quinta-feira, 14 de junho de 2007

Chumbo da FDA desvaloriza Sanofi-Aventis em 6,33%

A Sanofi-Aventis viu hoje as suas acções desvalorizarem 6,33 por cento (ou 4,26 euros), para 63 euros por acção. Os especialistas atribuem culpas à não aprovação, nos Estados Unidos da América, do novo medicamento da farmacêutica destinado à redução de peso. Esta é a maior perda do laboratório desde Abril de 2004.

A quebra traduz-se em danos para a farmacêutica francesa de mais de cinco mil milhões de euros de valor de mercado, em apenas uma sessão, o que representa quase o dobro da receita de três mil milhões de dólares (2,25 milhões de euros) que a Sanofi-Aventis previa obter anualmente nos EUA com a venda do Zimulti. Comercializado na Europa desde 2006 com o nome Acomplia, o medicamento não obteve aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA na sigla inglesa), entidade responsável pela avaliação da entrada de fármacos no mercado norte-americano.

Um analista francês contactado pela agência Bloomberg salienta que se trata de uma grande contrariedade para a farmacêutica, que agora "precisa de uma nova fonte de crescimento".

Num comunicado a farmacêutica afirmou que irá “continuar a trabalhar de perto com a FDA para cumprir as recomendações do comité”.

A instabilidade em relação ao Acomplia aumenta a pressão sobre o laboratório para realizar aquisições de forma a aumentar o seu leque de fármacos. “A Sanofi-Aventis é a terceira maior empresa farmacêutica a nível mundial, mas com pouca manobra de crescimento. O Acomplia foi o produto mais importante”, afirmou o analista Paul Diggle. Em consequência destes factos, voltaram a surgir rumores acerca de uma possível aliança entre a Sanofi-Aventis e a Bristol-Myers Squibb. No entanto, Jean-Marc Podvin, porta-voz da Sanofi-Aventis, escusou-se a comentar os planos de aquisição da empresa.

Depois de ter comprado a Aventis, em 2004, a Sanofi chamou a atenção do mercado, deixando no ar a expectativa de poder voltar a fazer aquisições de outras farmacêuticas num futuro próximo para ganhar dimensão e contornar problemas como o da não aprovação de medicamentos em mercados-chave como o norte-americano.

Desde a compra da Aventis, as acções da Sanofi-Aventis acumulam uma valorização de 8,8 por cento, o terceiro pior desempenho numa lista de 16 títulos considerados pelo índice de empresas farmacêuticas europeias da Bloomberg, que regista desde 2004 uma valorização de 17 por cento.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Forbes, PR Inside.

Antibióticos induzem risco de asma em crianças

As crianças que consomem antibióticos antes de completarem um ano de vida (em 40 por cento dos casos devido a otites) desenvolvem maiores riscos de vir a sofrer de asma quando tiverem cerca de sete anos de idade, de acordo com o resultado de um estudo elaborado por uma equipa de investigadores das universidades de Manitoba, nos Estados Unidos, e Mcgill, no Canadá, publicado na última edição da revista «Chest».

O estudo teve por base o acompanhamento e registo, numa base de dados sobre prescrições médicas emitidas, de 13.116 crianças desde o seu nascimento até aos sete anos de idade, cuja análise permitiu relacionar aqueles que no primeiro ano de vida tinham sido tratados com recurso a antibióticos com a incidência de asma aos sete anos. De acordo com os especialistas, na base do consumo de antibióticos em tão tenra idade estão essencialmente as infecções das vias respiratórias inferiores (bronquites e pneumonias), superiores (otites e sinusites), infecções urinárias e dermatoses. A probabilidade de os bebés que consumiram antibióticos sofrerem de asma aos sete anos aumenta consoante o número de tratamentos a que foram sujeitos. O estudo refere ainda que, entre as crianças que no primeiro ano de vida foram tratadas com antibióticos, as que não tiveram um cão durante a infância têm duplo risco de padecer daquela doença.

Carla Teixeira
Fonte: El Pais

Venda da Madaus Pharma pode atingir 600 milhões de euros

O grupo framacêutico Rottapharm chegou a acordo para comprar a Madaus Pharma, a divisão farmacêutica da Holding Madaus, que por sua vez pertende à Holding Financeira do Grupo Droege Internacional. A farmacêutica sedeada em Itália não revelou, porém, o montante económico envolvido na operação, valor que alguns especialistas acreditam poder situar-se entre os 528 e os 616 milhões de euros.

Esta aquisição constitui a maior transacção a nível europeu levada a cabo por uma empresa farmacêutica italiana e poderá estar concluída no final do mês de Julho, uma vez que o grupo já recebeu aprovação das entidades reguladoras europeias.

Com a aquisição da Madaus Pharma, o novo grupo, que ficará sedeado em Monza, na Itália, estará representado em mais de 65 países e contará com a colaboração de mais de dois mil funcionários, constituindo-se como uma das maiores companhias farmacêuticas dedicadas ao desenvolvimento de produtos farmacêuticos naturais.

De acordo com as previsões avançadas, o grupo deverá encerrar o ano de 2007 com vendas consolidadas no valor de cerca de 610 milhões de euros. Do total, 80 por cento deverão ser provenientes do mercado europeu. Os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA na sigla inglesa) devem ascender aos 151 milhões de euros. No plano industrial para os próximos cinco anos, o grupo prevê receitas superiores a mil milhões de euros e um EBITDA de aproximadamente 300 milhões de euros.

Em Portugal, o Grupo Rottapharm é constituído por duas companhias farmacêuticas, os Laboratórios Delta e a Rotta Farmacêutica.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma, Interbusca, Finanzas.com, Terra.es

VI Congresso português de Psico-Oncologia

A Dra. Maggie Watson, psicóloga e investigadora no Royal Marsden Hospital de Londres, que proferirá a conferência inaugural «Does Psychological Response Affects Survival; Evidence and Mechanisms?», estará em Coimbra, nos dias 15 e 16 de Junho, em Coimbra.

Entre hoje e amanhã a Dra. Maggie Watson orienta o IX Curso Intensivo de Psico-Oncologia, sobre «Problem Focused Interactive Therapy: Therapy in Action».

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: http://www.appo.pt/web

Oeiras recebe Grávidas numa iniciativa «Barrigas de Amor»

No próximo Domingo, dia 17 de Junho as grávidas e as suas famílias são convidadas a participar no evento «Barrigas de Amor», que decorrerá no Parque dos Poetas, em Oeiras, entre as 10h00 e as 20h00.

Entre outras surpresas estarão disponíveis as seguintes actividades:

- Ginástica pré-parto
- Musicoterapia
- Método de Pilates
- Método psicoprofilático
- Yoga para grávidas
- Massagem infantil
- Yoga para bebés
- Meditação para crianças
- Música para bebés
- As Histórias do sótão
- Faz de conto
- Poesia para bebés
- Dança para bebés
- Decoração do quarto do bebé pela mamã
- Biblioteca para grávidas
- Seminário sobre preservação de células estaminais
- Seminário sobre alimentação infantil
- Seminário sobre amamentação
- Clínicas de preparação para o parto
- Fotografia da pré-mamã
- Pintar a óleo sobre tela
- Insufláveis para as crianças

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: http://www.barrigasdeamor.com

Coordenador defende o fim da exclusão de dadores de sangue com base na orientação sexual

No dia em que se comemora o Dia Mundial do Dador de Sangue, durante uma conferência de imprensa da associação Médicos pela Escolha.

O coordenador nacional para a infecção VIH/Sida, Henrique Barros, defendeu hoje o fim da exclusão de dadores de sangue com base na orientação sexual, prática que disse não fazer sentido e ser «cientificamente inválida».

Para o coordenador nacional para a infecção VIH/Sida, «a dádiva de sangue é um problema social, psicológico, profundamente humano».
«Actualmente, com a tecnologia disponível, as transfusões são essencialmente um gesto técnico seguro», disse.

O epidemiologista frisou que «não se aplicam naturalmente as lógicas limitantes de um qualquer princípio da precaução para além dos limites da boa prática clínica».

Por esta razão, acrescentou, «os modelos de rastreio selectivo, por passos, baseados em características dos indivíduos ligadas às suas escolhas pessoais ou estilos de vida, sem referência a marcadores biológicos, são cientificamente inválidas, promovem o desperdício e levam inevitavelmente à discriminação e ao estigma».

Henrique Barros considera, por estas razões, que «não há qualquer sentido em eliminar dadores com base na sua orientação sexual».

A posição do coordenador nacional para a infecção VIH/Sida surge a propósito da manutenção do critério «práticas sexuais com pessoas do mesmo sexo (dador masculino)» entre os factores que determinam a exclusão de potenciais dadores de sangue.

