quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Medicamentos para a hiperactividade não induzem danos celulares

Novas investigações, suportadas pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, indicam que os fármacos estimulantes utilizados no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) não provocam alterações cromossómicas nas crianças, contrariando os resultados de um estudo de 2005.

Os trabalhos anteriores identificaram um aumento da frequência de danos no ADN e de aberrações estruturais dos cromossomas, que está associado a um aumento do risco de cancro. As anomalias foram observadas nos glóbulos brancos (linfócitos) de 12 crianças, após 3 meses de terapia com metilfenidato, um fármaco geralmente utilizado para tratar o TDAH.

De acordo com Kristine L. Witt, do Instituto Nacional das Ciências da Saúde Ambiental, em Research Triangle Park, na Carolina do Norte, embora investigações posteriores tenham falhado em repetir as descobertas antecedentes, a enorme implicação na saúde pública deste assunto requer investigações adicionais.

Para este fim, os investigadores recrutaram 63 pacientes entre os 6 e os 12 anos diagnosticados com TDAH, que não tinham recebido tratamento anteriormente. As crianças receberam aleatoriamente tratamento com metilfenidato ou com mistura de sais neutros de anfetaminas. O ensaio de 3 meses foi completado por 25 e 22 pacientes, respectivamente.

Neste estudo, publicado na “Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry”, não foram detectados aumentos significativos de danos celulares nos linfócitos relacionados com o tratamento, nem no grupo total nem nos 47 participantes que completaram os 90 dias de tratamento.

De acordo com os investigadores, estes resultados acrescentam dados às crescentes evidências de que os níveis terapêuticos do metilfenidato ou da mistura de sais neutros de anfetaminas não induzem danos cromossómicos nos humanos.

Ainda assim, os investigadores recomendam que se continuem a realizar estudos para monitorizar estas questões em grupos maiores, após longos períodos de exposição.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/11/26/eline/links/20081126elin025.html

Hidroginástica durante a gravidez ajuda a reduzir dores de parto

Investigadores brasileiros revelaram que realizar exercícios de hidroginástica durante a gravidez ajuda a diminuir as dores de parto e, assim, também a quantidade necessária de analgésicos durante o parto.

O estudo, publicado na “Reproductive Health”, incluiu 71 grávidas, tendo metade assistido a três sessões de 50 minutos de hidroginástica por semana durante a gravidez, enquanto a outra metade serviu de grupo de controlo.

A autora do estudo, a professora Rosa Pereira, da Universidade de Campinas, em São Paulo, referiu que não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na duração do parto ou do tipo de parto entre os dois grupos. Contudo, apenas 27 por cento das mulheres do grupo da hidroginástica pediu analgésicos, em comparação com 65 por cento do grupo de controlo. Isto representa uma redução de 58 por cento dos pedidos.

Existe alguma discussão relativamente ao facto das mulheres praticarem exercício físico durante a gravidez. A preocupação principal é que o exercício possa interferir com as exigências do feto e da placenta e comprometer o desenvolvimento ou crescimento do feto, ou aumentar o risco de anomalias.

Os investigadores concluíram que a hidroginástica não apresentava qualquer efeito prejudicial para a saúde cardiovascular das grávidas e também confirmaram o bem-estar dos bebés das mães que praticaram hidroginástica.

A investigadora referiu que foi demonstrado que a prática regular de exercícios moderados na água, durante a gravidez, não é prejudicial, nem para a saúde da mulher nem do bebé. De facto, a redução dos pedidos de analgésicos sugere que este tipo de exercício pode fazer com que as mulheres fiquem em melhores condições psicológicas e físicas.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_71955.html

Estudo: Depressão induzida por peginterferão é reversível

Investigadores norte-americanos revelaram que a depressão relacionada com a terapia de peginterferão para a hepatite C crónica aumenta com a duração da utilização, mas que é reversível após a cessação do tratamento.

Após 48 semanas de terapia, 42 por cento dos pacientes desenvolveram depressão. Segundo os investigadores, depressão pré-existente e potenciais biomarcadores de depressão, tais como os níveis de cortisol e do neurotransmissor serotonina no sangue, foram associados a efeitos secundários neurológicos e psiquiátricos.

De acordo com o Dr. Robert J. Fontana, da Universidade do Michigan, em Ann Arbor, a depressão é um efeito secundário comum e limitador da dosagem do tratamento antiviral em pacientes com hepatite C. O objectivo desta análise era esclarecer a incidência, os factores de risco e a base biológica para este problema.

O estudo, publicado na “American Journal of Gastroenterology”, incluiu 201 pacientes com hepatite C crónica e fibrose avançada que anteriormente não tinham respondido ao tratamento. Os pacientes foram tratados com peginterferão alfa-2a e ribavirina durante 24 semanas. Os 74 pacientes que na semana 20 tinham níveis indetectáveis de RNA do vírus da hepatite C continuaram o tratamento nas mesmas dosagens até completarem a semana 48.

A incidência cumulativa de depressão induzida por peginterferão foi de 23 por cento até à semana 24. Entre os 74 pacientes que responderam ao tratamento, a incidência de depressão relacionada com a terapia foi de 9 por cento até à semana 24, aumentando para 42 por cento na semana 48.

Contudo, na semana 72 a classificação da depressão voltou aos níveis existentes antes do tratamento, demonstrando assim a reversibilidade da depressão induzida por interferão.

Os autores relataram que a depressão pré-existente não foi associada a um aumento do risco de depressão induzida pela terapia.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AN65O20081124

Estudo: Avandia relacionado com maior risco de morte do que Actos

Dados de um estudo observacional indicaram que os pacientes idosos com diabetes que tomaram o fármaco Avandia (rosiglitazona), da GlaxoSmithKline, apresentaram um maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca congestiva e tinham mais probabilidade de morrer do que os pacientes que receberam Actos (pioglitazona), da Takeda.

Os investigadores seguiram um total de 28.361 pacientes com 65 anos ou mais durante cinco anos, tendo 14.101 dos pacientes recebido Avandia e os restantes 14.260 sido tratados com Actos.

Os resultados, publicado na “Archives of Internal Medicine”, demonstraram que morreram mais 15 por cento de pacientes que tomaram Avandia, em comparação com aqueles que receberam Actos, e que a incidência de insuficiência cardíaca congestiva foi 13 por cento mais elevada no grupo do Avandia.

O investigador principal, o Dr. Wolfgang Winkelmayer, da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, referiu que a questão interessante foi não ter sido encontrada qualquer diferença, entre os dois medicamentos para a diabetes, relativamente ao risco de acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque cardíaco.

Os investigadores sugeriram que esta questão pode dever-se ao facto das pessoas mais idosas, se sofrerem um AVC ou um enfarte do miocárdio, poderem morrer imediatamente e não chegarem ao hospital para um diagnóstico, podendo, por isso, os eventos cardíacos serem registados como falecimentos.

Em resposta, a GlaxoSmithKline sugeriu que estes resultados são inconsistentes com dados de ensaios aleatórios mais rigorosos, que não demonstram qualquer aumento significativo na mortalidade devido a doença cardiovascular, ou outras causas, nos pacientes a tomar Avandia.

A companhia farmacêutica acrescentou ainda que sustenta intensamente a segurança e eficácia do Avandia com base em ensaios clínicos extensivos e ampla utilização pós-comercialização.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=08CB71CA21C14232A7DC59AD70E5B156

Perda de potássio devido a diuréticos pode aumentar risco de diabetes

Investigadores norte-americanos revelaram que a queda dos níveis de potássio no sangue provocada por diuréticos, geralmente prescritos para a pressão sanguínea elevada, pode aumentar o risco de diabetes.

Os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, referiram que os diuréticos aceleram a perda de fluidos e também drenam químicos importantes, incluindo o potássio, sendo que as pessoas que os tomam são geralmente aconselhadas a ingerir bananas e outros alimentos ricos em potássio para contrabalançar esse efeito.

O investigador principal, o Dr. Tariq Shafi, referiu que estudos anteriores têm revelado que, quando os pacientes tomam diuréticos tiazidas, os níveis de potássio baixam e o risco de diabetes aumenta para 50 por cento.

Os investigadores examinaram dados de 3.790 participantes não diabéticos num ensaio clínico aleatório, conduzido de 1985 a 1991, delineado para determinar os riscos versus os benefícios de administrar uma determinada medicação para a pressão sanguínea elevada a pessoas com 60 anos ou mais.

Uma metade dos participantes foi tratada com clortalidona e a outra com placebo. No estudo original, os níveis de potássio foram monitorizados como uma precaução de segurança para proteger contra o ritmo cardíaco irregular, um problema que pode resultar dos níveis baixos de potássio.

Os resultados, publicados online na “Hypertension”, demonstraram que, para cada diminuição de 0,5 miliequivalentes por litro de potássio, existia um aumento de 45 por cento do risco de diabetes. Nenhuma das pessoas do grupo que recebeu placebo desenvolveu níveis baixos de potássio.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/11/25/Potassium_loss_may_explain_diabetes_risk/UPI-34701227648942/

Anti-inflamatório experimental apresenta resultados positivos para artrite

Dados de um estudo de última fase revelaram que o fármaco experimental naproxcinod, da NicOx, para o tratamento da artrite, atingiu os objectivos primários sem aumentar a pressão sanguínea.

As descobertas, dos últimos três ensaios clínicos, confirmaram que o naproxcinod, o primeiro de uma nova classe de fármacos anti-inflamatórios, é seguro, efectivo e não provoca danos a nível da pressão sanguínea.

O último ensaio de 13 semanas envolveu 810 pacientes com osteoporose primária da anca que receberam aleatoriamente, duas vezes por dia, doses de naproxcinod, naproxeno ou placebo.

Os resultados demonstraram que o naproxcinod foi significativamente melhor do que o placebo nos objectivos relacionados com dor e pontuação de funcionalidade, assim como na pontuação geral do estado da doença.

A NicOx também relatou que os pacientes tratados com naproxcinod apresentaram um perfil de pressão sanguínea semelhante ao daqueles que receberam placebo.

A companhia planeia apresentar o naproxcinod à FDA para aprovação em meados de 2009 e antecipa o lançamento do fármaco para 2010.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=C413D30C5FEE40E3B1EE5F59E4F752EA
www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601085&sid=alNGib5ajeU8&refer=europe