quarta-feira, 18 de março de 2009

Vitamina D pode não ajudar a tratar a depressão

Investigadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, demonstraram que não existe uma relação clara entre os níveis de vitamina D no sangue e a depressão.

O investigador principal, o Dr. Oscar Franco, referiu que a falta de vitamina D, devido à reduzida exposição à luz solar, tem sido associada à depressão e aos sintomas de Depressão Sazonal ou Distúrbio Afectivo Sazonal.

Os investigadores recrutaram 3 262 pessoas com idades entre os 50 e os 70 anos de Pequim e Xangai, na China, e testaram os níveis de vitamina D no sangue. Os participantes do estudo tiveram de completar um questionário para se poder avaliar a prevalência de sintomas depressivos.

O estudo, publicado na “Journal of Affective Disorders”, descobriu que não existe uma clara associação entre os sintomas depressivos e a concentração de vitamina D no sangue.

O Dr. Franco referiu que o estudo, desenvolvido em colaboração com os colegas da Academia Chinesa de Ciências, não avaliou se os sintomas depressivos eram sazonais e sugeriu que é necessário efectuar mais estudos.

O investigador referiu ainda que poucos estudos exploraram a associação entre as concentrações sanguíneas de vitamina D e a depressão na população geral. Uma deficiência de vitamina D também tem sido atribuída a diversas doenças crónicas, incluindo osteoporose, cancros comuns, doenças auto-imunes e cardiovasculares.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/18/Vitamin_D_may_not_help_treat_depression/UPI-25811237404556/

Farmacêutica relata 15 mortes entre pacientes que utilizaram RoActemra

A Chugai Pharmaceutical Co, a unidade japonesa da Roche Holding AG, relatou a ocorrência de 15 mortes entre os pacientes que utilizaram o fármaco RoActemra (tocilizumab) para a artrite reumatóide.

A Chugai revelou num relatório que entre os 4 915 pacientes com artrite reumatóide que receberam RoActemra, entre Abril de 2008 e Fevereiro de 2009, houve 15 mortes, não sendo possível negar a possibilidade de uma associação à utilização do RoActemra.

O porta-voz da Chugai, Masayuki Yamada, referiu que o facto de uma relação causal não poder ser negada significa que existe a possibilidade do RoActemra poder ter tido um impacto.

Desta forma, a farmacêutica quer continuar a recolher informações e análises para poder fornecer informações atempadas a instituições médicas, entre outros.

A Chugai também revelou que existiram 221 casos de efeitos adversos graves. Esta não foi a primeira vez que a farmacêutica publica um relatório sobre efeitos secundários do fármaco, sendo que tem actualizado periodicamente a informação, incluindo mortes relatadas.

O RoActemra é um anticorpo monoclonal que bloqueia as acções de um tipo específico de proteína (citocina) denominada interleucina-6. Esta proteína está envolvida em processos inflamatórios do organismo e o seu bloqueio pode reduzir a inflamação no seu corpo.

O RoActemra é utilizado no tratamento da artrite reumatóide activa, moderada a grave, uma doença auto-imune, em doentes adultos, se terapêuticas prévias não surtiram o efeito desejado. O RoActemra ajuda a reduzir os sintomas, tais como a dor e o inchaço das articulações, e pode também melhorar a capacidade de realização das tarefas diárias.

Estima-se que a artrite reumatóide, que se caracteriza pela inflamação da membrana que envolve as articulações do corpo, o que pode provocar dores, rigidez e incapacidade, afecte mais de 20 milhões de pessoas a nível mundial.

O Japão foi o primeiro país a aprovar o RoActemra para o tratamento da artrite reumatóide, tendo-se seguido a Europa, que o aprovou em Janeiro, mas ainda não foi aprovado nos Estados Unidos.

Isabel Marques

Investigadores desenvolvem antibióticos que não provocam resistência

Investigadores norte-americanos revelaram na revista científica “Nature Chemical Biology” que estão a desenvolver uma nova geração de compostos antibióticos que não provocam resistência bacteriana.

Os investigadores, da Faculdade de Medicina Albert Einstein da Universidade Yeshiva, referiram que os compostos actuam contra dois micróbios, o vibrião colérico (bactéria Vibrio cholerae), que provoca a cólera, e o E. coli 0157:H7, um contaminante dos alimentos.

Um dos autores, o Dr. Vern Schramm, referiu que os antibióticos inicialmente funcionam extremamente bem, matando mais de 99,9 por cento dos micróbios a que se direccionam. Contudo, através da mutação e da pressão selectiva exercida pelo antibiótico, algumas células bacterianas conseguem inevitavelmente sobreviver, repopular a comunidade bacteriana e disseminar-se como estirpes resistentes aos antibióticos.

Os investigadores, em vez de matarem a Vibrio cholerae e o E. coli 0157:H7, direccionaram-se para interromper a capacidade das bactérias comunicar através da detecção de quórum, um mecanismo molecular complexo que as bactérias usam para comunicarem entre si. Muitas espécies de bactérias utilizam a detecção de quórum para coordenar a sua expressão genética segundo a densidade local da sua população.

Os investigadores apontaram para uma enzima bacteriana, a nucleosidase de metiltioadenosina (MTAN), que está directamente envolvida na sintetização de auto-indutores cruciais para a detecção de quórum. Os investigadores delinearam um substrato ao qual a MTAN se irá ligar muito mais firmemente do que ao seu substrato natural, na realidade, tão firmemente que o substrato análogo irá prender permanentemente a MTAN e inibi-la de impulsionar a detecção de quórum.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/16/Antibiotics_that_dont_trigger_resistance/UPI-49921237247603/

Investigadores desenvolvem novo tratamento para a infertilidade feminina

Investigadores do Colégio Imperial de Londres demonstraram num estudo que a administração da hormona kisspeptina, em mulheres com infertilidade, activa a libertação de hormonas sexuais que controlam o ciclo menstrual.

Os investigadores, que apresentaram as descobertas no encontro anual da Sociedade de Endocrinologia do Reino Unido, referiram que um tratamento com a hormona poderia restabelecer a função reprodutiva nas mulheres com baixos níveis de hormonas sexuais.

A kisspeptina é produzida pelo gene KISS-1 e é um regulador chave da função reprodutiva. Os animais e os humanos que têm falta de kisspectina não passam pela puberdade e continuam a ser sexualmente imaturos.

Num estudo anterior, os investigadores demonstraram que o tratamento com kisspeptina conduzia à produção de hormonas sexuais nas mulheres férteis.

Os investigadores ampliaram agora a investigação para examinar os efeitos da kisspeptina nas mulheres cujo período mestrual tenha cessado devido a um desequilíbrio hormonal.

Neste estudo, os investigadores injectaram kisspectina ou soro salino a um grupo de dez mulheres que não tinham menstruação e eram inférteis. Os investigadores recolheram amostras sanguíneas para medir os níveis da hormona luteinizante e da hormona estimulante do folículo, duas hormonas sexuais essenciais para a ovulação e fertilidade.

A kisspeptina conduziu a um aumento de 48 vezes da quantidade da hormona luteinizante e de 16 vezes da hormona estimulante do folículo, em comparação com o soro salino.

De acordo com os investigadores, este é o primeiro estudo que demonstra que a kisspectina pode estimular as hormonas sexuais nas mulheres com infertilidade, apresentando a hormona como uma possível terapia para a infertilidade humana.

Segundo o investigador principal, o Dr. Waljit Dhillo, a infertilidade é um problema devastador que afecta milhões de casais em todo o mundo. Esta investigação demonstra que a kisspectina poderá ser uma promessa como tratamento da infertilidade.

O Dr. Dhillo referiu que os dados sugerem que a kisspeptina poderá restabelecer a função reprodutiva nas mulheres com níveis baixos de hormonas sexuais. O investigador concluiu que a próxima investigação se centrará em determinar o melhor protocolo de administração repetida da kisspectina, com a esperança de se desenvolver uma nova terapia para a infertilidade.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1104014/03/09/Nuevo-tratamiento-para-restablecer-la-funcion-reproductiva-en-mujeres.html