Avensis), aprovada em 2006, e está em fase final de estudo e aprovação na União Europeia a Cervarix, da GlaxoSmithKline, os especialistas acreditam que a sua aplicação às adolescentes poderá reduzir em três quartos o número de mortes devidas à incidência daquele carcinoma, embora alguns críticos da medida refiram o risco de a “vulgarização” da vacina poder impulsionar as adolescentes britânicas para o início da vida sexual activa.
Cerca de três mil mulheres são anualmente diagnosticadas com cancro cervical no Reino Unido, acabando por morrer da doença num terço dos casos. A comunidade científica acredita numa redução de 61 por cento da incidência daquela neoplasia se apenas 80 por cento das adolescentes receber a imunização. A grande maioria dos episódios de cancro cervical tem origem na transmissão por via sexual do vírus do papiloma humano.
Em Portugal a Gardasil está disponível nas farmácias desde Janeiro deste ano com um custo de 300 euros. A administração é particularmente recomendada a crianças do sexo feminino a partir dos nove anos (ou a jovens com menos de 26 anos, como tratamento da infecção). O vírus do papiloma humano é incurável e provoca grande parte dos cancros do colo do útero, que atingem anualmente cerca de meio milhar de mulheres em todo o mundo, sendo provável que pelo menos dois terços de toda a população mundial sejam hospedeiros.

Carla Teixeira
Fonte: First Word, Daily Mail, Times Online, Ciência no Mundo, Gardasil.com
Identificada proteína que inibe vírus da sida

Uma equipa de investigadores do Conselho Superior de Pesquisas Científicas de Espanha anunciou a descoberta de uma nova proteína terapêutica que poderá, de acordo com os resultados de um estudo que desenvolveram, ajudar a evitar que as células sejam infectadas pelo agente causador da doença. A investigação, descrita na última edição da revista «Nature Cell Biology», poderá representar um avanço significativo no entendimento das fases iniciais da infecção pelo VIH, num momento em que a sida é tida, na comunidade médica e científica, como a grande epidemia deste século.

De acordo com o cientista que dirigiu o estudo, os investigadores encontraram uma proteína que se liga aos receptores que usam o vírus para invadir as células sãs do organismo, e infectá-las. Santos Mañes explicou que “cada uma das células possui um esqueleto que define a sua forma e fornece o suporte interno necessário para que funcione. Diante de qualquer estímulo externo, como uma eventual tentativa de infecção, esse citoesqueleto reage promovendo uma auto-reorganização, mediante um complexo sistema em que têm papel essencial as enzimas RHO GTPases”.
Os cientistas espanhóis descobriram que, em caso de infecção pelo VIH, a proteína une os receptores do vírus ao citoesqueleto da célula, activando em simultâneo a enzima RHO-A. Segundo aquele responsável, “o êxito do vírus da sida na infecção das células do sistema imunológico (linfócitos T) poderá encontrar explicação no funcionamento do mecanismo descrito no estudo agora divulgado. À luz deste e de anteriores trabalhos nesta área, os investigadores espanhóis acreditam que o VIH se apropria do mecanismo fisiológico que activa as células de defesa do organismo para conseguir invadi-lo e, progressivamente, accionar a sua destruição.

Carla Teixeira
Fonte: UOL Ciência e Saúde
Anel vaginal disponível em todo o espaço comunitário
NuvaRing® completou autorização europeia


O fabricante de produtos farmacêuticos Organon anunciou hoje que o anel vaginal NuvaRing® (etonogestrel/ethinyl estradiol) completou com sucesso o processo de reconhecimento na Europa, tendo a sua comercialização sido autorizada em 13 novos países do continente, alargando-se assim a toda a União Europeia.

Depois de ter sido reconhecido e estar disponível em 14 países da União Europeia – a Holanda (2001) e a França (2003) foram os primeiros –, o método contraceptivo mensal da Organon passa a estar disponível na Bulgária, no Chipre, na República Checa, na Polónia, na Roménia, na Eslovénia, no Reino Unido, na Estónia, em Malta, na Hungria, na Letónia, na Lituânia e na Eslováquia, cobrindo finalmente todo o espaço comunitário.
Inserido pela própria mulher na vagina, onde deverá permanecer durante 21 dias, o anel vaginal da Organon combina um elevado índice de protecção face a uma gravidez indesejada com uma baixa ocorrência de efeitos secundários. A empresa farmacêutica afirmou prontamente, pela voz de Emile van Donen, vice-directora executiva do departamento de vendas, total satisfação por finalmente ter conseguido alargar o mapa da disponibilidade do produto a toda a Europa, frisando que ele já é usado por mais de 1,5 milhões de mulheres, em mais de 40 países.

Carla Teixeira
Fonte: PR Newswire

Programa nacional investiu cerca de 3,5 milhões de euros na luta contra a SIDA

O Programa ADIS/SIDA, da Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA, financiou 47 projectos de prevenção, apoio social e formação em 2007. O Programa foi criado em 2002 e tem como objectivo apoiar, tanto do ponto de vista técnico, como financeiro, as iniciativas desenvolvidas por Organizações Não-Governamentais (ONG´s) e por outras instituições sem fins lucrativos, que apresentem soluções sólidas para as necessidades actuais, tanto nas áreas da prevenção, como de apoio social e ainda formação em VIH/SIDA.

Os programas, que receberam apoios financeiros, têm o intuito de reduzir a transmissão do vírus da SIDA, diminuir o predomínio dos casos de pessoas infectadas que ainda não foram diagnosticadas, alertar para os riscos de infecção a que estão sujeitos os utilizadores de drogas injectáveis e reduzir essas situações, defender os direitos das pessoas infectadas, fomentar a solidariedade e garantir a qualidade dos cuidados de saúde, a prestação de cuidados continuados, o apoio social e reabilitação, fomentando também a intervenção da sociedade civil e dos organismos estatais.

No conjunto dos programas que receberam apoios, 14 dedicam-se ao apoio social e 33 à prevenção, num investimento total de cerca de 3,5 milhões de euros. O financiamento da Coordenação Nacional corresponde, este ano, a cerca de 2,7 milhões de euros, o que representa um apoio de 78%. O Programa pretende ainda apostar na formação de pessoas para trabalhar na luta contra a SIDA.

No encontro para a apresentação dos projectos financiados à sociedade civil em 2006 e 2007, que decorre em Lisboa, procura-se avaliar os resultados e os constrangimentos relativos ao funcionamento do Programa, bem como propor novas perspectivas de financiamento às organizações que actuam directamente nesta área, tal como foi feito em 2006.

No ano passado, o Programa financiou 40 projectos, 15 deles no âmbito do apoio social e extra-hospitalar, 22 dedicados à prevenção e três à formação. O financiamento da Coordenação Nacional foi de cerca de 2,6 milhões de euros, o que corresponde a 78% dos cerca de 3,3 milhões de euros que estes projectos envolveram na sua totalidade.

Isabel Marques

Fontes: Diário Digital / Lusa e www.sida.pt

Hepatite A: Fundação Follieri vacina 190 mil crianças nas Honduras

No próximo dia 22 de Junho, a Fundação Follieri vai iniciar um programa de vacinação contra a Hepatite A, em mais de 190 mil crianças das Honduras.

