sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Indústria farmacêutica indiana pode alterar mercado dos genéricos

Aposta em profissionais qualificados é o primeiro passo a tomar

A indústria farmacêutica indiana enfrenta um crescimento próspero, havendo mesmo um estudo que a coloca entre os dez mercados farmacêuticos mais importantes do mundo, até 2015. O mercado farmacêutico daquele país asiático tem vindo a sofrer uma maturação significativa que lhe permitirá também alterar a dinâmica da indústria global de genéricos nos próximos dez anos, no entanto, é necessário formar profissionais qualificados refere o director executivo da Ranbaxy, Malvinder Mohan Singh.

Para se manter na corrida pela liderança global e face ao avanço da globalização e consolidação dos mercados, a Índia terá que aumentar o número de cientistas profissionais competentes e bem treinados, afirmou o director executivo daquele que é o segundo maior laboratório farmacêutico indiano. Malvinder Mohan Singh discursava por ocasião da abertura da Conferência Farmacêutica Nacional indiana, organizada pela Câmara da Indústria e do Comércio que teve inicio esta sexta-feira.

De acordo com o responsável, a estreita colaboração entre a indústria e o mundo académico, tanto a nível nacional como internacional será necessária para manter as tecnologias de ponta e ir ao encontro dos requisitos de crescimento necessários durante a próxima década.

Para Sanjay Bhatia, presidente da Câmara da Indústria e do Comércio, a Índia está a emergir enquanto um destino atractivo, procurado pelas grandes farmacêuticas para estabelecer contractos de serviços de investigação e produção. Para além disso, o país começa a destacar-se como um centro eficaz e rentável para a realização de ensaios clínicos, investigação e desenvolvimento.

O principal desafio, refere Bhatia, coloca-se ao nível das infra-estruturas. “Precisamos de mais simplificação dos procedimentos, das regulações e várias políticas e também incentivos às parcerias entre entidades públicas e privadas”, salientou.

O aumento de falta de mão-de-obra qualificada no país é outro dos problemas que pede uma solução. “Precisamos de pessoas qualificadas para aplicarem conhecimento científico aos processos de produção e pessoas qualificadas para comercializar os produtos, tanto a nível nacional como internacional”, acrescentou Bhatia.

Marta Bilro

Fonte: NewKerala.com, Farmacia.com.pt.

Portugueses são os que realizam mais exames médicos

Inquérito da UE avalia saúde preventiva entre os 25

Os portugueses são o povo europeu que mais realiza exames de rastreio médico (check-up), batendo recordes no que diz respeito às radiografias e exames ao coração. No entanto, a saúde dentária não está entre as prioridades lusas, revela um inquérito da Comissão Europeia sobre saúde preventiva divulgado esta sexta-feira.

Os dados do “Eurobarómetro” indicam que 58 por cento dos portugueses realizaram uma radiografia, ecografia ou outro exame deste tipo nos últimos 12 meses, quando o valor da média comunitária não ultrapassa os 38 por cento. Os valores são notoriamente mais elevados relativamente à média europeia também no que toca aos exames cardíacos, 46 por cento dos inquiridos portugueses contra 27 por cento da média europeia.

O colesterol é outro dos problemas que preocupa os portugueses, quer por iniciativa própria ou recomendação médica, 56 por cento dos questionados realizaram este teste no último ano, face a 38 por cento da média da União Europeia (UE). Por sua vez, 71 por cento mediram a tensão arterial, quando a média comunitária se fica pelos 59 por cento.

A situação inverte-se no que respeita aos exames dentários, dado que menos de metade (45 por cento) dos inquiridos frequentou uma consulta da especialidade no ano passado, traduzindo-se no segundo valor mais baixo da EU - a par da Grécia e apenas acima da Roménia (36 por cento) – e muito aquém da média europeia, que atinge os 62 por cento.

As falhas na prestação de cuidados de saúde dentária por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são admitidas pelo ministro da saúde, Correia de Campos, que prometeu esta terça-feira, perante o Parlamento, o anúncio de novas medidas durante o debate do Orçamento de Estado para 2008.

A solução proposta pela Ordem dos Médicos Dentistas vai no sentido se ser criado um sistema de convenção, entre o Governo e os privados. «A proposta que mais interessa às pessoas é a de estabelecer um sistema de convenção com dentistas e clínicas dentárias para os doentes do SNS, nomeadamente para alguns sectores mais específicos da população», adiantou à Lusa Orlando Monteiro da Silva, presidente da Ordem.

O mesmo acontece com os exames de rastreio à visão, que atraem apenas 38 por cento dos portugueses, e com a audição, com 20 por cento, números que, no entanto, acompanham a média europeia, com 38 e 16 por cento respectivamente.

Numa visão global, apenas 13 por cento dos europeus se submetem a exames à próstata e 8 por cento ao rastreio do cancro colo-rectal. No caso particular português os valores não se desviam da média, com 18 por cento a terem realizado exames à próstata e 8 por cento ao cancro colo-rectal.

O Eurobarómetro foi realizado entre Outubro e Novembro de 2006, tendo em Portugal sido inquiridas 1.006 pessoas (com mais de 15 anos) pela TNS Euroteste.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Sabões Perfumados da marca Todo Aromas retirados do mercado

Produtos não se encontram registados na autoridade competente

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a retirada do mercado nacional de todos os Sabões Perfumados em forma de frutas da marca Todo Aromas. Os produtos, fabricado pela empresa belga Savonneries Bruxelloises, não se encontram notificados no Centro de Informação AntiVenenos (CIAV), nem no Infarmed, autoridade à qual compete a fiscalização dos produtos cosméticos e de higiene corporal.

Ao abrigo do disposto no Artigo 33.º e nos termos do artigo 17º do Decreto-Lei n.º 142/2005, de 24 de Agosto, o Infarmed informa todas as entidades envolvidas no circuito de distribuição que a comercialização dos produtos é imediatamente suspensa.

A nota informativa emitida pelo Infarmed adverte os consumidores que tenham adquirido qualquer sabão perfumado da marca referida para que este não seja utilizado e comuniquem à autoridade fiscalizadora caso a presença do mesmo seja detectada no mercado.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Fármaco inovador recusado a doente com cancro

Tratamento com Tarceva custa 3.000 euros por mês

Deu entrada na Ordem dos médicos (OM) uma queixa apresentada por um clínico e que dá conta da recusa da comissão de farmácia e terapêutica do seu hospital em prescrever um medicamento inovador a um doente com cancro. Em causa está a administração do Tarceva (Erlotinib), um fármaco indicado no tratamento de doentes com cancro do pulmão de células não pequenas.

Em declarações ao jornal Público, o presidente do colégio de oncologia da Ordem, Jorge Espírito Santo, afirma que esta é a primeira queixa do género a chegar à OM, mas que a restrição à aquisição de alguns fármacos inovadores “começa a generalizar-se”, motivo que faz prever o surgimento de outras denúncias. A instituição hospitalar envolvida não foi divulgada.

Segundo afirmou Jorge Espírito Santo, a queixa refere-se à prescrição de um antineoplásico a um doente com cancro, cujo pedido foi rejeitado pela comissão de farmácia, apesar da utilização do mesmo já ter sido autorizada em outro paciente nas mesmas circunstâncias. O custo do tratamento com este medicamento ronda os 2500 a 3000 euros mensais.

"Não achamos aceitável que uma prescrição feita por um especialista seja rejeitada e que a comissão de farmácia tenha poder administrativo para isso", defende Jorge Espírito Santo, frisando que a queixa "será dirimida nos órgãos próprios da OM". O próximo passo é a emissão de um parecer por parte do colégio da especialidade, que será posteriormente apreciado pelos órgãos executivos da OM, podendo dar origem a sanções aos médicos da comissão e ao director clínico.

O Tarceva (Erlotinib), comercializado pela farmacêutica suíça Roche, está indicado no tratamento de doentes com cancro do pulmão de células não pequenas, localmente avançado ou metastizado, após falência de pelo menos um regime de quimioterapia. Em associação com gemcitabina, a substância está indicada no tratamento de doentes com cancro pancreático metastático.

Conforme explicou o especialista, este é um medicamento utilizado por doentes em fase avançada da doença, está provado que prolonga a sobrevivência e, no caso dos doentes com sintomas controlados, melhora a qualidade de vida. "Num doente que não pode ser curado, temos que usar terapêuticas o menos tóxicas possíveis", justifica Jorge Espírito Santo.

Consciente de que “é necessário haver limites nos gastos com medicamentos”, o responsável considera que as situações devem ser analisadas caso a caso, uma vez que não existem normas orientadoras terapêuticas a nível nacional. O problema da falta de acesso a medicamentos com custos elevados não é recente. No verão passado, as administrações do Santa Maria, do S. João e dos Hospitais da Universidade de Coimbra admitiram estarem a travar a entrada de medicamentos mais recentes para poderem cumprir o tecto máximo de aumento da despesa estipulado pelo Ministério da Saúde (quatro por cento).

Marta Bilro

Fonte: Público, Infarmed.

Labesfal e Abbott Diabetes Care apoiam iniciativa
Tondela acolhe primeira Feira da Saúde


Arranca na próxima terça-feira, dia 18, no Pavilhão Desportivo e no Auditório Municipal de Tondela, no distrito de Viseu, a TondeSaúde – I Feira de Saúde, que se prolonga por dois dias. Trata-se de um evento de entrada livre que pretende dar especial atenção a alguns dos aspectos de maior relevância em termos da saúde pública, com um programa intenso de alocuções de especialistas, a que se somam uma marcha pela saúde e a realização de rastreios à diabetes, ao colesterol, à tensão arterial, ao índice de massa corporal, à visão, à audição e à sida, entre outras acções.

Com organização conjunta do Instituto Piaget, da Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Viseu (que completa 10 anos de actividade), da Câmara Municipal de Tondela e do Regimento de Infantaria nº 14, que está localizado naquela cidade, a I Feira de Saúde tem como parceiros institucionais o Hospital Cândido Figueiredo (Tondela), o centro de saúde local, a Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) e a Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde Jean Piaget, contando ainda com apoios de várias empresas e dos laboratórios farmacêuticos Labesfal e Abbott Diabetes Care. O farmacia.com.pt sabe que a abertura oficial da TondeSaúde está marcada para as 18 horas da próxima terça-feira, dia 18, seguindo-se uma visita ao recinto da feira pelas entidades oficiais presentes na cerimónia.
Os trabalhos arrancam pelas 21 horas, já nas instalações do Auditório Municipal de Tondela, com a conferência sobre «A importância do AVC como primeira causa de morte e invalidez em Portugal», que terá como orador o presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, Castro Lopes. Esse será, de resto, o único evento da agenda de trabalhos do primeiro dia da feira, que prossegue na quarta-feira, pelas 14 horas, com a conferência «A (d)eficiência no acompanhamento dos doentes neuromusculares da expressão dos doentes e famílias à construção de respostas», em que intervirão Maria Assunção Beta e Ana Luísa Correia, da Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares.
Para as 16h15 está marcado o início de uma terceira conferência, intitulada «Epilepsia: generalidades», a cargo de Liliana Anastácio e Catarina Cunha, em representação da Associação Portuguesa de Familiares, Amigos e Pessoas com Epilepsia. Pelas 18 horas tomarão a palavra, no âmbito da conferência «Como podem os avanços na área da Genética contribuir para melhorar a qualidade de vida da comunidade?», a presidente da Associação Portuguesa de Diagnóstico Pré-Natal e directora do serviço de Genética do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Eufémia Ribeiro, a chefe do Laboratório de Citogenética do serviço de Genética do CHTMAD, Rosário Pinto Leite, e uma médica geneticista do mesmo serviço, Márcia Martins.
Entretanto, os participantes na Marcha pela Saúde, que às 8h30 da manhã terão partido para um percurso de cerca de 27 quilómetros, entre o Rossio de Viseu e o recinto onde decorre a feira, serão recebidos no Pavilhão Desportivo de Tondela pelas 19 horas. Em seguida terão lugar diversas actividades de animação daquele espaço. O encerramento da iniciativa está previsto para as 23 horas.

Carla Teixeira
Fonte: Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Viseu

GSK aumenta envio de vacinas contra a gripe para os EUA

A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline vai fornecer aos Estados Unidos da América entre 30 a 35 milhões de doses de Fluarix e FluLaval, vacinas sazonais contra a gripe. O carregamento de vacinas, que vai abastecer o mercado norte-americano, é 20 por cento superior ao realizado há um ano pela empresa.

De acordo com a GlaxoSmithKline, o envio já começou e deverá estar terminado no final do próximo mês. Os EUA emitiram um pedido às farmacêuticas para que produzissem mais vacinas contra a gripe para proteger a população contra os surtos da doença que matam 36 mil norte-americanos a cada ano, e para os ajudar a combater uma possível pandemia.

Em Agosto, a Novartis enviou para os EUA 40 milhões de doses de Fluvirin, e a Sanofi-Aventis, maior fornecedora daquele mercado, terminou em Julho as obras de melhoramento numa das suas fábricas, o que lhe permitirá produzir 50 milhões de doses de Fluzone.

Segundo David Pernock, vice-presidente da GlaxoSmithKline nos EUA, desde que entrou no mercado norte-americano, em 2004, o fornecimento crescente de vacinas contra a gripe tem sido uma prioridade da empresa. O laboratório está actualmente e construir uma unidade de produção em Marietta, na Pennsylvania, com o objectivo de produzir vacinas para a gripe sazonal a partir de células de animais.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bussines Week, Bloomberg.

Associação Portuguesa dos Farmacêuticos Hospitalares
VI Congresso Nacional da APFH em Novembro


Está agendado para os dias 20, 21, 22 e 23 de Novembro, no Europarque de Santa Maria da Feira, o Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares, que nesta sexta edição terá como tema central das várias sessões de trabalho «A política do medicamento hospitalar». A mais de dois meses do evento, o farmacia.com.pt revela o programa provisório e informa que, até ao próximo dia 26, está em marcha o prazo para a apresentação dos resumos dos trabalhos, para avaliação pela comissão científica.

Os elementos daquela comissão deverão ler e pontuar, com classificações de zero a 25 pontos, os resumos dos trabalhos apresentados, cabendo ainda àquele orgão, num momento posterior, a decisão quanto à forma de apresentação dos mesmos, que poderá ser feita oralmente ou sob a forma de poster. Apenas serão aceites os trabalhos que forem valorados com notas acima dos 11 pontos, sendo que em cada uma das categorias os resumos aceites concorrerão automaticamente ao prémio de melhor comunicação, respectivamente nas vertentes oral e poster.
Segundo apurou o farmacia.com.pt junto da organização do evento, os trabalhos a submeter ao Congresso da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares 2007 deverão ser enviados, até ao próximo dia 26 (data-limite para o carimbo dos Correios), acompanhados de três cópias do trabalho em papel e uma em formato electrónico (Microsoft Word), bem como a indicação do autor do trabalho, morada e contacto telefónico, para a seguinte morada:

VI Congresso Nacional da APFH
Sede Nacional da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares
Edifício Tricana, Rua Padre Estevão Cabral, nº 120, 1º, sala 108
3000-316 Coimbra.

No que respeita ao programa do congresso, cuja versão provisória a APFH acaba de divulgar, estão previstas, no arranque dos trabalhos, as intervenções de Odete Isabel e Rui Ivo Santos, respectivamente presidentes das comissões organizadora e científica. O dia 20 de Novembro será integralmente dedicado à realização de workshops com os temas «Que caminhos para a investigação clínica?», «Manipular em segurança» e «Projectar um serviço por objectivos». No dia seguinte tem início a apresentação das comunicações livres, e pelas 10h30 deverá ter lugar a primeira sessão plenária, subordinada à temática «O medicamento nos sistemas de saúde». Seguem-se dois simpósios e uma segunda sessão plenária, dedicada ao «Erro em Saúde: a perspectiva». Só depois, por volta das 17h30, se realizará a sessão de abertura do vento, onde se dissertará sobre os «Caminhos para o Serviço Nacional de Saúde».
A agenda de trabalhos prossegue no dia seguinte, com novas comunicações livres, seguindo-se dois novos simpósios e duas sessões plenárias sobre «Boas práticas na Farmácia Hospitalar» e «Liberalizar ou normalizar o medicamento». No dia 23 terão lugar novas reuniões plenárias, sobre o papel das «Autoridades reguladoras na implementação de uma política de medicamentos» e sobre «Os medicamentos do século XXI», que encerra o quarto dia da jornada de reflexão. Mais informações disponíveis no site da Associação Portuguesa dos Farmacêuticos Hospitalares, em www.apfh.pt.

Carla Teixeira
Fonte: APFH

Estudo reafirma segurança do aspartame

Um novo relatório alivia as suspeitas que recaíam sobre a insegurança da utilização do aspartame, um edulcorante artificial de baixo valor energético. De acordo com os novos dados, publicados na edição de Setembro da “Critical Reviews in Toxicology”, “não há provas credíveis” de que o adoçante é inseguro.

Uma equipa de oito cientistas analisou, durante 11 meses, mais de 500 estudos já realizados acerca do aspartame, que é utilizado desde 1981 e se encontra presente em perto de 500 produtos farmacêuticos.

“Estudos científicos controlados confirmam a segurança do aspartame e não revelam uma relação credível entre a ingestão de aspartame em níveis consumidos por seres humanos e problemas relacionados ao sistema nervoso e ao comportamento, nem quaisquer outros sintomas ou doenças”, referem os investigadores, acrescentando que “não há provas credíveis de que o aspartame seja um carcinogénio”. Esta conclusão vai ao encontro da posição oficial tomada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que defende que “o aspartame é seguro enquanto adoçante”.

A investigação, que recorreu à revisão de estudos com mais de 25 anos, incluindo trabalhos não publicados e submetidos à avaliação da FDA, analisou indivíduos que sofriam de Parkinson, diabetes, alergias, depressão, e algumas crianças, incluindo as que sofriam de hiperactividade ou relatavam sensibilidade ao açúcar. O painel de cientistas analisou também os níveis de consumos de aspartame.

A pesquisa revelou que a média de consumo diário de aspartame se situava nos 4,9mg/kg, o que significa que, mesmo entre os indivíduos que mais utilizavam a substância, o consumo do adoçante ficou muito abaixo dos níveis estabelecidos para a dose diária aceitável estabelecida pela FDA e pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (entre 50 e 40mg/kg por dia).

“O consumo situa-se abaixo dos níveis de ingestão diária recomendados, mesmo entre as populações que mais ingerem a substância. Não foram encontradas provas credíveis de que o aspartame é carcinogénio, neutoróxico, ou que possuí quaisquer outros efeitos adversos para a saúde mesmo quando consumido em níveis muito acima dos estabelecidos para o consumo diário”, refere o relatório.

A segurança do adoçante tem sido posta em causa em várias ocasiões. Um estudo publicado em Junho indicava que o consumo de aspartame em ratos provocava riscos acrescidos de desenvolver leucemia, linfomas e cancro da mama. Na altura, a FDA mostrou-se interessada em rever essa investigação mas, baseando-se em trabalhos anteriores que apoiavam a segurança da substância, não encontrou motivos para alterar a sua posição acerca do adoçante.

Marta Bilro

Fonte: US-Pharmacologist.com, Farmacia.com.pt.

Violação das especificações para o tricloroaminoplatinato
Recolha voluntária do Cisplatina Teva


Estudos de estabilidade que ao fim de 18 meses revelaram resultados dissonantes das especificações para o produto de degradação TCAP (tricloroaminoplatinato) estiveram na origem da decisão da Teva Pharma de recolher voluntariamente do lote nº 06E29OB, com validade até Maio de 2009, do medicamento Cisplatina Teva 1 mg/ml solução injectável, na apresentação de 10 ml.

De acordo com o exposto numa circular informativa com carácter “muito urgente” que foi enviada pela Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) às administrações regionais de Saúde, aos centros de saúde, aos grossistas, hospitais, organizações nacionais e sub-regiões e à Região Autónoma da Madeira, “em virtude de ter detectado, durante o programa de estudos de estabilidade, que aos 18 meses aquele medicamento apresentou resultados fora das especificações para o produto de degradação TCAP (tricloroaminoplatinato), a Teva Pharma – Produtos Farmacêuticos Lda. está a proceder à recolha voluntária daquele lote, com registo nº 2664183, pelo que o Infarmed ordena a suspensão imediata da sua utilização e comercialização. A nota da entidade reguladora vem assinada por Hélder Mota Filipe, vice-presidente do Conselho Directivo do Infarmed.
A cisplatina (ou cis-diaminodicloroplatina) foi sintetizada em 1844 por Michel Peyrone, e por isso acabou por ser baptizada com a designação de cloreto de Peyrone. É um agente antineoplásico citotóxico relacionado com os alquilantes e desempenha um papel importante no tratamento de diversas neoplasias. Composto inorgânico de coordenação planar, tem um átomo central de platina rodeado por dois átomos de cloro e dois grupos amónia.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Wikipédia
Características organolépticas violam especificações
Infarmed ordena recolha de lotes do Elocom


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a recolha de todas as embalagens dos lotes n.º 06NGFA12 e n.º 6NGFA55001, com prazo de validade até Junho de 2008, do medicamento Elocom (mometasona, furoato) creme 1mg/g, com registo de AIM n.º 9789917, que tem como titular a companhia farmacêutica Schering-Plough Farma Lda.

Na base da decisão da entidade reguladora do sector em Portugal está a detecção, por análise laboratorial realizada pelo próprio Infarmed, de uma situação de inconformidade das características organolépticas do produto com as especificações legais em vigor no nosso país no que respeita à consistência do creme, que apresenta grânulos e grumos. De acordo com a nota emitida pelo Infarmed, aquele defeito de qualidade não apresenta qualquer risco para a saúde dos utilizadores daqueles lotes do fármaco, uma vez que a eficácia e a segurança do Elocom não foram afectadas. O Elocom é corticosteróide de aplicação tópica usado no tratamento de afecções cutâneas, e está sujeito a receita médica.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Prontuário Terapêutico
Recolha voluntária do medicamento teve lugar em Fevereiro
Seis lotes de Cêgripe reintroduzidos no mercado


Seis lotes do medicamento Cêgripe, desenvolvido e comercializado pela Janssen-Cilag Farmacêutica, receberam autorização da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde para serem reintroduzidos no circuito de distribuição nacional. O fármaco tinha sido recolhido em Fevereiro, depois de terem sido detectadas imprecisões na redacção do folheto informativo incluso, mas em Julho, tal como o farmacia.com.pt noticiou, tinham já sido reintroduzidos dois lotes, com prazo de validade até Novembro de 2009.

