quarta-feira, 4 de julho de 2007

Utilização do Avandia representa ameaça para os ossos

Um novo estudo volta a pôr em causa o Avandia (Rosiglitazona), um medicamento da GlaxoSmithKline destinado ao tratamento da diabetes tipo II. Depois de uma investigação ter indicado que o medicamento aumenta em 43 por cento o risco de ataque cardíaco, desta vez os especialistas alegam que os efeitos secundários inerentes à toma do medicamento aumentam as probabilidades de desencadear fracturas ósseas.

Duas análises anteriores já tinham relacionado o Avandia com o surgimento de fracturas de ossos em mulheres. Um novo ensaio publicado no “Diabets Care” revelou que os homens tratados com tiazolidinediona, durante uma média de 16 meses, registaram uma diminuição da densidade mineral óssea na coluna e ancas. A tiazolidinediona lidera uma família de fármacos adequados para aumentar a sensibilidade à insulina, na qual se inclui a rosiglitazona.

Os resultados sugerem “que o tratamento com tiazolidinedionas representa um factor de risco e pode contribuir para um excesso de incidência de fracturas na diabetes”, salientam os investigadores do Centro Médico VA e da Universidade Estatal do Luisiana, em Shreveport e autores do estudo recém-publicado. Face a esta nova investigação a farmacêutica britânica limitou-se a afirmar que as conclusões são “limitadas” e que a relevância clínica é desconhecida.

Para Mike Ward, analista da NomuraCode, “as preocupações globais que recaem sobre o Avandia e os seus efeitos secundários são significativos, como ficou comprovado pela quebra do preço das acções da empresa”. O Avandia encontra-se no centro das atenções dos especialistas, o que tem sujeitado a Glaxo a “tempos difíceis”, frisou o especialista, acrescentando que é preciso “considerar que há uma possibilidade de serem processados”.

Por sua vez, Andrew Baum, analista da Morgan Stanley, considera que “é quase certo” que o Avandia seja obrigado a incluir uma nova contra-indicação relativa ao risco das fracturas ósseas em mulheres. A Glaxo enfrenta actualmente um processo em tribunal por alegadamente não ter divulgado de forma conveniente os riscos inerentes à toma do medicamento, na sequência de um ataque cardíaco que causou a morte a um doente que estava a ser tratado com Avandia. Desde então as vendas daquele que era o segundo fármaco mais bem sucedido da Glaxo não têm parado de cair, atingindo já uma descida de 45 por cento, relativamente ao seu competidor directo, o Baum da Takeda Pharmaceutical.

Marta Bilro

Fonte: Times Online, Bloomberg, Thisismoney.com.uk.

Desenvolvimento de vacinas estimula parceria entre Novartis e Intercell

A farmacêutica suíça Novartis estabeleceu uma aliança com a empresa de biotecnologia Intercell com vista ao desenvolvimento conjunto de vacinas contra a gripe. A Novartis deverá pagar à empresa austríaca 270 milhões de euros, o que lhe permitirá aceder a mais de 10 projectos de vacinas da Intercel que se encontram ainda em fase preliminar.

O montante definido no acordo assinado entre as duas empresas aumenta o investimento da Novartis na Intercell dos 6,1 para os 16,1 por cento. Em troca, o laboratório suíço garante os direitos de opção exclusivos em qualquer projecto de vacina que esteja a ser desenvolvido pela Intercell depois da Fase II de ensaios clínicos estar concluída, e caso não exista uma parceria prévia com outra empresa. A Novartis fica responsável pela última fase de desenvolvimento, produção e comercialização de qualquer substância candidata a vacina, que seja seleccionada como parte do acordo.

Com esta operação a Novartis obtém um novo trunfo para acrescentar aos esforços que tem levado a cabo para desenvolver uma vasta gama de vacinas que previnam os vírus que ameaçam a vida e as doenças bacterianas, ao mesmo tempo que reforça o seu potencial no que diz respeito às vacinas contra a gripe. Entre os principais candidatos à partilha de tecnologias entre as duas empresas encontram-se o IC47, destinado à prevenção de infecções hospitalares por pseudomonas, e o IC47, que previne infecções pneumónicas.

O acordo permite também à Novartis obter o direito de exclusividade para desenvolver o novo IC31, um suplemento para as vacinas da gripe cujos ensaios preliminares de utilização numa vacina tiveram inicio do mês de Junho. Joerg Reinhardt, o principal responsável pela unidade de vacinas da farmacêutica, acredita que o potencial de vários candidatos a vacinas da Intercell vai ser impulsionado pela experiência de investigação, desenvolvimento e comercialização dos especialistas da Novartis.

“Estamos satisfeitos por termos chegado a acordo com a Intercell, que partilha da nossa visão da ciência no âmbito das vacinas e que é amplamente respeitada por ter uma das linhas de investigação mais inovadoras”, frisou Reinhardt.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg, Forbes.

Sanofi Pasteur e HHS investem 57 milhões de euros em novos equipamentos

A Sanofi Pasteus, divisão de vacinas do grupo francês Sanofi-Aventis, estabeleceu um contrato com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos da América (HHS, na sigla inglesa) para equipar as suas instalações para a produção de vacinas contra a gripe. O negócio envolveu cerca de 57 milhões de euros (77,4 milhões de dólares norte-americanos).

No âmbito do projecto total, a contribuição da Sanofi Pasteur deverá rondar os 1,8 milhões de euros (2,5 milhões de dólares). No contrato estão incluídos os custos do projecto, dos aparelhos e a manutenção das instalações, de forma que a empresa tenha capacidade para proceder à produção de vacinas contra a gripe pandémica sempre que tal seja solicitado pelo HHS.

As actuais instalações, que sofreram várias alterações ao longo dos anos, têm actualmente capacidade para produzir 50 milhões de vacinas para o mercado norte-americano durante a época de gripe. Depois de concluídas as novas instalações, a Sanofi Pasteur deverá ter uma capacidade de produção três vezes superior à actual.

Marta Bilro

Fonte: JB Online

Galapagos e GlaxoSmithKline expandem aliança contra a osteoartrose

A Galapagos, empresa belga de biotecnologia, e a farmacêutica GlaxoSmithKline alargaram a sua aliança no âmbito do desenvolvimento de medicamentos para a osteoartrose. Segundo os termos da revisão do acordo, o laboratório britânico deverá contribuir com, pelo menos, um programa de descoberta de um fármaco e investir 4,4 milhões de euros.

Como parte do novo acordo, a Galapagos ficará responsável por transferir o fármaco candidato do programa adicional para a conclusão dos ensaios clínicos de Fase IIa, enquanto a GSK será responsável pelo desenvolvimento da última fase e pela comercialização da substância. Segundo os termos de expansão do acordo, a farmacêutica pode também optar por acrescentar à aliança um segundo programa de descoberta de medicamentos adicionais.

Esta começa a ser uma manobra cada vez mais comum por parte das farmacêuticas que se desdobram em parcerias para desenvolver novos medicamentos, de forma a reduzir os custos de investigação e os riscos financeiros associados aos fármacos experimentais. A Galapagos, que trabalha também com a Boehringer Ingelheim e a AstraZeneca, planeia estabelecer duas novas parcerias em 2009.

Em alianças como esta, o insucesso significa que não há pagamento”, afirmou Kenn Curt Daniel, analista da Fortis, em Amesterdão. No entanto, “isto demonstra que a GlaxoSmithKline confia nas capacidades da Galapgos”, acrescentou. Em consequência desta operação, as acções da Galapagos registaram o maior aumento das últimas quatro semanas, com uma subida de 10 cêntimos, ou 1,2 por cento, para os 8,60 euros na bolsa de Bruxelas. “

A osteoartrose, também conhecida como osteoartrite, artrose, artrite degenerativa e doença articular degenerativa, é uma doença reumática que incide principalmente nas articulações dos joelhos, coluna, anca, mãos e dedos e acontece quando o organismo deixa de conseguir reparar as múltiplas agressões e lesões sofridas pelas articulações. Ocorre tanto em homens como em mulheres e é a mais comum das doenças reumáticas. A osteoartose é pouco comum em pessoas abaixo dos 40 anos, sendo mais frequente após os 60 anos.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg, Hemscott, Pfizer, Portal da Saúde.

Seguindo uma indicação de Fevereiro da FDA…
Genentech alterou rotulagem do Xolair


A farmacêutica Genentech Inc., fabricante e distribuidora do Xolair (omalizumab), incluiu na rotulagem daquele medicamento para o tratamento da asma uma nova advertência, que chama a atenção para o risco de a sua administração ter como efeito secundário a ocorrência de choque anafilático. A medida foi anunciada pela FDA, que já em Fevereiro tinha solicitado essa alteração.

As novas embalagens de Xolair contêm igualmente um novo guia de utilização do fármaco, sugerido pela FDA na sequência de inúmeras queixas apresentadas por pacientes sujeitos àquele tratamento e desenvolvido pela empresa fabricante com o objectivo de sensibilizar os doentes para a necessidade de a sua administração ser sempre feita sob supervisão médica, sugerindo a observação clínica periódica entre injecções. O choque anafilático, que terá ocorrido em vários doentes logo depois da primeira inoculação com o Xolair, enquanto noutros pacientes se verificou mais de um ano depois do início da toma do medicamento, é uma reacção alérgica grave e repentina, potencialmente fatal, cuja sintomatologia inclui dificuldade em respirar, tensão no peito, enjoos, desmaios, comichão, urticária e inflamações na boca e na garganta.
Apresentado na forma de um pó liofilizado de cor branca, solvente para solução injectável, o Xolair é especificamente indicado no âmbito da terapia complementar para melhorar os sintomas da asma alérgica grave e persistente em adolescentes e adultos cujo teste cutâneo revele positivo ou que desenvolvam reactividade in vitro ao aeroalergeno perenial, que tenham a função pulmonar reduzida e sintomatologia frequente diurna, além de despertares nocturnos, e com exacerbações asmáticas documentadas, mesmo medicados com doses diárias elevadas de corticosteróides inalados e beta2-agonistas de longa duração inalados.

Carla Teixeira
Fonte: FDA News, Emory Healthcare, Alergias.med.br
Doentes tendem a não cumprir prescrições
Preço dos medicamentos põe em causa tratamentos


O aumento do preço dos medicamentos sujeitos a prescrição médica pode levar os doentes ao não aviamento da receita na farmácia, o que poderá ter consequências adversas para a sua saúde. A conclusão é de um estudo divulgado hoje por uma equipa de investigadores norte-americanos.