O programa, é a segunda etapa de um compromisso de luta contra as doenças na América Latina, assumido há quatro anos e conta com 380 mil vacinas, que serão administradas a crianças até aos cinco anos de idade.

Inicialmente, estavam apenas disponíveis 10 mil doses, mas a contribuição do sector privado possibilitou aumentar os recursos e vacinar um maior número de crianças.

O programa de vacinação contra a Hepatite A, decorrerá ao longo de dois anos, percorrendo diversas localidades hondurenhas.

De realçar é ainda o facto de a Terumo Medical Corporation ter doado as seringas médicas necessárias para a aplicação das vacinas, que por sua vez, foram disponibilizadas pela GlaxoSmithKline, a um preço bastante mais acessível.

A Fundação Follieri pretende prestar serviços de apoio a comunidades carentes, proporcionando uma melhor qualidade de vida, nomeadamente ao nível da saúde, educação e habitação

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maioria das crianças na América Latina, contraem a doença ainda antes dos nove anos de idade, devido às deficientes condições de vida.

Inês de Matos

Fonte: PR Newswire

Analistas especulam uma possível fusão da Sanofi-Aventis

Os analistas especulam que a Sanofi-Aventis pode procurar uma fusão com outra farmacêutica, de forma a fortalecer a sua pipeline, depois da FDA ter chumbado o Zimulti ou Acomplia (rimonabant) no tratamento contra a obesidade.

É esperado que a Sanofi-Aventis perca cerca de um terço das suas vendas dentro de cinco anos, devido à competição dos genéricos, precisando de um novo motor que impulsione o crescimento, sendo que a melhor e mais rápida maneira seria através de um crescimento externo.

Os analistas prevêm ainda que os potenciais alvos para uma fusão possam ser a Bristol-Myers Squibb ou a Eli Lilly, a quinta maior farmacêutica americana. A Sanofi revelou em Fevereiro que as conversações com a Bristol-Myers Squibb sobre uma possível fusão tinham terminado, mas Jean-Edouard Reymond, da Union Bancaire, sublinhou que agora um negócio com a Bristol-Myers Squibb parece inevitável, tendo a farmacêutica apostado demasiado no Zimulti ou Acomplia, uma vez que contava com um lucro de três biliões de dólares por ano.

Contudo, Nick Turner, da Mirabaud Securities, sugeriu que a Sanofis, em alternativa, pode procurar uma fusão com a Eli Lilly. Contudo, nenhum porta-voz das referidas farmacêuticas quis comentar as especulações.

A Sanofi pode ainda procurar fazer uma aquisição de uma farmacêutica de tamanho médio. A farmacêutica afirmou, no mês passado, ainda estar à procura de uma companhia japonesa para adquirir, visto que o mercado dos países asiáticos oferece mais oportunidades de crescimento do que a Europa, onde os cortes governamentais têm estagnado as vendas.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg

Elestrin chega à União Europeia

Elestrin gel é utilizado no tratamento de sintomas vaso-motores moderados a sérios associados à menopausa. O fármaco chega à UE através da Kenwood Therapeutics, uma divisão da multinacional americana Bradley Pharmaceuticals.

«Elestrin vai entrar no mercado como uma terapia de estrógeneos de baixa dose (0.06%) que segue as recomendações Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) e das organizações de saúde lideres tais como o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia e a Sociedade de Menopausa Norte-Americana», referiu o vice-presidente da Kenwood John Knoop.

A Bradleu conquistou a licença do produto à farmacêutica BioSante no final do ano passado e assegurou os direitos exclusivos de marketing nos espaço europeu. A patente do fármaco tem validade até 2022.

Sara Pelicano

Fonte: PM Farma

Actemra ajuda a reduzir os sintomas da artrite reumatóide

A farmacêutica Roche anunciou os resultados do estudo do fármaco experimental Actemra (tocilizumab), mostrando que este ajuda a reduzir os sintomas da artrite reumatóide.

O estudo desenvolvido durante 24 semanas contou com 623 pacientes com artrite reumatóide moderada a grave. 44% dos pacientes a quem foi administrado Actemra em combinação com metotrexato apresentaram uma melhoria de sintomas na ordem dos 50%, em comparação com os 11% dos pacientes que só receberam metotrexato.

O estudo revelou ainda uma melhoria dos sintomas na ordem dos 70% em 22% dos pacientes que receberam Actemra, comparado com os dois por cento do grupo de controlo. O tratamento com Actemra também resultou na remissão em 28% dos pacientes, em comparação com o 1% cento dos pacientes do grupo que recebeu placebo.

O Actemra age de maneira diferente em relação a fármacos anteriores, uma vez que atinge uma proteína, a interleucina-6, que causa inflamação, assim como outros sintomas, tais como febre, dor e rigidez.

A Roche apresentou os resultados da Fase III do ensaio do Actemra no tratamento da artrite reumatóide na conferência da Liga Europeia Contra o Reumatismo, em Barcelona.

A Roche planeia apresentar o Actemra para o tratamento da artrite reumatóide nos Estados Unidos e na Europa no final de 2007.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg

UE aprova Tracleer na redução de úlceras

A União Europeia (EU) aprovou a utilização do fármaco Tracleer (bosentan) no tratamento de úlceras de pressão em doentes com esclerose múltipla, comunicou a empresa suíça de biotecnologia Actelion.


As úlceras de pressão atingem cerca de 50% dos portadores de esclerose múltipla. O Tracleer foi um dos primeiros fármacos a ser utilizados para tratar este problema através de um processo de vasculopatia.

O químico já existe no mercado da UE, mas apenas era recomendado no tratamento da hipertensão pulmunar-arterial a fim de melhorar o exercício do pulmão.

Sara Pelicano

Fonte: PM Farma

segunda-feira, 18 de junho de 2007

11% dos doentes compra fármacos na Internet

Uma pesquisa da empresa de inquéritos Forrester Research revelou que 11% dos europeus adquire as receitas via Internet.

O grupo de compradores de medicamentos online tem mais de 40 anos, com educação universitária, casados e adeptos das novas tecnologias. Dentro destes 11%, a grande maioria (78%) obteve o produto através de sites legais.

Este resultado é muito elevado tendo em conta os problemas que existem de legalização e qualidade dos fármacos.


A Forrester contabilizou ainda que 27% dos consumidores recorreram a uma farmácia de venda pelo correio.

As grandes indústrias farmacêuticas, sobretudo norte-americanas, já lançaram o aviso de que vão começar a investir neste canal de venda através de uma publicidade agressiva.

Sara Pelicano
Fonte: PM Farma

Cientistas identificam proteína inibidora da infecção por HIV/Sida

Os cientistas do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) de Espanha, descobriram uma nova proteína terapêutica, a filamina A, que poderá ter um efeito inibidor na infecção das células com o HIV/Sida.

O estudo, realizado ao longo de uma década, foi publicado na última edição da revista ‘Nature Cell Biology’ e representa um importante passo para o conhecimento as fases iniciais da infecção.

Santos Mañes, director do estudo, explica que os cientistas "encontraram uma proteína que se liga aos receptores que usam o vírus para entrar nas células" e infectá-las, acrescentando que "cada uma das células do organismo possui um esqueleto, o citoesqueleto, que define a sua forma e fornece o suporte interno necessário para que funcione".

