segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Zevalin apresenta resultados positivos para Linfoma de Não-Hodgkin

A biotecnológica norte-americana Biogen Idec Inc anticipou que o fármaco Zevalin ([90Y]-ibritumomab tiuxetan), para o tratamento do Linfoma de Não-Hodgkin folicular mediante radioimunoterapia, melhora significativamente as taxas de sobrevivência livre de progressão num único tratamento.

A terapia de consolidação com Zevalin, fármaco que descarrega radiação nas células cancerígenas, no linfoma folicular em estado avançado ajudou 76 por cento dos pacientes a atingir remissão completa após uma única injecção, segundo um estudo.

O tratamento manteve a doença sob controlo por 37 meses, em comparação com 13,5 meses para aqueles que não tomaram o fármaco, de acordo com a investigação apresentada no encontro da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta. Os 414 pacientes do estudo tinham a doença em estado avançado e foram tratados inicialmente com quimioterapia.

O Zevalin e o Bexxar (tositumomab/iodina I 131 tositumomab), da GlaxoSmithKline Plc, são os únicos medicamentos aprovados conhecidos como radioimunoterapias. Ambos os fármacos actuam ao ligarem um isótopo radioactivo a um anticorpo geneticamente obtido. O anticorpo procura tumores, e então descarrega a radiação para dar uma força extra para matar as células.

O estudo Zevalin FIT é um ensaio multinacional, aleatório, de Fase III para investigar o Zevalin como terapia de consolidação de primeira linha, administrado como uma dose terapêutica única, em pacientes com linfoma folicular avançado (estádio III ou IV) que atingiram, pelo menos, remissão parcial ou remissão completa, após terem recebido regimes de quimioterapia habitual de primeira linha. O objectivo do estudo é a avaliação do beneficio e segurança da consolidação com o Zevalin, após terapia de primeira linha em pacientes com linfoma foicular, um dos tipos mais comuns de Linfoma de Não- Hodgkin.

Isabel Marques

Vidaza prolonga sobrevivência de pacientes com síndromes mielodisplásicos

A biotecnológica Pharmion Corp anunciou que uma análise detalhada de um ensaio clínico de última fase do Vidaza (azacitidina suspensão injectável), para tratar as síndromes mielodisplásicos, um distúrbio raro da medula óssea que pode levar a leucemia, confirmou que o fármaco aumenta a sobrevivência e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Os dados, apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta, confirmaram que os pacientes que foram tratados com o Vidaza apresentaram uma vantagem de sobrevivência média de 9,4 meses, em comparação com aqueles que foram tratados com terapia convencional. O Vidaza ajudou os pacientes a sobreviver em média 24,4 meses, em comparação com os 15 meses dos pacientes em quimioterapia ou melhores cuidados de suporte.

Adicionalmente, os dados demonstraram que 45 por cento dos pacientes que estavam dependentes de transfusões sanguíneas, antes de tomarem Vidaza, foram capazes de se tornar independentes de transfusões, em comparação com 11 por cento dos pacientes a tomarem terapia convencional. Também demonstraram que o tempo médio da progressão da doença para leucemia, durante o período de tratamento, foi de 26 meses para os pacientes no regime de Vidaza, e de 12 meses para os pacientes com terapia habitual.

O estudo envolveu 358 pacientes, com cerca de 95 por cento sendo considerados como tendo a forma de risco elevado da doença. Depois de dois anos de seguimento, 51 por cento dos pacientes do grupo Vidaza estavam vivos, em comparação com 26 por cento do grupo de controlo.

A Pharmion, que recentemente acordou ser adquirida pela Celgene Corp por cerca de 3 mil milhões de dólares, afirmou que a análise detalhada demonstrou que a vantagem de sobrevivência aplicou-se independentemente de qual dos três regimes convencionais foi utilizado no grupo de controlo.

O Vidaza está delineado para actuar ao reduzir um processo biológico chamado metilação. O fármaco, administrado por via intravenosa, é conhecido como agente de demetilação, que ajuda os genes supressores tumorais do organismo a fazer o seu trabalho. Desta forma, o fármaco pode permitir que os genes responsáveis pelo desenvolvimento e proliferação das células funcionem mais normalmente. O fármaco pode ainda ser capaz de matar directamente as células anormais na medula óssea.

Os Síndromes Mielodisplásicos são doenças malignas em que a medula óssea não produz quantidade suficiente de células sanguíneas normais. Afecta os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Nalguns casos, os Síndromes Mielodisplásicos podem evoluir para Leucemias Agudas.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Bloomberg, www.apcl.pt

Estudo anticoagulantes: rivaroxaban mais efectivo do que Lovenox

Resultados de um estudo de Fase III sugerem que o fármaco antitrombótico experimental rivaroxaban, da Johnson & Johnson e da Bayer AG, leva à existência de menos coágulos e a uma menor possibilidade de morte após cirurgia de substituição da anca do que o Lovenox (enoxaparina), da Sanofi-Aventis. Os dados foram apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta.

Os pacientes do ensaio RECORD1 receberam ou rivaroxaban comprimidos ou Lovenox injectável durante cinco semanas após cirurgia de substituição da anca. Segundo os dados descobertos, o rivaroxaban demonstrou uma redução do risco relativo em 70 por cento no total do tromboembolismo venoso, em comparação com o Lovenox, enquanto os dois fármacos tiveram taxas de hemorragias semelhantes, um efeito secundário dos medicamentos anticoagulantes. Aproximadamente 1,1 por cento dos pacientes tiveram coágulos graves ou morreram no grupo do rivaroxaban, em comparação com 3,7 por cento dos que tomaram Lovenox.

A Bayer, que irá comercializar o fármaco na Europa assim que seja aprovado, submeteu um pedido à Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) em Outubro para a aprovação de comercialização do rivaroxaban para a prevenção do tromboembolismo venoso devido a cirurgia ortopédica dos membros inferiores. Um pedido semelhante está planeado para ser apresentado à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), em 2008, pela Johnson & Johnson, que irá comercializar o fármaco nos Estados Unidos.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg