sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Takeda avança o desenvolvimento do fármaco experimental para a hipertensão

A Takeda Pharmaceutical Co. anunciou que o composto experimental TAK-536 entrou na Fase 2 do ensaio clínico, no Japão. Este composto é um bloqueador do receptor de angiotensina (ARB, sigla em inglês) descoberto pela Takeda. O seu mecanismo de acção consiste em baixar a pressão sanguínea ao aliviar a constrição dos vasos sanguíneos, através da inibição da acção de uma hormona vasopressina, a angiotensina II.

Espera-se que o TAK-536 apresente uma acção anti-hipertensora mais forte, e que seja também mais efectivo a combater a resistência à insulina e a proteger os rins, em comparação com outros bloqueadores do receptor de angiotensina existentes no mercado.

A Takeda avança assim a possibilidade de uma substituição para o tratamento da hipertensão mais vendido, o Blopress, que apresentou vendas de 55,4 mil milhões de ienes (480 milhões de dólares) nos três meses até ao dia 30 de Junho, 5 por cento mais do que no ano anterior.

Masaomi Miyamoto, gestor geral da divisão de desenvolvimento farmacêutico da Takeda, disse que a companhia está satisfeita com o progresso do TAK-536 para a Fase 2 dos ensaios clínicos, uma vez que este composto deve suceder o Blopress (candesartan cilexetil), que é um ABR e um dos produtos internacionais estratégicos da companhia, e é também um dos produtos líderes anti-hipertensivos no Japão. A Takeda está a tentar acelerar acentuadamente o desenvolvimento do TAK-536 para ser lançado o mais rapidamente possível, para posteriormente aumentar o franchise nesta área terapêutica.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, www.takeda.com

FDA adia decisão acerca do fármaco experimental para a fibrilhação auricular

A FDA pediu informação adicional à Astellas Pharma Inc. e à Cardiome Pharma Corp. relativamente ao tratamento experimental, o vernakalant, para o batimento cardíaco irregular, ou seja, a fibrilhação auricular. As companhias declararam que este pedido irá adiar a decisão da FDA por três meses, até 19 de Janeiro, em relação à aprovação do tratamento intravenoso.

A FDA pediu esta informação como preparação para o encontro de consultores externos (Cardiovascular and Renal Drugs Advisory Committee), programado para os dias 11 e 12 de Dezembro, para rever terapias para a conversão aguda de arritmias cardíacas. Mais especificamente, a FDA requereu dados sobre a segurança e a eficácia do ensaio ACT 2 do fármaco, uma forma intravenosa do hidrocloreto de vernakalant, que estava a decorrer quando foi apresentada a candidatura no final de Dezembro passado. Esta foi a segunda tentativa das companhias, pois a FDA rejeitou a candidatura anterior invocando inconsistências e omissões nos dados.

O analista da UBS Investment Research, Jeff Elliott, sublinhou que este adiamento até tem um lado positivo, uma vez que as companhias terão, assim, a possibilidade de realçar os dados muito fortes acerca do fármaco, e poderão ganhar tempo para adquirir a aprovação para uma indicação adicional pós-cirurgia.

A Cardiome concedeu à Astellas uma licença exclusiva em 2003 para desenvolver e comercializar o fármaco na América do Norte. O fármaco pertence à classe dos bloqueadores dos canais de cálcio e é direccionado ao batimento cardíaco rápido nas câmaras superiores do coração, ou aurículas, sem perturbar as câmaras inferiores. Este é um de dois tratamentos em etapas avançadas de desenvolvimento na Cardiome.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg
21 de Setembro: Dia Mundial do Doente de Alzheimer
Sessões informativas «Memórias à quarta»


No âmbito do calendário de eventos destinados a assinalar o Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer, que se cumpre no próximo dia 21, a Associação Alzheimer Portugal vai promover, nas quatro quartas-feiras do mês, sessões informativas sobre a doença neurodegenerativa progressiva que afecta cerca de 60 mil portugueses.