Perante uma tentativa de infecção, “o citoesqueleto reage reorganizando-se mediante um complexo sistema no qual possuem um papel essencial um determinado tipo de enzimas, as Rho GTPases”, esclarece Mañes.

Em investigações anteriores, os cientistas da CSIC haviam já percebido que o vírus da Sida precisa de activar as enzimas RHO-A, para invadir a célula e infectá-la, o que permitiu avançar para o estudo agora publicado.

"A equipa tentou analisar como a RHO-A é activada quando o vírus se liga à célula, levando-nos até uma proteína de união do citoesqueleto, a filamina A". Em caso de infecção, esta proteína une os receptores do vírus com o citoesqueleto da célula, activando ao mesmo tempo a enzima RHO-A.

Estas e outras conclusões levam a acreditar que o HIV/Sida, se apropria do mecanismo fisiológico que activa as células de defesa do organismo do ser humano, os linfócitos T, para invadi-las e destrui-las.

De acordo com os investigadores, o processo depende da função da filamina A que, ao interagir com os receptores do vírus, inicia um processo de recolocação de receptores, muito semelhante ao que ocorre na activação dos linfócitos.

"O sucesso que o vírus da Sida tem em infectar as células do sistema imunológico, os linfócitos T, possivelmente está no mecanismo descrito neste estudo", conclui Santos Mañes.

Inês de Matos

Fonte: CiênciaPT

Teleassistência a idosos: alarme com botão de pânico

50% com mais de 80 anos sofrem quedas

O envelhecimento da população portuguesa coloca enormes desafios à sociedade. Em 2004, cerca de 17 por cento da população tinha 65 ou mais anos. De acordo com estudos do INE (Instituto Nacional de Estatística), esta percentagem irá duplicar para 32 por cento, em 2050.

Os números constatam ainda que, cerca de 30% dos indivíduos com 65 ou mais anos sofrem quedas em casa. Um valor que sobe para 50% no grupo dos indivíduos com 80 ou mais anos, aumentando, também, a gravidade das consequências destes acidentes.

No sentido de dar resposta a esta problemática e para ajudar os idosos em situações de emergência dentro das suas casas (quedas, mal-estar, dor, entre outras), foi criado um dispositivo inovador: Primus Care Alarme - um sistema de alarme por teleassistência direccionado para os idosos que necessitem de cuidados e apoio continuados.

Enfermeiros e médicos respondem

Segundo o mentor do dispositivo, João Zorro Gonçalves, “a avaliação inicial será feita por uma equipa de profissionais (enfermeiros, médicos e fisioterapeutas) que decidirá com o cliente e família, o período e apoio necessários em função dos diagnósticos médico e de enfermagem, tendo sempre em consideração as necessidades individuais e familiares do cliente.”
O responsável explicou que “o alarme é accionado através de um botão de pânico, que pode ser utilizado no pescoço ou no pulso e faz uma ligação ao centro de atendimento telefónico através de uma unidade central montada em casa da pessoa.”

Em situação de emergência, mesmo a distâncias consideráveis do aparelho, João Gonçalves esclareceu que o idoso poderá falar com o operador para que este avalie a situação e accione a resposta necessária.
“Nos casos em que o idoso não possa falar, de imediato são efectuados os contactos necessários (familiares, vizinhos ou ambulância) para o socorro. O sistema pode ainda incluir outros acessórios, como detectores de gás ou de água”, frisou.

O representante do produto inovador considera que “a vida autónoma e condigna dos seniores nas suas casas é um factor primordial para o desenvolvimento da sociedade portuguesa, uma vez que esta está envelhecida”, reforçando que, deste modo, “é urgente criar condições que sustentem a manutenção, ou mesmo, o aumento da qualidade de vida dos idosos.”

Raquel Pacheco
Fonte: Hospital do Futuro/Fórum Enfermagem

Doações convertidas em 250 equipamentos médico-científicos


Missão Sorriso permitiu angariar 800 mil euros

A Missão Sorriso 2006 permitiu angariar, em todo o país, 800 mil euros, que foram convertidos em mais de 250 equipamentos médico-científicos e lúdicos para distribuir pelos serviços pediátricos de 25 unidades hospitalares.
Desde 2003, a Missão Sorriso já contribuiu com mais de dois milhões de euros, traduzidos numa oferta de mais de 700 equipamentos.

Rastreio de surdez neonatal
No Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM) – e resultado da campanha traduzida na venda naqueles hipermercados do livro, CD e DVD «Leopoldina e a tartaruga bebé» - foi atribuído um aparelho de otoemissões.
Segundo o director do Serviço de Pediatria do CHAM (Viana do Castelo), a falta do aparelho inviabilizava a realização daquele rastreio nos recém-nascidos. “Estamos, neste momento, na fase de formação do pessoal, sendo certo que, muito em breve, começaremos a fazer o rastreio”, asseverou Rei Amorim.

Icterícia
De acordo com aquele responsável, o CHAM recebeu, também, uma bomba extractora de leite, para mães com bebés internados, e a “nova geração” do aparelho de fototerapia destinado a tratar a icterícia nos recém-nascidos.

A icterícia manifesta-se na cor amarela da pele e no branco dos olhos dos bebés e é causada pelo excesso de bilirrubina no sangue.

Segundo sublinhou Rei Amorim, “a doação de maior valor foi, sem dúvida, o novo equipamento da sala de recém-nascidos da maternidade, desde mobiliário, ar condicionado a banheiras”, rematando que o equipamento de que dispunham “era muito antigo, estava lá desde a criação do hospital.”

Raquel Pacheco
Fonte: Lusa

Longevidade e vida saudável podem estar no cérebro

Cientistas do MIT verificaram que uma restrição de calorias e uma vida mais saudável podem estar dependentes do cérebro. O estudo foi realizado em vermes e publicado na revista Nature.

Ao longo dos anos, investigadores verificaram a relação entre uma alimentação saudável e a longevidade. No entanto, não conseguiram encontrar uma justificação para esta relação.

Agora, um estudo de biólogos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) demonstrou que esta relação alimentar e o envelhecimento pode estar na cabeça e não no estômago em si, como até agora se avaliava. O professor da Novartis of Biology, Leonard P. Guarente, verificou que existem dois neurónios associados à longevidade. Quando estes foram mortos com raios laser, os vermes deixaram de poder gozar desta característica, normalmente associada a uma dieta alimentar.

«Este estudo dirige a nossa atenção para o cérebro como centro mediador dos efeitos benéficos na restrição de calorias em muitos organismos, inclusive o humano. E uma compreensão molecular completa sobre a restrição de calorias pode levar à produção de novos fármacos para as principais doenças associadas ao envelhecimento», explica o professor.

O estudo revela que a dieta saudável activa um gene (skn-1) em dois neurónios sensoriais. Estes traduzem informação sobre a disponibilidade alimentar aos elementos endócrinos. Assim há um aumento da actividade metabólica que possibilita maior longevidade dos vermes. Sem estes genes o envelhecimento saudável com uma restrição alimentar desapareceu.

«Suspeitamos que os dois neurónios sensoriais e a restrição dietética emitem uma hormona que aumenta o metabolismo e consequentemente dão um pouco mais de tempo de vida aos vermes», esclarece Guarente.