Num comunicado com carácter “urgente” do Conselho Directivo do Infarmed, assinado pelo seu vice-presidente Hélder Mota Filipe e com conhecimento do Departamento de Inspecção da entidade reguladora, informa-se agora que são reintroduzidos no mercado farmacêutico português mais seis lotes do medicamento (n.º 06KQ139, nº 06KQ135, n.º 06KQ134 e n.º 06KQ137, todos com validade até Novembro de 2009, e nº 06JQ169 e nº 06JQ170, com validade até Outubro do mesmo ano). Na origem da decisão do Infarmed que autoriza a comercialização daqueles lotes do Cêgripe está o facto de no final do mês de Julho ter sido enviado à entidade reguladora o relatório de reprocessamento das embalagens recolhidas referentes àqueles lotes, referente à substituição do folheto informativo e do acondicionamento secundário.
A conformidade do novo folheto com a legislação aplicável em Portugal foi atestada pela Direcção Técnica da Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica SA. Mais se informa, na nota agora divulgada, que as embalagens reprocessadas são identificadas pela adição da letra A ao código inicial do lote, por razões de rastreabilidade em relação aos lotes iniciais, sendo os lotes a repor nas farmácias portuguesas identificados como n.º 06KQ139A, n.º 06KQ135A, n.º 06KQ134A, n.º 06KQ137A (válidos até Novembro de 2009), n.º 06JQ170A e n.º 06JQ169A (com prazo de validade até Outubro daquele ano).

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, farmacia.com.pt

Descoberto mecanismo responsável pela perda de memória nos idosos

Investigadores espanhóis do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) descobriram um mecanismo que poderá estar na origem da lenta perda de memória e da capacidade de aprendizagem, que normalmente acompanham a velhice. O estudo incidiu no factor de crescimento IGF1, e apoia possíveis terapias, baseadas nesta proteína, para atenuar ou prevenir alguns dos sintomas neurológicos próprios da idade avançada.

Nesta investigação, publicada na recente edição da “Molecular Psychiatry”, os cientistas, através da utilização de ratos, relacionaram a aparição da habitual perda cognitiva que acompanha a velhice, em particular a diminuição da capacidade de orientação no espaço, a um deficit do factor de crescimento IGF1, no sangue. Este componente é uma proteína, que se associa essencialmente à hormona de crescimento (HC), e que é segregada, na sua maior parte, pelo fígado.

Este estudo baseou-se numa tarefa que punha à prova a capacidade de orientação dos animais. Estes foram colocados num labirinto com pistas para serem memorizadas para depois encontrar a saída. Os ratos adultos com deficit de IGF1 tinham mais dificuldades na altura de aprender as sinais para sair.

Na sequência desta experiência, os autores observaram que os animais com deficit de IGF1 apresentavam alterações na potenciação, a longo prazo, do hipocampo, a área do cérebro associada à capacidade de recordar. Com base nesta descoberta, a equipa de investigadores conseguiu atenuar estas deficiências nos animais, mediante a administração sistémica do referido factor de crescimento.

Segundo explica um dos investigadores, José Luis Trejo, as alterações observadas no hipocampo estão associadas a uma redução das sinapses (conexões entre os neurónios e com as restantes células) glutamatérgicas, que são responsáveis pela transmissão da informação. Esta diminuição gera um desequilíbrio sináptico nesta área do cérebro, uma vez que a proporção de sinapses gabaérgicas, o outro grande grupo de conexões no hipocampo, se encontrava nos níveis habituais.

Os investigadores concluiram que a acção do IGF1 sanguíneo, ao penetrar no cérebro, medeia a potenciação sináptica dos circuitos do hipocampo e, desta forma, tem influência na aprendizagem e na memória. Se os níveis de IGF1 no sangue forem baixos, a transmissão da informação nesta zona do cérebro encontra-se desequilibrada.

Isabel Marques

Fontes: AZPrensa, www.csic.es