segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Perda excessiva de peso pode estar relacionada com doença

Um investigador norte-americano sugere que os médicos não estão a fazer o suficiente para reconhecerem os problemas associados à perda de peso excessiva, uma doença chamada caquexia.

O Dr. John Morley, endocrinologista da Universidade de Saint Louis, que ajudou a delinear as recentes directrizes para diagnosticar a caquexia, referiu na “Clinical Nutrition” que a perda de peso nas pessoas doentes é um importante indicador de doença e potencialmente da aproximação da morte.

De acordo com o Dr. Morley, a caquexia é um problema extraordinário para as pessoas que estão com outros problemas de saúde, mas é algo a que muitos médicos não prestam atenção.

O Dr. Morley acrescentou ainda que a definição é importante, porque fornece aos médicos as directrizes para fazerem um diagnóstico e tratarem a doença, sendo que a definição de caquexia também faz com que seja mais fácil para os investigadores conduzirem estudos e potencialmente desenvolverem novas terapias para o problema.

Aproximadamente, metade dos pacientes hospitalizados, e entre 10 a 15 por centos das pessoas doentes que consultam um médico, sofrem de caquexia. Este problema acompanha doenças como cancro, insuficiência cardíaca congestiva, VIH, diabetes, insuficiência renal e doença pulmonar obstrutiva crónica.

Segundo o Dr. Morley, aquelas pessoas que sempre tiveram dificuldade em perder peso e que subitamente descobrem que os quilos começam a diminuir devem ter cuidado, pois podem estar doentes e podem ficar ainda piores à medida que vão ficando cada vez mais fracas.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/01/23/Excessive_weight_loss_tied_to_disease/UPI-77991232760031/

Infarmed: EMEA indica recomendações relativas à segurança do metilfenidato

A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) informou que a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) concluiu que os medicamentos que contêm metilfenidato continuam a ser adequados para o tratamento de crianças com mais de seis anos de idade e de adolescentes com Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA).

O metilfenidato está disponível na União Europeia há vários anos e em Portugal é comercializado como Concerta, Ritalina LA e Rubifen, estando indicado no tratamento da PHDA como parte integrante de um programa que inclui medidas psicológicas, educacionais e sociais, quando outras medidas não foram suficientes.

O Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP), da EMEA, avaliou o metilfenidato por se terem identificado problemas de segurança relacionados com o risco cardiovascular (hipertensão, aumento da frequência cardíaca e arritmias) e cerebrovascular (enxaquecas, acidente vascular cerebral, trombose, enfarte cerebral, vasculite cerebral e isquémia cerebral).

Para além destes problemas, o CHMP avaliou também o risco de distúrbios psiquiátricos, o efeito do metilfenidato no crescimento e maturação sexual e os efeitos decorrentes do tratamento prolongado.

No seguimento da revisão dos dados disponíveis, o CHMP concluiu não haver necessidade de implementar uma medida urgente de segurança para os medicamentos com metilfenidato. No entanto, de forma a maximizar a utilização segura destes medicamentos, concluiu ser fundamental incluir novas recomendações no Resumo das Características do Medicamento (RCM) e no Folheto Informativo (FI), relativamente à prescrição e à monitorização dos doentes antes e durante o tratamento.

Foi igualmente recomendado que a informação relativa a este medicamento seja consistente em toda a União Europeia para que todos os pacientes, prescritores e prestadores de cuidados de saúde disponham da mesma informação, de forma a permitir que estes medicamentos sejam administrados da forma mais segura e adequada.

Assim, a informação presente no RCM e no FI dos medicamentos com metilfenidato, autorizados na União Europeia, deverá abranger os seguintes aspectos:

• Antes do início do tratamento, todos os pacientes devem ser submetidos a uma avaliação no sentido de apurar se têm distúrbios na pressão arterial ou na frequência cardíaca. Deve ainda ser analisada a história familiar de distúrbios cardiovasculares. Qualquer paciente que apresente este tipo de problemas não deve iniciar o tratamento sem avaliação de um médico especialista;

• Durante o tratamento, a pressão arterial e a frequência cardíaca devem ser monitorizadas regularmente e quaisquer problemas que surjam devem ser imediatamente investigados;

• Não existem informações suficientes sobre os efeitos do tratamento a longo prazo com metilfenidato. Relativamente aos pacientes que tomam medicamentos que contenham esta substância activa há mais de um ano, os médicos devem interromper o tratamento, pelo menos, uma vez por ano e determinar se a continuação da terapêutica com metilfenidato é necessária;

• A utilização de metilfenidato pode causar ou agravar alguns distúrbios psiquiátricos, como depressão, ideação suicida, hostilidade, psicose e mania. Todos os pacientes devem ser cuidadosamente avaliados, relativamente a este tipo de distúrbios, antes de se iniciar o tratamento e devem ser regularmente monitorizados relativamente à sintomatologia psiquiátrica durante o tratamento;

• A altura e o peso dos pacientes em tratamento com metilfenidato devem ser monitorizados durante a terapêutica.

Isabel Marques

Fontes:
www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MAIS_ALERTAS/DETALHE_ALERTA?itemid=1259879

Infarmed alerta para restrição da utilização do Fareston em pacientes cardíacas

A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) alertou para o facto da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) ter recomendado a restrição da utilização do fármaco Fareston (toremifeno), da Orion Pharma, em pacientes com risco de prolongamento do intervalo QT ou com outras patologias cardíacas.

O Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP), da EMEA, realizou uma revisão dos dados de segurança do Fareston, em particular dos efeitos cardíacos, devido à suspeita de que a sua utilização poderia levar ao prolongamento do intervalo QT. Os doentes com prolongamento do intervalo QT encontram-se em risco de desenvolverem arritmias ventriculares (ritmo cardíaco acelerado e irregular).

Contudo, o CHMP concluiu que os benefícios do Fareston continuam a ser superiores aos riscos, mas que a sua utilização deve ser restringida.

Assim, o CHMP recomendou que o Fareston não deve continuar a ser utilizado em doentes com intervalo QT prolongado; alterações electrolíticas, particularmente hipocaliémia (nível baixo de potássio no sangue); bradicardia clinicamente relevante (ritmo cardíaco anormalmente baixo); insuficiência cardíaca clinicamente relevante, com fracção de injecção ventricular esquerda reduzida (incapacidade em bombear o sangue para todo o corpo); história de arritmia sintomática (ritmo cardíaco alterado).

O CHMP recomendou ainda a restrição da utilização do Fareston em simultâneo com outros medicamentos que prolongam o intervalo QT.

Desta forma, os médicos deverão prescrever Fareston de acordo com a nova informação de segurança e as pacientes que se encontrem em tratamento com o Fareston, e que tenham alguma dúvida ou preocupação, deverão consultar o seu médico ou farmacêutico.

O Fareston, que está autorizado na União Europeia desde 1996, está indicado para o tratamento hormonal de primeira linha do cancro da mama metastático, hormono-dependente, nas doentes pós-menopáusicas.

Isabel Marques

Fontes:
www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MAIS_ALERTAS/DETALHE_ALERTA?itemid=1259861