Em 2000, este cientista demonstrou que a dieta activa nos vermes um gene (SIR2) que tem a capacidade de reduzir o tempo de envelhecimento. O ser humano possui um gene semelhante a este. O próximo passo de Guarente é relacionar o SIR2 com os dois neurónios identificados neste estudo mais recente. Deste modo, acredita que em 10 a 20 anos será possível controlar doenças que anunciam o envelhecimento do corpo.

Este trabalho é apoiado pelos Institutos Nacionais da Saúde e Glenn Foundation.

Sara Pelicano

Fontes: MIT e Nature
Actualização para farmacêuticos da América Latina
17ª Farma Racine Expo no Brasil


Assume-se como “o maior evento farmacêutico da América Latina”, e entre os dias 11 e 14 de Julho volta a abrir portas no Expo Center Norte, em São Paulo. A 17ª edição da Farma Racine Expo, que decorre em simultâneo com o 6º Ciclo Racine para Universitários no âmbito da Semana de Actualização, promete novidades de interesse para proprietários, farmacêuticos, académicos e técnicos daquela área.

Ao longo da Semana Racine de Actualização em Farmácia terão lugar 21 cursos e quatro simpósios, a cargo de palestrantes de renome internacional, que permitirão a troca de experiências e o cruzamento de dados entre profissionais de diversos países da América Latina e da Europa. Pela primeira vez, a edição 2007 do evento contempla a área de Farmácia Hospitalar, inserida numa programação que prevê dois cursos e um simpósio. Durante quatro dias o evento deverá congregar cerca de 20 mil pessoas, que visitarão os mais de 100 stands distribuídos por mais de 16 mil metros quadrados. A entrada na feira é gratuita.
A grande novidade deste ano passa pela existência de um espaço de showcase em que terão lugar palestras técnicas, difusão de vídeos institucionais e workshops. No seguimento do êxito alcançado nas anteriores edições deste certame, o stand de Farmácia Integrada continuará a demonstrar as possibilidades de estruturação de um estabelecimento comercial farmacêutico à luz de um conceito inovador lançado pelo Grupo Racine há quatro anos. Nos dias 13 e 14 de Julho decorre o 6º Ciclo Racine para Universitários, que há seis anos presta esclarecimentos a licenciados e recém-formados da área da Saúde, designadamente sobre assuntos ligados ao mercado de trabalho e ao início da carreira profissional.

Carla Teixeira
Fonte: 17ª Farma Racine Expo

GSK quer lançar cinco novos medicamentos contra o cancro até 2010

A GlaxoSmithKline (GSK), anunciou hoje em Londres, durante uma conferência destinada a analistas e investidores, que entre 2007 e 2010, espera lançar cinco novos medicamentos para o combate ao cancro.

De acordo com Moncef Slaoui , presidente da R&D, GSK “nos próximos três anos, a GSK fará a diferença para milhões de pacientes com cancro”.

Estes novos medicamentos encontram-se ainda em fase de testes, mas poderão representar um bom avanço no tratamento do cancro renal, cervical, ITP, Emesis e NHL/CLL.

A GSK encontra-se “a desenvolver medicamentos para combater 12 tipos de cancro diferentes, desde o tratamento pioneiro com o Tykerb, a vacinas para prevenção e tratamento do cancro”, afirma Slaoui.

O Tykerb, é um novo tratamento oral para o cancro da mama, da GSK, que nos Estados Unidos tem conhecido uma forte aceitação, sendo já utilizado no tratamento de 3.000 doentes, desde Março.

A GSK pretende afirmar-se, cada vez mais, na área da investigação oncológica.”Vamos lançar um número sem precedentes de produtos para tratamento, prevenção e apoio dos doentes com cancro” avisa Paolo Paoletti, do Centro de Desenvolvimento de Medicina Oncológica, da GSK.

O mercado oncológico movimenta 20 biliões de dólares e anualmente regista um crescimento na ordem dos 20%.

Medicamentos em causa

Entre os medicamentos hoje apresentados, encontra-se o Cervarix, uma nova esperança na prevenção do cancro cervical, cujos resultados têm sido animadores..

O Pazopanib, cujos resultados têm sido também muito positivos, destina-se ao tratamento do carcinoma renal e motivou já diversos estudos, no sentido de aplicar este medicamento ao tratamento de mais 11 tipos de cancro.

O Promacta, indicado para o tratamento da thrombocytopenia (ITP), revelou ser eficaz no aumento das plaquetas, reduzindo as hemorragias nos pacientes que sofrem de ITP. A sua utilização no tratamento desta doença, deverá ser aprovada ainda este ano.

O Rezonic, em combinação com o Zofran, registou resultados muito optimistas no tratamento da emesis. A combinação destes dois medicamentos foi hoje apresentada, até então apenas o Zofran era utilizado neste tratamento, mas a sua junção com o Rezonic revelou significativos progressos.

Estes cinco novos medicamentos deverão ser lançados num prazo máximo de três anos, encontrando-se ainda em fase de teste.

Inês de Matos

Fonte: PharmaLive

Quimioterapia Oral

A quimioterapia oral é um tratamento contra o cancro, administrado sob a forma de comprimidos ou cápsulas que 8 em cada 10 doentes prefere à quimioterapia intravenosa tradicional.

Uma vez que a quimioterapia oral é tomada sob a forma de um comprimido ou de uma cápsula, não é preciso injectá-la no corpo, como acontece com outros tipos de quimioterapia.

Em muitos casos, os medicamentos da quimioterapia são administrados directamente na veia da pessoa através de uma linha intravenosa, com a ajuda de um cateter implantado sob a pele.

Adicionalmente, os dispositivos intravenosos ficam no interior do corpo entre os tratamentos, e a sua presença pode conduzir a complicações adicionais em até 30% dos casos.

Tomar quimioterapia oral sob a forma de um comprimido ou de uma cápsula elimina esses riscos. Engolida com um pouco de água, a quimioterapia oral é um método simples e não invasivo de receber tratamento contra o cancro.

A quimioterapia oral pode ser usada para diferentes tipos de cancro, no entanto nem em todos os pacientes pode ser administrada.

Para saber mais consulte o sítio: http://www.quimioterapiaoral.org/html/pt/guide/index.cfm


Liliana Duarte

Fonte: Site mencionado em cima

Falta de medicamentos atrasa altas hospitalares no Reino Unido

A falta de medicamentos é apontada como a razão mais comum para os atrasos na consumação das altas hospitalares nas unidades de saúde britânicas. Segundo um estudo realizado pelo Picker Institute ao longo do Outono de 2006, cujos resultados acabam de ser publicados no jornal «Hospital Pharmacist», ascende a 61 por cento o volume de casos de internamento em que os doentes dos hospitais contemplados no estudo tiveram de esperar pelos fármacos para terem alta.

Durante o Outono do ano passado 141447 doentes internados em 167 unidades de saúde britânicas foram inquiridos sobre a sua experiência de internamento. Apenas 81 mil (cerca de 59 por cento) responderam ao inquérito, mas os resultados dizem que só 37 por cento consideraram terem sido totalmente esclarecidos relativamente a eventuais efeitos secundários dos tratamentos a que foram submetidos, enquanto outros 19 por cento afirmaram ter sido razoavelmente informados. À luz do mesmo estudo, 76 por cento dos doentes garantiu que as equipas médicas lhes falaram de forma acessível sobre os medicamentos que tinham de tomar, mas somente 65 por cento tiveram acesso a documentação adicional.