Para os Médicos pela Escolha, esta «forma de discriminação não garante uma melhor qualidade dos produtos armazenados nos bancos de sangue do nosso país porque, em termos de saúde pública, não só já não faz sentido falar em grupos de riscos como pode mesmo ser prejudicial».

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Lusa

Candidato à Ordem dos Médicos quer defender Serviço Nacional de Saúde

O candidato a Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Leão, assumiu hoje a defesa do Serviço Nacional de Saúde como um dos princípios em que assenta a sua candidatura.

«A Ordem dos Médicos deve defender o Serviço Nacional de Saúde, no contexto do Sistema Nacional de Saúde, enquanto elemento estruturante e decisivo da solidariedade e coesão social, de protecção dos doentes, de promoção da qualidade do exercício da medicina e de diferenciação técnica dos médicos, através de carreiras médicas», afirmou o candidato.

Ainda na apresentação do seu programa de candidatura para as eleições agendadas para Dezembro, Miguel Leão considerou ainda que o bastonário «deve ser o porta-voz de uma equipa nacional de governo da Ordem dos Médicos, assente no Conselho Nacional Executivo».

Por outro lado, o candidato defendeu que a ordem deve «agir no pressuposto que a defesa dos doentes implica a defesa dos médicos e que a defesa dos médicos implica a defesa dos doentes».

Nesse sentido, propõe-se apresentar, caso seja eleito, entre outras medidas, uma proposta definidora de Acto Médico, adoptando a formulação da União Europeia de Médicos Especialistas.

A promoção da unidade entre as organizações representativas dos médicos, revitalizando o Fórum Médico, é outro dos objectivos de Miguel Leão, para quem a Ordem dos Médicos também deve assumir-se como «entidade reguladora, acreditadora e certificadora da qualidade do exercício da medicina».

Da mesma forma, a Ordem deve também, na perspectiva de Miguel Leão, ser a entidade que «regula, certifica e promove a formação médica pós-graduada».

O candidato a bastonário defende ainda uma «concertação estratégica com as instituições de ensino médico pré-graduado».

A nível interno, Miguel Leão defende que a Ordem dos Médicos exerça uma «acção disciplinar universal, de forma transparente e com independência" e crie "mecanismos de solidariedade e protecção aos médicos».

Entre os princípios em que assente a sua candidatura a bastonário, Miguel Leão defendeu ainda a necessidade da Ordem dos Médicos «tomar a iniciativa de propor junto do poder legislativo a revisão do estatuto e de proceder à modificação do Código Deontológico».

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Lusa

Eli Lilly cria parceria para combater Tuberculose

A farmacêutica Eli Lilly anunciou a criação de uma ambiciosa parceria, de fundos públicos e privados, que deverá conduzir a uma fase preliminar de pesquisa de novos fármacos urgentes no tratamento da tuberculose, onde se incluem as novas estirpes resistentes. O projecto envolve um investimento que ronda os 11 milhões de euros (15 milhões de dólares norte-americanos) num prazo de cinco anos.

A parceria consiste na criação de uma estrutura de pesquisa não lucrativa sedeada em Seattle, que irá utilizar recursos de algumas das mais importantes organizações e investigadores nacionais de doenças infecciosas e tuberculose. Os detalhes do acordo, apresentado na Terceira Cimeira Anual de Saúde do Pacífico, não foram revelados.

Gino Santini, vice-presidente do departamento empresarial e estratégias de negócio da Eli Lilly, descreveu esta atitude como “um passo importante em direcção à descoberta de novos e melhores tratamentos para a tuberculose”. O responsável referiu que a empresa está consciente da importância da investigação para salvar milhões de vidas que se perdem devido à tuberculose. “Ao agregar os recursos científicos e financeiros, do sector público e privado, esta parceria irá funcionar como um catalisador para promover a descoberta precoce de novos medicamentos para esta doença que já mata há vários séculos”, acrescentou.

“Seattle já é um ponto importante na pesquisa da tuberculose, por isso esta parceria faz todo o sentido”, afirmou Steve Reed, director do Instituto de Pesquisa de Doenças Infecciosas, uma organização sedeada naquela cidade que já está a trabalhar numa nova vacina para a tuberculose.

Para o presidente do Departamento de Saúde Global da Universidade de Washington, “esta é a ideia certa, no momento correcto e no lugar adequado”.

A tuberculose é uma das maiores pandemias mundiais, uma doença de proporções globais que mata uma pessoa a cada 20 segundos e que recentemente evoluiu para estirpes mais ameaçadores reconhecidas como tuberculose multi-resistente e tuberculose resistente a fármacos.

Mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo são portadores de uma das estirpes de tuberculose e milhões morrem todos os anos. Ainda assim, os fármacos utilizados para combater a doença, um problema que afecta os países mais pobres há já muito tempo, têm décadas de existência e o seu poder terapêutico tem decrescido.

Nas estirpes de tuberculose multi-resistente e resistente aos fármacos o tratamento pode durar mais de dois anos. Os pacientes que não têm acesso aos regimes de tratamento mais prolongados, criam resistência ao medicamento. A crescente resistência aos fármacos existentes actualmente, e o aumento do número de pacientes infectados simultaneamente com tuberculose e HIV, está a tornar a pandemia ainda mais ameaçadora e mortal.

“O desafio é enorme”, considera Gail Cassel, vice-presidente do departamento de assuntos científicos da Eli Lilly. A responsável admite que são precisos novos medicamentos, mas que devido à pobreza que assola a maioria dos portadores da doença, também é necessária uma abordagem economicamente inovadora.

O projecto intitulado “Parceria não-lucrativa da Lilly para a Pesquisa de Fármacos para a Fase Inicial de Tuberculose” pretende representar uma cooperação entre a indústria, os académicos e o governo. Para além da Universidade de Washington e da Reed, o projecto da farmacêutica norte-americana conta também com a participação dos Institutos Nacionais de Saúde, do laboratório alemão Merck, do Instituto de Investigação Biomédica de Seattle e da Aliança Global para o Desenvolvimento de Terapias para a Tuberculose, entre outras organizações.

Marta Bilro

Fonte: Indystar.com, Seattlepi.com, The Seattle Times, CNN Money, FDA News, Pharma Live, Aidsportugal.com

Solário: 30 sessões equivalem a mais de 25 escaldões


Liga Portuguesa Contra o Cancro lança alerta

Trinta sessões de solário equivalem a entre 25 e 100 escaldões por exposição ao sol. Quem o diz é Fernando Ribas dos Santos, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, alertando também, para o aumento de hipóteses de cancro da pele e dos problemas dermatológicos devido ao uso destes aparelhos.

"Com 10 exposições ao solário por ano, os utilizadores desenvolvem oito vezes mais possibilidades de vir a ter Cancro da Pele", afirmou o especialista português.

Além de destacar os efeitos negativos de uma exposição inadequada ao sol, a Liga adverte ainda para os problemas que podem ser causados pelos solários.

Segundo Ribas dos Santos, o recurso à técnica de bronzeado artificial é, cada vez mais frequente, sobretudo, entre mulheres dos 16 aos 30 anos, apontando como efeitos negativos dos solários “o envelhecimento precoce da pele e o desenvolvimento de cataratas.”

Raquel Pacheco

Fonte: MNI/LPCC

Novo pólo de vacinação e consulta do viajante inaugurado em Aveiro

A Administração Regional de saúde do Centro (ARSC), procedeu hoje à inauguração do pólo de vacinação internacional e do serviço de consulta de Medicina de viagens, de Aveiro.

O objectivo é prestar cuidados de saúde à população viajante do distrito, à semelhança do que já acontece nos pólos de Coimbra e Leiria. Para Castelo Branco perspectiva-se também a abertura de um pólo de sanidade internacional, de acordo com uma nota de informação da ARSC.

O pólo de vacinação internacional de Aveiro, funcionará em articulação com Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Infante D. Pedro, inserido "no âmbito de uma política de Saúde Pública descentralizadora, que deverá dar resposta às solicitações em plena época de viagens globalizantes".

A inauguração contou com a presença do delegado regional de Saúde, José Tereso, do coordenador da Sub-Região de Saúde de Aveiro, Humberto Rocha, e do director do Centro de Saúde, João Terrível, além dos responsáveis pelos serviços hoje inaugurados e teve lugar nas instalações do Laboratório de Saúde Pública do Centro de Saúde.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Biotecnologia e investigação farmacológica
Seminário do EPO no Biocant Park


O Biocant Park – Parque de Biotecnologia de Cantanhede promove no próximo dia 18, em colaboração com o European Patent Office, um seminário destinado à troca de experiências e saberes entre profissionais que de algum modo estão ligados ao registo de patentes, designadamente nas áreas da biotecnologia e da investigação farmacológica.