Na investigação desenvolvida pela Rand Corporation, com sede em Santa Monica, na Califórnia, os cientistas referem que situações como o aumento dos preços ou a imposição de limites à quantidade de produtos que cada cidadão pode comprar têm normalmente como efeito “menores taxas de tratamento com recurso aos fármacos e piores níveis de adesão às terapias, que mais facilmente são descontinuadas”. O estudo aferiu ainda que “por cada 10 por cento de aumento no custo de venda dos medicamentos sujeitos a receita médica há um decréscimo de dois a seis por cento na sua disponibilização, dependendo a variação do tipo de fármacos em causa e da condição financeira do doente.
Este estudo, publicado no «Journal of the American Medical Association», envolveu uma revisão de 132 outros estudos, realizados entre 1985 e 2006, e pretende fazer com que as políticas públicas e privadas de saúde tenham em conta a necessidade de sensibilizar os doentes para os preços dos produtos farmacêuticos, mas de um modo que não potencie o abandono de tratamentos que podem ser essenciais. De acordo com o relatório, no que diz respeito a prognósticos como colesterol elevado, diabetes, esquizofrenia, doenças cardíacas e asma, o aumento do custo de venda dos medicamentos «empurra» normalmente os doentes para uma situação em que descuram os tratamentos farmacológicos, optando, nos casos de maior gravidade, por uma maior procura dos serviços médicos de urgência.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters

GaiaShopping disponibiliza rastreios gratuitos até ao fim do mês

O centro comercial GaiaShopping recebe até ao final do mês o projecto “Saúde no Centro”, que pretende proporcionar aos clientes do centro a realização de rastreios diversos e de acções formativas acerca das várias patologias que estarão em destaque a cada semana.

O projecto é uma iniciativa da Sonae Sierra, em parceria com algumas instituições de saúde e pretende prestar um serviço de utilidade pública, uma vez que permitirá a todos os visitantes, bem como à comunidade local da área de influência, efectuar uma multiplicidade de rastreios.

O stand do projecto “Saúde no Centro” encontra-se desde ontem instalado no piso 0 do centro comercial, contando com a presença de diversos técnicos de saúde que vão auxiliar todos os interessados a efectuar os rastreios. No stand é também possível encontrar informação sobre as diversas doenças que serão abordadas até dia 31, como as doenças respiratórias, oncológicas e a diabetes.

A Sonae Sierra cumpre deste modo a sua politica de Responsabilidade Corporativa, procurando ser sensível às comunidades locais onde opera, dai que tenha vindo a investir na qualidade de vida dos seus visitantes, através do apoio que tem prestado a algumas instituições sociais de saúde.

O projecto deverá estender-se a outros centros comerciais nos próximos meses, como é o caso do ArrábidaShopping e do CoimbraShopping.

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma

EUA fornecem coração artificial para doentes terminais

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA, na sigla inglesa) autorizou o uso de corações artificiais em deontes que não tenham mais de um mês de vida e que estejam inaptos para o transpalnte.

O coração custa cerca de 195 mil euros e aumentam a esperança de vida, em média cinco meses. A empresa Abiomed produz o coração que pesa um kilo, tem o tamanho de uma toragem e é feito com titânio e plástico.

Em 2005, o FDA rejeitou o uso desta técnica, agora, apesar do seu sucesso limitado, considera que é um avanço médico significativo.

Sara Pelicano

Fontes: Público, Saúde na Internet

História da Medicina na Arrábida

«The United Nations and International and Global Health» é o título do simpósio organizado pela Fundação Oriente. O objectivo é compreender melhor a história das instituições ligadas à saúde e traçar novos rumos para o futuro. O encontro vai ter lugar de 10 a 12 de Julho no Covento da Arrábida.

Os Encontros da Arrábida 2007 vão juntar em debate especialistas em História de Medicina e funcionários da Organização Mundial de Saúde. A entrada só é possível com convite, excepto dia 12.

Ainda durante este ciclo anual de conferências de nível académico e científico vão ser apesentados dois livros. «Global Health: a History of the World Health Organization« e «The Third Ten Years of the World Health Organization, 1968-1978» t~em lançamento previsto para breve.

Sara Pelicano

Fontes: Saúde na Internet, ICS

terça-feira, 3 de julho de 2007

Perda de sensibilidade no olfacto pode prever Alzheimer

A dificuldade em identificar odores como o do limão, da banana ou da canela pode ser um primeiro indicador do desenvolvimento da doença de Alzheimer, revelou um relatório publicado pelo “Archives of General Psychiatry”. Os investigadores acreditam que os adultos de meia-idade que revelam problemas em reconhecer odores comuns podem correr mais riscos de vir a desenvolver problemas de memória, aprendizagem e cognição.

Segundo Robert Wilson, professor de neuropsicologia no “Rush Alzheimer's Disease Center”, em Chicago, a incapacidade de identificar determinados aromas já foi anteriormente relacionada com o défice cognitivo. No entanto, “ninguém elaborou [um estudo] com pessoas que não sofressem qualquer défice cognitivo”, afirmou.

A análise envolveu a participação de 589 idosos, com uma média de idades que rondou os 80 anos. Os participantes foram submetidos a um teste no qual 12 odores comuns lhes eram colocados junto do nariz. Posteriormente foi avaliada com uma escala de 1 a 12 valores a sua capacidade para fazer corresponder os odores a uma de quatro alternativas propostas. Durante cinco anos foram avaliados uma vez por ano através de testes neurológicos e de função cognitiva.

As conclusões da investigação permitiram aos cientistas observar que 30,1 por cento dos participantes desenvolveram uma debilidade cognitiva ligeira, que aumentava à medida que a identificação dos odores era mais imprecisa. Nesse sentido, aqueles que registaram uma média de valores mais diminutos no teste de reconhecimento de aromas tinham 50 por cento mais probabilidades de desenvolver a incapacidade relativamente aos que tiveram resultados acima da média.

De acordo com a Associação Médica Americana, esta relação não se alterou quando foram tidos em conta factores de saúde que pudessem ter influência sobre o olfacto. A inaptidão para identificar odores foi também associada a uma diminuição da avaliação cognitiva e a um declínio mais célere dos episódios de memória relativos a experiencias passadas, da memória semântica relacionada com as palavras e os símbolos e da agilidade de percepção.

As conclusões sugerem que mesmo antes de se desenvolverem os sintomas da doença de Alzheimer, há sinais de desorientação que se expandem em certas zonas cerebrais que podem estar relacionadas com a incapacidade de processar os cheiros. Pelo facto da dificuldade em identificar odores ser muitas vezes associada a outras patologias neurológicas, como é o caso da doença de Parkinson, existem outros mecanismos provavelmente envolvidos, salientam os investigadores. “As descobertas sugerem que a disfunção no olfacto pode ser uma manifestação precoce da doença de Alzheimer e que a avaliação do sentido do olfacto poderá ser útil para uma identificação precoce da doença”, consideram os especialistas.

Marta Bilro

Fonte: The Washington Post, Wapt.com.

Wyeth adquire exclusividade de venda de BeneFix

A farmacêutica Wyeth conseguiu a venda exclusiva do medicamento Benefix, utilizado no tratamento da hemofilia, tipos A eB. Duarnte 10 anos o fármaco foi comercializado, na União Euroepia, através de uma parceria entre a Wyeth e Baxter.

As duas empresas têm desenvolvido esforços para que esta transicção ocorra de forma pacifica para que não haja um ruptura de armazenagem. A Wyteh torna-se assim detentora do comercial mundial na venda de medicamentos combinados para tratamento da hemofilia.

«Estamos encantados por aumentar a oferta de meios terapêuticos ao dispor dos doentes europeus. Estamos a pensar melhorar o BeneFix. Este assunto está dependente da aprovação das autoridades europeias competentes», explicou o vice-presidente da unidade biofarmacêutica da Wyeth, Cavan Redmond.

Sara Pelicano

Fontes: Pm Farma, Wyeth

Angola contrata 60 médicos cubanos

A República de Angola pode contar a partir de hoje com mais 60 médicos para cobrir as necessidades de saúde da província de Luanda. Os médicos, chegados a Luanda dia 30 de Junho, vieram de Cuba para trabalhar durante dois anos nos bairros periféricos da capital angolana.

A delegação cubana efectuou hoje a formalização da sua actividade na Ordem dos Médicos de Angola, de forma a poder começar o trabalho de imediato, o que na opinião do bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, João Bastos, representa um importante contributo para ajudar “a debelar as dificuldades existentes no sector”.

Em Luanda existem apenas 1.400 médicos para atenderem cerca de quatro milhões de habitantes. “Sabemos que não somos muitos e que temos algumas dificuldades na contenção de algumas patologias e por isso resolveram os órgãos superiores desta província tomar esta atitude nobre para a defesa da nossa população”, disse o bastonário durante o seu discurso de boas vindas.

Para o director Provincial de Saúde, Vita Vemba, a falta de médicos nas zonas periféricas de Luanda é preocupante, pois “não conseguimos encontrar internamente os médicos, por isso fizemos um apelo aos médicos cubanos. A nossa universidade anualmente injecta no mercado apenas 40 a 50 médicos e fica difícil distribuir esse número pelas 18 províncias que compõem o país”.

O director provincial acredita que, caso não existam movimentações da população, o actual número de médicos existentes no país já é satisfatório. No entanto, caso seja necessário serão feitos novos apelos à cooperação internacional, para cobrir as necessidades do país.

O chefe da delegação cubana, Osmani Hidalgo, acredita que a cooperação entre os governos de Angola e Cuba, será muito importante para melhorar os índices de saúde angolanos, mostrando-se preparado para as dificuldades que irá encontrar no terreno, “temos a certeza que essas dificuldades não vão interferir em nada no bom desempenho das suas tarefas”.

A chegada dos médicos cubanos a Angola traz à memória a cooperação entre Cuba e Angola, estabelecida no período pós independência de Angola, nomeadamente ao nível da educação, saúde e da actividade militar.

Contudo, esta parceria quebrou-se na década de 90, quando o governo angolano e a UNITA assinaram a paz e marcaram eleições, processo que ficaria interrompido com o novo eclodir da guerra civil. Quem nega o reatamento da cooperação é o bastonário João Bastos, dizendo tratar-se de dois “momentos diferentes”.

Os médicos cubanos vão reforçar as equipas médicas existentes nas zonas periféricas de Luanda nas áreas de medicina interna, ginecologia e obstetrícia, pediatria e cirurgia.

Inês de Matos

Fonte: Lusa, Diário Digital
Infarmed autorizou entrada no mercado do Mifepristone
Pílula abortiva à venda em Portugal

O Instituto da Farmácia e do Medicamento anunciou hoje a autorização para a comercialização do Mifepristone, medicamento também conhecido como "a pílula abortiva". O novo fármaco poderá ser adquirido directamente pelos hospitais à MediRex Pharma, uma empresa nacional que foi autorizada pela autoridade do sector a introduzir o produto em Portugal. O Mifepristone, um dos medicamentos usados pela associação Women on Waves, que no seu site ensinava às mulheres de todo o mundo como utilizar o fármaco, foi originalmente concebido como um mecanismo de terapia para problemas de estômago, mas acabou por se tornar mais conhecido pelas suas propriedades abortivas.
De acordo com uma nota do Infarmed divulgada hoje aos órgãos de Comunicação Social, a MediRex Pharma recebeu, a título excepcional, uma autorização para "comercializar, exclusivamente em meio hospitalar" aquele medicamento, que segundo um assessor daquela entidade poderá agora ser mais facilmente adquirido pelos hospitais onde serão, no quadro da nova lei, realizadas intervenções para a interrupção voluntária da gravidez. De acordo com a mesma fonte, 25 hospitais portugueses tinham já diligenciado no sentido de comprar a pílula abortiva no estrangeiro, único procedimento possível para a sua obtenção antes da autorização agora concedida pelo Infarmed, enquanto outras duas dezenas de unidades hospitalares já o fizeram no âmbito destas novas regras.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Biogen e Cardiokine associam-se para desenvolver Lixivaptan

A Biogen Idec Inc. e a Cardiokine associaram-se para desenvolver um composto oral destinado ao tratamento da hiponatremia em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. O fármaco deverá entrar em ensaios clínicos de Fase III ainda este ano.

O Lixivaptan, nome atribuído à substância, é um antagonista receptor de vasopressina V2 selectivo que, em testes clínicos, demonstrou benefícios no tratamento da hiponatremia.

Esta condição é detectada quando a concentração de sódio no sangue desce em demasia derivado do excesso de diluição, aumentando a quantidade de água no corpo e originando um desequilíbrio do sódio e da água no organismo. O medicamento faz com que a água seja expelida pelos rins sem afectar o nível do sódio e dos outros electrólitos.

A Biogen adquiriu os direitos de desenvolvimento e comercialização do fármaco num negócio que pode ascender aos 162 milhões de euros. A Cardiokine, farmacêutica especializada em medicamentos para o tratamento da insuficiência cardíaca, mantém o direito de opção para a promoção conjunta do Lixivaptan nos Estados Unidos da América. O acordo, que deverá entrar em vigor no terceiro trimestre deste ano, está sujeito à aprovação das entidades reguladoras.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, The Boston Globe, Triangle Business Journals, Biogen Idec.

Cientistas conseguiram transplantar genoma entre bactérias

Procedimento abre caminho à criação de organismos sintéticos

Cientistas norte-americanos conseguiram transplantar o genoma de uma bactéria para outra. O sucesso deste procedimento em bactérias abre, assim, caminho para criação de organismos sintéticos em laboratório.


Os investigadores do Instituto J. Craig Venter, nos Estados Unidos (EUA) deram um passo importante no grande objectivo do biólogo e empreendedor Craig Venter com seu instituto: criar um organismo vivo em laboratório.

De acordo com a última edição da revista «Science», o procedimento fez com que a bactéria receptora (da espécie Mycoplasma capricolum) assumisse todas as características da bactéria doadora, uma espécie aparentada chamada Mycoplasma mycoides.

Liderados pela francesa Carole Lartigue, os cientistas descodificaram o trabalho: “Inserimos dois genes no genoma da M. mycoides - um deles torna o microorganismo resistente a antibióticos, enquanto o outro produz uma substância azulada para ajudar a comprovar que as bactérias receptoras incorporaram o genoma transplantado.”

Na fase seguinte, “limpámos o único cromossoma da bactéria doadora, (retirando todas as proteínas) e o que sobrou foi ADN puro, que foi então adicionado a um recipiente que continha colónias de M. capricolum – a bactéria receptora”, relataram.

Segundo os investigadores, em quatro dias, surgiram as colónias azuis - reveladoras da absorção, pelas bactérias, do genoma transplantado.

A última fase consistiu em expor as colónias a um antibiótico. “Foram seleccionadas apenas as bactérias que assumiram as características ditadas pelo genoma transplantado, entre elas as que resistiram ao antibiótico”, explicaram, concretizando que “a sequência das proteínas mostrou que as bactérias expressavam apenas as proteínas codificadas no genoma da M. mycoides.”

Próxima etapa: cromossoma sintético completo

A próxima etapa no projecto de J. Craig Venter é criar um cromossoma sintético completo. Na opinião dos especialistas, este estudo mostra que será possível inserir este genoma num organismo e “activá-lo”.
Os investigadores manifestaram-se confiantes de que será possível injectar genes que façam os organismos sintéticos produzirem desde combustíveis, até medicamentos.

Raquel Pacheco

Fonte: Revistas Science e FAPESP /BBCNews

SNS britânico realiza primeiro transplante hepático com dador adulto vivo

Uma equipa de cirurgiões de Leeds, no Reino Unido, realizou o primeiro transplante de fígado entre duas pessoas adultas e com vida no Serviço Nacional de Saúde britânico. A operação, que durou oito horas, envolveu quatro cirurgiões a trabalhar em simultâneo em salas diferentes.

O paciente encontra-se ainda no Hospital de St. James mas, de acordo com os médicos, deverá ter alta nos próximos dias. Stephen Lomas, de 51 anos, está a progredir de forma “excelente”, depois de ter recebido mais de metade do fígado doado pelo próprio filho. Os especialistas estão confiantes de que esta cirurgia pioneira ofereça uma esperança às pessoas que se encontram em lista de espera.

Os transplantes de fígado levados a cabo no Serviço Nacional de Saúde britânico são, por norma, realizados com órgãos disponibilizados por dadores falecidos. Segundo Charlie Milson, hepatologista, um em cada cinco doentes a precisarem de um transplante de fígado acaba por falecer enquanto espera que apareça um dador.

Steven Lomas teve a sorte de encontrar no filho uma hipótese de sobrevivência. “Eles dizem que estou a recuperar bem e sinto-me melhor a cada dia que passa. Precisarei, obviamente, de algum tempo para recuperar mas tudo parece estar bem”, afirmou Lomas. O filho, David Lomas, de 20 anos, recebeu alta hospitalar poucos dias depois da cirurgia.

Conforme explicou Charlie Milson, “o fígado tem duas características importantes que possibilitam o transplante em vida, por um lado é muito maior do que aquilo que necessitamos e por outro pode regenerar-se em semanas caso lhe sejam removidas algumas partes”. Durante esta cirurgia foi removida uma parte do fígado saudável do dador e transplantado para o paciente com insuficiência hepática. “A parte do fígado que permanece no dador irá desenvolver-se dentro de semanas atingindo quase o tamanho normal”, salientou o especialista.

De acordo com dados do Portal da Saúde, em Portugal, o primeiro transplante hepático com dador vivo em adulto foi realizado nos Hospitais da Universidade de Coimbra no dia 5 de Outubro de 2006.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, Scotsman, Guardian Unlimited, Portal da Saúde.

Receitas digitais: Santa Maria faz balanço positivo

Letra indecifrável pode ser fatal para o doente

Em Portugal, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, é um dos exemplos nacionais de inovação tecnológica, tendo aderido às receitas digitais há um ano e meio. A marcação de consultas electrónicas é o próximo passo.

Apanágio de muitos médicos é a letra indecifrável. Outra verdade é que, todo o cuidado é pouco no acto da prescrição médica. Uma décima a mais na dosagem ou indicar medicamentos com nomes semelhantes, mas com efeitos distintos, pode não só ser nocivo para a saúde do doente, como também, ser fatal.

Alberto Campos Fernandes, presidente do conselho de administração do hospital de Santa Maria, fez ao «Público» um balanço positivo da utilização da prescrição electrónica: “Desde a agilização da distribuição dos medicamentos dentro do hospital, à maior comodidade e redução do tempo de espera dos doentes que vão às consultas, a introdução do sistema electrónico foi uma aposta ganha.”

Corroborando de que a utilização de um suporte digital diminui os erros nas receitas, o responsável descreve o processo no Santa Maria: “As prescrições são escritas e impressas dentro do consultório, acabando assim o já conhecido problema das letras ilegíveis.”


Marcações electrónicas de consultas


Alberto Campos Fernandes anunciou também que, além das receitas digitais, aquela unidade hospitalar está já a apostar nas marcações electrónicas de consultas.

Recorde-se que, as receitas ilegíveis são responsáveis por 61% dos erros de medicação em hospitais norte-americanos. A conclusão saiu de um estudo feito pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados-Unidos. A investigação elege as receitas digitais como solução para este problema.

Outra conclusão tirada do mesmo estudo, indicou que os hospitais norte-americanos que trocaram as receitas manuais por receitas computorizadas registaram uma queda de 66% neste tipo de erros.

Raquel Pacheco

Fonte: Público

Brasil quer aumentar produção de medicamentos


Novo Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reactivos para Diagnóstico inaugurado em 2009

O Brasil terá, em 2009, um Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reactivos para Diagnóstico (CIPBR). A nova unidade vai permitir aumentar a produção de novos medicamentos.

Trata-se do primeiro centro do país voltado para transformação de medicamentos ainda em fase experimental, e que serão testados em humanos antes de ser produzidos em escala industrial e introduzidos no mercado.

Fazer chegar à população, mais rapidamente, as novas tecnologias farmacêuticas é outro objectivo da nova estrutura que pertence ao laboratório Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz). Segundo avançou a Agência Brasil, poderá ser utilizada, também, para desenvolver projectos de novos medicamentos nascidos na iniciativa privada.


Entre as principais substâncias a serem produzidas estão a eritropoetina humana recombinante, para tratamento de anemias associadas à insuficiência renal crónica, ao cancro e à sida, e o interferon Alfa 2b humano recombinante, usado no tratamento de hepatite e de alguns tipos de cancro.


De acordo com a mesma fonte, o investimento para a construção do centro recebeu, ontem, um reforço do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social brasileiro.

Apesar do Brasil ser responsável por 2% do conjunto de artigos científicos publicados em todo o mundo, é um dos países que menos registam patentes na área de fármacos, vacinas e medicamentos.
Neste sentido, para o ministro da Saúde brasileiro, a nova unidade da Fiocruz, “vai preencher uma lacuna existente no país entre a pesquisa básica e a produção de medicamentos.”

