sexta-feira, 17 de abril de 2009

Dificuldade em dormir aumenta as dores dos pacientes com cancro

Um estudo publicado na revista científica “Journal of Clinical Sleep Medicine” revelou que os problemas de sono provocam um aumento da dor e da fadiga nos pacientes com cancro.

Os resultados demonstraram que mais de metade dos pacientes dormia mal, 26 por cento com problemas moderados ou graves de sono. Comparativamente com os pacientes que não sofriam de alterações do sono, o grupo que tinha problemas graves em dormir sofreu de mais fadiga, dores e depressões.

O facto de se ser mais jovem e a recente administração de quimioterapia foram ambos associadas a um aumento dos problemas de sono. De acordo com os autores, os pacientes mais jovens tendem a receber quimioterapias mais agressivas do que os pacientes com mais idade, pelo que poderão estar expostos a uma maior toxicidade relacionada com o tratamento.

De acordo com os autores, a relação entre a dor e o sono tem sido frequentemente assumida como recíproca. Contudo, no actual estudo, um modelo de causa recíproca não encaixava nos dados, e os modelos nos quais a dor causou os problemas de sono também não encaixavam tão bem como o modelo em que os problemas de sono causavam a dor.

O Dr. Edward J. Stepanski, da ACORN (Accelerated Community Oncology Research Network), uma rede de clínicas comunitárias oncológicas, em Memphis, nos Estados Unidos, explicou que os investigadores acreditavam que poderiam encontrar uma relação bidireccional entre a insónia e a dor, mas encontraram que a dificuldade em dormir se ajustava mais à causa da dor do que à sua consequência.

O Dr. Stepanski declarou ainda que diversos estudos têm demonstrado que a terapia cognitivo-comportamental melhora o sono nos pacientes com cancro que têm insónias. O investigador acredita que este tipo de intervenção pode ajudar a reduzir a dor e a fadiga dos pacientes através da melhoria do sono.

O estudo foi desenvolvido a partir de dados de 11.445 pacientes com cancro em tratamento na West Clinic, uma organização sem fins lucrativos que fornece serviços aos pacientes com cancro, em Memphis. Os participantes tinham uma média de idades de 61,5 anos, 74 por cento eram mulheres, sendo o cancro da mama o cancro mais comum, e 25 por cento dos pacientes tinha recebido quimioterapia nos últimos 30 dias.

Isabel Marques

Fontes:
www.dmedicina.com/enfermedades/cancer/actualidad/dificultad-dormir-incrementa-dolores-pacientes-cancer-1
www.huliq.com/11/79730/trouble-sleeping-leads-pain-cancer-patients

Deficiência das vitaminas A e C associada a um maior risco de asma

Um estudo da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, revelou que as pessoas com deficiência das vitaminas antioxidantes A e C podem apresentar um risco acrescido de asma.

Os investigadores descobriram que as pessoas com asma grave apresentavam uma ingestão significativamente mais baixa de vitamina C (cerca de metade da dose diária recomendada), em comparação com aquelas com asma ligeira.

Além disso, os baixos níveis de vitamina C no sangue e a menor ingestão de alimentos que contêm vitamina C foram associados a um risco 12 por cento maior de sofrer de asma.

No caso da vitamina A a relação não é tão clara, mas o Conselho de Investigação Médica do Reino Unido assegura que também existe uma associação significativa. A ingestão média de vitamina A entre as pessoas com asma era de 182 microgramas por dia, entre um quarto e um terço da dose diária recomendada.

A descoberta, publicada na revista científica “Thorax”, tem como objectivo tentar esclarecer a incerteza que tem caracterizado os últimos 30 anos de investigação nesta área que relaciona as carências vitamínicas e este distúrbio respiratório.

A equipa do Dr. Jo Leonardi-Bee reviu 40 estudos realizados entre 1980 e 2007 para assinalar os níveis baixos de vitamina A e de vitamina C como factores de risco para o desenvolvimento de asma, enquanto descartava qualquer tipo de relação entre esta doença e a vitamina E.

Os investigadores concordam na necessidade de continuar a investigação, visto que os dados apontados constituem um avanço, mas não são conclusivos. Além disso, existem outros factores, como deixar de fumar, a actividade física ou o estatuto sócio-económico, que ainda não foram tomados em consideração.

Isabel Marques