Depois do Reino Unido, Alemanha, Bélgica, França e Dinamarca, é agora a vez da Espanha autorizar a comercialização da vacina contra o vírus do Papiloma Humano (HPV), responsável pelo desenvolvimento do cancro do colo do útero, que será incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV).
De acordo com a porta-voz do governo espanhol, Maria Teresa Fernández de la Veja, o Ministério da Saúde espanhol, tudo fará para que a vacina seja comercializada e incluída, o quanto antes, no Programa Nacional de Vacinação daquele país.
Em Portugal a vacina é comercializada desde o inicio do ano, no entanto, o governo decidiu não a incluir no PNV e em Abril passado, Os Verdes viram a Assembleia da República recusar a sua proposta que visava a inclusão da vacina no PNV, ainda que Portugal seja um dos países com uma das mais altas taxas de infecção pelo HPV.
A proposta foi bloqueada pela votação da bancada parlamentar do partido socialista, que a considerou “prematura”, faltando-lhe “informação científica” que permitisse “generalizar a utilização desta vacina”.
A vacina é comercializada em Portugal pela Sanofi Pasteur MSD e custa 481,35 euros (três doses, a um custo de 160,45 euros cada). Para além do cancro do colo do útero previne também contra outras doenças provocadas pelo HPV, nomeadamente os seus quatro tipos de vírus mais cancerígenos: 6, 11, 16 e 18. Se for aplicada correctamente, três doses no espaço de seis meses, a protecção contra o HPV é total.
A vacina deve ser administrada a crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades entre os nove e os 15 anos, e a mulheres dos 16 aos 26 anos. O vírus infecta, principalmente, as áreas genitais femininas e masculinas e tem cerca de 180 tipos já identificados.
Os tipos 16 e 18 são os que estão mais associados ao cancro do colo do útero, sendo responsáveis por 70 por cento destes carcinomas. O cancro do colo do útero mata uma mulher a cada dois minutos em todo o mundo e uma por dia em Portugal, destruindo a vida sexual, familiar e social das sobreviventes deste carcinoma.
Este vírus é muito frequente entre indivíduos sexualmente activos, estimando-se que em alguma altura das suas vidas, cerca de 70 por cento destes indivíduos sejam expostos ao HPV.
Portugal tem a mais alta incidência da Europa deste cancro, cuja principal causa é o vírus HPV, registando anualmente 900 novos casos, do quais mais de 300 são mortais. Na Europa, esta é já a segunda causa de morte entre mulheres jovens, imediatamente a seguir ao cancro da mama.
Inês de Matos
Fonte: Sol
domingo, 26 de agosto de 2007
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