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Brasil

Cientistas testam medicamento que pode suprimir memórias traumáticas

Uma equipa de cientistas da Universidade de Harvard e McGill, em Montreal, no Canadá, acredita ter descoberto uma forma de reduzir o impacto das memórias negativas no cérebro das pessoas. Os investigadores estão a trabalhar num medicamento que bloqueia ou apaga essas recordações dolorosas através de uma técnica que permite aos psiquiatras interromper os caminhos bioquímicos que possibilitam que a memória seja lembrada.

Os especialistas utilizaram um fármaco denominado propanolol que atinge as memórias indesejadas deixando intactas as restantes recordações. A substância foi injectada ao mesmo tempo que era pedido a um dos voluntários que recordassem uma memória traumática.

O estudo, publicado no “Journal of Psychiatric Research”, indica que a utilização do fármaco parece impedir o armazenamento das memórias indesejadas. Os investigadores acreditam que a descoberta poderá conduzir a novos tratamentos para doentes com perturbações psiquiátricas, como é o caso do stress pós-traumático. No entanto, alguns especialistas alertam para o facto da investigação ainda se encontrar em fase inicial, e mostraram-se preocupados com a hipótese da utilização do medicamento potenciar o excesso de utilização.

Para realizar a investigação foram analisadas 19 vítimas de violação ou acidente durante 10 dias, algumas tratadas com o medicamento e outras com um placebo. Os cientistas pediram aos participantes que descrevessem as suas recordações do evento traumático que tinha ocorrido 10 dias antes. Uma semana mais tarde, os cientistas observaram que as pessoas que receberam a injecção de propanolol demonstraram menos sintomas de stress quando se recordavam do trauma.

Uma investigação semelhante foi levada a cabo na Universidade de Nova Iorque, mas desta vez aplicada em ratos. Utilizado um fármaco para a amnésia, denominado U0126, os especialistas norte-americanos conseguiram remover uma memória específica do cérebro dos roedores deixando as restantes recordações intactas.

Depois de terem sido administrados com a substância, os ratos foram treinados para associarem dois tons musicais através de um leve choque eléctrico para que quando ouvissem qualquer um dos sons se preparassem para receber um choque. Os investigadores deram o medicamento a metade dos ratos enquanto tocavam um dos tons musicais. Depois de ingerirem o U0126, os animais que tinham tomado o medicamento já não associavam um som particular ao choque mas ainda relacionavam o choque ao segundo tom, demonstrando que apenas uma das memórias tinha sido apagada.

Os especialistas acreditam que as memórias são inicialmente armazenadas no cérebro, em estado fluído e maleável, antes de se tornar parte do circuito. Posteriormente, quando são recordadas, voltam a tornar-se fluidas e aptas a serem alteradas. Os cientistas estão convencidos que o propandolol interrompe os caminhos bioquímicos que permitem que a memória se “solidifique” depois de ser recordada.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, Xinhua, Daily India.

Estudo de investigadores espanhóis alerta para perigo em fetos
100% das grávidas tem um pesticida na placenta

Cem por cento das mulheres grávidas têm, pelo menos, um tipo de pesticida na placenta. O alerta foi dado por cientistas espanhóis que defendem, agora, uma investigação intensa sobre os danos associados às contaminações nesta camada que deveria proteger o feto.

Um estudo da Universidade de Granada, na Espanha, mostrou que 100 por cento das gestantes têm, pelo menos, um tipo de pesticida na placenta, mas muitas chegavam a ter oito ou mais tipos dessas substâncias.

Os investigadores analisaram 308 grávidas atendidas no hospital universitário de Granada, de 2000 a 2002, tendo sido extraídas amostras de placentas no parto.

Segundo informaram os cientistas espanhóis ao jornal «El Pais», a investigação focalizou-se nos contaminantes que afectam o funcionamento de hormônios, como os compostos presentes em certos pesticidas organoclorados disruptivos.

Segundo a coordenadora do estudo, María José López Espinosa, os seres humanos criam, por ano, cerca de duas mil novas substâncias. “A maioria são poluentes presentes no ar, na água, no solo e nos alimentos, sendo que, muitos são, inadvertidamente, absorvidos pelo corpo humano todos os dias, seja pela simples inalação ou pela ingestão de alimentos”, esclareceu.

“Boa parte dessas substâncias é eliminada pelo organismo, mas uma parte pode ser assimilada e acumulada nos tecidos”, afirmou a investigadora sublinhando que este acumulo “é particularmente perigoso” para as mulheres grávidas. “Durante a gestação, os contaminantes acumulados pela mãe passam para o feto em desenvolvimento”, frisou.

No entanto, a equipa de investigadores espanhóis admitiu desconhecer que tipo de consequência a exposição a pesticidas organoclorados poderá ter sobre os bebés, defendendo, por isso, um outro estudo que considere “com maior pormenor” os danos ambientais e os reflexos na grávida e no feto.

María José López acredita, contudo, que essas consequências “podem ser graves” sustentando que “a exposição acontece desde os primeiros momentos da formação do embrião.”
Para os investigadores espanhóis, outra possibilidade é que certos problemas sejam conhecidos, mas nunca tenham sido relacionados à exposição fetal a pesticidas organoclorados.

O grupo de pesquisa – que já fez estudos que associavam a exposição a pesticidas a malformações nos aparelhos genital e urinário – sugere que a contaminação pode ser evitada por meio de dieta equilibrada, exercícios diários e controle do tabagismo.

Raquel Pacheco

Fonte: El Pais/Correofarmaceutico.com/OGlobo

Epilepsia aumenta tendências suicidas

Um estudo da autoria de investigadores dinamarqueses afirma que as pessoas que sofrem de epilepsia têm três vezes mais probabilidades de cometer suicídio do que a população em geral, com especial incidência nos seis meses que se seguem ao diagnóstico. O risco é mais saliente nas mulheres do que nos homens mas diminui à medida que aumenta o tempo que se vive com esta perturbação.

De acordo com o artigo publicado no jornal britânico “The Lancet Neurology”, a frequência de suicídios entre as pessoas que sofrem de epilepsia não pode ser justificada com perturbações psiquiátricas, nem pelo historial sócio-económico do paciente. “O nosso estudo identifica as pessoas recentemente diagnosticadas com epilepsia como um grupo vulnerável que requer atenção especial”, referem os autores.

Os doentes que foram diagnosticados há seis meses ou menos vêm o risco de suicídio aumentar cinco vezes, revelou a investigação orientada por Per Sidenius do Hospital da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. A equipa de ciensitas analisou 21.169 casos de suicídio na Dinamarca cometidos entre 1981 e 1997. Posteriormente foi constituído um grupo de controlo com 423.128 casos que tinham outras causas de falecimento.

A pesquisa detectou que 492 casos de suicídio (2,32 por cento) correspondiam a pessoas com epilepsia, comparativamente com 3.140 indivíduos do grupo de controlo (0,74 por cento). Aqueles aos quais tinha sido recentemente diagnosticada a epilepsia e que também sofriam de doença psiquiátrica tinham 29 vezes mais probabilidades de cometer suicídio.

A epilepsia é uma perturbação caracterizada pela tendência a sofrer convulsões recidivantes. Segundo a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia, qualquer pessoa pode sofrer um ataque epiléptico, devido, por exemplo, a choque eléctrico, deficiência em oxigénio, traumatismo craniano, baixa do açúcar no sangue, privação de álcool, abuso da cocaína, sendo que 1 em cada 20 pessoas têm uma única crise isolada durante a sua vida. Porém, uma crise isolada não é sinónimo de epilepsia. Este termo apenas se emprega quando as crises têm tendência a repetir-se, espontaneamente, ao longo do tempo.

Cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo são afectadas por esta perturbação e 75 novos casos são detectados todos os dias. Calcula-se que em cada mil portugueses, 4 a 7 sofram desta doença. A epilepsia pode iniciar-se em qualquer idade, mas é mais comum até aos 25 e depois dos 65 anos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, The Independent, Manual Merck, Liga Portuguesa Contra a Epilepsia.

Pneumonia atípica surgiu em 2003
Anticorpo consegue neutralizar vírus da SRAS


Uma equipa internacional de investigadores identificou o primeiro anticorpo humano com capacidade para neutralizar diferentes variantes do agente responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS), que em 2003 varreu vários países e assustou o mundo, vitimando milhares de pessoas. Sem causa conhecida, a então designada pneumonia atípica disseminou-se rapidamente e accionou mecanismos transnacionais de luta.

De acordo com um artigo publicado na edição de hoje do jornal «Proceedings of the National Academy of Sciences», uma equipa de investigadores liderada por Dimiter Dimitrov, do norte-americano National Cancer Institute, desenvolveu uma pesquisa que incidiu na análise da proteína que permite a entrada do vírus no corpo humano, tendo registado avanços na identificação de dois anticorpos contra o vírus da SRAS em seres humanos. Um desses anticorpos, o S230.15, foi encontrado no sangue de um doente infectado por pneumonia atípica que acabou por recuperar, enquanto o segundo, o m396, foi extraído de um conjunto de anticorpos retirados do sangue de 10 voluntários saudáveis. Os autores do estudo afirmam que “estes resultados demonstram o potencial de eventuais novos tratamentos para a pneumonia atípica com base em anticorpos, que podem ser utilizadas de forma isolada ou combinada, potenciando o desenvolvimento de vacinas para a doença.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Xinhua

Brasil recebeu 9 toneladas de genérico do Efavirenz

O Ministério da Saúde brasileiro já tem em sua posse o primeiro lote da versão genérica do antiretroviral Efavirenz, utilizado no tratamento do HIV/Sida. As autoridades terão à disposição nove toneladas do fármaco, tendo recebido 3,3 milhões de comprimidos na versão de 600 miligramas e 108 mil cápsulas de 200 miligramas, adquiridas pelo governo ao laboratório indiano Aurobindo.

Até ao inicio do próximo ano, deverão ser importados pelo Brasil mais oito lotes, quatro deles provenientes da farmacêutica Ranbaxy, também da Índia. Esta medida foi possível depois do presidente brasileiro, Lula da Silva, ter decretado, em Maio, o licenciamento compulsório do medicamento face ao aumento exponencial do número de casos de seropositivos no país.

O processo de aquisição do primeiro lote ficou a cargo da Unicef. A medida provocou uma quebra no preço dos comprimidos na versão de adulto (600 miligramas) de 1,15 euros para 38 cêntimos. Por sua vez a dosagem de uso infantil (200 miligramas) desceu dos 49 para os 17 cêntimos.

A compra da versão genérica do Efavirenz permitirá uma redução de 71,35 por cento no custo anual do tratamento de pacientes que usam o comprimido de 600mg. No caso dos pacientes que usam a versão em cápsula de 200mg, a redução rondará os 65,6 por cento. No total, estima-se uma redução de 11,8 milhões de euros nos gastos (R$30,6 milhões). A Merck Sharp & Dohme, detentora da patente do medicamento, deverá receber uma taxa de royalties de 1,5 por cento, paga pelo governo brasileiro.

O Efavirenz é o fármaco mais utilizado no Brasil para tratar o vírus, fazendo parte da medicação de cerca de 70 mil pacientes portadores de HIV, quase metade de todos os doentes em tratamento. No total serão adquiridos 13,5 milhões de comprimidos através da Unicef e mais 13,5 milhões com o intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde, quantidade suficiente para preencher o stock do governo durante 12 meses, ou seja, até Agosto de 2008.

No que diz respeito à solução oral do Efavirenz, utilizada no tratamento pediátrico, o governo brasileiro estabeleceu um novo contrato de fornecimento com a farmacêutica alemã, a única produtora no mundo, que deverá ser suficiente até Junho de 2008.

Marta Bilro

Fonte: A Tarde, Globo Online, cosmo.com.br.

Novartis Oncology promete inovar no combate ao cancro
Dez medicamentos em dez anos


O presidente da Novartis Oncology, David Epstein, anunciou hoje, em entrevista ao jornal espanhol «El Pais», a intenção da empresa de “lançar um novo medicamento contra o cancro por ano, nos próximos dez anos”. Um reforço do empenho da firma que nos últimos sete anos conseguiu lançar no mercado cinco novas soluções para a doença oncológica.

Agora que começam a chegar aos hospitais e aos doentes os frutos do trabalho de várias décadas de investigação, acelerados na sequência dos recentes avanços na área genética, a Novartis Oncology congratula-se com o sucesso de medicamentos como o Glivec (que revolucionou o tratamento da leucemia mielóide crónica e deu mostras de eficácia noutras neoplasias, como o tumor do estroma gastrointestinal), o Femara (para o cancro da mama) e o Zometa (tratamento das metástases ósseas de vários cancros). Tendo em conta esse palmarés, David Epstein lamentou que “a actual imagem da indústria farmacêutica não seja tão boa como deveria ser, tendo em conta a grande quantidade de coisas boas que ela produz”.
Preconizando uma “maior e mais constante comunicação, nos dois sentidos”, entre os médicos e a indústria, e no momento em que ainda aguarda o resultado de um diferendo que mantém com o governo da Índia para que aquele país reconheça os direitos da patente do Glivec, aprovado nos Estados Unidos em 2001, a Novartis Oncology afirma-se disponível para apostar no lançamento de novos fármacos nos próximos anos, e garante uma cadência anual na distribuição dessas soluções. De acordo com David Epstein, é intenção da empresa suíça lançar um novo fármaco a cada ano, nos próximos dez. O responsável assevera ainda que, nesta fase, estão em ensaios clínicos 13 medicamentos, enquanto outros sete encontram-se prestes a ser registados.

Carla Teixeira
Fonte: El Pais
Antecipando o probable “chumbo” da FDA
Sanofi-Aventis retira pedido de autorização de rimonabant


Duas semanas depois de uma comissão de especialistas ter desaconselhado a autorização de uma pílula anti-obesidade nos Estados Unidos, a Sanofi-Aventis, fabricante do medicamento, decidiu retirar o pedido apresentado à FDA, tendo em conta que a autoridade reguladora norte-americana costuma seguir os conselhos dos peritos.

Antecipando assim o mais que provável “chumbo” da solicitação para comercializar o seu produto nos Estados Unidos, apesar de o mesmo se encontrar devidamente autorizado na Europa, com o nome comercial de Acomplia, a empresa farmacêutica tenciona, contudo, voltar a solicitar autorização para introdução no mercado norte-americano, depois de rever alguns dados do dossier a apresentar com o pedido. No entanto, de acordo com alguns analistas, é provável que a companhia reformule o pedido, indicando o rimonabant como tratamento para a diabetes e não como uma pílula para combater a obesidade.
De acordo com o «The Wall Street Journal», em alguns ensaios clínicos o fármaco já demonstrou capacidade para controlar os níveis de glucose, tendo o laboratório fabricante levado a cabo alguns estudos adicionais com pacientes diabéticos. Na origem da recomendação dos especialistas para a não aprovação do rimonabant terá estado o temor de que a sua administração provoque efeitos secundários em termos psíquicos, incluindo o aumento dos pensamentos suicidas. O veredicto da FDA só estava previsto para o final deste mês, mas a Sanofi-Aventis antecipou-se e retirou a solicitação.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo

FDA aprovou Tamiflu para crianças

A Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, aprovou a entrada no mercado farmacêutico de uma versão infantil do Tamiflu, com doses menores, de 30 e 45 miligramas, que poderá ser administrada em pacientes com mais de um ano de idade. A nova fórmula, em cápsulas, tem também a vantagem de poder ser armazenada durante cinco anos, enquanto a suspensão líquida apenas tem um prazo de validade de dois.

O novo fármaco, segundo informações avançadas pela farmacêutica suíça Roche, que o fabrica e comercializa, revelou eficácia no tratamento e na prevenção dos tipos A e B da gripe das aves. Ao mesmo tempo, sublinhou a companhia, quando há muitos países a fazer armazenagem do Tamiflu, prevenindo um eventual surto da doença, a maior validade da nova fórmula reveste especial importância. “A Roche continua a trabalhar para facilitar o acesso e a utilização dos antivirais num contexto de preparação e resposta a uma possível pandemia”, explicou Dominick Iacuzio, director médico daquele laboratório farmacêutico.
De acordo com o mesmo responsável, “o surgimento da nova fórmula de Tamiflu não só oferece aos governos uma nova opção no que diz respeito à armazenagem do medicamento, como proporciona aos médicos a prescrição de comprimidos aos pacientes que os prefiram à suspensão líquida”. A empresa atesta que as cápsulas de 75 miligramas, para adultos, continuarão a estar disponíveis no mercado, assim como a solução líquida para as crianças, sendo a nova fórmula apenas mais uma opção no tratamento ou prevenção da gripe das aves, doença para a qual o Tamiflu é tido como o medicamento de eleição.

Carla Teixeira
Fonte: Reuters

Identificada molécula importante na resistência a alergias alimentares

Molécula vital para a resistência às alergias alimentares foi identificada

Cientistas descobriram que quando uma certa molécula sinalizadora está em falta, as pessoas tornam-se mais susceptíveis a alergias alimentares, que podem chegar a ser mortais, sendo que esta descoberta aponta para um potencial tratamento.

O Dr Claudio Nicoletti e a sua equipa do Instituto de Pesquisa em Alimentos (IFR), em Norwich, Inglaterra, descobriram que os ratos, quando certas células dendríticas não produzem as moléculas do sistema imunitário, Interleucina-12 (IL-12), tornam-se susceptíveis a alergias alimentares. Segundo o Dr. Nicoletti, a equipa conseguiu identificar uma molécula que é muito importante para a regulação da resposta imunitária e, pela primeira vez, representa claramente um potencial alvo para a terapia de alergias. Esta questão continua em investigação.

Nas pessoas que sofrem de alergias alimentares, o sistema imunitário responde às proteínas dos alimentos com se estas fossem nocivas, produzindo anticorpos para destrui-las. Em casos extremos, com alguns alimentos, tais como nozes ou peixe, o indivíduo pode sofrer reacções que podem pôr em causa a vida, incluindo choque anafilático. Actualmente, não existe maneira de tratar estas alergias e os afectados são forçados a simplesmente ser extremamente cautelosos com o que comem. Muitos também andam com injecções de adrenalina, para utilizar em casos de emergência quando ocorre contaminação.

O Dr Nicoletti sugeriu que ao colocar um alérgeno na presença do IL-12, as reacções alérgicas poderiam ser colocadas sob controlo. O Dr Nicoletti sublinhou ainda que uma proteína alimentar pode ser perfeitamente inofensiva para uma pessoa e letal para outra.

O Dr Nicoletti, em colaboração com cientistas da Universidade de Siena, comparou a actividade das células dendríticas no intestino e no baço de ratos alérgicos e resistentes a alergias. Descobriu que no intestino dos ratos susceptíveis a alergias, as células dendríticas tinham parado de produzir IL-12.

Normalmente, as células dendrítricas apresentam um antigénio a um receptor de células T e segregam IL-12. Isto provoca que as células T estejam a produzir as suas próprias citocinas, tais como factor beta de necrose tumoral (TNF-beta) e gama interferon (IFN-gamma). Estes então atraem outras células do sistema imunitário, as macrófagas, para destruir os agentes patogénicos que absorveram.

A equipa identificou a molécula em falta que, normalmente, coloca as respostas imunitárias sob controlo e na medida apropriada.

Isabel Marques

Fontes: www.in-pharmatechnologist.com, www.ifr.ac.uk

Karo Bio e Wyeth prolongam colaboração

A companhia sueca Karo Bio anunciou que prolongou a colaboração com a Wyeth, no que se refere às pesquisas para a aterosclerose, por mais um ano, até 31 de Agosto de 2008. O objectivo principal do prolongamento é caracterizar componentes de back-up e para avaliar possibilidades clínicas adicionais ao direccionar ao LXR (Receptor Hormonal Nuclear).

A colaboração com a Wyeth começou em 2001 com o intuito de desenvolver novos componentes para o tratamento da aterosclerose com o LXR como receptor alvo. Em Agosto de 2006, a Wyeth entrou na fase I do desenvolvimento clínico que despoletou um pagamento considerável à Karo Bio.

Segundo o presidente da Karo Bio, Per-Olof Wallström, a companhia está satisfeita por poder continuar com a Wyeth na colaboração conjunta e prevêem grandes oportunidades para compostos que têm como alvo a LXR.

LXR é um Receptor Hormonal Nuclear que é um importante regulador do metabolismo do colesterol nos mamíferos. LXR tem muitas características que o tornam um alvo atractivo para o desenvolvimento de fármacos para a prevenção e tratamento da aterosclerose e dislipidemia. A modulação do LXR com pequenos compostos moleculares tem demonstrado que melhora o efluxo do colesterol das células em vasos sanguíneos ateroscleróticos, resultando numa redução na progressão da doença aterosclerótica, em modelos experimentais seleccionados. A modulação do LXR também tem sido implicada na redução da inflamação vascular que, para além do colesterol, é um importante mediador da aterosclerose. Acredita-se que estas características do LXR são de importância crucial para uma nova geração de fármacos para tratar e prevenir com sucesso a aterosclerose.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Reportagem

Produtos cosméticos ou medicamentos?