Carla Teixeira
Fonte: Hospital Pharmacist, Picker Institute

Cientistas constroem vasos sanguíneos a partir de células estaminais

As células estaminais retiradas do tecido muscular poderão ser utilizadas na reconstrução de novos vasos sanguíneos para transplantes em pacientes com problemas renais e cardíacos, demonstrou um estudo elaborado por investigadores norte-americanos.

Os cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh desenvolveram células estaminais em tubos elásticos biodegradáveis de forma a criar os vasos sanguíneos artificiais para ratos. Foram “semeadas” 10 milhões de células derivadas de músculos, em tubos com apenas 1,2 milímetros de diâmetro. Sete dias depois os vasos estavam cultivados e foram posteriormente implantados na aorta abdominal dos animais.

Oito semanas após o implante, os cientistas observaram que o enxerto de vasos sanguíneos não apresentava qualquer taxa de obstrução e que a formação do tecido tinha evoluído para uma artéria madura.

“O próximo passo é demonstrar a utilização dos vasos sanguíneos artificiais num animal de maiores dimensões, como é o caso do porco, que possui um sistema de coagulação mais parecido ao dos seres humanos”, avançou David Vorp, membro da equipa de investigação e professor de cirurgia e bioengenharia.

Conforme explicou o responsável, teoricamente, as células estaminais conseguem regenerar artérias inteiras, no entanto ainda é necessário perceber o verdadeiro contributo das células. Ainda assim, os investigadores verificaram que esta tecnologia consegue muitas vezes prevenir coágulos sanguíneos que podem ser fatais noutros enxertos.

À medida que se vai degradando, com o passar do tempo, o tubo “deixa espaço suficiente para que as células estaminais cresçam e se regenerem para ampliar a circulação sistémica”, acrescentou Alejandro Nieponice, outro dos especialistas envolvido no estudo.

A principal vantagem, salientou Vorp, é que o enxerto pode utilizar as células estaminais dos próprios pacientes e estar disponível para implante quase de imediato, ou após um curto período de cultivo.

Os investigadores acreditam que, face aos resultados, esta tecnologia poderá ser praticada sem seres humanos.

Apesar de ser uma metodologia com alguma taxa de insucesso, actualmente são utilizadas partes de veias ou artérias retiradas da perna do paciente para a colocação de um bypass por enxerto da artéria coronária. A colocação de um enxerto arterial é um método preferencial uma vez que oferece menos riscos de obstrução. A principal adversidade desta metodologia reside no facto de haver escassez de enxertos arteriais quando muitos dos pacientes necessitam de vários.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, The Age.

Amamentação previne artrite reumatóide

As mães que amamentaram durante longos períodos de tempo correm riscos reduzidos de vir a desenvolver artrite reumatóide, uma doença inflamatória crónica que atinge principalmente as articulações, revelou um novo estudo. Os resultados foram apresentados durante o Congresso Anual Europeu de Reumatologia, que decorreu em Barcelona.

De acordo com o estudo, as mães que amamentaram durante 13 ou mais meses comportam um risco reduzido de desenvolver artrite reumatóide em comparação com as mulheres que não o fizeram. O relatório diz mesmo que quanto mais longo for o período de amamentação menor é o risco.

O uso de contraceptivos orais ou da terapia de substituição hormonal, métodos com efeito reconhecido, não surtiram um efeito tão significativo na diminuição do risco de desenvolver artrite reumatóide.

“Enquanto outros estudos sugerem que os factores hormonais são relevantes no desenvolvimento da artrite reumatóide, e sabemos que a gravidez pode aliviar os sintomas da doença, quisemos investigar os efeitos da amamentação a longo-prazo”, explicou Mitra Keshavarz, investigadora do Hospital Universitário Malmö, na Suécia.

“O estudo salienta, de forma específica, o potencial das hormonas induzidas naturalmente na protecção contra o desenvolvimento futuro de artrite reumatóide”, continuou a especialista, acrescentando que este é mais um elemento a somar ao rol de evidências a favor da amamentação e das suas implicações positivas para a saúde, neste caso dos seus benefícios para as mães.

Os dados foram recolhidos a partir dum estudo de saúde de uma comunidade de participantes em conjunto com informações do “Swedish National Hospital Discharge” e do “National Cause of Death Register”, entre 1991 e 1996. A investigação comparou informações relativas à saúde de 136 mulheres que mais tarde desenvolveram artrite reumatóide com os dados das 544 mulheres envolvidas no grupo de controlo.

Através de um questionário foram recolhidas informações acerca da utilização de contraceptivos orais, de terapias de substituição hormonal e de outros factores associados ao estilo de vida de cada participante, que depois foram analisadas por uma equipa do Hospital Universitário Malmö.

A investigação revelou que a amamentação durante 13 ou mais meses estava associada à redução do risco de desenvolver artrite reumatóide (com um rácio de probabilidades de 0,46 pontos, e um intervalo de confiança de 95 por cento). Para as mulheres que amamentaram entre 1 e 12 meses o rácio de probabilidades situou-se nos 0,74 pontos, com um intervalo de confiança de 95 por cento, comparado directamente com as que nunca amamentaram.

Marta Bilro

Fonte: The Times of India, Press TV, Medical News, Dailyindia.com.

Remicade apresenta resultados positivos para os sintomas da Espondilite Anquilosante

Os dados resultantes de dois anos de estudo clínico mostraram que o Remicade (infliximab), da Schering-Plough, melhora a mobilidade da coluna em pacientes com Espondilite Anquilosante, em comparação com um placebo, assim como apresenta continuadas melhoras na redução da inflamação da coluna. Os resultados foram apresentados no Congresso Europeu Anual de Reumatologia da Liga Europeia contra o Reumatismo (EULAR), em Barcelona.

O estudo incluiu 279 pacientes distribuídos por 33 centros de pesquisa na América do Norte e na Europa. Todos os pacientes sofriam de Espondilite Anquilosante activa que tinha sido diagnosticada pelo menos três meses antes. Para fazer parte do estudo, os pacientes tinham de ter Espondilite Anquilosante activa, determinada pela presença de sintomas típicos, tais como fadiga, rigidez matinal, dores nas costas e nas articulações.

Os pacientes foram tratados e avaliados em intervalos de seis semanas até à semana 102. De acordo com os resultados, os pacientes tratados com Remicade (201 pacientes), na semana 24 apresentaram uma melhoria dos sintomas, em comparação com o grupo que recebeu um placebo (78 pacientes). 51 por cento dos pacientes tratados com Remicade apresentaram melhoras significativas em comparação com os 31 por cento dos pacientes tratados com o placebo. As melhoras registadas na semana 24 foram mantidas até à semana 102 nos pacientes que continuaram a extensão do ensaio clínico (161 pacientes). Além disso, também os pacientes que receberam inicialmente o placebo e que mudaram, na semana 24, para o grupo que recebia Remicade, apresentaram melhoras.

