domingo, 28 de outubro de 2007

Malvinder Singh, CEO da companhia farmacêutica Ranbaxy
“Indústria dos genéricos vai continuar a crescer”


Por detrás do grande império da companhia farmacêutica indiana Ranbaxy, uma das maiores empresas na área do desenvolvimento de genéricos a nível mundial, há um homem que crê que a quota de mercado dos medicamentos sem marca vai continuar a crescer no mercado português, onde a Ranbaxy acaba de entrar. Malvinder Singh, CEO da firma indiana, esteve em Portugal.

Numa entrevista ao jornal «Médico de Família», o responsável pela Ranbaxy recordou que o mercado farmacêutico nacional evidenciou uma subida da quota de mercado dos medicamentos de um para 17 por cento, fenómeno que considerou “reflexo óbvio da receptividade crescente” dos portugueses aos medicamentos sem marca, embora esse não seja ainda, na sua opinião, um crescimento suficiente, na medida em que a quota de mercado dos genéricos deveria atingir no nosso país os 40 ou 50 por cento que já atinge em tantos outros países europeus.
Vincando a ideia de que a qualidade dos medicamentos genéricos é exactamente igual à dos compostos químicos comercializados pelas grandes multinacionais, Malvinder Singh afirmou que acredita que “a indústria dos genéricos vai continuar a crescer em Portugal”, mas acrescentou que, para isso acontecer, é importante que os médicos dêem o seu contributo, e “que continuem a apoiar a prescrição de produtos genéricos” ou, em alternativa, “permitam que as farmácias substituam os medicamentos prescritos, quando tal fizer sentido”, em termos de vantagens para o doente.
No seguimento de um período de 18 meses em que a companhia farmacêutica indiana concluiu 12 processos de aquisição de outras empresas, integrou a maior companhia independente de genéricos da Roménia, assumiu o controlo dos negócios daquela área no seio da GlaxoSmithKline em Espanha e Itália e tomou conta de uma firma importante no mercado do Benelux, o CEO da Ranbaxy disse que a empresa está atenta a novas oportunidades de negócio no espaço europeu, considerando que, “a nível global, a posição da Ranbaxy no mercado dos genéricos está consolidada: estamos no top das 10 maiores empresas do mundo e somos a maior empresa sediada num mercado de relevo, como é o indiano”.

Carla Teixeira
Fonte: «Médico de Família»
Pio Abreu, psiquiatra dos Hospitais Universitários de Coimbra
“Medicamentos bons estão a desaparecer”


Se é verdade que a Psiquiatria ainda vive muito na dependência do medicamento, segundo o psiquiatra dos Hospitais Universitários de Coimbra o “grande drama” daquela especialidade médica é mesmo o preconceito contra os fármacos mais antigos, eficazes mas mais baratos. Pio Abreu defende que “se os medicamentos forem baratos ninguém os vende, o Estado não assegura que continuem a existir, e o Infarmed muito menos”.

“É paradoxal e é uma tolice”, asseverou o clínico, numa entrevista publicada nesta semana pelo «Diário de Coimbra», em que disserta sobre muitas e diversas realidades ligadas à doença mental e às políticas de saúde no nosso país. Na opinião de Pio Abreu, essa dependência da Psiquiatria face ao medicamento “não tem de ser, necessariamente, um obstáculo, se os médicos souberem utilizar bem os medicamentos”. O problema – atesta – reside no facto de que “os medicamentos bons, os que já são antigos e muito baratos, estão a desaparecer”. No entanto, e apesar de serem alternativas “extremamente caras”, aponta a existência das psicoterapias e das reabilitações, que “implicam muitos recursos humanos”. Contudo, explica, “existem agora novas psicoterapias breves, coisas ligadas à hipnose ou aos movimentos oculares, por exemplo, eficazes e com menor custo”.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário de Coimbra»
Semana do Diabético acontece de 7 a 14 de Novembro
Campanha solidária para sensibilizar os jovens


Numa antecipação de um conjunto de iniciativas que visa assinalar a Semana do Diabético, que tem lugar entre 7 e 14 de Novembro e culmina, na última daquelas datas, com o Dia Mundial da Diabetes, a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal está a promover uma campanha de solidariedade para angariação de donativos que tem como mote a sensibilização dos mais novos e a desmistificação da diabetes de tipo 1 como doença incapacitante.

Em comunicado de imprensa enviado ao farmacia.com.pt, Paulo Madureira, doente diabético que preside à AJDP, alerta para o facto de a diabetes de tipo 1 ser actualmente “uma das doenças crónicas mais comuns entre os jovens”, e que, por não poder ser prevenida, na medida em que não tem relação directa com os hábitos de cada pessoa, pressupõe, quando é diagnosticada em crianças ou jovens, que estes estejam informados e aprendam a controlá-la. Segundo o responsável pela associação, “é fundamental que os jovens saibam que a doença não vai torná-los diferentes, mas compreendendo que terão de aprender a adoptar novas rotinas, de modo a continuarem a ser livres”.
A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal, que em 2005 criou o inovador conceito da Semana do Diabético, é uma instituição de solidariedade social sem fins lucrativos que assume como principal missão a desmistificação da diabetes de tipo 1 como uma doença incapacitante. Para cumprir esse objectivo, e contando sempre com o apoio de várias entidades, a AJDP organiza diversas actividades – como campos de férias ou a recente Expedição Atlas 2007, em que um grupo de doentes escalou o Monte Toubkal, em Marrocos –, sempre com a finalidade de contribuir para uma maior integração do diabético na sociedade.
No âmbito da nova campanha de solidariedade a associação dispõe de uma conta, com o NIB 003300000001796753318, para onde os interessados em apoiar esta causa poderão desde já canalizar os seus donativos. A ideia da Semana do Diabético surgiu em 2005, na reacção à ideia generalizada no seio da AJDP de que era preciso fazer com que os jovens e a sociedade em geral tomassem consciência da realidade da diabetes em Portugal (estima-se que a doença afecte actualmente cerca de 650 mil cidadãos portugueses, entre os quais haverá cerca de 10 por cento de crianças e jovens). “Formar, informar, esclarecer, desmistificar e promover o convívio e o desporto, a par de uma alimentação saudável, são apenas alguns dos objectivos da AJDP durante as comemorações deste programa, que é único em todo o mundo”, refere a associação.
Nas duas edições anteriores, em 2005 e 2006, a iniciativa permitiu a promoção de várias actividades, como rastreios para a população, jogos de paintball para jovens diabéticos, lançamento do livro «No pico da liberdade», caminhadas familiares, exposição de fotografias das actividades da associação e as Jornadas Viver a Diabetes, que este ano cumprirão também a sua terceira edição. Para este ano a AJDP promete “muitas surpresas”, abrindo o seu site, no endereço http://www.ajdp.org/, a todos os interessados em colaborar no projecto ou em sugerir ideias para um melhor resultado.

Sobre a diabetes
Tal como o farmacia.com.pt tem vindo a noticiar, os últimos dados da Federação Internacional da Diabetes apontam para a existência de cerca de 246 milhões de diabéticos em todo o mundo, prevendo-se que esse número possa ultrapassar os 380 milhões já em 2025. Todos os dias são diagnosticados 200 novos casos de diabetes de tipo 1 em crianças e jovems, havendo actualmente mais de 440 mil doentes com menos de 14 anos à escala global. Em Portugal serão cerca de 650 mil os diagnosticados com a doença, 10 por cento dos quais na sua forma mais grave.
Segundo explica a AJDP, “a diabetes é uma doença endócrina que se caracteriza pela fraca ou inexistente produção de insulina no pâncreas ou pela resistência à mesma, que conduz a um aumento de concentração de açúcar no sangue (glicemia). Essencialmente há dois tipos de diabetes: o tipo 1, ou diabetes mellitus, em que o pâncreas cessa de vez a produção de insulina, tornando necessária a sua administração por outra via (injecções diárias ou inalação), e o tipo 2, mais comum nos países mais avançados, em que o corpo apresenta resistência à absorção da insulina, apesar de ela circular no sangue do paciente”.
Ainda segundo a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal, o segundo tipo de diabetes pode ter vários tratamentos: uma dieta um pouco mais rigorosa, comprimidos que visam diminuir a resistência à insulina ou, nos casos mais acentuados, a administração daquela substância, sendo sempre “essencial a prática de exercício físico”. Num último cenário, é ainda possível uma diabetes temporária, que é relativamente comum durante a gravidez (diabetes gestacional), ou no seguimento de uma outra doença.

Carla Teixeira
Fonte: AJDP, Comunicado de imprensa da Hill & Knowlton Portugal, farmacia.com.pt