terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Estudo: Ataques de pânico relacionados com maior risco cardíaco

Investigadores britânicos referiram que os ataques de pânico têm sido relacionados com um maior risco de ataques cardíacos e doença cardíaca, especialmente em pessoas mais jovens.

O estudo, publicado na “European Heart Journal”, descobriu que as pessoas com menos de 50 anos, quando foram diagnosticadas com distúrbio de pânico, apresentavam um risco significativamente mais elevado de ataques cardíacos subsequentes, ou enfartes do miocárdio, mas este não era o caso nas pessoas mais velhas.

O distúrbio de pânico foi associado a um aumento de 38 por cento do risco de ataque cardíaco entre as pessoas com menos de 50 anos. A taxa foi mais elevada nas mulheres jovens, entre os 16 e os 40 anos, nas quais o risco aumentou mais de três vezes.

Os investigadores descobriram ainda uma incidência significativamente maior de doença coronária subsequente nas pessoas diagnosticadas com ataques/distúrbio de pânico, em todas as idades, mas esta situação era mais marcada naquelas com menos de 50 anos. Novamente, as mulheres jovens com distúrbio de pânico apresentaram um risco mais elevado.

Contudo, a investigação também demonstrou que, na realidade, o risco de morrer devido a doença coronária foi reduzido entre as pessoas de todas as idades que tinham sido diagnosticadas com ataques/distúrbio de pânico.

O estudo envolveu um total de 404.654 pessoas da Grã-Bretanha, das quais cerca de 58 mil eram maiores de 16 anos e tinham sido diagnosticadas com distúrbio de pânico, sendo as restantes 347 mil sujeitos de controlo. Os participantes foram seleccionadas de uma população de cuidados primários, que pode ser largamente generalizada a outros países com uma estrutura sócio-demográfica semelhante.

De acordo com a investigadora principal, a Dr. Kate Walters, da Universidade College London, não se sabe muito acerca da relação entre o distúrbio de pânico e a doença cardíaca. Contudo, parece que existe uma relação complexa entre ambos, pois os sintomas dos ataques de pânico podem imitar de perto os de um ataque cardíaco ou da doença cardíaca aguda.

Isabel Marques

Fontes:

Cancro da mama: Inibidores da aromatase mais efectivos do que tamoxifeno

Investigadores norte-americanos revelaram que os inibidores da aromatase, que reduzem as quantidades de estrogénio no organismo, são mais efectivos na prevenção do retorno do cancro da mama do que o tamoxifeno.

Duas meta-análises distintas de ensaios clínicos internacionais testaram o tamoxifeno em comparação com fármacos inibidores da aromatase, em mulheres na pós-menopausa com cancro da mama em fase inicial, tendo ambas chegado à mesma conclusão: os inibidores da aromatase são mais efectivos na prevenção do retorno do cancro da mama.

O tamoxifeno e os inibidores da aromatase, como o letrozol, o anastrozol, o exemestano e o formestano, são largamente utilizados para prevenir a recorrência ou para tratar tumores que são receptores positivos de estrogénio, que representam entre 70 e 80 por cento de todos os cancros da mama.

De acordo com o Dr. James Ingle, da Mayo Clinic, em Rochester, no Minnesota, o tamoxifeno é um bom fármaco, mas parece que os inibidores da aromatase podem ser algo melhores.

O Dr. Ingle referiu que a importância destas descobertas pode ser observada no facto de 80 mil a 90 mil mulheres, apenas nos Estados Unidos, estarem a utilizar terapia endócrina este ano e, embora uma diferença de 3 por cento na recorrência do cancro possa não parecer muito, isto pode significar que vários milhares de mulheres possam ser poupadas a uma recorrência do cancro da mama.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/16/Aromatase_inhibitors_better_than_tamoxifen/UPI-56251229404952/

Peso perdido pode ser mantido independentemente da estratégia utilizada

Descobertas de um estudo revelaram que as pessoas obesas que perderam quantidades substanciais de peso sem cirurgia podem manter o peso saudável tão bem como as pessoas que perderam peso através de cirurgia gástrica.

Contudo, as pessoas que se submetem a uma solução não cirúrgica podem ter de trabalhar mais para não recuperarem os quilos perdidos, ressaltou o Dr. Dale S. Bond, da Universidade Brown University, em Providence, Rhode Island.

Os investigadores revelaram, na “International Journal of Obesity”, que é aceite que a cirurgia bariátrica, ou de “redução de estômago”, é a forma mais fiável de perder peso a longo prazo, para as pessoas muito obesas, ou seja, aquelas que têm em excesso mais de 45 quilos ou com um Índice de Massa Corporal de 40 ou mais. Embora investigações recentes tenham demonstrado que as intervenções comportamentais também podem ajudar, a sua efectividade a longo prazo era desconhecida.

Para investigar esta questão, os investigadores compararam 105 pacientes que se submeteram a uma cirurgia bariátrica a 210 pessoas que perderam peso de forma não cirúrgica, sendo este o primeiro estudo a comparar as duas estratégias.

Todos os pacientes perderam cerca de 56 quilos e não recuperaram, pelo menos, 13,5 quilos perdidos durante uma média de 5,5 anos. Aproximadamente dois terços dos pacientes que perderam peso de forma não cirúrgica tiveram ajuda profissional, enquanto os restantes referiram não ter tido assistência especializada.

Entre um a dois anos após o início do estudo, ambos os grupos ganharam uma média de 1,8 quilos por ano. A maioria das pessoas, em ambos os grupos, manteve a perda de peso original com variações de cerca de 5 quilos.

Aqueles que se submeteram a cirurgia comiam mais gorduras e "fast food” e eram menos activos do que aqueles que perderam peso através de uma abordagem não cirúrgica.

O único factor que prognosticou se uma pessoa iria ou não manter o peso perdido foi o nível de desinibição, ou perda da capacidade de controlar os impulsos, no início do estudo, assim como qualquer aumento da desinibição durante os anos seguintes.

Os investigadores concluíram que delinear métodos para aumentar a resistência aos sinais que despoletam a vontade de comer em excesso entre as pessoas que atingiram grandes perdas de peso, através de cirurgia bariátrica ou de métodos não cirúrgicos, pode ajudar a prevenir que se volte a ganhar o peso.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4BE5KR20081215

Frutas e vegetais podem ajudar a fortalecer os ossos

Investigadores norte-americanos revelaram que um novo estudo descobriu que aumentar os níveis de álcali através de comprimidos ou pelo consumo elevado de frutas e vegetais pode ajudar a fortalecer os ossos.

Dados anteriores sugerem que consumir muitas proteínas e cereais provoca excesso de produção de ácido, o que pode aumentar a excreção de cálcio e provocar o enfraquecimento dos ossos.

Este estudo, que será publicado na edição de Janeiro da “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”, incluiu 171 homens e mulheres com 50 anos ou mais que receberam aleatoriamente placebo ou doses elevadas de bicarbonato de potássio, ou de bicarbonato de sódio, ou de cloreto de potássio, durante três meses. As pessoas que receberam bicarbonato demonstraram reduções significativas da excreção de cálcio e da reabsorção óssea.

A reabsorção óssea é um processo no qual os ossos se decompõem para libertar minerais, tais como cálcio, fosfatos e sais alcalinos (básicos) no sangue. O aumento da reabsorção óssea leva a uma redução da massa óssea e a um aumento do risco de fracturas.

As dietas normais de muitos adultos mais velhos acrescentam ácido ao organismo. À medida que as pessoas envelhecem, são menos capazes de excretar o ácido. A reabsorção óssea é uma forma do organismo tentar contrariar os níveis elevados de ácido.

Contudo, quando as frutas e os vegetais são metabolizados adicionam bicarbonato, um composto alcalino, ao organismo, segundo a Dra. Bess Dawson-Hughes, da Faculdade de Medicina da Universidade de Tufts, em Boston.

De acordo com a investigadora, neste estudo foi demonstrado que adicionar álcali em formato de comprimido reduziu a reabsorção óssea e as perdas de cálcio pela urina, durante um período de três meses. Esta intervenção garante investigações adicionais como um suplemento seguro e bem tolerado para reduzir a perda óssea e o risco de fracturas em homens e mulheres idosos.

Segundo a Dra. Dawson-Hughes, a heretariedade, a dieta e outros factores de estilo de vida contribuem para o problema da perda óssea e fracturas. No que se refere a preocupações alimentares relativamente à saúde óssea, o cálcio e a vitamina D têm recebido a maior atenção, mas há cada vez mais evidências de que o equilíbrio ácido-base da dieta também é importante.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72748.html

Terbutalina pode ajudar a prevenir hipoglicemia nocturna na diabetes tipo 1

Resultados de um estudo piloto indicaram que uma dose baixa de terbutalina, antes de dormir, parece prevenir a queda dos níveis de açúcar no sangue, ou hipoglicemia, durante a noite, em pacientes com diabetes tipo 1, sem fazer com que os níveis de glicose fiquem muito elevados na manhã seguinte.

O Dr. Philip E. Cryer e colegas, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, relataram anteriormente que uma dose de 5 miligramas de terbutalina preveniu a hipoglicemia nocturna, mas os níveis de glicose no sangue na manhã seguinte eram elevados.

Para o ensaio actual, 15 pacientes, a maioria com bom controlo da glicose, que tinham uma média de 29 anos, receberam aleatoriamente doses baixas ou elevadas de terbutalina (2,5 ou 5 mg) ou placebo em três noites separadas, às 22 horas.

Os resultados, publicados na recente edição da “Diabetes Care”, demonstraram que a média mais elevada das concentrações de glicose no sangue foram de 87 miligramas por decilitro (mg/dL) após placebo, 100 mg/dL após 2,5 mg de terbutalina ou 122 mg/dL após 5 mg de terbutalina. Os níveis de açúcar no sangue correspondentes na manhã seguinte foram de 113, 127 e 183 mg/dL.

Cinco pacientes apresentaram níveis de glicose no sangue nocturnos abaixo dos 50 mg/dL, após tomarem placebo, e dois apresentaram níveis semelhantes após receberem doses baixas de terbutalina. Nenhum dos pacientes que tomou a dose elevada apresentou níveis de glicose abaixo dos 60 mg/dL.

Embora o ensaio tenha sido demasiado pequeno para demonstrar diferenças estatisticamente significativas entre o placebo e a dose baixa de terbutalina, os investigadores referiram que a dose pretendida de terbutalina é mais do que placebo e menos do que 5 mg.

A equipa de investigador concluiu que estudos maiores e controlados poderão demonstrar que a terbutalina é segura e efectiva no tratamento preventivo da hipoglicemia nocturna na diabetes tipo 1.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4BA71R20081211