Os sinais e sintomas da Espondilite Anquilosante são medidos através de uma avaliação que atribui uma pontuação, incluindo a apreciação do médico de como o paciente está, a quantidade de dor nas costas presente, a capacidade de efectuar actividades físicas, e a quantidade de rigidez matinal. No início do estudo, todos os pacientes foram examinados por um médico e foi-lhes dado uma pontuação. No final do estudo, os pacientes voltaram a ser examinados. Os pacientes, a quem foi administrado Remicade, apresentaram melhoras na ordem dos 20, 50 e 70 por cento, ou seja, estes pacientes tiveram menos dores de costas e rigidez matinal e conseguiam efectuar as actividades diárias mais facilmente.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, www.remicade.com e Yahoo!Finance

Diagnóstico genético pré-implantação é um procedimento seguro

Um estudo recentemente realizado pela Universidade Livre de Bruxelas revelou que o diagnóstico genético pré-implantação (DGPI), que consiste na remoção de uma célula de um embrião entre o 3º e o 5º dia pós-fertilização para identificar disfunções genéticas, não representa qualquer perigo para os fetos. Os resultados da investigação foram apresentados durante a reunião da Sociedade Europeia de Genética Humana.

Este procedimento, que surgiu nos anos 90 a par do avanço das técnicas de reprodução medicamente assistida, permite confirmar a causa genética de determinada doença. O DGPI avalia “a presença ou ausência de mutações genéticas ou aberrações cromossómicas, associadas ao desenvolvimento de doenças em fetos, em familiares de pacientes afectados por doenças de natureza genética, ou em indivíduos sem familiares afectados”, esclarece o relatório sobre o assunto emitido pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

O mesmo documento explica também que o DGPI consiste no “estudo genético de embriões obtidos por fecundação “in vitro”, durante os primeiros dias de desenvolvimento”. É uma técnica de diagnóstico pré-natal que envolve um conjunto de procedimentos destinados ao estudo genético de células do embrião, antes da sua implantação “in utero”.

A principal vantagem da utilização deste método reside no facto de permitir prevenir a transmissão de doenças genéticas hereditárias, uma vez que pode evitar a implantação de embriões com anomalias genéticas pois apenas os embriões saudáveis são transferidos para o útero.

Alguns especialistas estavam preocupados com o facto de tal procedimento representar, a longo-prazo, um risco para a segurança dos recém-nascidos. A investigação analisou 583 crianças submetidas a este procedimento, das quais 563 sobreviveram ao parto.

Segundo Ingeborg Liebaers, responsável pela investigação, o peso dos recém-nascidos submetidos ao diagnóstico genético pré-implantação era idêntico ao dos que não foram sujeitos a este procedimento. Aos dois e três meses de idade, a taxa de anomalias ou malformações detectadas à nascença era também semelhante entre os bebés que passaram pelos diferentes processos.

Assim, foi possível aos cientistas concluírem que a taxa sucesso do procedimento é semelhante à do método tradicional de fertilização “in vitro” (FIV) ou à da Injecção Intra-citoplasmática de Espermatozóide (ICSI na sigla inglesa).

No entanto, esta especialista preveniu que são ainda necessárias mais investigações no que diz respeito à taxa de mortalidade perinatal, a qual foi mais elevada nestes fetos do que nos casos de FIV ou de ICSI. A maioria das mortes acontecia em casos de gravidezes múltiplas, um factor que pode ser relevante, referem os autores do estudo.

“Estou muito confiante e nada surpreendido com estes últimos resultados”, afirmou Alan Handyside, porta-voz da Sociedade Britânica de Fertilidade e um dos cientistas responsáveis pelo desenvolvimento do PGD nos anos 90, em declarações à BBC.

Apesar de estarem esperançados com o facto de este procedimento não causar anomalias, os investigadores estão conscientes de que serão necessárias várias décadas para que os resultados a longo-prazo sejam claros, uma vez que as primeiras crianças nascidas através do PGD estão agora a atingir os 17 anos de idade.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, News-Med.com, Forbes, Relatório sobre “Diagnóstico Genético Pré-implantação” da autoria de Fernando Regateiro, emitido pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

OMS emite novas regras para prevenir epidemias

A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um conjunto de novas regulamentações para limitar a propagação de epidemias a nível mundial. De acordo com as mais recentes directrizes da organização, os países membros ficam obrigados a informar acerca do aparecimento de surtos de doenças que possam representar uma ameaça para a saúde global.

A OMS pretende que haja uma maior abertura no tratamento de questões de saúde pública e, ao mesmo tempo, fornecer um incentivo à segurança, afirmou David Heyman, representante da organização. As novas regras, que acabaram de entrar em vigor, prevêem também que sejam relatados os casos de debilitação causados por materiais radioactivos ou químicos e alimentos contaminados.

Com a nova regulamentação sanitária internacional os países membros devem reportar, num prazo de 24 horas, o aparecimento de doenças infecciosas ou qualquer emergência ao nível da saúde pública que possa causar preocupações internacionais.

Heyman salientou que estas directivas vão alterar a forma como as doenças infecciosas são geridas a nível global. “Conseguimos alterar a norma. Os países perceberam que não se podem omitir doenças infecciosas e que reportá-las é uma questão de honra, mesmo que comporte gastos”, acrescentou.

A pneumonia atípica, que em 2003 matou 800 pessoas em todo o mundo, funcionou como uma chamada de atenção para a rapidez com que uma nova doença pode alastrar-se, referiu a directora-geral da OMS, Margaret Chan Para além disso, mostrou que nenhum país, agindo por conta própria, poderá proteger-se das ameaças à saúde pública.

A responsável máxima da organização disse ainda que a pandemia de gripe é actualmente a maior ameaça à segurança da saúde pública internacional.

É para prevenir esse tipo de situações que, de acordo com as novas regras, os países devem estar preparados para desenvolver e manter um protocolo de resposta e vigilância aos surtos epidémicos num prazo de cinco anos. Para além disso, os membros devem reconhecer os direitos dos viajantes estrangeiros, tratando-os com respeito, prezando a sua dignidade, os direitos humanos e as liberdades fundamentais quando as medidas de segurança são solicitadas.

Apesar das justificações da OMS, há quem discorde das medidas. A directora do Centro Norte-Americano para o Controlo de Doenças, Julie Gerberdin, teceu criticas às regulamentações afirmando que há detalhes, tais como quem ficará responsável pelos gastos de movimentação ou isolamento de um paciente, que não foram definidos.

Marta Bilro

Fonte: News-Medical.net, eMAxHealth.com, The Calgary Sun, Diário de Notícias.

Mais doadores para aumentar reservas de sangue

Criar uma Reserva Estratégica de Sangue que proporcione cerca de 12 dias de autonomia em caso de epidemia, é uma das próximas prioridades do Instituto Português do Sangue (IPS).

Pretende-se que em pouco tempo seja possível ter uma reserva que permita estar 12 dias sem fazer colheitas de sangue, para prevenir situações como, por exemplo, se a população for atingida pela gripe das aves.
"Pode acontecer qualquer coisa. Pode vir aí um surto da gripe das aves e, nessa altura, a maior parte da população não poderá dar sangue. Essa Reserva Estratégica quer dizer que, numa emergência, teremos sangue suficiente para alguns dias", explica Francisca Avillez, da direcção do IPS.
O Instituto revela preocupação por esta questão, pois Francisca Avillez confirma que "para lá da auto-suficiência, sabemos que conseguimos estar cinco a sete dias sem fazer uma colheita de sangue".

