segunda-feira, 20 de abril de 2009

Diabetes: Descontinuar o tratamento com rosiglitazona eleva os níveis de açúcar no sangue

Investigadores norte-americanos relataram que muitos pacientes que suspenderam a utilização do fármaco rosiglitazona (Avandia) para a diabetes, devido a questões relativas à segurança do fármaco, receberam menos tratamento e desenvolveram níveis de glicose no sangue mais elevados.

Uma análise de evidências científicas, publicada em 2007, descobriu que a rosiglitazona aumentava o risco de doença cardiovascular e ataque cardíaco, o que levou muitos médicos e pacientes a descontinuar a utilização do fármaco.

Neste novo estudo, 89 por cento dos pacientes diabéticos estavam a utilizar uma terapia de combinação antes de descontinuarem a utilização da rosiglitazona. Após a suspensão, 33 por cento dos pacientes estavam a receber terapia de combinação e a 13 por cento dos pacientes não tinha sido prescrita qualquer medicação para a diabetes.

A Dr. Etta Fanning, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, referiu que o controlo do açúcar no sangue também foi afectado, após os pacientes terem parado de tomar o fármaco.

Os autores referiram que, nos pacientes que receberam terapia de combinação, e que tinham valores laboratoriais nos períodos de pré e pós-descontinuação, foram observados aumentos significativos tanto nos níveis da glicose no sangue, em jejum, como da hemoglobina A1c, um indicador standard de controlo a longo prazo do açúcar no sangue.

Este estudo, publicado na “Endocrine Practice”, reafirma que os pacientes que descontinuaram a utilização da rosiglitazona e de outra tiazolidinediona, denominada pioglitazona (Actos ou Glustin), apresentam um risco acrescido de ter níveis de glicose no sangue, em jejum, e de hemoglobina A1c mais elevados, referiram o Dr. Stuart Zarich, cardiologista da Faculdade de Medicina de Yale, e o Dr. Richard Nesto, da Clínica Lahey.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_82998.html

Melatonina pode ajudar crianças autistas a dormir

Investigadores norte-americanos sugeriram que a melatonina, uma substância produzida no cérebro pela glândula pineal e presente em muitos alimentos e em suplementos, poderá ajudar as crianças com autismo ou síndrome do X-Frágil a dormir.

O estudo, publicado na “Journal of Clinical Sleep Medicine”, associou o tratamento com melatonina a um aumento da duração do sono de 21 minutos, diminuindo a latência média para o início do sono, ou seja, o período de tempo que se demora a adormecer, em 28 minutos e reduzindo o início do sono em 42 minutos.

A autora principal do estudo, a Dra. Beth Goodlin-Jones, do Instituto MIND, do Sistema de Saúde Davis da Universidade da Califórnia, em Sacramento, sugere que o tratamento com suplementos de melatonina poderá ajudar a aliviar algum do stress que os pais de crianças com necessidades especiais experienciam.

Os problemas de sono são relatados em cerca de 89 por cento das crianças com autismo e em 77 por cento das crianças com síndrome do X-Frágil, a forma mais comum de incapacidades mentais hereditárias que vão desde problemas de aprendizagem a atraso mental.

A Dra. Goodlin-Jones referiu que os problemas em adormecer no início da noite são muito preocupantes para as crianças e suas famílias. Por vezes, as crianças podem levar uma a duas horas a adormecer e frequentemente perturbam a família durante esse período.

O estudo incluiu informações de 12 crianças que preenchiam os critérios de diagnóstico para autismo ou síndrome do X-Frágil, ou ambos, com idades entre os 2 e os 15 anos. A qualidade e a quantidade do sono foram ambas medidas objectiva e subjectivamente. Os participantes receberam suplementos de melatonina ou placebo durante duas semanas.

O autismo é uma perturbação devido à qual as crianças pequenas são incapazes de estabelecer relações sociais normais, comportam-se de maneira compulsiva e ritual e, em geral, não desenvolvem uma inteligência normal.

A síndrome do X-Frágil é uma doença genética ligada ao cromossoma X, sendo a causa mais frequente de atraso mental hereditário. Calcula-se que afecte um em cada 4.000 rapazes e uma em cada 6.000 raparigas. Em Portugal, a doença é ainda muito desconhecida e está subdiagnosticada.

Sites úteis:

APSXF – Associação Portuguesa da Síndrome do X Frágil - http://www.apsxf.org/default.htm

Federação Portuguesa de Autismo - http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/04/16/Melatonin-may-help-autistic-children-sleep/UPI-33031239918127/