No encontro estará presente uma delegação de examinadores do EPO liderada por Siobhán Yeats, presidente daquele organismo, além de responsáveis portugueses nas áreas da Biotecnologia e da Química Aplicada, numa oportunidade para todos os investigadores e profissionais da área das Ciências da Vida terem um contacto directo com os especialistas no exame dos pedidos de patentes, que conhecem as tendências mundiais naquela matéria. O objectivo da reunião passa pela partilha de conhecimentos, designadamente nas áreas da biotecnologia e da investigação de novos fármacos, prevendo-se que a discussão venha a incidir sobre a questão das boas práticas e dos últimos avanços na biologia e na genética. Em cima da mesa estarão temas como o actual sistema de registo de patentes na Europa e a questão específica das patentes na Farmácia e na Biotecnologia.

Carla Teixeira
Fonte: Biocant Park

Medicação via "dente artificial"


Vantagem para doentes de Alzheimer

Cientistas do Fraunhofer Institute for Biomedical Technology, na Alemanha, estão a desenvolver, com sucesso, uma nova terapêutica baseada num dispositivo oral. Trata-se de implante dentário que liberta doses diárias de medicação, consoante as necessidades do paciente.

«Intellidrug» é o nome do dispositivo oral – pequeno o suficiente – para ser inserido dentro de dois molares artificiais que são colocados na parte de trás da boca.
Este implante dentário já foi testado com sucesso em porcos, estando previsto o começo dos testes humanos, no segundo semestre de 2007, e a chegada ao mercado dentro de três anos.

De acordo com a equipa alemã, “o aparelho é programado para libertar a droga (medicamentos) que se dissolvem com a saliva e que, depois, são absorvidos através das paredes das bochechas, de uma forma mais eficaz comparativamente com a toma oral tradicional.”

Informando que os medicamentos são libertados “mesmo quando a pessoa está a dormir”, os investigadores consideram que o “dente artificial” pode “trazer vantagens a doentes de Alzheimer ou doentes que precisam de um controle constante da pressão arterial.”

Segundo explicaram, a peça «Intellidrug», “é alimentada por uma pequena pilha, tem dois sensores electrónicos que detectam a quantidade do fármaco libertado e registam a quantidade ainda armazenada”, adiantando que “a informação é transmitida, através de tecnologia wireless, a um médico, que pode ajustar a dose remotamente ou marcar uma consulta para repor a dose de medicamento no implante, o que terá de ser feito quinzenalmente, embora este tempo se possa alterar consoante o doente.”

Raquel Pacheco

Fonte: BMJ/www.intellidrug.org

Válvula cardíaca a partir de células estaminais


Investigada forma para criar corações artificiais

Uma equipa de cientistas britânicos do Harefield Heart Science Centre conseguiu transformar células estaminais em estruturas de tecidos simples que trabalham como válvulas do coração. Este pode ser um importante passo para descobrir a forma de criar corações artificiais.

Quem tem doenças de coração pode vir a ter um coração novo e saudável dentro de dez anos.
Em declarações ao jornal britânico «The Guardian», os autores da investigação afirmam que “a pesquisa está ainda em fase inicial” e que, os testes em animais vão começar ainda este ano, prevendo que se possa aplicar a descoberta em humanos “daqui a dez anos.”

Grande parte das complicações de origem cardíaca deve-se a problemas com as válvulas do coração que, normalmente, são substituídas por válvulas de plástico ou metal. Esta operação implica cuidados permanentes para toda a vida, para que as válvulas não sejam rejeitadas pelo corpo. Se as válvulas crescerem a partir das células estaminais dos doentes, não se corre esse risco e portanto não é necessária medicação para esse fim.

No entanto, os cientistas ressalvam que “o tecido obtido nesta investigação ainda não é suficientemente forte para suportar a circulação de sangue e ainda não contém nervos vitais”, frisando que “se os testes em animais forem bem sucedidos, este tipo de tratamento poderá evitar um transplante de coração nos doentes cardíacos”. Objectivo, aliás, a que corresponde esta investigação que, procura há dez anos, encontrar uma solução para a falta de corações para transplantes.

Raquel Pacheco

Fonte: The Guardian

Três entidades "dão à luz" nova associação

Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde

O Fórum Hospital do Futuro aliou-se à Associação Portuguesa de Engenharia da Saúde (APENGSAÚDE) e à Associação de Médicos Gestores de Unidades de Saúde (AMGUS) para formarem a Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde.

A nova associação junta três entidades ligadas à organização de eventos para profissionais de saúde. O pontapé de saída teve lugar no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, onde os presidentes das três instituições assinaram a Declaração de Coimbra.

De acordo com o documento, a associação “surgiu por ser do maior interesse a unificação das actividades das associações e movimentos que [a] dirigem, tendo em vista a identidade dos objectivos por todas prosseguidos.”

Para os promotores, o novo organismo “representa um maior impacto e eficácia na acção desenvolvida, a par de uma maior representatividade e abrangência na comunhão de interesses multidisciplinares e na troca de experiências por parte dos profissionais, instituições, universidades, empresas e entidades oficiais.”

Em comunicado, o presidente do Fórum Hospital do Futuro, João Nunes de Abreu, sublinha que esta aliança “poderá abrir uma nova linha de reflexão e debate sobre a saúde dos Portugueses.”

Raquel Pacheco

Fonte: Hospital do Futuro/APENGSAÚDE

Portugal triplica o número de Dadores de sangue

No dia em que se assinala o Dia Mindial do Dador de Sangue, o Instituto Português do Sangue faz saber que nos últimos 15 anos, o número de dadores portugueses triplicou, existindo já 400 mil voluntários com cartão de dador.

Por dia, são realizadas cerca de mil colheitas de sangue, em Portugal. Contudo, nem todos os voluntários com cartão de dador estão activos, pelo que o Instituto Português do Sangue se encontra a preparar uma base de dados actualizada, com todos os dadores activos, de forma a gerir eficazmente os stocks e a rede nacional de dadores.

Com o Verão as necessidades aumentam, por isso, no Dia Mundial do Dador de Sangue, o Instituto do Sangue apela à adesão de mais voluntários, esperando poder contar com mais 300 mil portugueses inscritos na rede nacional de dadores.

O Dia Mundial do Dador de Sangue foi uma criação da Organização Mundial de Saúde (OMS), aprovada em Maio de 2005, como forma de agradecimentos a todos os dadores de sangue voluntários e, desde então, tem revelado ser um importante contributo para a segurança e disponibilidade de sangue em todo o mundo.

Inês de Matos

Fonte: SIC Online, Instituto Português do Sangue

Comparticipação da morfina pode ascender aos 95 por cento

O Inframed pretende apresentar uma proposta para aumentar a comparticipação da morfina “de 40 para 95 por cento” revelou José Castro Lopes, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) em declarações ao DN. A utilização de analgésicos entre a população portuguesa é muito frequente, porém, opióides como a morfina, mais eficazes no tratamento da dor, são por vezes associados de forma errada às drogas e pouco comparticipados em relação a outros países.

O facto de em Portugal o consumo a administração de morfina ser muito reduzido espelha a falha cultural e a ignorância do país, considera o chefe da Unidade de Dor do Hospital de São João do Porto, José Correia. Para além dos preconceitos existentes em relação ao fármaco, a reduzida taxa de comparticipação contribui para que "muitas pessoas, especialmente com dores mais fortes, não o possam adquirir", acrescentou Castro Lopes.

De acordo com este especialista, "em alguns países, a comparticipação deste medicamento chega a 100 por cento, mas cá é de 40 por cento”. Para combater essa situação “o Infarmed vai apresentar ma proposta para elevar a comparticipação ao máximo, que em Portugal é de 95%”, referiu o mesmo responsável.

Segundo notícia o Diário de Notícias, o Infarmed não fez qualquer comentário a esta afirmação, porém admitiu que “o problema está a ser analisado”.

Ainda assim, José Correia salienta que na sua unidade no Porto já há uma elevada administração de opiáceos. Em casos de dor do foro oncológico “todos têm de os tomar e fora desta tipologia já há 10 a 15 por cento dos doentes a tomá-los”, revelou.

Se bem que a tendência seja o começo com doses ligeiras de analgésicos cujas quantidades vão sendo aumentadas, nem sempre o tratamento passa pelos opióides. Os especialistas lembram que os anti-inflamatórios, os relaxantes musculares, os tratamentos por radiofrequência, por bombas de perfuração e a aplicação da toxina botulínica (botox) também podem ser utilizados. Para além disso, a fisioterapia tem uma utilidade fulcral nalguns casos quando combinada com outros tratamentos.

Os contornos da dor

A definição da International Association for the Study of Pain caracteriza a dor como “uma experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só um componente sensorial mas também um componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial, ou é descrita em função dessa lesão”.

A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor explica que a dor não é apenas uma sensação mas sim um fenómeno complexo que envolve emoções e outros componentes que lhe estão associados, devendo ser encarada segundo um modelo biopsicossocial. Cada pessoa sente a dor à sua maneira e não existem ainda marcadores biológicos que a permitam caracterizar de forma objectiva.

Não existe relação directa entre a causa e a dor, isto é, uma mesma lesão pode causar diferentes tipos de dores em indivíduos distintos ou num mesmo indivíduo em momentos diferentes. Nem sempre é possível enquadrar a dor com a existência de uma lesão física que lhe dê origem.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Associação Portuguesa para o Estudo da Dor

GSK doa 50 milhões de vacinas contra o H5N1

A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) anunciou a doação de 50 milhões de doses da sua vacina contra a gripe das aves à Organização Mundial de Saúde (OMS), quantidade suficiente para vacinar 25 milhões de pessoas em países sub-desenvolvidos. A Baxter International resolveu seguir o exemplo e prometeu igualmente a doação de vacinas. De acordo com a OMS é possível que a Sanofi-Aventis e a húngara Omnivest façam o mesmo.


A entrega será feita pela GlaxoSmithKline ao longo de três anos e os fármacos serão armazenados pela OMS para serem distribuídos no caso de ocorrer uma pandemia causada pelo vírus H5N1. Estudos clínicos já comprovaram a eficácia da vacina desenvolvida pela GlaxoSmithKline na prevenção e resistência a vários tipos de estirpes do vírus H5N1. Embora não possa ser prevista a próxima estirpe a causar uma pandemia de gripe, o H5N1, frequente nas populações aviarias da Ásia e Europa, é um forte candidato.

A vacina desenvolvida pela GlaxoSmithKline, que contém um agente utilizado nos medicamentos para ampliar o seu efeito, tem como alvo o vírus H5N1 que já matou cerca de 190 pessoas entre 300 casos detectados desde 2003.

O laboratório britânico está também em negociações com vários governos de forma a tornar a compra da vacina acessível ao público. No entanto, o director executivo da empresa, Jean Pierre Garnier, afirmou que há vários países europeus que ainda não tomaram uma decisão final acerca dos planos de preparação. “Seria preferível se estes países tornassem públicas as suas decisões sobre o armazenamento de stocks”, disse o mesmo responsável, salientando que a OMS está a recomendar aos governos que armazenem vacinas pré-pandémicas.

Por sua vez a Baxter emitiu um comunicado onde anunciou que “pretende apoiar este programa através da OMS fornecendo uma doação durante vários anos da sua vacina da gripe”. A empresa acredita que as doações “vão ajudar a aumentar o acesso às vacinas essenciais nos países mais pobres em caso de ocorrência de uma pandemia. Assegurar que as vacinas para o H5N1 são disponibilizadas de forma rápida e ampla em caso de pandemia é uma das formas que a OMS tem de coordenar um plano de acção global”, acrescenta o mesmo documento.

O laboratório francês Sanofi-Aventis já avançou que também está preparado para fornecer à OMS um número significante de doses. “Uma grande parte deste fornecimento poderá ser disponibilizado imediatamente”, afirmou a empresa.

Apesar de não poder ser transmitido entre seres humanos, os especialistas temem que se o vírus sofrer uma mutação possa espalhar-se repentinamente por todo o globo. Uma vez que a estirpe seria nova, o sistema imunitário da maioria das pessoas não estaria preparado, o que daria origem a um elevado número de mortes.

Outra das acções que a OMS está a tentar levar a cabo prende-se com o desenvolvimento de linhas de acção de saúde pública, tais como quarentenas, de forma a acabar com as pandemias.

“Este é mais um passo importante em direcção à criação de um recurso global para ajudar o mundo e especialmente para ajudar os países em vias de desenvolvimento no caso de ocorrer um grande surto de gripe aviária”, sublinhou a directora-geral da OMS; Margaret Chan.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters, Market Watch, Chicago Tribune.


Cientistas descodificam 1% do genoma humano

No estudo foram seleccionadas 44 regiões distintas (partes dos cromossomas) do genoma humano o que corresponde a 1% de toda a sequência. Esta é maior descoberta desde 2003, quando foi decifrado o código genético humano.

Investigadores de todo o mundo estão envolvidos nesta descoberta, que faz parte do projecto Encode («Encyclopedia of DNA Elements»). Só através da reunião de informação de 80 organizações de todo o mundo (28 estudos no total) foi possível observar «uma extensão tão considerável do genoma», explica Roderic Guigó, membro do Centro de Regulação Genética (CRG), e um dos responsáveis pelo trabalho.

O objectivo do estudo foi elaborar um mapa de localização dos genes e da sua constituição, uma vez que eles podem ter inúmeras formas. «Um mesmo gene pode dar origem a proteínas distintas, dependendo de como sejam combinadas as diferentes regiões", detalhou o cientista em declarações à agência espanhola Efe.
O passo seguinte é «localizar as regiões funcionais do genoma humano, as partes com influência na determinação das características biológicas dos seres vivos (altura, cor de olhos, cabelo sexo por exemplo)».

O trabalho não é totalmente revelador uma vez que os investigadores «não sabem muito bem quais as regiões do genoma que realmente codificam estas instruções, mas já é possível pelo menos analisar em detalhe 1% do genoma humano», acrescenta Guigó.

Por outro lado, os resultados foram muito satisfatórios porque revelaram que muitas regiões do genoma são activas, ainda que desconheçam a sua função. Assim está colocada de parte a teoria de que grande parte do ADN era «inútil», sem qualquer função.

«Agora sabemos que a maior parte do genoma é transcrito em RNA, que é a primeira função do ADN», comentou o cientista.

Durante o trabalho foi ainda possível verificar que os genes estão interligados. Até agora, os cientistas acreditavam que as fronteiras entre eles eram bem definidas e delimitadas. Com esta informação, os cientitas compreendem porque é difícil distinguir uns genes de outros. Eles sobrepõem-se e podem mesmo formar conjuntos.

O estudo vai ser publicado na revista Nature.

Sara Pelicano

Fontes: UOL, BBC, EFE

Governo responsabilizado por morte de mulher

O município alentejano de Vendas Novas responsabilizou o governo pela morte de uma mulher de 51 anos, vítima de uma paragem cardio-respiratória devido “à ausência de assistência médica necessária e em tempo útil”, isto acontece após o fecho das urgências da cidade.
A edição do Correio da Manhã, a mulher morava perto das urgências de Vendas Novas, mas morreu a caminho do Hospital de Évora, a cerca de 50 quilómetros de distância de Vendas Novas, embora os bombeiros tivessem feito de tudo para conseguir que a mulher sobrevivesse.
Em comunicado divulgado, a autarquia responsabiliza politicamente o governo e o ministro da Saúde pela morte da mulher, devido ao encerramento das urgências no centro de saúde da cidade a 28 de Maio último.
Contactada pela agência Lusa, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, através do porta-voz, Mário Simões, lamentou a morte da mulher e contesta o “aproveitamento de uma situação dramática para os mais diversos fins”.
“A ARS reserva-se o direito de responsabilizar o presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas pelas afirmações demagógicas que tem vindo a proferir”, referiu o mesmo porta-voz.
Mário Simões disse ainda que “não se deve associar este infeliz acontecimento” com o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), isto porque a morte da mulher “ocorreu no período de funcionamento do centro de saúde”.


Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Ucraniana deu à luz três gémeas

Uma mulher de nacionalidade ucraniana, deu ontem à luz, após 29 semanas e meia de gestação,três meninas na Maternidade Daniel de Matos (MDM), em Coimbra, disse à agência Lusa uma fonte da instituição.
A pediatra Mabilda Brito fez saber que as bebés nasceram de cesariana, entre as 10:25 e as 10:30, na sequência de uma gravidez espontânea, estão agora ligadas ao ventilador as meninas pesam 1300, 1235, 686 gramas e fez questão de lembrar que este tipo de casos, geralmente acontecem após procriação assistida.
A mãe já tinha sido internada a 18 de Maio, devido ao baixo peso das meninas e por ser a primeira gradivez deste jovem ucaraniana de 27 anos, que passava uma gravidez de risco.
”A situação é estável”, disse a especialista, ao final da tarde, como representante da directora do serviço de Neonatologia da Maternidade Daniel de Matos, Rosa Ramalho, que não se encontrava no local.
“A menina com menor peso já não tinha praticamente líquido amniótico a protegê-la e, na opinião dos médicos, seria mais seguro fazê-las nascer já hoje”, explicam amigas dos pais, no blog criado por elas «astresmeninasgemeas.blogspot.com», através do qual lançaram uma campanha pública de ajuda ao casal, que não tem familiares em Portugal e vive com dificuldades.
As amigas afirmam que “a mãe teve que deixar de trabalhar por causa da gravidez de risco e o vencimento do pai é limitado para tantas despesas que se avizinham”. Este grupo para além da abertura de uma conta bancária de solidariedade, para recolher donativos, já reunirãm diversos artigos de bebé, incluindo roupas e produtos de higiene.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Infarmed promove Simpósio sobre genéricos

«Medicamentos Genéricos em Protugal e na Europa» é o nome do Simpósio organizado pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

O evento terá lugar no próximo dia 21 de Junho no Centro de Congressos do Estoril e é creditado pela Ordem dos Farmac~euticos com 0,55 créditos.

No site do Infarmed tem acesso à ficha de inscrição e ao programa do Simpósio.

Sara Pelicano

Fontes: Infarmed

Farmoz faz publicidade aos genéricos

«Espaço» é o nome da campanha que tem como objectivo antecipar as necessidades dos deontes e dos profissionais de saúde através dos medicamentos genéricos para todas as áreas terapêuticas.

A Farmoz é uma empresa portuguesa, do grupo Tecnimede, dedicada aos medicamentos genéricos. A campanha visa também consolidar o seu trabalho de investigação e desenvolvimento desta área farmacêutica.

A publicidade vai passar na televisão, rádio e imprensa especializada a partir de hoje, dia 14.


Sara Pelicano

Fontes: Meios e Publicidade

Autarquias do Médio Tejo divididas

A reorganização das urgências no Centro Hospitalar do Médio Tejo não consegue unir os autarcas, com Abrantes a considerar “inaceitáveis” negociações do Ministério da Saúde com Tomar e Torres Novas, e estes apenas lamentam esta tomada de posição.
A proposta apresentada em Outubro, pelo Ministério da Saúde para a reestruturação das urgências hospitalares, faria com que o hospital de Abrantes ficasse com uma Urgência Médico-Cirúrgica e os de Torres Novas e Tomar de uma Unidade Básica de Urgência (UBU).
O presidente do Conselho de Administração da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), António Branco, disse à Lusa que os municípios de Tomar e Torres Novas desconfiaram deste documento e pediram esclarecimentos.
António Branco, no entanto, acredita que os autarcas deveriam era ficar preocupados com o facto de não existir uma unidade de cuidados intensivos e que por outro lado “os hospitais de Tomar e Torres Novas terão novas respostas na área das cirurgias”.
“O que é mais pesado em termos de tecnologia fica em Abrantes, o que não quer dizer que os outros não respondam a algumas situações e que outras sejam desconcentradas”, disse António Branco, dando falando da especialidade de otorrino, que deverá passar a funcionar também em Tomar, ”porque a capacidade cirúrgica de Abrantes não se tem revelado suficiente”.



Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Descoberta molécula da obesidade

Baixo índices da molécula Bsx no corpo traduzem-se numa redução de fome e da vontade de praticar exercício físico. O estudo foi publicado na revista Cell Metabolism.

«As diferentes formas da molécula Bsx agir no corpo podem ajudar a explicar porque algumas pessoas engordam mais do que outras, quando têm a mesma dieta alimentar», explica a investigadora Maria Sakkou.

Os testes feitos em ratos demonstram que os animais com baixos valores de Bsx eram menos espontâneos na prática de exercícios, tinham índices de concentração mais baixos e uma redução de apetite.

Os investigadores acreditam que o Bsx é hereditário e tem um papel importante no controlo do peso humano.

O estudo foi feito por Scientists from the European Molecular Biology Laboratory (EMBL), o German Institute for Nutrition (DIFE) e a University of Cincinnat.

Sara Pelicano
Fonte: Reuteurs

ENTREVISTA

Filomena Cabeça em entrevista ao «Farmácia e Medicamento»
“Liberalização não será a Ota da Saúde”

Lidera a lista A na corrida ao cargo de bastonária da Ordem dos Farmacêuticos que no dia 21 se decide nas urnas. Aponta como prioridades a dignificação e a coesão profissional, e considera ter “todas as condições” para “puxar a Ordem para cima” e valorizar o papel do farmacêutico. A meio de um périplo “fisicamente esgotante mas emocionalmente compensador” pelo país, Filomena Cabeça mostra-se optimista na vitória e diz “acreditar no bom-senso do Governo” para, através do diálogo, resolver o diferendo relativo à lei de liberalização da propriedade das farmácias.

FM – Porquê uma candidatura à liderança da Ordem dos Farmacêuticos nesta altura?
FC – Candidatei-me porque acho que os desafios que estão a desenhar-se na área da Saúde em geral e na área farmacêutica em particular são motivadores. Já tenho uma longa experiência profissional como farmacêutica hospitalar e estou ligada ao associativismo há mais de 12 anos. Estou consciente das dificuldades e dos muitos desafios, mas senti que esta candidatura é a aposta de uma equipa de profissionais que se revêem nos mesmos objectivos e princípios. Chegou por isso o momento de dar um passo em frente…

FM – De que forma pretende então dar esse passo em frente? Quais são os grandes objectivos da Lista A? Como será a «sua» Ordem dos Farmacêuticos?
FC – A solidez científica da nossa profissão e o nosso grande dinamismo conferem uma garantia de qualidade ao serviço que prestamos. Elegemos, no âmbito desta candidatura, vários pontos fundamentais: a coesão profissional, o reconhecimento da competência no exercício farmacêutico, a regulação da profissão, o papel da Ordem na representação da classe, a diferenciação profissional e a aposta forte nos jovens quadros são os temas mais prementes no actual contexto.

FM – A proposta de lei para a liberalização da propriedade das farmácias é o tema quente em cima da mesa actualmente. Que comentário lhe merece esta intenção do Governo de permitir a qualquer cidadão ser proprietário de um espaço que é de saúde?
FC – Não há dúvidas de que estamos perante um novo paradigma na área da Saúde e na nossa profissão. A salvaguarda do pendor farmacêutico no âmbito da farmácia comunitária não pode, no entanto, ser posto em causa. A reserva de propriedade do farmacêutico tem de prevalecer, qualquer que seja o modelo de farmácia a adoptar no futuro. O profissional de Farmácia é um facilitador do acesso à saúde e tem a confiança dos cidadãos. Defenderemos sempre acerrimamente a reserva de propriedade exclusiva do farmacêutico, e não abdicaremos das nossas convicções nessa matéria. Preconizamos a independência e a autonomia dos farmacêuticos, contra quaisquer interferências na ética e na deontologia destes profissionais.

FM – De que forma é que isso poderá ser feito, estando o Governo tão decidido a avançar com a liberalização? Ainda há tempo para travar o processo?
FC – Temos estudos científicos objectivos e pareceres de especialistas que dizem que a reserva de propriedade do farmacêutico é uma mais-valia para a saúde pública. São provas científicas que pretendemos continuar a demonstrar. Estou perfeitamente convicta do bom-senso do nosso governo. Temos um exemplo bem recente da abertura do poder político. A liberalização da propriedade das farmácias não será a Ota da Saúde. Não queremos que se transforme nisso. Noutras áreas o Governo deu provas de sensibilidade, de que há condições para um diálogo franco e aberto…

FM – Está então convicta de que ainda é possível reverter a intenção da tutela?
FC – Estou absolutamente convicta do bom-senso do Governo e de que é possível reverter a situação, pela via do diálogo e da negociação.

FM – Outro ponto do seu programa eleitoral tem a ver com a captação dos jovens farmacêuticos. Como pretende atraí-los?
FC – A Ordem dos Farmacêuticos é de todos os profissionais da classe. Queremos que, através do que defendemos nas diferentes plataformas de diálogo entre todas as áreas de actividade, seja facilitado a cooperação a todos os níveis. Queremos falar todos a uma só voz, em sede própria, que é a Ordem. Para isso temos de encontrar pontos e realizar acções que tornem reconhecida a importância da OF para os profissionais. A nossa profissão é muito jovem – a média de idades dos farmacêuticos portugueses anda à volta dos 40 anos –, mas os mais jovens é que são os farmacêuticos do futuro, e é preciso ouvi-los e integrá-los, para que sintam que, quando forem chamados a tomar o nosso lugar, estão motivados para a nossa luta.

FM – No programa eleitoral da lista que lidera é apontado um projecto concreto: o «Farmacêuticos 2020». Pode concretizar melhor o que é este projecto, e quais os seus objectivos essenciais?
FC – É um projecto para o futuro, planificando aquilo que queremos que seja a nossa profissão. No fundo é procurar elencar os objectivos para os próximos anos no âmbito da actividade farmacêutica, tendo em conta a miscelânea de idades e de experiências que encontramos nas diversas áreas de actividade do nosso sector.

FM – A candidata da Lista B, Irene Silveira, defende a revisão do actual processo de revalidação da carteira profissional, que considera injusto e inadequado. Não é da mesma opinião…
FC – Temos um contrato-programa que vamos assumir com os farmacêuticos que votarem em nós, numa primeira instância, e depois com todos os outros. O nosso programa defende a diferenciação profissional. Entendemos que a revalidação da carteira profissional deve dar a garantia do reforço de competências dos nossos quadros e do empenho contínuo na busca da confiança dos nossos utentes. Nesta área a evolução científica é constante, e os farmacêuticos têm de actualizar os seus conhecimentos permanentemente. A formação contínua é, nessa medida, um aspecto essencial, e a revalidação da carteira profissional pode demonstrar isso mesmo, aferindo, a cada cinco anos, que estamos empenhados na melhoria dos serviços que prestamos à sociedade. Há três anos que desenvolvemos um projecto de formação com três ciclos: há 6625 colegas em processo de revalidação, e foram já realizadas 9983 acções creditadas. Noventa por cento dos 1604 formandos que estão actualmente no primeiro ciclo têm pelo menos uma actividade creditada. Têm cinco anos para apresentar os seus créditos, e nós apontamos como média três por ano.

FM – Como encara as críticas a esse novo processo de revalidação?
FC – É um processo novo, como diz, e nessa medida é natural alguma resistência à mudança, mas as pessoas vão aderindo a este processo de formação contínua e de aquisição de competências. É um processo inclusivo, com o qual entendemos que será possível puxar a Ordem para cima e mostrar à sociedade o empenho da nossa classe na constante evolução profissional. Com base neste esquema, a OF poderá afirmar a qualquer momento a competência e actualização de todos os seus membros. Obviamente todas as medidas têm alturas de implementação, de avaliação e de melhoria, e depois de algum tempo de aplicação deste processo está na hora de procedermos a essa avaliação. Para isso contamos com as críticas e as sugestões de todos os colegas. É nessa medida que estamos a percorrer o país e a ouvir os profissionais. Visitamo-los e chamamo-los a reuniões para debater os problemas e as soluções.

FM – Está convicta da vitória no dia 21?
FC – Estou. Se assim não fosse não me teria candidatado. Estou certa da justeza do projecto da equipa que lidero, que apresentou ideias concretas e que queremos assumir. Assumimos um compromisso com os membros da OF, de que poderão pedir-nos responsabilidades mais tarde. No que diz respeito à equipa e ao projecto, estão reunidas todas as condições para vencermos e melhorarmos a nossa Ordem.

Carla Teixeira
Fonte: entrevista à candidata
Imagem: «Farmácia e Medicamento»

Ruanda recebe conferência internacional sobre HIV/Sida

A capital do Ruanda, Kigali, recebe hoje (14 de Junho) uma conferência internacional sobre as pesquisas em curso na luta contra o HIV/Sida e o tratamento da doença. São esperados cerca de cinco mil especialistas, provenientes de 100 países, para participar no evento.

De acordo com Innocent Nyaruhirira, Secretário de Estado para a Luta contra o HIV e outras pandemias, o Ruanda foi o local eleito para esta reunião devido à vontade política demonstrada pelo país e manifestada através das campanhas de luta contra a doença.

Pretende-se que os participantes troquem experiências “dos seus respectivos países em termos de estratégias a fim de garantir uma distribuição racional e equitativa dos medicamentos aos doentes da sida sem esquecer as consequências desta pandemia”, referiu o responsável.

Os participantes vão ainda ter oportunidade de assistir à apresentação do relatório elaborado pelo Banco Mundial sobre o "Programa Plurinacional de Luta contra o HIV/Sida para África 2000-2006: resultados da acção lançada pelo BM em resposta a uma crise de desenvolvimento".

O conteúdo do relatório aborda principalmente as transformações que estão em curso e refere que a progressão da doença parece estar a diminuir em alguns países da África Subsariana, entre os quais o Uganda, o Quénia ou Zimbabwe, para além de algumas províncias urbanas como a Etiópia, o Ruanda, o Burundi, o Malawi e a Zâmbia.

Marta Bilro

Fonte: Panapress, Angola Press.

Força mecânica nos estudo dos receptores das células

Cientistas medem a força que existe na superfície das células e assim podem verificar como cada molécula se junta e separa na superfície da célula. Deste modo, chegar aos receptores fica mais fácil, o que pode permitir tratamentos, por exemplo de cancro, directamente nas células receptoras.

A técnica de utilização da força permite aos investigadores visualizar a interacção entre as moléculas. Este movimento molecular tem um papel importante porque dá a conhecer o crescimento das células, a sua proliferação e as diferenças entre elas. Eles apercebem-se das mudanças que por exemplo os químicos fazem no ambiente onde se localiza a célula devido ao número e tipo de moléculas que ali se encontram.

«Este trabalho é um desafio porque a superfície das células diferem muito entre si, o que as torna quimicamente diferentes», explica Van Vliet, um dos autores do programa Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Os receptores das células permitem que estas se mantenham em constante comunicação com o ambiente que as rodeia, assim as moléculas, que estão à superfície, transmitem-lhe as informações necessárias para que o receptor desenvolva as funções necessárias. No estudo, foi observado mais atentamente o receptor da célula vascular que é importante tranmissor de células vasculares através do sangue.

Antes desta técnica de força mecânica, os investigadores conseguiam através do microscópio de luz visualizar apenas as estruturas maiores e os núcleos, mas não as minúsculas moléculas que vivem à superfície das células.

O método dá ainda a possibilidade de estudar a membrana dura das células. Sobrepondo as imagens das membranas e dos receptores os investigadores chegam à maioria dos receptores. «Estas correlações suportama a teoria actual de que a função do receptor está ligada a outras proteínas da superfície da célula, que transmitem forças mecânicas para a parte externa das células», explica Van Vliet.

A investigação foi feita National Science Foundation Nanoscale Exploratory Research, o Center for the Integration of Medicine and Innovative Technology, o Hugh Hampton Young Memorial Foundation e o Beckman Foundation Young Investigators Program.

Sara Pelicano
Fontes: MIT

Roche reafirma estratégia de aquisições para 2007

O director executivo da farmacêutica suíça Roche, Franz Humer, confirmou as previsões do laboratório para 2007 e o interesse em proceder a determinadas aquisições para complementar o portfolio da empresa. Porém, garante que não estão interessados em mega-fusões ou mega-aquisições. “Não temos nem vamos ter uma presença no mercado dos genéricos”, asseverou.

Numa conferência de imprensa em Paris, o responsável salientou o “excelente” arranque de 2007 e afirmou que a estratégia da empresa é “gerar frutos”. As vendas da Roche aumentaram 16 por cento no primeiro trimestre deste ano e Humer mostrou-se confiante de que os lucros obtidos por acção vão crescer mais rapidamente do que o volume de vendas.

A empresa farmacêutica deverá continuar a apostar no desenvolvimento de fármacos patenteados e revelou que irá pedir à entidade europeia e norte-americana de controlo de medicamentos para que, no final do ano, reveja a autorização do Actemra, um medicamento em fase de experimentação destinado ao tratamento da artrite reumatóide. Isto porque, segundo afirmou Humer, a Roche espera introduzir o medicamento no mercado no final de 2008 ou início de 2009.

Para além disso, o mesmo responsável adiantou ainda que o laboratório suíço não tem quaisquer intenções de alterar os 56 por cento que detém na Genetech Inc., a empresa de biotecnologia sedeada na Califórnia que foi responsável pela criação do Avastin e do Herceptin. “Estamos muito satisfeitos com a forma como a nossa relação com a Genetech se tem desenvolvido e não temos intenção de alterá-la”, afirmou.

Segundo Humer, a empresa não põe de parte a possibilidade de estabelecer alianças idênticas à que já tem com a Genetech. “Se surgir a oportunidade de criar uma estrutura similar o grupo irá certamente fazê-lo”, revelou. O director-executivo reafirmou também o interesse numa aliança com a Transgene, uma empresa francesa de biotecnologia. Os dois grupos estão a cooperar no desenvolvimento de vacinas contra o vírus do papiloma humano, relacionado ao desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas.

Deixando as preocupações de lado, Humer referiu que os dados apresentados este ano na reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla inglesa), onde foram anunciados os avanços de medicamentos rivais, não oferecem qualquer ameaça ao seu lugar de topo no mercado oncológico.

“Pelo que vi na ASCO não estou preocupado com a concorrência”, afirmou, acrescentando que “os obstáculos que se colocam aos novos investidores são muito maiores do que os que tivemos que enfrentar quando entrámos no mercado”, já que eles precisam mostrar que os benefícios dos seus produtos vão além dos da Roche e da Genetech.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, Forbes.

Medicamento sem receita para a obesidade
Glaxo lança Alli nos Estados Unidos


A GlaxoSmithKline anunciou para esta semana o lançamento, nos Estados Unidos, do Alli (orlistat), um medicamento para o tratamento da obesidade que não precisa de prescrição médica. Na Europa o início da distribuição do novo produto deverá ocorrer até final do ano, de acordo com a empresa britânica, sendo ainda esperada a sua aprovação no Canadá, na Nova Zelândia, na China e na América Latina.

O Alli corresponde a uma versão de baixa dosagem de orlistat, o princípio activo do medicamento Xenical da Roche, que tem de ser prescrito pelo médico para poder ser administrado, e que é já distribuído em todo o mundo à excepção do Japão. O novo medicamento da empresa britânica, a segundo maior fabricante de fármacos a nível mundial, deverá chegar às farmácias norte-americanas durante esta semana, onde está previsto um fornecimento inicial de 400 mil embalagens, que deverão estar totalmente distribuídas e disponíveis no mercado a partir de amanhã, dia 15.
Fonte da farmacêutica adiantou que este deverá ser um dos maiores lançamentos de sempre da Glaxo e provavelmente um dos maiores lançamentos de fármacos sem necessidade de prescrição médica alguma vez realizados em todo o mundo. De acordo com a companhia britânica, a conjugação do Alli com um regime para perder peso e a prática de exercício físico regular permitirão aos seus utilizadores uma perda de peso 50 por cento superior à que conseguiriam unicamente através da dieta e da prática de exercício, já que o fármaco actua bloqueando cerca de 25 por cento da gordura presente nos alimentos, reduzindo o volume de calorias que é absorvido pelo organismo.

Obesidade epidémica
Actualmente estima-se em cerca de 140 milhões o número de adultos obesos nos Estados Unidos. Os números globais são ainda mais avassaladores: mil milhões de pessoas com excesso de peso e 300 milhões de obesos em todo o mundo fazem da obesidade uma das doenças mais prevalentes à escala mundial, já catalogada pela Organização Mundial de Saúde como a epidemia do século XXI. Em Portugal a incidência do problema está calculada em 13 por cento da população masculina e 15 por cento da população feminina. A Direcção-Geral de Saúde avisa que, se não forem tomadas medidas para travar o processo, metade dos portugueses sofrerá de obesidade em 2025.

Carla Teixeira
Fontes: First Word, JornalismoPortoNet, Bloomberg, Organização Mundial de Saúde e Financial Times

Novo software acelera a identificação de variações genéticas


A Applied Biosystems anunciou o lançamento de uma nova aplicação de software concebida para acelerar a análise de dados de variações genéticas.

O novo “Variant Reporter Software” reduz o tempo da revisão manual destes dados ao detectar automaticamente as variações genéticas, agilizando o processo de análise de dados. A Applied Biosystems espera que o software possa reduzir para até metade do tempo que actualmente é necessário para avaliar dados de variação genética gerados durante projectos de sequenciação clínica.

A sequenciação clínica é geralmente utilizada para identificar variações genéticas em populações de amostra. Esta técnica de análise é crucial para compreender as causas genéticas de doenças e a resposta individual aos medicamentos. Tecnologias de sequenciaçao automática de DNA tornaram possível aos investigadores executar estudos de detecção e monitorização de variações genéticas em grandes amostras de população. Estes projectos de grande escala estão a gerar conjuntos substanciais de dados que requerem ferramentas bioinformáticas robustas que possam facilitar a rápida análise e gestão desses dados.

Espera-se que as características deste software permitam aos investigadores estudar mais eficientemente doenças complexas cruzando múltiplos genes e conjuntos de dados maiores do que as actuais aplicações de software conseguem gerir. A possibilidade de avaliar rapidamente dados re-sequenciados pode fazer avançar significativamente a pesquisa focada na base molecular da doença ou numa potencial resposta de um indivíduo a um medicamento. O “Variant Reporter Software” resolve os problemas de acumulação de dados que existem actualmente neste processo, disponibilizando uma melhor maneira de avaliar rapidamente os dados de variações e identificando pontos de interesse. Isto pode economizar centenas de horas gastos na avaliação destes grandes conjuntos de dados.

Isabel Marques

Fontes: BusinessWire.com e www2.appliedbiosystems.com

Lisboa e Vale do Tejo com maior capacidade hospitalar

O Ministério da Saúde garante que o crescimento da capacidade hospitalar do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na região de Lisboa e Vale do Tejo, será ainda superior ao esperado para o sector privado.

Em comunicado, o gabinete do ministro da saúde, Correia de Campos, fez saber que “estão em concurso parcerias público-privadas que vão significar um aumento líquido de 530 camas”, provando desta forma que o aparecimento de novas unidades de saúde privadas, em Lisboa, não afectou o SNS.

Manuel Delgado, presidente da Associação de Administradores Hospitalares, não se surpreende com os número apresentados pelo governo, concordando que a médio prazo, o aparecimento destas novas unidades privadas, levará a uma reestruturação no sector.

“O sector privado em termos de oferta de internamento vivia à volta de pequenas clínicas com uma dimensão na ordem das 20/30 camas. Essa dinâmica está a ser posta em causa pelo investimento de grupos económicos. Isso vai necessariamente, a médio prazo, obrigar – não direi a fusões – mas à eliminação de pequenas clínicas em beneficio destas instituições com uma dimensão maior e com uma oferta mais confiável para os doentes”, acrescentou.

Inês de Matos

Fonte: Renascença

Nova vacina para gripe, Optaflu, da Novartis, aprovada pela UE

O grupo farmacêutico suíço, Novartis AG, anunciou na quarta-feira, dia 13 de Junho, que a União Europeia (UE) concedeu a aprovação para a vacina da gripe Optaflu. Esta é a primeira vacina da gripe que usa uma nova tecnologia de cultura de células, propriedade da Novartis, para produzir componentes de antigene viral, que oferece independência dos tradicionais ovos de galinha utilizados para a produção de vacinas.

Esta vacina pode ser produzida em massa mais rapidamente no caso de uma pandemia, que poderia ser despoletada, por exemplo, pela gripe das aves. A Optaflu é a primeira grande inovação na produção de vacinas para a gripe em mais de 50 anos. Os peritos têm encorajado os fabricantes de fármacos a desenvolverem métodos mais modernos para o desenvolvimento de vacinas para a gripe, que permitiria uma produção mais rápida e eficaz.

Durante o programa de avaliação clínica da segurança e imunogeneticidade da vacina, mais de 3400 pessoas receberam a Optaflu. Estes dados mostraram que a Optaflu cumpriu todos os critérios de avaliação clínica da União Europeia.

Espera-se que esta nova vacina esteja disponível em Portugal a partir de 2008.

Paulo Frutuoso
Fontes: Medscape, Novartis, Reuteurs

Defeito genético pode ser a causa de doença respiratória e doença cardíaca congénita

O mesmo defeito genético que provoca uma doença respiratória rara pode também causar doença cardíaca congénita, segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.

A ligação entre as duas doenças começa nas células ciliadas, finas estruturas semelhantes a pêlos, cujos movimentos ajudam a eliminar as partículas e as mucosidades das vias aéreas inferiores. Os investigadores notaram inicialmente a relação em crianças com uma doença respiratória que afecta estas células, a discinesia ciliar primária. Uma mutação genética que prejudica o movimento das células ciliadas causa a doença. Algumas crianças que foram tratadas à discinesia ciliar na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill também tinham heterotaxia – um posicionamento anormal do coração e dos pulmões associado a doença cardíaca congénita.

A equipa de investigadores interrogou-se se a discinesia ciliar primária e a heterotaxia estariam relacionadas, uma vez que se sabe que outros tipos de células ciliadas desenpenham um papel na organização e direccionamento dos órgãos num embrião em desenvolvimento. Contudo, os resultados do novo estudo demonstram que estão relacionadas.

O estudo descobriu que a prevalência de heterotaxia e anomalias cardíacas congénitas era 200 vezes maior em pessoas com discinesia ciliar primária do que na população geral (um em 50 versus um em dez mil).

Segundo um dos investigadores, Dr. Michael Knowles, estes resultados devem incentivar os médicos que tratam pacientes com doença cardíaca congénita a serem mais vigilantes, no que se refere a testar e tratar anomalias respiratórias.
Crianças com heterotaxia e doença cardíaca congénita geralmente são submetidas a cirurgias para reparar os defeitos do coração, e caso tenham complicações respiratórias no pós-operatório, normalmente assume-se que os problemas foram causados pelos problemas cardíacos, acrescenta o Dr. Knowles. Mas o estudo indica que estes problemas respiratórios das crianças podem ter uma causa genética subjacente.

Os investigadores esperam que estas associações entre a função ciliar, os defeitos do coração e a organização dos órgãos no interior do peito e abdómen levem a uma melhor compreensão de como estes defeitos evoluem.

Isabel Marques

Fontes: NewsMax.com e Manual Merck

Relatório aponta insustentabilidade da indústria farmacêutica

O modelo de negócio da indústria farmacêutica é “economicamente insustentável”, refere um relatório divulgado na quinta-feira pela consultora PricewaterhouseCoopers. O estudo sugere que a forte aposta das empresas farmacêuticas num núcleo reduzido de medicamentos, na esperança de obterem um grande volume de vendas, é um reflexo da sua “incapacidade operacional” para agirem de forma suficientemente rápida na produção de tratamentos inovadores, exigidos pelos mercados globais.

Steve Arlington, o principal responsável pela investigação, considera que as empresas farmacêuticas gastam o dobro do tempo necessário para levar a cabo uma investigação comparativamente com o tempo gasto há 10 anos. No entanto, a produção dos medicamentos foi reduzida a metade: entre 40 e 45 por cento dos ensaios clínicos realizados em fármacos na fase 3 falham.

As acções das empresas farmacêuticas não obtiveram bons resultados, as vendas e os custos publicitários aumentaram, assim como as restrições legais e regulamentares, a reputação da indústria têm sido manchada por casos mediáticos como o do Vioxx, o analgésico da Merck que já foi alvo de milhares de processos judiciais.

As entidades que prestam cuidados de saúde e os utentes estão ansiosos para reduzir os gastos com tratamentos. As pessoas vivem mais tempo mas não necessariamente de forma mais saudável. Este facto conduz a previsões que indicam que, em 2020, o mercado farmacêutico global deverá obter mais do dobro da sua facturação, ascendendo aos 9,76 biliões de euros (1.3 biliões de dólares norte-americanos).

Os responsáveis pelo estudo aconselham a indústria farmacêutica a mudar para tirar partido destas novas oportunidades, direccionando os seus investimentos mais para a investigação e menos para as vendas e marketing. “A indústria farmacêutica deve concentrar-se principalmente no desenvolvimento de medicamentos para a prevenção ou cura. De qualquer forma, os fármacos terão que demonstrar benefícios reais e lidar com as necessidades médicas ainda não preenchidas”, salienta Arlington.

O relatório elaborado pela PricewaterhouseCoopers vai mais além ao afirmar que a indústria farmacêutica precisa de se unir a outros “parceiros de peso” – governos, pacientes e investidores – para discutir a melhor forma de seguir em frente.

Steve Arlington sugere, por isso, que a protecção sobre as patentes dos medicamentos, que actualmente vigoram por 20 anos, sejam prolongadas por um período mais extenso de forma a incentivar as empresas a produzirem mais fármacos inovadores e a vendê-los a um preço mais reduzido.

Uma das sugestões apresentadas pelo especialista é a expansão do campo de escolhas das pesquisas preliminares para a Ásia, por exemplo, onde a investigação é menos dispendiosa. Outra das hipóteses passa por aumentar a colaboração com académicos.

Ainda assim, existem alguns indícios de que as empresas farmacêuticas estão a começar a mudar os seus modelos de pesquisa. A GlaxoSmithKline, por exemplo, inaugurou recentemente uma clínica de imagiologia no valor de 74 milhões de euros (50 milhões de libras), no Hammersmith Hospital, em cooperação com o Imperial College e o Conselho de Pesquisa Médica. O objectivo é utilizar o novo complexo como plataforma de troca de conhecimentos entre académicos na utilização dos últimos avanços em imagiologia de forma a perceber melhor as doenças e como tratá-las, acelerando o desenvolvimento de novos fármacos.

Para que as mudanças sejam exequíveis, a indústria tem que se movimentar rapidamente ou enfrentar uma nova ronda de fusões e aquisições por parte das empresas líderes de mercado, caindo nas mãos dos privados.

O mesmo relatório diz ainda que há sete países que poderão ser responsáveis por um quinto da receita global de medicamentos até 2020, relativamente aos oito por cento registados em 2004: Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia e Turquia. A China sozinha poderá ser o segundo ou terceiro maior mercado do mundo, previu a consultora responsável pelo estudo.

Os proprietários e as patentes

Em 2012, altura em que expiram algumas das patentes mais importantes, as principais empresas farmacêuticas deverão perder entre 14 e 41 por cento das receitas actuais. A Pfizer terá que enfrentar o fim da exclusividade sobre a patente do Viagra e do Lipitor, o medicamento mais vendido no mundo, o que se traduzirá na perda de 41 por cento das suas receitas. Por sua vez a AstraZeneca deverá perder 38 por cento das suas vendas, enquanto que a GlaxoSmithKline vê expirar, em 2012, as patentes dos seus dois fármacos mais bem sucedidos, o Advair (comercializado em Portugal com o nome Eustidil) e o Avandia, estando previstas quebras nas receitas na ordem dos 23 por cento.

Marta Bilro

Fonte: Prime Newswire, The Guardian Unlimited, Financial Times, MSN Money, msnbc.com

Dia Mundial do Dador de Sangue - “Sangue Seguro para uma Maternidade Segura”

Hoje comemora-se o Dia Mundial do Dador de Sangue. Iniciado em 2004, é um evento anual designado oficialmente pela Assembleia Mundial de Saúde, para reconhecer e agradecer os milhões de pessoas que, em todo mundo, doam o seu sangue, voluntária e altruisticamente, sem remuneração, para ajudar a salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de outros. Espera-se que este dia venha a encorajar mais pessoas a tornarem-se dadores de sangue voluntariamente, evidenciando, igualmente, a importância da doação regular para prevenir falta de sangue nos bancos. Irá também demonstrar um compromisso renovado entre os profissionais de saúde e outros profissionais intervenientes, de modo a trabalharem para tornar a transfusão segura de sangue disponível para todos os necessitados.

Este ano, o tema do Dia Mundial do Dador de Sangue é “Sangue Seguro para uma Maternidade Segura”, para enaltecer o papel salvador de vidas de uma transfusão de sangue durante os cuidados maternais e perinatais. Irá também introduzir uma nova iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), com vista a melhorar a disponibilidade temporal de sangue seguro em instalações de saúde que providenciam cuidados obstétricos de emergência, particularmente em países com altas taxas de mortalidade maternal; e medidas para reduzir transfusões desnecessárias.

No mundo inteiro existem mais de 500 mil mortes maternas por ano, 99% das quais nos países em desenvolvimento. Destas, cerca de 44% sucedem em África, 31% na Ásia e mais de 21% na América Latina e nas Caraíbas, sendo atribuídas a hemorragias e ao risco de desenvolvimento de complicações. As hemorragias severas são mais frequentes em mulheres grávidas com problemas de saúde, tais como anemia, sépsis, malária, HIV/SIDA e mutilação genital feminina.

Pelo mundo fora, o Dia Mundial do Dador de Sangue será o foco de actividades especiais para homenagearem os milhões de pessoas que, generosamente, doam sangue para salvar vidas. Para doar sangue é necessário estar em bom estado de saúde, possuir hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50kg e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos. Para uma primeira dádiva, o limite de idade é aos 60 anos. Os homens podem dar sangue de 3 em 3 meses (4 vezes/ano) e as mulheres de 4 em 4 meses (3 vezes/ano) sem qualquer prejuízo para si próprios.

Para mais informações contacte o Serviço de Promoção da Dádiva de Sangue do Instituto Português do Sangue:
Parque de Saúde de Lisboa
Av. do Brasil, nº 53 – Pav. 17
1749-005 Lisboa
Telef: 217 921 020
Fax: 217 956 492
E-mail:
dadiva@ips.min-saude.pt

Paulo Frutuoso
Fontes: OMS, Instituto Português do Sangue