Legislação europeia ambígua na definição das menções de rotulagem

Os especialistas consideram que existe falta de harmonia na legislação europeia no que toca à definição dos artigos catalogados como produtos de higiene e cosmética, o que faz com que, na sua publicitação, muitos aleguem características próprias de medicamentos. A questão foi levantada por María del Carmen Abad Luna, subdirectora geral do departamento de Produtos Sanitários da Agência Espanhola dos Medicamentos e Produtos Sanitários.

As características particulares dos diferentes países-membros fazem com que cada um adopte legislação própria, independente e única. Esta falta de consenso legislativo a nível da União Europeia para regulamentar os produtos cosméticos, de uso sanitário, farmacêutico ou os biocidas coloca graves problemas aos países na altura de os importar e comercializar fora de fronteiras.

Estas discrepâncias nos critérios de classificação, debatidas durante uma jornada informativa sobre os cosméticos e as suas limitações, organizada pela Associação para o Auto-cuidado da Saúde e pelo Colégio de Farmacêuticos de Madrid, fazem com que surja um problema acrescido, relacionado com a publicidade. Conforme explicou María Luisa Abad, conselheira técnica de cosméticos da Subdirecção Geral de Produtos Sanitários, são vários os casos em que “se registou um produto como sendo um cosmético que depois é publicitado com qualidades próprias de um medicamento”, criando no consumidor falsas expectativas.

Quando são detectadas estas situações, a autoridade reguladora espanhola retira o produto e o anúncio publicitário. Porém, mesmo que o produto não tenha permissão para alegar propriedades benéficas para a saúde, as empresas dissimulam qualidades, atribuindo-lhe nomes que dão a entender a presença de características que, na realidade, não fazem parte da composição dos artigos, o que impede a actuação das entidades competentes.

De acordo com os especialistas, os exemplos mais flagrantes prendem-se com a inserção de denominações como “aliviar ou favorecer”, utilizadas para camuflar o que realmente está por detrás da composição do produto.

A legislação Portuguesa

Em Portugal, cabe à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) decidir sobre as matérias relacionadas com os Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal (PCHC). Este tipo de produtos pode ser colocado no mercado sem autorização prévia do Infarmed, devendo contudo ser notificados ao instituto regulador que é responsável por verificar o cumprimento do Decreto-Lei n.º 142/2005, de 24 de Agosto de 2005 que regulamenta os PHDP.

O Artigo 8º do referido decreto-lei esclarece que “as menções obrigatórias na rotulagem dos produtos cosméticos devem ser inscritas em caracteres indeléveis, facilmente visíveis, legíveis e redigidos em termos correctos, não podendo qualquer das menções obrigatórias ser dissimulada, encoberta ou separada por outras menções ou imagens”.

No que toca à rotulagem, apresentação, impressos e folhetos respeitantes aos produtos cosméticos, bem como ao texto, as às denominações de venda, marcas, imagens ou outros sinais, figurativos ou não, e às menções publicitárias, estas “não devem ser susceptíveis de induzir o consumidor em erro sobre as suas características ou ser utilizados para atribuir qualidades ou propriedades que não possuem ou que produtos cosméticos não podem possuir, designadamente indicações terapêuticas ou actividade biocida”, refere o Artigo 10º.

Ainda assim, e tendo em vista uma melhor e mais detalhada informação, o Infarmed elaborou, a título de exemplo, uma lista onde figura um conjunto de termos e expressões que, por referirem efeitos terapêuticos, medicamentosos e/ou biocidas susceptíveis de induzir o consumidor em erro, se consideram inaceitáveis na rotulagem dos PHDP.

Para além de qualquer designação ou marca do produto, que sugira tratamento de doenças, ou de referências à aplicação do produto em pele não sã, estão excluídos os seguintes termos e menções:

Acalma
Activa a circulação sanguínea
Anti-alérgico
Anti-inflamatório
Antibacteriano
Anti-stress
Bactericida
Calmante
Cicatrizante
Curativo
Desinfectante
Faz crescer o cabelo
Fungicida
Insensibilizante
Medicinal
Tratamento anti-acne
Tratamento anti-caspa
Tratamento da pele
Tratamento da queda do cabelo
Tratamento regenerador
Vaso constritor
Vaso dilatador

Âmbito Europeu

Apesar de não avançar especificações detalhadas no que respeita às regras publicitárias, a Directiva 76/768/CEE do Conselho, de 27 de Julho de 1976, relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos produtos cosméticos salienta que os países-membros “tomarão todas as disposições necessárias para que, na rotulagem, na apresentação para venda e na publicidade relativa aos produtos cosméticos, o texto, as denominações, marcas, imagens ou outros sinais, figurativos ou não, não sejam utilizados para atribuir a estes produtos características que não possuem”.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico, Diário da República, Infarmed, EurLex.

Consumo de Tabaco matará um bilião de pessoas no século XXI

A Organização Mundial de Saúde (OMS), fez as contas e calcula que um bilião de pessoas morrerá durante este século, vitima de doenças associadas ao consumo de tabaco.

“O tabaco é perigoso, mata metade dos seus consumidores”, o alerta foi feito por Douglas Bettcher, responsável pela iniciativa Tobacco Free da OMS, durante uma conferência internacional em Banguecoque, que tem como principais objectivos conseguir a proibição da publicidade das marcas de tabaco em eventos mundiais, como é o caso da Formula 1, e a criação de legislação contra o consumo de cigarros.

De facto, todos os anos morrem 5.4 milhões de pessoas em todo o mundo por causa do consumo de tabaco, sendo que metade destas mortes são registadas nos países desenvolvidos, o equivalente à queda de um avião jumbo por hora.

É nos países desenvolvidos que as taxas de tabagismo mais têm subido, o que tem levado também ao aumento do número de mortes relacionadas com o vicio do tabaco, nomeadamente ao nível dos adolescentes, cujo número de mortes por tabagismo deverá chegar aos 8.3 milhões, nos próximos 20 anos.

Todavia, a realidade poderá ser diferente se os países, tanto os desenvolvidos como os mais pobres, tomarem medidas rigorosas contra o consumo de tabaco, como o aumento do imposto sobre o tabaco, a proibição total do consumo de cigarros nos locais de trabalho, para além da criação de espaços completamente livres de fumo.

No entanto, o responsável da OMS manifesta-se contra a criação de espaços dentro dos estabelecimentos reservados a fumadores, “pois não existe um nível seguro de exposição ao fumo” e “está já comprovado cientificamente” que mesmo com ventilação e filtragem do ar, esta áreas são ineficazes.

Bettcher acredita que esta é “uma epidemia que pode ser prevenida”, dando o exemplo da Tailândia, Singapura e Austrália, países onde as leis contra o consumo de tabaco levaram muitos a abandonar o vicio. Se os governos tomarem medidas preventivas poderão salvar-se mais de 200 milhões de vidas até 2050.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Estudos à resistência ao imatinib podem levar a terapia individual para cancros raros

Testes às mutações podem permitir brevemente aos oncologistas adaptar tratamentos

Para pacientes com uma forma rara de cancro, chamado Tumor do Estroma Gastrointestinal (GIST), a terapia com o fármaco imatinib (Gleevec) revolucionou o tratamento. Contudo, o cancro pode continuar a crescer apesar do imatinib, imediatamente em alguns pacientes, e noutros após uma resposta inicial. Um artigo publicado na edição de Junho do “The Oncologist” refere a recente pesquisa das razões da resistência ao imatinib, incluindo resultados que podem abrir caminho ao tratamento individualizado do GIST, num futuro próximo.

Diversas estratégias, baseadas nas novas descobertas, já estão a ser utilizadas em pacientes com doença refractária ao imatinib e pode ser esperado o desenvolvimento de outros tratamentos sistémicos com base nestes novos conhecimentos, conclui o artigo do Dr. Stefan Sleijfer e colegas do Centro Médico da Universidade Erasmus, em Roterdão, na Holanda.

Os Tumores do Estroma Gastrointestinal são tipos raros de cancro do tracto gastrointestinal. Se detectado precocemente, o GIST pode ser tratado cirurgicamente. Anteriormente, os casos mais avançados do GIST eram tratados com quimioterapia standard. Todavia, a resposta não era tão positiva como em pacientes com outros tipos de cancro.

Nos últimos anos, o imatinib tem sido introduzido como uma nova abordagem ao tratamento para o GIST avançado. Foi demonstrado que o crescimento do GIST é despoletado pelo receptor c-kit, que depende de uma enzima, a tirosinoquinase, para exercer a sua função. O imatinib bloqueia a tirosinoquinase do c-kit. Com quimioterapia habitual, somente cerca de metade dos pacientes estavam vivos um ano após o diagnóstico. Com o imatinib metade dos pacientes ainda estão vivos depois de mais de cinco anos.

Segundo o Dr. Sleijfer, parece que muitos, senão todos os pacientes com GIST avançado sofrem de progressão da doença durante o tratamento com imatinib. Os estudos sugerem que existem actualmente dois tipos de progressão. 10 a 15 por cento dos pacientes têm progressão inicial, ou seja, nunca apresentam realmente uma resposta positiva ao imatinib. Na maioria dos casos, esta forma de resistência ao imatinib parece estar relacionada com certas mutações que envolvem o percurso da tirosinoquinase do c-kit. Outros pacientes têm progressão tardia, isto é, no princípio, o cancro encolhe em resposta ao imatinib, mas, mais tarde, a doença progride apesar do tratamento. A causa mais comum parece ser o desenvolvimento de novas mutações que tornam o cancro menos sensível ao imatinib. Outros mecanismos de resistência tardia também ocorrem, e é possível que mais sejam identificados no futuro.

Os ensaios têm avaliado tratamentos alternativos para o GIST resistente ao imatinib, tanto inicial como tardio. Alguns pacientes poderão responder a uma dose mais elevada de imatinib, outros poderão ser mudados para outros fármacos que atingem a tirosinoquinase. Outras estratégias estão ainda a ser estudadas.

Com a descoberta de que padrões específicos de resistência ao imatinib estão relacionados com mutações específicas, o GIST pode tornar-se um dos primeiros tipos de cancro para o qual pode existir um tratamento realmente individualizado. O conhecimento de que os pacientes com mutações do c-kit diferem na sua sensibilidade a diferentes doses de fármacos ou a diferentes compostos, irá contribuir para isto, de acordo com o Dr. Sleijfer e os colegas.

O primeiro passo lógico será fazer testes para conhecer as mutações específicas do c-kit presentes no GIST, antes de começar o tratamento. Isto ajudaria a identificar os pacientes passíveis de ter uma resposta melhor ou pior ao tratamento inicial com imatinib. No futuro, diferentes abordagens de tratamento podem ser delineadas de acordo com os padrões específicos de mutações dos pacientes. Actualmente já estão a ser administradas doses mais elevadas de imatinib em pacientes com certas mutações do c-kit – os resultados da sobrevivência ainda não são conhecidos.

Apesar de ainda ser necessária muita mais pesquisa, os testes às mutações poderão permitir que os tratamentos sejam adaptados ao paciente individualmente, não só as doses, como também o fármaco a ser administrado. Segundo o Dr. Sleijfer, um dos maiores desafios em Oncologia é o tratamento individualizado, e o GIST poderá ser uma das primeiras doenças em que isto poderá ser uma realidade.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

60 milhões de infectados com SIDA nos próximos oito anos

Medidas de prevenção bem utilizadas e mais recursos financeiros podem prevenir a infecção de 60 milhões de pessoas com o vírus do HIV/SIDA, durante os próximos oito anos. Os números foram divulgados pelo Grupo de Trabalho de Prevenção Mundial de VIH/SIDA.

O Grupo de Trabalho dispõe de todas as ferramentas para prevenir as pessoas de serem infectadas com o vírus da SIDA, no entanto a falta de dinheiro dificulta o desenvolvimento do trabalho.

A directora de Políticas para o HIV da Fundação Kaiser, Jennifer Kates, afirmou que a sua organização «disponibiliza actualmente cerca de 7, 400 milhões de euros para tratamentos e programas de prevenção em todo o mundo. Mas para diminuir consideravelmente o número de infectados em 2010 seriam necessários 16, 300 milhões de euros».

O Grupo de Trabalho tem como objectivo reduzir de 60 milhões para 30 milhões o número de infectados, caso existam verbas suficientes para prevenir os grupos de risco. Actualmente, os programas de prevenção chegam apenas a uma das cinco pessoas que podia beneficiar.

Na África, em 2005, apenas 12% dos homens e 10% das mulheres faziam análises ao sangue. Nos países mais pobres, 11% das mulheres grávidas tinham acesso a fármacos antivirais, que impedem a transmissão do vírus para o feto, segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O comunicado do Grupo de trabalho revelou ainda que em 2006, por cada pessoa que iniciou o tratamento com fármacos antivirais, seis acabaram por contrair a doença.

SIDA é a sigla de Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, uma doença provocada pelos vírus HIV1 e HIV2 da família dos retrovírus e caracteriza-se pela destruição da capacidade imunitária que o corpo humano possui.

Em Portugal há 30 mil pessoas infectadas com HIV/SIDA, mas estima-se que este número possa ser muito superior.

Sara Pelicano

Fontes: Europa press

Nasceu o primeiro bebé a partir de óvulo amadurecido e congelado em laboratório

Nasceu no Canadá o primeiro bebé concebido com a ajuda de um novo método de fertilidade que utiliza um óvulo da mulher, preservado e amadurecido em laboratório e posteriormente congelado. Este recente avanço oferece uma esperança às mulheres que sofrem de cancro e às que se submetem a tratamentos de fertilidade que por vezes se revelam fatais.

Os cientistas sublinham que a chegada deste bebé representa o sucesso das primeiras células de óvulos que conseguiram sobreviver ao processo e serem fertilizadas com êxito. O recém-nascido apresenta uma boa progressão e há mais três bebés a caminho, fruto de gravidezes concebidas através da mesma metodologia, revelaram os especialistas durante uma conferência de imprensa em Lyon, França.

A maturação de ovócitos fora do organismo é já uma ferramenta importante na reprodução medicamente assistida. O novo método acrescenta a possibilidade de congelar óvulos, oferecendo às mulheres que não conseguem amadurecê-los no organismo, uma oportunidade de preservarem a sua fertilidade.

Para Hananel Holzer, do Centro Reprodutivo McGill, em Montreal, Canadá, e o principal orientador da investigação, este método “tem potencial para se tornar numa das principais opções de preservação da fertilidade, especialmente no caso das pacientes que não têm estimulação ovariana ou daquelas que não têm tempo para se submeter a ela”.

A fertilização in vitro envolve a utilização de elevadas doses de hormonas para estimular os ovários e produzir vários óvulos, procedimentos que se tornam demasiado dispendiosos. Por outro lado, as mulheres com cancro, muitas vezes, não dispõem de tempo suficiente para se submeter à estimulação ovariana, ou podem sofrer de uma condição médica que torna perigosa essa estimulação, como é o caso do cancro da mama sensível a hormonas.

Para levar a cabo este processo os cientistas recolheram óvulos de 20 mulheres com uma média de idades que rondava os 30 anos e que padeciam que uma disfunção ovariana que lhes dificultava a tarefa de engravidar. Os óvulos foram amadurecidos em laboratório durante 24 a 48 horas e congelados durante alguns meses e depois descongelados. Cerca de 69 por cento dos ovócitos sobreviveram ao procedimento e foram fertilizados, e mais de um embrião foi implantado em cada paciente.

Ainda assim, o responsável adverte que a investigação está em fase preliminar e que não foi testada em doentes com cancro. “Precisamos de informar os pacientes acerca da fase precoce em que se encontram estes tratamentos sem lhes transmitir falsas esperanças”, destacou Holzer.

Por sua vez, uma equipa de cientistas de Israel anunciou que conseguiu extrair e congelar óvulos, a partir de ovários de raparigas com 5 anos de idade, o que poderá permitir a jovens que tenham sobrevivido a um cancro terem filhos, um dia mais tarde. Os resultados desta investigação serão apresentados durante a reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Lyon.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, News Scientist, Reuters.

Universidade do Porto recebe II Congresso Nacional de Virologia

O II Congresso Nacional de Virologia, que marca também o VI encontro da Sociedade Portuguesa de Virologia (SPV), deverá ter lugar no auditório da Faculdade de Engenharia, da Universidade do Porto, nos dias 21 e 22 de Setembro.

A sessão de abertura ocorrerá pelas 10:30 horas do dia 21, onde estarão em discussão temas relacionados com as doenças infecto-contagiosas, nomeadamente sobre o HIV/Sida e Hepatites.

A ordem de trabalhos passará por abordagens diversas como a relação entre o meio ambiente e o vírus, as alterações climáticas e as consequentes ameaças de novos vírus, ou as novas aplicações de métodos moleculares no contexto virológico, bem como a discussão acerca de novas vacinas e antivíricos.

A organização do congresso encontra-se a cabo da Sociedade Portuguesa de Virologia e as inscrições já se encontram abertas.

Para mais informações consulte:
www.spv.pt

Inês de Matos

Fonte: SPV

Medicamentos causam 28% das intoxicações

No Brasil, 28% das intoxicações que ocorreram, nos últimos dez anos, foram causadas por medicamentos, revelou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


O estudo foi feito pelo governo e permitiu concluir que esta taxa poderia ser menor “caso a compra de fármacos fraccionados aumentasse”. O relatório realça que, este tipo de medicamento, “além de reduzir os custos para a população, evita o armazenamento de medicação em casa.”

No Brasil, apenas 13 laboratórios produzem 135 medicamentos fraccionados - e segundo já noticiou o Farmacia.com.pt – a venda é permitida desde 2005, sendo que, em Portugal é uma medida não aplicada.


Em Portugal

De acordo com os dados do último relatório, - divulgado, em 2006, no Congresso Internacional de Farmacoepidemiologia e Gestão e Risco – todos os dias, pelo menos, oito pessoas são internadas nos hospitais portugueses por intoxicação com medicamentos - automedicação, tomas erradas ou por tentativas de suicídio.

Os antidepressivos e tranquilizantes são os remédios mais comuns nestes casos - originam 70 por cento dos internamentos -, logo seguidos pelos analgésicos, antipiréticos e anti-reumáticos.


Contrafacção espoleta sobredosagem

O fenómeno da contrafacção de medicamentos e do consumo fora do controlo médico também não é novo. O aumento do número de mortes por sobredosagem de medicamentos sujeitos a receita médica faz prova dos "graves riscos para a saúde" que estes abusos acarretam.

O alerta foi lançado, no início deste ano, aquando a apresentação do relatório anual do Órgão Internacional de Controlo de Estupefacientes (OICE), das Nações Unidas: “Os medicamentos contrafeitos são já considerados um caso de perigo real. Nos países em desenvolvimento, representam 25 a 50 por cento dos produtos em circulação.”

De acordo com um estudo feito pelo OICE, 88 por cento dos medicamentos vendidos pela Internet são importados ilegalmente.

Deste modo, a Internet é apontada como um mercado global de droga. Não só pela venda de substâncias ilícitas, mas também, pelo facto de haver sites onde os consumidores podem ir buscar receitas e criar as suas drogas caseiras.

Em Portugal, a lei não permite ainda farmácias online, mas há países onde estas foram autorizadas para aumentar o acesso ao medicamento. Contudo, o relatório cita um estudo recente e refere que, das 187 farmácias virtuais analisadas, 89% não exigem receita médica, mas vendem psicotrópicos, opióides e estimulantes em grandes quantidades.

Por isso, o organismo das Nações Unidas pede aos estados que apertem o cerco a esta realidade.

Raquel Pacheco

Fonte: Health Care Brazil/OICE/ANF/Infarmed

OMS entrega medicamentos ao governo angolano

Assistência visa combater oncocercose

A Organização Mundial de Saúde (OMS) entregou, hoje, ao governo angolano, mais de dois milhões de medicamentos para o tratamento da Oncocercose, conhecida no país como "cegueira dos rios".

De acordo com uma nota da OMS, a entrega - feita no quadro da assistência técnica que a organização presta aos diferentes programas de saúde em Angola - abrangeu, também, viaturas e equipamentos para a melhoria da saúde materna e infantil, bem como de combate à cólera.

Ao abrigo do Programa Nacional de Luta contra a Oncocercose (PNLO), a assistência consiste na entrega de fármacos para o tratamento desta doença, assim com, três viaturas para apoiar as actividades deste programa nas províncias da Huíla, Kuando Kubando e Lunda Norte.

Material para utilização em salas de parto e em berçários e cloro para o tratamento da água, no quadro das medidas em curso para a prevenção e controlo da cólera, serão ainda doados com equipamentos de formação para parteiras.

Oncocerose

A oncocercose é uma doença transmitida por um tipo de mosca - diferente da mosca doméstica - de nome biológico Simuliun, que tem como habitat as regiões húmidas nas margens dos rios de forte corrente. Transporta no seu organismo um tipo de parasita chamado Oncocercavulvúlis, invisível a olho nu. Ao penetrar na pessoa, através da picada da Mosca-Simuliun, provoca nódulos (irritação) sobre a pele e provoca intensa comichão.