De acordo com os números fornecidos pelo IPS, são as cerca de mil dádivas diárias que garantem a auto-suficiência do nosso país. Em Portugal são 400 mil os dadores registados. No entanto Francisca Avillez destaca a importância de continuar a promover a doação de sangue para que a camada mais jovem também comece a ajudar.


Sara Nascimento


Fonte: DN

Autarcas da Régua falam quarta-feira

Os autarcas Nuno Gonçalves (PSD), do Peso da Régua, Francisco Ribeiro (PS), de Santa Marta de Penaguião, e Marco Teixeira (PSD), de Mesão Frio que desde Fevereiro reivindicam uma urgência básica a funcionar 24 horas por dia no Hospital D.Luíz, falam da falta de resposta do Ministério da Saúde e prometem tomar medidas, que serão anunciadas, numa conferência de imprensa às 14:30 de quarta-feira.
A propósito do processo de reestruturação da rede de urgências, o Ministério da Saúde fez saber aos autarcas e sua proposta para o Peso da Régua, a qual passava pela substituição da urgência por um serviço de «consultas abertas» a funcionar entre as 08:00 e as 24:00.
Estas consultas seriam feitas pelos médicos de família ou clínicos gerais dos centros de saúde da Régua, Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião, sendo os casos nocturnos assegurados por reforço local do sistema de emergência médica do INEM, designado de SIV.
Os três centros de saúde da área de influência do Hospital D.Luíz I passariam a funcionar das 09:00 às 22:00 nos dias úteis e das 09:00 às 15:00 durante dos fins-de-semana e feriados.
Ña altura as autarquias quiseram então um centro de urgência básica, algo a que o ministro Correia de Campos ainda não respondeu. Nuno Gonçalves, garantiu que toda a Assembleia Municipal “concordaram genericamente com o protocolo”, no entanto sempre pediram uma “urgência básica a funcionar em permanência”.
O autarca referiu ainda “não existir qualquer possibilidade real de os médicos de clínica geral e familiar assegurarem um qualquer serviço de atendimento no D.Luíz I”.


Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

50 novas vagas para equipas do INEM no Alentejo

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), vai abrir, na próxima semana, 50 novas vagas, para o Alentejo, devido a uma falta de funcionários na região do Alentejo, anunciou hoje uma responsável do organismo.
Margarida França, vogal executiva do Conselho Directivo do INEM, referiu à Lusa que este concurso “já tem cabimento orçamental” e tem por objectivo tornar mais fortes as equipas de emergência médica no Alentejo.
Margarida França, explica que este aumento de pessoal, tem a ver “com o encerramento de algumas urgências, é necessário encontrar alternativas”, explicou à Lusa.
Num debate sobre a «Segurança Clínica: O paradigma das organizações fiáveis», organizado pela Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, a vogal do INEM disse ainda existe em curso um processo para mais de 125 elementos em todo o país.
“O INEM está em fase de crescimento e é natural que haja falhas de pessoal, mas o governo já descongelou verbas para que seja possível contratar mais elementos”, disse ainda a vogal executiva do Conselho Directivo.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

FDA dá luz verde ao ambrisentan para tratar hipertensão pulmonar

A Gilead Sciences obteve aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA) para comercializar ambrisentan, um fármaco que será utilizado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar.

Esta doença rara provoca continuamente pressão elevada nas artérias que transportam sangue pobre em oxigénio do coração para os pulmões. O estreitamento das artérias obriga o coração a bombear mais arduamente, enfraquecendo-o com o tempo. Se não for tratada, esta doença pode provocar a morte num prazo de três anos.

A maioria dos pacientes com hipertensão arterial pulmonar queixa-se de exaustão, dificuldades em respirar, incapacidade para andar grandes distâncias ou para desempenharem as tarefas normais do dia-a-dia.

Os analistas acreditam que, em 2010, a venda do medicamento possa render cerca de 746 milhões de euros (mil milhões de dólares norte-americanos) por ano.

O fármaco, que nos Estados Unidos da América será comercializado com o nome Letairis, deverá estar disponível na próxima semana e, de acordo com Amy Flood, porta-voz da Gilead, o custo mensal do tratamento deverá rondar os três mil euros.

“O Letairis representa uma opção valiosa no tratamento desta doença órfã”, afirmou o director do departamento de novos fármacos da FDA, John Jenkins. O novo medicamento desempenha um papel importante na hipótese de diversificação da farmacêutica que concentra 70 por cento das suas vendas em medicamentos contra o HIV/Sida.

A Gilean, especializada em biotecnologia, conseguiu obter o fármaco após a compra da Myogen, em 2006, por 1,9 mil milhões de euros (2,5 mil milhões de dólares), assumindo o controlo sobre o negócio dos medicamentos experimentais para tratamento de hipertensão levados a cabo pela empresa.

No entanto, nem tudo são vantagens. O fármaco é acompanhado por fortes advertências que alertam para a probabilidade de causar malformações nos fetos, razão pela qual não deve ser administrado a grávidas. Há ainda o risco de provocar danos hepáticos. Por recomendação da FDA, os pacientes aos quais for administrado o tratamento diário composto pela toma de um comprimido deverão sujeitar-se, todos os meses, à realização de análises ao sangue para verificar a existência de lesões no fígado.

O fármaco não foi aprovado à primeira pelas autoridades norte-americanas, mas tinha prioridade de revisão pela FDA. A revisão prioritária é concedida aos produtos destinados a satisfazer necessidades médicas que ainda não têm resposta. Nestes casos, a FDA estabelece um prazo limite nos seis meses que se seguem à data de recepção do fármaco que lhe permita avaliar todos os aspectos de uma revisão.

Nos ensaios clínicos realizados, o ambrisentan ajudou os pacientes a caminharem 124 passos extra num teste clínico de seis minutos e os benefícios da sua actuação prolongaram-se por 48 semanas, revelou a empresa. O director de operações da Gilead, John Milligan, disse ainda que o medicamento tem benefícios para o paciente ao nível da capacidade de se exercitar e atrasa o agravamento progressivo da doença.

O Letairis insere-se na classe dos antagonistas dos receptores de endotelina, um composto que relaxa os vasos sanguíneos, diminuindo a pressão do sangue, aliviando a pressão no coração e nos pulmões.

Apesar da hipertensão arterial pulmonar ser uma doença pouco comum, já existem vários tratamentos disponíveis, como é o caso do Revatio (sildenafil), da Pfizer, que contém a mesma substância presente na composição do Viagra. Ainda assim, o Letairis deverá competir de forma mais directa com o Tracleer (bosentano), um fármaco comercializado pelo laboratório suíço Actelion. O Thelin (sitaxentano), desenvolvido pela Encysive, actua da mesma forma, porém ainda não recebeu parecer positivo da FDA.

Porém, John Milligan fez questão de salientar que, quando comparado com o Tracleer, o perigo de toxicidade para o fígado é “significativamente mais reduzido” com a utilização de Letairis. “O funcionamento do fígado é uma questão muito importante para os médicos”, acrescentou.