Numa nota de imprensa enviada ao farmacia.com.pt, a associação dá conta de que os encontros do ciclo «Memórias à quarta», todos marcados para as 17h30, terão lugar nas «Lojas do Avô» de Almada, Funchal, Lisboa e Porto e terão entrada livre, destinando-se essencialmente a cuidadores formais e informais, profissionais de saúde e familiares dos doentes, bem como a todas as pessoas que, por qualquer motivo, tenham interesse em acompanhar o tema. A presidente da Associação Alzheimer Portugal, Maria do Rosário Zincke dos Reis, explica que “em cada quarta-feira do mês a associação vai abordar um tema diferente, com o objectivo de informar sobre a doença e apresentar às pessoas com Alzheimer e aos seus cuidadores soluções de apoio e diferentes perspectivas de cuidados que muitos podem não conhecer”.
A primeira sessão informativa, que será essencialmente subordinada à apresentação do leque de serviços, recursos e objectivos da associação, está agendada para o próximo dia 5 na Loja do Avô de Almada (tel. 212744427). Segue-se, na quarta-feira seguinte, na Loja do Avô do Funchal (Tel. 291203170) no dia 12, a sessão «Diagnosticar para não rotular», em que será feita uma chamada de atenção para a importância do diagnóstico precoce, fornecendo dados sobre como e a quem devem dirigir-se os interessados quando surgirem os primeiros sinais de alarme, acentuando que “nem tudo o que atinge os mais idosos é Alzheimer”.
A terceira sessão, intitulada «A abordagem centrada na pessoa com demência», está prevista para o dia 19 na Loja do Avô de Lisboa (Tel. 213579040), e terá como objectivo fundamental a apresentação de uma estratégia de acompanhamento do doente que se centra na necessidade de “olhar para o indivíduo com demência de forma diferente”. Por fim, o calendário encerra no dia 26, na Loja do Avô do Porto (Tel. 225093022), com o encontro «A segurança da pessoa com demência», em que os técnicos da associação darão a conhecer os dispositivos e fornecerão dicas com vista a garantir uma maior segurança em casa e na rua.

Carla Teixeira
Fonte: press-release da Hill & Knowlton, http://www.ajudas.com/, http://www.latiendadelabuelo.com/

Eli Lilly e Takeda terminam co-desenvolvimento do mesilato de ruboxistaurina

A Eli Lilly e a Takeda terminaram o acordo conjunto de desenvolvimento e comercialização do composto experimental de mesilato de ruboxistaurina (inibidor da PKCβ, LY333531) no Japão. Este agente é um composto experimental descoberto e desenvolvido pela Eli Lilly e estava a ser estudado para o tratamento de complicações microvasculares decorrentes da diabetes.

As companhias explicaram que esta decisão foi tomada após a revelação dos dados da Fase II dos ensaios clínicos do fármaco, para o tratamento da neuropatia diabética periférica e do edema macular diabético, que falharam ao não cumprir os critérios pré-determinados para prosseguir o desenvolvimento para a Fase III dos estudos. A Takeda e a Eli Lilly tinham assinado o acordo de co-desenvolvimento em 2003.

Isabel Marques

Fontes: First Word, www.takeda.com

Publicado novo regime jurídico das farmácias

Diploma que liberaliza propriedade das farmácias entra em vigor dentro de 60 dias

Foi publicado esta sexta-feira (31 de Agosto), em Diário da República, o Decreto-Lei n.º 307/2007, que estabelece o regime jurídico das farmácias de oficina. Com o novo diploma a propriedade das farmácias deixa de estar limitada exclusivamente a farmacêuticos, sendo que esta passa a estar também reservada a pessoas singulares e a sociedades comerciais, numa concentração máxima de quatro estabelecimentos.

O texto, que entra em vigor dentro de 60 dias, reforça o regime de incompatibilidades em relação à propriedade, exploração e gestão de farmácias, quer directa quer indirectamente. De forma a garantir a igualdade fiscal com as demais farmácias, as instituições particulares de solidariedade social que detêm farmácias deverão constituir-se em sociedades comerciais.

No que toca à direcção técnica da farmácia, é exigida a permanência e exclusividade de um farmacêutico sujeito a regras deontológicas próprias e exigentes, para garantir e promover a qualidade e melhoria contínua dos serviços prestados aos utentes. Por sua vez, o papel do director técnico ganha relevo, atendendo à dissociação entre propriedade da farmácia e titularidade por farmacêutico.

No âmbito da valorização das regras deontológicas, o controlo dos deveres deste funcionário pode ser efectuado pela Ordem dos Farmacêuticos. Ao vincular juridicamente o director técnico ao cumprimento das disposições gerais do diploma pretende-se reflectir o interesse público que caracteriza a actividade. Exemplo disso é a promoção do uso racional do medicamento e os deveres de colaboração e de farmacovigilância que lhe são atribuídos.

De acordo com a nova legislação, cada farmácia fica agora obrigada a dispor de dois farmacêuticos, de forma a garantir que as ausências do director técnico sejam colmatadas pela presença de um farmacêutico que o substitua. O novo regime jurídico continua a prever a atribuição de novas farmácias através de concurso público. A regulação do licenciamento será objecto de diploma próprio.

A dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica poderá ser efectuada pelos locais de venda através da internet e ao domicílio. Uma novidade que pretende beneficiar os utentes impossibilitados de se deslocarem, sendo que o serviço poderá motivar a cobrança de um valor adicional. As farmácias ficam também autorizadas a adquirirem medicamentos através de concurso, situação proibida pela legislação revogada.

Segundo o novo regime jurídico, os consumidores vão também poder reclamar dos atendimentos nas farmácias no site da Internet da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Para além de terem à disposição livros de reclamações nas farmácias, será também disponibilizada uma área própria no site do Infarmed.

Conforme noticiou o Farmacia.com.pt, o diploma foi aprovado pelo Governo em Julho de 2007, um ano depois de ter chegado a acordo com Associação Nacional de Farmácias, sobre o denominado “Compromisso com a Saúde”.

Marta Bilro

Fonte: Ministério da Saúde, Portugal Diário, Farmacia.com.pt.

Indústria farmacêutica: Um retrato das transformações do mercado

Apesar da indústria farmacêutica ter duplicado os investimentos no ramo da investigação e desenvolvimento durante a última década, o número de novos produtos que realmente chegaram ao mercado não passou de metade. Consequentemente, o modelo de negócios que consistia na criação de alguns medicamentos com êxito de mercado e na sua comercialização junto dos fornecedores deixou de ser sustentável. É, por isso, urgente inovar e tentar criar novas respostas.

São necessárias alterações porque a repetição do modelo existente tende a não funcionar. Os fármacos mais bem sucedidos do mercado estão prestes a perder a protecção da patente e há poucos produtos actualmente em desenvolvimento devido à falta de inovação fundamental, ao aumento das vendas e despesas de marketing ou à subida dos custos de regulamentação. Para além disso, a controvérsia que envolve alguns medicamentos tem provocado um certo descrédito e falta de confiança na indústria.

As consequências traduzem-se ao nível financeiro. De acordo com um artigo publicado na “Genetic Engineering & biotechnology News” (GEN), o retorno sobre os stocks farmacêuticos tem-se atrasado em relação a outras indústrias – durante os últimos seis anos, o índex mundial do Dow Jones (bolsa de valores de Nova Iorque) subiu 34,9 por cento, enquanto o índex farmacêutico global FTSE cresceu apenas 1,3 por cento. A indústria está financeiramente mais débil e não consegue responder aos desafios que enfrenta através da simples injecção de capital, pode ler-se na mesma publicação.

Ainda assim, o futuro da indústria é mais promissor do que aquilo que aparenta, já que as estimativas indicam que o mercado farmacêutico global deverá duplicar o seu valor até 2020, atingindo vendas anuais no valor de 949 mil milhões de euros. A procura deverá ser estimulada, maioritariamente, pelo crescimento da camada de população idosa e cada vez mais sedentária, especialmente dos novos mercados nos países em vias de desenvolvimento.

A estes factores acresce a incidência de algumas doenças existentes, em parte devido às alterações climáticas, que alargam o espectro geográfico de doenças infecciosas tropicais e semi-tropicais. As doenças crónicas do foro respiratório estão também a alastrar, à medida que as novas fábricas e os automóveis fazem disparar os níveis de poluição nos países em vias de desenvolvimento. Para além disso, há que ter em conta as novas doenças, muitas delas resistentes às terapias existentes.

Enquanto a indústria farmacêutica procura fazer frente aos obstáculos e agarrar oportunidades estratégicas, há 10 desafios transformacionais que, segundo a GEN, se colocam ao sector até 2020:

- A confiança da indústria nos chamados medicamentos de sucesso deverá diminuir. Em vez disso, o sector vai centrar atenções no desenvolvimento de fármacos com um alcance mais alargado. Prevê-se também uma alteração nas vendas e no marketing, sendo que as grandes equipas de venda actuais deverão ser substituídas por grupos mais pequenos que negoceiam preços com base nos benefícios comprovados.

- A indústria farmacêutica vai diversificar-se cada vez mais, com algumas empresas a tornarem-se especializadas em certos nichos de mercado; outras vão optar pelos genéricos, centrando-se no volume de vendas e nas receitas. Há hipótese de serem bem sucedidas em ambos os ramos mas terão que optar por um dos caminhos.

- Os resultados reais vão ser cruciais para o sucesso do produto. Os produtos terão que gerar lucro e as empresas vão lucrar com a inovação e não com as réplicas de terapias já existentes.

- Vai haver um novo foco na adesão dos pacientes ao tratamento. Há doentes que muitas vezes não tomam os medicamentos prescritos ou interrompem a terapia. As empresas farmacêuticas vão desenvolver novas tecnologias personalizadas de monitorização e técnicas que assegurem que os pacientes tomam a medicação, melhorando os resultados e a segurança, ao mesmo tempo que são gerados mais 22 mil milhões de euros anuais em novas vendas.

- A prevenção será tão importante quanto o tratamento. A indústria farmacêutica está há muito centrada no tratamento de doenças mas será financeiramente mais eficaz prevenir uma doença do que curá-la. Haverá também um apoio do sector aos programas de bem-estar, vacinação e monitorização de fidelidade aos tratamentos.

- A tecnologia vai imprimir transformações na investigação e desenvolvimento. Novas tecnologias moleculares deverão ajudar a cumprir a promessa da pesquisa gonómica, e o crescimento da sofisticação dos aparelhos médicos, frequentemente associado aos medicamentos, irá melhorar a eficácia das terapias, ao mesmo tempo que são reduzidos os riscos.

- O processo de ensaios clínicos deverá tornar-se mais flexível, impulsionado pela partilha de dados e uma maior colaboração entre as empresas farmacêuticas e as entidades reguladoras.

- O processo de regulamentação tornar-se-á global. À medida que os mercados internacionais ganham relevância, as empresas farmacêuticas vão estimular uma maior cooperação entre os reguladores nacionais para dar origem a produtos que salvam vidas, acelerar a comercialização e reduzir os custos das obrigações de regulamentação.

- As cadeias de fornecimento vão tornar-se uma fonte de receitas. A aplicação de sistemas de produção e entrega momentâneos, utilizados noutras indústrias, vai permitir às empresas farmacêuticas desenvolver produtos à medida dos pedidos dos clientes, criando novos canais de comercialização de produtos.

- Os retalhistas vão ser substituídos pela distribuição directa ao consumidor. À medida que o mercado de medicamentos de venda livre cresce e as novas tecnologias permitem a distribuição directa ao consumidor, a confiança nos retalhistas vai diminuir, com mais prescrições a serem aviadas automaticamente.

O sucesso futuro da indústria reside, por isso, na capacidade de adaptação às novas realidades e o prémio de sucesso deverá ser atribuído às empresas com visão, flexibilidade e coragem para começar a mudar de imediato.

Marta Bilro

Fonte: Genetic Engineering & biotechnology News, Farmacia.com.pt.

Garantia da Boehringer Ingelheim em Portugal
Risco de arritmia num caso em cada milhão

Na reacção à retirada mundial do Silomat, a Boehringer Ingelheim garantiu que o risco de arritmia associado ao medicamento para a tosse seca é de um caso num milhão, explicando que foi voluntariamente e por prevenção que optou por suspender a sua venda.

Em 2006 foram vendidas em Portugal 320 mil unidades do Silomat, no valor de 1,2 milhões de euros. O director médico da empresa, Carlos Trabulo, sublinhou a ausência de registo de casos fatais devido à toma do medicamento, e explicou que o risco de arritmias cardíacas só existe durante a acção do fármaco, que “é eliminado da circulação em 24 horas”. O teste com electrocardiogramas em adultos saudáveis foi feito depois de a base de dados de farmovigilância ter registado o aumento dos relatos de efeitos secundários, e demonstrou um risco de um caso num milhão de doentes.
Carlos Trabulo reiterou ainda que, “face aos resultados inesperados de alteração da relação risco/beneficio do fármaco, a Boehringer Ingelheim tomou a iniciativa, como medida de precaução, de o retirar voluntariamente do mercado, na defesa do interesse da segurança dos doentes”. Em 46 anos de comercialização a nível mundial o Silomat registou 200 milhões de administrações. Em 1992 deixou de estar sujeito a receita médica, classificação que pesou na decisão de retirada do mercado, segundo o laboratório, que pediu aos consumidores que suspendessem o seu uso e consultassem o médico ou farmacêutico para mais informações.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa
Infarmed está a acompanhar situação em Portugal
Silomat retirado do mercado mundial


Alterações inéditas registadas em electrocardiogramas de um grupo de pessoas submetidas a um ensaio clínico ao Silomat ditaram a recolha imediata do fármaco em todo o mundo. Trata-se de uma medida preventiva, por se desconhecer ainda a relevância clínica da sua toma…

Entidades reguladoras do sector do medicamento em todo o mundo estão desde ontem a proceder à retirada do mercado farmacêutico de todas as embalagens e de todos os lotes do Silomat, indicado para tratamento da tosse seca. Na origem da decisão, de acordo com o exposto num comunicado classificado como “muito urgente” emitido pelo Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), a que o farmacia.com.pt teve acesso, está a detecção, em electrocardiogramas de um grupo de adultos saudáveis que participaram num ensaio clínico com o medicamento, de alterações inéditas cuja relevância clínica é ainda desconhecida.
Na sequência dos resultados preliminares do estudo, no que o Infarmed diz ser uma medida de prevenção, o fármaco, que tem como princípio activo o clobutinol e é desenvolvido e comercializado pelo laboratório alemão Boehringer Ingelheim International – em Portugal representado pela União Internacional Laboratórios Farmacêuticos Lda. (Unilfarma) – está então a ser retirado dos estabelecimentos de dispensa de medicamentos de todo o mundo (farmácias e parafarmácias, visto que se trata de um medicamento não sujeito a receita médica), tendo o regulador português ordenado a suspensão imediata da sua comercialização, exortando os doentes que estejam a fazer tratamento com o Silomat a interromper de imediato a sua administração, garantindo que está a acompanhar a situação, através do seu departamento de Farmacologia.
Disponível em xarope, solução oral e comprimido revestido, o Silomat é usado no tratamento da tosse seca, nomeadamente em crianças. O Infarmed saudou, por isso, a decisão do laboratório de recolher voluntariamente o fármaco, até estarem disponíveis mais dados sobre o seu princípio activo. Segundo a nota emitida pelo Infarmed, o clobutinol, autorizado em Portugal desde 1962, é um antitússico não opiáceo, activo por via oral e com acção central, estando especialmente indicado para o tratamento sintomático da tosse irritativa não produtiva. No nosso país é o único composto químico desenvolvido a partir daquela substância, não havendo quaisquer relatos de episódios fatais das reacções adversas agora descritas nos doentes submetidos ao ensaio clínico, terminado há dias. Encontra-se igualmente disponível em diversos países da Europa e do mundo, na maioria dos casos sem estar sujeito a receituário.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Sanofi e Actelion irão controlar o mercado de fármacos para a insónia em 2016

A eplivanserina da Sanofi-Aventis e o ACT-078573 da Actelion serão líderes de mercado, no que diz respeito aos fármacos para a insónia, por volta do ano de 2016. Contudo, não é provável que este mercado sustente diversos fármacos semelhantes que não apresentem vantagens definidas de eficácia e de segurança, segundo o estudo da Decision Resources.

De acordo com o recente relatório da Pharmacor, a eplivanserina antagonista dos receptores serotoninérgicos de tipo 2 (5-HT2) e o ACT-078573 antagonista do receptor da orexina estão entre as 11 terapias emergentes para a insónia, que irão entrar no mercado na próxima década. Entre estas terapias emergentes encontram-se os lançamentos, fora dos Estados Unidos, do Lunesta (eszopiclona) da Sepracor e o ramelteon da Takeda, estando previsto que ambos sejam lançados na Europa em 2008 e no Japão em 2010. Os peritos pensam que o facto da insónia ser cada vez mais reconhecida como um distúrbio tratável, tanto por parte dos médicos, como dos pacientes, irá ajudar ao crescimento do mercado nos Estados Unidos, Japão, França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido.

O relatório revela ainda que o crescimento progressivo das taxas de diagnóstico e de fármacos de tratamento, combinado com uma população de 140 milhões de pacientes, fazem com que o mercado da insónia seja um dos poucos com potencial de expansão. Todavia, a disponibilidade do genérico Ambien (zolpidem), combinado com o aumento da inspecção em termos reguladores para as terapias da insónia, irão limitar as vendas do mercado global.

Segundo a analista da Decision Resources, Natalie Taylor, a insónia requer agentes que são mais claramente diferenciados em relação aos fármacos correntes do que outros grandes mercados psiquiátricos. Os fármacos com dados de ensaios clínicos em que esteja estabelecida a eficácia em várias populações com insónia – tais como os que sofrem de distúrbios psicológicos, os idosos, e pacientes com insónia crónica – irão apresentar o maior potencial comercial.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma, www.decisionresources.com

Creon recebe carta de aprovação da FDA

A Solvay Pharmaceuticals recebeu uma carta de aprovação por parte da FDA para o Creon (cápsulas de libertação prolongada de pancrelipase), relativamente ao registo de um novo medicamento. O Creon é uma enzima pancreática para o tratamento da Insuficiência Pancreática Exócrina, que é frequentemente associada com a fibrose cística e pancreatite crónica. Contudo, a Solvay necessita ainda apresentar à FDA dados clínicos adicionais e informação química, de elaboração e de controlo, antes da aprovação.

O Creon é o medicamento de enzimas pancreáticas mais prescrito nos Estados Unidos e tem sido comercializado há 20 anos. A Solvay remeteu o fármaco para aprovação da agência norte-americana que regula medicamentos (FDA) para cumprir os seus regulamentos, uma vez que esta publicou a 28 de Abril de 2004 um aviso de registo federal (Federal Register Notice) que requer que todos os fabricantes de produtos à base de enzimas pancreáticas obtenham um registo de um novo medicamento (NDA, sigla em inglês).

O presidente da Solvay Pharmaceuticals, Laurence Downey, afirmou que a companhia está confiante de que o trabalho que está a ser realizado, e que foi iniciado antes de ter recebido esta carta, irá cumprir o requisito da FDA. O Dr. Downey acrescentou ainda que o Creon ajuda a suprir uma necessidade médica crítica para milhares de pacientes que sofrem de fibrose cística e insuficiência pancreática. A Solvay irá continuar a trabalhar com a FDA para garantir a aprovação para este fármaco.

Isabel Marques

Cirurgião desenvolve novo método para tratar apneia do sono

Um cirurgião singapuriano desenvolveu um método aperfeiçoado para tratar a apneia do sono com uma taxa de sucesso que atinge os 86 por cento, revela uma notícia publicada esta sexta-feira pelo The Straits Times. Kenny Pang, director do “Pacific Sleep Centre”, que viajou até ao Vietname, à Malásia e à Indonésia para difundir a nova técnica, foi agora convidado pela Academia Americana de Otorrinolaringologia para levar a Washington os seus conhecimentos.

O Sindroma de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um problema respiratório do sono que se caracteriza por episódios repetidos de interrupção da respiração, apesar de continuar a desenvolver-se esforço para respirar. A apneia obstrutiva dá origem à cessação completa da passagem do ar pelo nariz e pela boca, durante 10 segundos ou mais, sendo que, um doente típico terá cinco ou mais apneias por hora de sono. Com o passar do tempo, o problema pode provocar hipertensão arterial, ataques cardíacos, ou mesmo a morte em casos mais graves.

A cirurgia comum, eficaz em cerca de 68 por cento dos casos, consiste na remoção das amígdalas e adenóides, pólipos ou outras causas de obstrução, ou mesmo do excesso de tecido mole na parte posterior da orofaringe. No entanto, esse procedimento não alarga a abertura da garganta, afirmou Pang em declarações ao periódico de Singapura.

O método aplicado por este especialista também prevê a remoção das amígdalas e de parte do palato mole. Os músculos da garganta ao fundo da cavidade bucal são puxados para cima e para a frente, e depois suturados no palato mole que estica os músculos e expande a abertura da garganta, refere o relatório.

Tan Wee Teck, um dos primeiros pacientes de Pang, submetido ao procedimento em Singapura, em 2005, confessa-se bastante satisfeito com os resultados. “Depois da cirurgia, tenho dormido melhor e sinto-me mais enérgico durante o dia”, referiu.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Saúde na Internet.

São Paulo recebe I Congresso Internacional de Uro-Oncologia

Evento conta com a participação de 600 especialistas

O Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês (IEP), em São Paulo, no Brasil, recebe, entre os dias 14 a 16 de Setembro, I Congresso Internacional de Uro-Oncologia. Durante o evento, que conta com a participação de 600 urologistas, radiologistas e oncologistas, do Brasil e do exterior, serão abordados os principais desenvolvimentos no tratamento de casos de cancro da próstata, rim e bexiga.

Relativamente ao cancro da próstata, um dos mais frequentes no homem, representando uma importante causa de morte, será feita numa abordagem ao papel da radioterapia no tratamento do tumor, especialmente do novo IGRT (Radioterapia de 4ª Dimensão), que proporciona maior segurança e preservação dos tecidos sãos próximos à região tumoral.

Haverá também espaço para falar das inovações, com é o caso das cirurgias que preservam a erecção, dos tratamentos para a incontinência urinária pós-cirurgia do tumor, e dos estudos com opções terapêuticas já aplicadas com sucesso na terapia-alvo contra tumores colo-rectais e da mama, além da utilização da vitamina D em alta dose.

No tempo reservado à análise dos tumores renais, serão discutidos os novos fármacos inibidores da vascularização do tumor e os mecanismos específicos de proliferação e crescimento da doença. Está ainda preparada uma demonstração das novas técnicas cirúrgicas, onde se inclui a preservação do rim e o uso da crioterapia e radiofrequência no tratamento.

O cancro da bexiga, o segundo tumor urológico mais frequente, vai também estar em análise, visto que, o avanço na precisão do diagnóstico permite novas cirurgias capazes de preservar a bexiga. Os interessados poderão inscrever-se e aceder ao programa completo do congresso através do portal do Hospital Sírio Libanês, em www.hospitalsiriolibanes.org.br.

Marta Bilro

Fonte: Midiacon, Hospital Sírio Libanês.

Sanofi-Aventis processada por assédio sexual

Funcionárias exigem indemnização de 220 milhões de euros

Quatro funcionárias da Sanofi-Aventis US, unidade norte-americana do grupo farmacêutico francês, apresentaram queixa na justiça acusando o grupo de discriminação sexual e assédio. As queixosas exigem o pagamento de uma indemnização no valor de 220 milhões de euros.

Karen Bellifemine, uma representante de vendas da empresa, apresentou, em Março, a primeira queixa contra a empresa. Agora, outras três empregadas do sector das vendas recorrem aos tribunais. A acusação alega que, apesar do seu desempenho profissional, as mulheres foram impedidas de ser promovidas e recebiam pagamentos inferiores aos dos seus colegas de trabalho do sexo masculino.

Há ainda a descrição de situações de assédio sexual por parte dos respectivos chefes, incluindo alguns casos de perseguição por estas terem apresentado queixa junto da direcção. A situação acabou por conduzir ao abandono da empresa por parte de três das funcionárias envolvidas. Karen Bellifemine, que integrava a empresa há mais de 12 anos, alega que a promoção lhe foi negada por duas vezes a atribuída a colegas do sexo masculino. “A empresa não repreende os gerentes e outros empregados quando estes descriminam as colegas do sexo feminino ou criam um local de trabalho hostil face à presença de mulheres”, afirma Bellifemine.

Um porta-voz da Sanofi-Aventis em Paris afirmou que a empresa está confiante de que “a queixa não tem fundamento”, uma vez que “todos os funcionários são tratados da mesma maneira em respeito às leis federais, e de cada Estado, aplicáveis nos EUA”.

A Novartis enfrenta um processo semelhante na justiça norte-americana que envolve 19 funcionárias da empresa. A queixa obteve estatuto de acção colectiva e exige o pagamento de 146 milhões de euros por danos.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Forbes, Invertia.

Comissão brasileira aprova venda obrigatória em unidose

Texto que tornava facultativa a venda fraccionada foi rejeitado

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio do Brasil aprovou, esta quarta-feira (29 de Agosto), o projecto de lei que permite a venda de medicamentos fraccionados aos consumidores. Quando tudo previa que tal não acontecesse, devido às pressões da indústria farmacêutica sobre o Congresso, o texto foi realmente aceite e obriga o sector a disponibilizar fármacos em unidose.

Os laboratórios farmacêuticos ficam assim comprometidos a adaptar as embalagens de forma a permitir a comercialização dos medicamentos em lotes específicos, de acordo com a necessidade do consumidor prescrita pelo médico, algo que não acontece actualmente.

Integrada no projecto original da autoria do Executivo, esta exigência foi retirada no primeiro substitutivo aprovado na Comissão de Defesa do Consumidor, bem como no da autoria do deputado Albano Franco, o relator designado para este projecto na Comissão de Desenvolvimento Económico. O substitutivo apresentado por Franco, que delegava nas empresas a decisão de produzir medicamentos fraccionáveis, foi rejeitado durante a votação, em detrimento do de Miguel Corrêa Jr. agora aprovado.

A obrigatoriedade é dispensada apenas se a embalagem contiver a quantidade de comprimidos indicados pelo médico e necessários ao tratamento. Ainda assim, a autorização terá que ser concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Executivo está convencido de que a venda de fármacos em unidose contribui para a redução dos custos com medicamentos e da automedicação, uma vez que o consumidor adquire apenas a quantidade necessária para o tratamento que lhe foi prescrito naquela ocasião.

Marta Bilro

Fonte: Câmara dos Deputados.