Conhecida também por "Cegueira dos Rios", esta doença pode provocar loucura na pessoa e, nos casos mais graves, a cegueira, ou ainda a Elifaníase-Escrotal (engrossamento da pele até assemelhar-se à pele de um jacaré).

Raquel Pacheco

Fonte: Notícias Lusófonas/Jornal de Angola

IVM: Nasceu primeiro bebé português

O primeiro bebé português concebido por Maturação In Vitro (IVM) nasceu, no final do mês de Junho, com 3,520 quilos. A técnica de procriação medicamente assistida é inovadora em território nacional e é também mais barata.

De acordo com as estimativas, calcula-se que nasçam actualmente, em todo o mundo, cerca de três milhões de bebés com recurso à procriação medicamente assistida, entre os quais, 400 foram concebidos através da IVM.

Carlos Plancha, embriologista clínico responsável por este processo efectuado no Centro Médico de Assistência à Reprodução (CEMEARE), explicou à Agência Lusa que a técnica “destina-se essencialmente a um subgrupo de mulheres que pode ter situações de risco associadas à estimulação dos ovários. A principal diferença é que noutras tecnologias, como a fertilização in vitro (FIV) ou a micro-injecção de gâmetas (ICSI), escolhem-se os gâmetas já maduros, sendo que, após a obtenção em cultura dos ovócitos já maduros, a técnica prossegue como uma FIV ou uma ICSI convencional.”

Segundo esclareceu o especialista, “a IVM não substitui as técnicas anteriores, mas é considerada um método complementar, tendo em conta que abre novas possibilidades para as mulheres que poderiam correr risco se recorressem às tecnologias convencionais.”

De referir que, a Maturação In Vitro é uma técnica mais barata, porque implica menos estimulação hormonal. As taxas de sucesso com ovócitos são ligeiramente inferiores às da FIV ou ICSI.

Raquel Pacheco

Fonte: FarmaNews/Agência Lusa

Listas de espera: Governo garante redução

Doentes com cancro esperam menos de um mês e meio por cirurgia

O Governo garante que já se verificou uma redução nas listas de espera para cirurgias oncológicas. “A mediana de tempo de espera é agora inferior a mês e meio contra os três meses e meio referidos num estudo entregue ao ministério em Março”, afirmou a secretária de Estado adjunta da Saúde.

À TSF, Carmen Pignatelli anunciou que - em relação a um estudo entregue à tutela, em Março - foi registada uma diminuição da redução do tempo de espera para operações a doentes cancerígenos.

“Posso dizer que a 31 de Março, a mediana do tempo de espera era de um pouco abaixo do mês e meio, ou seja, 1,47 meses. Com uma maior actividade cirúrgica dos hospitais públicos e com convenções com privados e entidades do sector social foi possível reduzir as listas de espera”, assegurou.

Para sustentar a redução, a governante apontou ainda um estudo pioneiro sobre a área concreta da cirurgia oncológica. Segundo este estudo – pedido à Unidade Central de Gestão de Inscrito para Cirurgia e entregue em Março -, os doentes de cancro esperavam cerca de três meses e meio por uma operação, mas havia hospitais em que esta demora superava os sete meses.

Metade das operações eram realizadas em apenas cinco dos 76 hospitais que tratam deste tipo de doença, foi outra conclusão do relatório que defendia, por isso, que os casos deviam ser resolvidos em 15 dias e propunha que as cirurgias passem a ser feitas apenas em 20 unidades de norte a sul do país, sendo que, 10 dessas unidades concentrariam 75 por cento das intervenções.

Raquel Pacheco

Fonte: TSF

Farmácias: rastreios gratuitos em Julho

Cerca de 100 farmácias de Norte a Sul do País vão efectuar, este mês, rastreios gratuitos ao Risco Cardiovascular, Osteoporose e Doenças da Próstata.

Cabe ao farmacêutico preencher um questionário que visa analisar alguns dos hábitos do indivíduo. Os resultados dos exames serão anexados aos questionários preenchidos e entregues à pessoa rastreada, que será também aconselhada a dirigir-se ao seu médico assistente.

Mais informações em: http://saude.sapo.pt/gc/753418.html

Raquel Pacheco

Fonte: MNI

Exercício físico rejuvenesce o cérebro

O exercício físico pode ser um trunfo para estimular a produção de novas células cerebrais determinantes na conservação da memória e aprendizagem, revela um estudo realizado por cientistas suecos.

A investigação, orientada por Asrtid Bjornebekk, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, demonstrou que, tanto o exercício físico, como os anti-depressivos aumentam a formação de novas células no cérebro, sendo que a prática de desporto é um bom complemento dos medicamentos.

Depois de uma série de análises científicas elaboradas em ratos, os especialistas observaram que o exercício físico e os anti-depressivos aumentam a produção de novas células. Nesse sentido, os responsáveis sugerem agora a criação de um modelo que permita explicar como é que a prática desportiva produz efeitos significativos em depressões leves e moderadas. “O que é curioso é que os efeitos da terapia anti-depressiva podem ser amplamente fortalecidos pelos factores ambientais externos”, afirmou Bjornebekk.

A conclusão deste estudo vai ao encontro de investigações anteriores que mostraram que as pessoas que abusam da utilização de fármacos apresentam uma diminuição nos níveis do receptor de dopamina D2, o qual pode estar ligado aos sintomas depressivos que são comuns nesses “fármaco-dependentes”. Os estudos revelaram também que as condições genéticas podem influenciar a forma como os factores ambientais externos regulam os níveis do receptor de dopamina D2 no cérebro.

Segundo afirmou a especialista, pessoas diferentes podem apresentar sensibilidades diferenciadas à forma como o stress diminui os níveis do receptor de dopamina. Esta pode ser um ajuda importante para perceber porque é que certos indivíduos estão mais predispostos a desenvolver depressões do que outros, salientou Bjornebekk.

Marta Bilro

Fonte: News Medical, Earth Times, United Press International.

Doentes com cancro chegam a esperar sete meses por cirurgia

Esperas diferentes consoante região do país

Segundo um relatório do Ministério da Saúde (MS), os doentes com cancro esperam em média 3,5 meses por uma cirurgia, chegando a atingir os sete meses em dois hospitais do país. Segundo os autores, os casos deviam ser resolvidos em 15 dias, propondo ainda que as cirurgias, em vez de se realizarem em 76 hospitais, passem a ser feitas em apenas 20, de norte a sul do país, sendo que 75 por cento das intervenções se concentraria em 10 dessas unidades de saúde.

No passado mês de Outubro, estavam inscritos para cirurgia 4075 doentes com cancro (1,8% do total) que esperaram 3,5 meses para ser operados. Destes, 42 por cento estavam inscritos há mais de dois meses e 27 por cento há mais de quatro. No relatório sublinha-se que, numa situação em que o tempo pode ser determinante na qualidade de vida e na sobrevivência dos doentes, seria de esperar que, na maioria dos casos, a espera não demorasse mais de 15 dias.

A análise revela muitas disparidades de respostas nas diferentes regiões, por exemplo, no Algarve, um doente oncológico espera em média 6,6 meses para ser operado. Contudo, no Norte do país consegue ser operado em média ao fim de 2,4 meses. Em Lisboa e no Alentejo o tempo de espera é em média superior a quatro meses e no Centro é de 3,4 meses.

Esta disparidade existe também ao nível da procura de doentes por hospital e na capacidade de resposta das diferentes unidades. O hospital onde os doentes menos esperam é o S. João do Porto (1,3 meses). Em segundo lugar está o Instituto de Oncologia do Porto (em média 1,8 meses), sendo este o que mais cirurgias realiza. Os locais onde a espera é mais elevada são o Hospital de S. Teotónio, em Viseu, e o Centro Hospitalar da Zona Ocidental de Lisboa, onde a espera pode passar em média os sete meses. O estudo permite concluir ainda que metade das cirurgias oncológicas são feitas em apenas cinco dos 76 hospitais que tratam estes doentes.

Contactada pelo jornal "Público", a secretária de Estado adjunta da Saúde, Cármen Pignatelli, disse que desde que recebeu o relatório o tempo de espera para estes doentes já decaiu e, neste momento, o tempo médio de espera é de 1,4 meses. Acrescentou ainda que “os hospitais já estão a alterar comportamentos e serão alvo de auditorias aos procedimentos”.

Esta trata-se da primeira análise nacional à situação dos doentes com cancro em lista de espera, tendo sido entregue ao MS em Março. A tarefa confiada à Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia teve como objectivo principal conhecer os casos de doentes com cancro em lista de espera e avaliar a capacidade de resposta dos serviços, propondo soluções para os problemas.

Isabel Marques

Fontes: Diário Digital, Sic Online, Público Online

“Dietas milagrosas” na mira do governo espanhol

As chamadas “dietas milagrosas” estão a partir de hoje na mira do governo espanhol, que lançou uma campanha de esclarecimento, a cargo da Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição (AESAN), do Ministério da Saúde, por considerar que estas dietas estão "no limite da publicidade enganosa", representando mesmo graves riscos para a saúde pública.

No Verão, as campanhas publicitárias sobre dietas milagrosas tendem a aumentar, dai que o governo espanhol tenha decidido agora disponibilizar informação "verdadeira, comparada e de qualidade", sobre os riscos para a saúde das chamadas "dietas milagrosas”, justificou em conferência de imprensa, Elena Salgado, ministra da saúde espanhola.

Os conteúdos que estarão disponíveis on-line, serão preparados por profissionais de nutrição e de endocrinologia, de forma a garantir aos cidadãos a confiabilidade da informação, esclarecendo também sobre a forma mais saudável de perder peso.

De acordo com a ministra, a campanha agora lançada pretende fornecer um "instrumento eficaz" ao consumidor para que "comprove" as recomendações das dietas divulgadas nos meios de comunicação e que, em muitos casos, "carecem de rigor científico ou de supervisão médica".

Numa primeira fase o governo espanhol não avançará com outras medidas para controlar a proliferação destas mensagens publicitárias, já que os alimentos propostos "são legais" e a falsidade das promessas é "difícil de provar", esclareceu a ministra.

A publicidade garante resultados rápidos e fáceis, passando a mensagem de que a dieta se pode "cumprir sem esforços" e que é "completamente segura e sem riscos para a saúde".

Mas a realidade é outra, o que deixa Elena Salgado "especialmente preocupada", pois estas dietas podem ter um impacto desastroso na saúde dos jovens e adolescentes, abrindo a porta a transtornos alimentares como a bulimia e a anorexia, sendo por isso recomendável falar com o médico de família antes de qualquer dieta.

Inês de Matos

Fonte: Lusa