Segundo revelou o mesmo responsável, uma das ambições da Gilead é trabalhar de perto com os médicos enquanto o fármaco ainda é recente. O objectivo é assegurarem que o Letairis é receitado aos pacientes para que os médicos possam ganhar confiança na sua utilização.

Essa é uma das razões pela qual o medicamento tem um preço de comercialização idêntico ao do Tacleer. “Não queremos que os médicos e os pacientes se baseiem numa decisão económica”, mas antes “que escolham o melhor fármaco”, explicou Milligan.

O que é a hipertensão arterial pulmonar?

De acordo com a Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar, esta é uma doença crónica, rara, e progressiva, caracterizada por um aumento da pressão sanguínea na artéria pulmonar.

Numa pessoa saudável a pressão arterial média na artéria pulmonar (PAMAP) (diferença entre o valor mais alto e o mais baixo) é de 14 mmHg. Falamos em HP quando a pressão média na artéria pulmonar for superior a 25 mmHg em repouso ou superior a 30 mmHg durante exercício. A doença caracteriza-se por destruição e estreitamento progressivo dos vasos sanguíneos pulmonares.

Nas fases mais avançadas da doença o aumento da pressão na artéria pulmonar provoca uma sobrecarga de trabalho para o coração que pode conduzir a insuficiência cardíaca.

Marta Bilro

Fonte: The Wall Street Journal, The New York Times, First World, FDA News, MSN Money, Bloomberg, Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar.

UE ameaça publicidade sobre fast-food

Através do comissário europeu para a Saúde, Markos Kyprianou, a Comissão Europeia fez saber que se a industria alimentar não parar de fazer publicidade a comida não saudável para crianças, então a Comissão “não terá outra alternativa senão adoptar legislação restritiva”.
Em entrevista publicada na edição de hoje do jornal Diário de Notícias, o comissário europeu anuncia que a obesidade infantil é um ponto muito importante e que deve ser combatido com a ajuda dos produtores.
O responsável europeu, acredita que “as pessoas não vivem hoje em bolas de segurança onde as possamos proteger”, e tendo em conta as diversas tecnologias, “adoptámos como abordagem tentar que a indústria voluntariamente pare de anunciar comidas não saudáveis para crianças pequenas”, como a fast-food.
Markos Kyprianou acredita na proposta comunitária de combate à obesidade infantil e quer ainda uma “nova formulação de produtos, de forma a termos ofertas saborosas e também mais saudáveis”.
No que diz respeito à obesidade infantil, que todos os anos afecta em toda a Europa mais 200 mil crianças, o comissário tem a certeza que um dos passos importantes é “ introduzir o exercício físico nas escolas de uma forma mais activa e através de jogos divertidos”, fala Markos Kyprianou.
Apesar que, este tipo de medidas é apenas uma recomendação, já que isso é apenas da competência dos Estados membros.
Além de que “o exercício não pode ser uma obrigação. O que acontece agora é que as crianças que mais precisam são as que tudo fazem para evitá-lo porque se sentem envergonhadas e não conseguem competir com os outros”, afirma Markos Kyprianou.

Dente inteligente controla medicação

Consiste numa mola artificial que é implantada no molar (mais frequentemente) e está programada para lançar automaticamente o medicamento na hora certa. Para além disso estimula a produção de saliva através de impulsos eléctricos permitindo combater a secura na boca.

Esta tecnologia, chamada dente inteligente, foi inventada por Andy Wolf, um médico israelita. O dente inteligente está programado para fornecer ao doente a dose exacta do fármaco no momento certo e o médico pode regular a frequência com que é administrada a medicação e a quantidade, tendo em conta as necessidades do doente.

“Trata-se de oferecer uma medicina personalizada para as necessidades e características de cada doente”, afirma o inventor, que criou este aparelho porque as pessoas não tomam os medicamentos a horas ou, por vezes, deixam mesmo de os tomar, o que pode ser prejudicial para a saúde.

O dente inteligente também pode ser utilizado para combater a secura que afecta 80 milhões de pessoas no Ocidente. “Há pessoas que têm uma secura na boca muito avançada e séria e precisam de um estímulo mais frequente. Damos então uma ordem ao microprocessador do dente, ao programa de inteligência artificial instalado, para que dispare a cada minuto uma dose de corrente eléctrica”, explica Andy Wolf. Deste modo as glândulas salivares são estimuladas e produzem mais saliva, o que melhora a qualidade de vida do doente.

Com esta nova tecnologia a administração dos medicamentos torna-se mais fácil e só é preciso ir ao médico uma vez por mês. Dentro de pouco tempo o dente inteligente passará a ser comercializado com o valor de 100 euros.

Sara Nascimento

Fonte: Sic

Primeiro centro de fisioterapia oncológica já é um sucesso

O primeiro centro especializado em fisioterapia ligada ao cancro, abriu portas o ano passado, nas instalações da Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama (APAMCM) e os resultados são já muito satisfatórios.

Nascido do esforço de Verónica Rufino e Mafalda d'Assunção Matos, mãe e filha, o projecto viu recentemente o seu mérito reconhecido, ao ser galardoado com o Prémio de Acessibilidade e Atendimento no Serviço Privado, entregue pelo ministro da Saúde, no âmbito do Fórum Hospital do Futuro

O sucesso, é obra do trabalho humano que se consegue nesta associação, onde o voluntariado representa um importante recurso.

"Além das linhas de atendimento e de apoio social, psicológico, jurídico e lúdico, decidimos criar esta valência da fisioterapia e também nos preocupámos em dar formação aos voluntários profissionais", sublinha Verónica, fisioterapeuta no Instituto Português do Cancro (IPO) e directora da associação.

Quando surgiu a APAMCM, sentiu-se logo a necessidade de fazer mais, "as terapias utilizadas no tratamento do cancro podem originar complicações a nível funcional que exigem intervir - por exemplo, menos função articular, menor força muscular, alteração da postura, linfedema".

A concretização do projecto surgiu em 2006, inicialmente apenas com um atelier de expressão plástica, uma vez que esta é “uma maneira excelente de libertar tensões. Não é precisa a palavra, apenas a libertação da expressividade". Depois surgiram as terapias complementares.

Na perspectiva de quem frequenta o centro de fisioterapia, os resultados não podiam ser melhores. "Nunca estive no sítio certo até chegar aqui", afirma Maria Manuela Silva, utente assídua do centro, onde faz sessões de drenagem linfática ao braço que inchou drasticamente, depois de ter retirado a mama e 15 gânglios linfáticos. "Desde que aqui estou já colhi frutos, o braço já não está rijo e anda muito menos inchado".

Maria Ermelinda Morais sente que está em “boas mãos”. Conheceu a associação pelo médico que a operou para retirar um tumor que tinha na perna e desde então passou a frequentar o centro de fisioterapia, onde faz massagens linfáticas na perna, para reordenar o líquido retido devido à operação.

A associação disponibiliza todo o acompanhamento psicológico de apoio na situação de doença e ensina também o auto-exame da mama, pois "há muito a fazer pelas mulheres e homens com cancro da mama", sublinha Verónica Rufino .

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias