terça-feira, 21 de abril de 2009

Fármacos antipsicóticos para Alzheimer e demência podem apresentar efeitos adversos

Uma análise de dados, de ensaios clínicos para avaliar a efectividade dos antipsicóticos na Alzheimer (CATIE-AD), revelou que os pacientes idosos com Doença de Alzheimer que são tratados com antipsicóticos de segunda geração devem ser monitorizados relativamente ao aumento de peso e anomalias dos lípidos.

O ensaio de 36 semanas incluiu 421 pacientes com Alzheimer, com uma média de idades de 78 anos, sendo 56 por cento mulheres, que receberam tratamento para delírios e agressão.

Setenta e dois pacientes não foram expostos aos fármacos do estudo, enquanto os restantes participantes receberam tratamentos com olanzapina, quetiapina e risperidona, sendo que podiam mudar de medicação antipsicótica durante o ensaio.

As descobertas, publicadas na edição online da “American Journal of Psychiatry”, revelaram que as participantes femininas ganharam uma média de 63 gramas por semana e o Índice de Massa Corporal (IMC) aumentou 0,03 por semana. As alterações de peso e IMC nos pacientes masculinos não foram estatisticamente significativas.

O Dr. Lon S. Schneider, da Universidade da Califórnia do Sul, em Los Angeles, referiu que a duração da utilização de antipsicóticos pelas mulheres foi associada significativamente a um aumento de peso.

Os investigadores relataram que a prevalência de aumento de peso significativo foi de 20 por cento, 17 por cento e 20 por cento entre os pacientes com uma utilização inferior a 12 semanas, entre 12 a 24 semanas e acima das 24 semanas, respectivamente, em comparação com os 7 por cento dos que não utilizaram estes fármacos.

O efeito no peso foi significativo para a olanzapina e quetiapina, mas menor para a risperidona. A olanzapina também foi associada significativamente a um aumento da circunferência da cintura e a uma diminuição do colesterol bom.

Os resultados de uma análise anterior aos dados do CATIE-AD indicaram que os fármacos não melhoraram a função dos pacientes, nem a qualidade de vida, e não diminuíram a sua necessidade de cuidados.

Os investigadores acrescentaram que o agravamento dos riscos cardíacos e metabólicos, entre estes pacientes com Alzheimer, são particularmente preocupantes e provavelmente explicam o elevado risco de mortalidade observado com estes fármacos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/20/eline/links/20090420elin020.html

Ácidos gordos ómega-3 podem ajudar a proteger contra Doença de Parkinson

Investigadores norte-americanos revelaram que os ácidos gordos ómega-3 ajudam a proteger as células do cérebro ao prevenir alterações nos mecanismos de dobragem proteica, devido a uma mutação genética, na Doença de Parkinson.

O Dr. Nicolas Bazan, da Universidade Estatal do Louisiana, e colegas desenvolveram um modelo celular com uma mutação do gene da ataxina-1, tendo o gene da ataxina-1 defeituoso induzido alterações na dobragem da proteína produzida pelo gene. As proteínas mal formadas não conseguem ser processadas correctamente, resultando em proteínas tóxicas que eventualmente matam a célula.

A Ataxia Espinocerebelar, um distúrbio incapacitante que afecta a fala, o movimento dos olhos e a coordenação das mãos, em fases precoces da vida, é um distúrbio que resulta do defeito na dobragem da ataxina-1.

O investigador descobriu que os ácidos gordos ómega-3, o ácido docosahexanóico (DHA), protege as células deste defeito.

O Dr. Bazan referiu que estas experiências fornecem evidência de que a neuroprotectina D1 pode ser aplicada terapeuticamente no combate a diversas doenças neurodegenerativas.

Além disso, este estudo fornece a base para novas abordagens terapêuticas na manipulação das células do epitélio pigmentar da retina, de modo a serem utilizadas no tratamento de pacientes com distúrbios caracterizados por esta mutação, como a Doença de Parkinson, Retinitis Pigmentosa e algumas formas da Doença de Alzheimer.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/04/20/Omega-3-may-protect-against-Parkinsons/UPI-32731240247314/

Estudo: Estatinas não ajudam a prevenir demência

Um relatório publicado na “Cochrane Database of Systematic Reviews” revelou que as estatinas, fármacos normalmente prescritos para reduzir o colesterol, que incluem o Zarator (atorvastatina), o Zocor (sinvastatina) e o Crestor (rosuvastatina), não ajudam a prevenir a Doença de Alzheimer ou demência.

A Dra. Bernadette McGuinness, da Universidade Queen’s de Belfast, na Irlanda do Norte, referiu à Reuters Health que existem boas evidências de que, na fase mais avançada da vida, administrar estatinas a pessoas com risco vascular não tem qualquer efeito na prevenção da Alzheimer ou demência. Portanto, as estatinas não podem ser recomendadas para este propósito.

Numa revisão inicial, dois relatórios clínicos descreveram uma associação entre a terapia com estatinas e a redução das taxas de Alzheimer na casa dos 70 por cento, mas ainda não tinham sido realizados ensaios aleatórios.

Os investigadores identificaram dois ensaios publicados que incluíram 26.340 participantes, sendo que um comparou a utilização de sinvastatina 40 miligramas ao placebo e o outro comparou a utilização de pravastatina 40 miligramas ao placebo.

A equipa de investigadores referiu que não houve diferenças significativas entre qualquer dos grupos de tratamento, no que se refere à percentagem de participantes classificados como cognitivamente incapacitados.

Igualmente, análises posteriores não revelaram qualquer associação significativa entre os testes cognitivos e a terapia com estatinas, confirmando a falta de um efeito da terapia com estatinas na cognição.

A Dra. McGuinness revelou que os investigadores ficaram um pouco surpreendidos com a falta de eficácia, pois biologicamente parece viável que as estatinas possam ser efectivas na prevenção da demência, devido ao seu papel na redução do colesterol, juntamente com o facto dos estudos observacionais iniciais terem sido tão promissores.

A investigadora acrescentou que se demonstrou que as estatinas não são prejudiciais para a cognição, o que também tinha sido objecto de preocupação anteriormente. Contudo, ainda não se sabe se a utilização de estatinas durante muitos anos, desde a meia-idade, poderá ter algum efeito.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/20/eline/links/20090420elin024.html

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Diabetes: Descontinuar o tratamento com rosiglitazona eleva os níveis de açúcar no sangue

Investigadores norte-americanos relataram que muitos pacientes que suspenderam a utilização do fármaco rosiglitazona (Avandia) para a diabetes, devido a questões relativas à segurança do fármaco, receberam menos tratamento e desenvolveram níveis de glicose no sangue mais elevados.

Uma análise de evidências científicas, publicada em 2007, descobriu que a rosiglitazona aumentava o risco de doença cardiovascular e ataque cardíaco, o que levou muitos médicos e pacientes a descontinuar a utilização do fármaco.

Neste novo estudo, 89 por cento dos pacientes diabéticos estavam a utilizar uma terapia de combinação antes de descontinuarem a utilização da rosiglitazona. Após a suspensão, 33 por cento dos pacientes estavam a receber terapia de combinação e a 13 por cento dos pacientes não tinha sido prescrita qualquer medicação para a diabetes.

A Dr. Etta Fanning, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, referiu que o controlo do açúcar no sangue também foi afectado, após os pacientes terem parado de tomar o fármaco.

Os autores referiram que, nos pacientes que receberam terapia de combinação, e que tinham valores laboratoriais nos períodos de pré e pós-descontinuação, foram observados aumentos significativos tanto nos níveis da glicose no sangue, em jejum, como da hemoglobina A1c, um indicador standard de controlo a longo prazo do açúcar no sangue.

Este estudo, publicado na “Endocrine Practice”, reafirma que os pacientes que descontinuaram a utilização da rosiglitazona e de outra tiazolidinediona, denominada pioglitazona (Actos ou Glustin), apresentam um risco acrescido de ter níveis de glicose no sangue, em jejum, e de hemoglobina A1c mais elevados, referiram o Dr. Stuart Zarich, cardiologista da Faculdade de Medicina de Yale, e o Dr. Richard Nesto, da Clínica Lahey.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_82998.html

Melatonina pode ajudar crianças autistas a dormir

Investigadores norte-americanos sugeriram que a melatonina, uma substância produzida no cérebro pela glândula pineal e presente em muitos alimentos e em suplementos, poderá ajudar as crianças com autismo ou síndrome do X-Frágil a dormir.

O estudo, publicado na “Journal of Clinical Sleep Medicine”, associou o tratamento com melatonina a um aumento da duração do sono de 21 minutos, diminuindo a latência média para o início do sono, ou seja, o período de tempo que se demora a adormecer, em 28 minutos e reduzindo o início do sono em 42 minutos.

A autora principal do estudo, a Dra. Beth Goodlin-Jones, do Instituto MIND, do Sistema de Saúde Davis da Universidade da Califórnia, em Sacramento, sugere que o tratamento com suplementos de melatonina poderá ajudar a aliviar algum do stress que os pais de crianças com necessidades especiais experienciam.

Os problemas de sono são relatados em cerca de 89 por cento das crianças com autismo e em 77 por cento das crianças com síndrome do X-Frágil, a forma mais comum de incapacidades mentais hereditárias que vão desde problemas de aprendizagem a atraso mental.

A Dra. Goodlin-Jones referiu que os problemas em adormecer no início da noite são muito preocupantes para as crianças e suas famílias. Por vezes, as crianças podem levar uma a duas horas a adormecer e frequentemente perturbam a família durante esse período.

O estudo incluiu informações de 12 crianças que preenchiam os critérios de diagnóstico para autismo ou síndrome do X-Frágil, ou ambos, com idades entre os 2 e os 15 anos. A qualidade e a quantidade do sono foram ambas medidas objectiva e subjectivamente. Os participantes receberam suplementos de melatonina ou placebo durante duas semanas.

O autismo é uma perturbação devido à qual as crianças pequenas são incapazes de estabelecer relações sociais normais, comportam-se de maneira compulsiva e ritual e, em geral, não desenvolvem uma inteligência normal.

A síndrome do X-Frágil é uma doença genética ligada ao cromossoma X, sendo a causa mais frequente de atraso mental hereditário. Calcula-se que afecte um em cada 4.000 rapazes e uma em cada 6.000 raparigas. Em Portugal, a doença é ainda muito desconhecida e está subdiagnosticada.

Sites úteis:

APSXF – Associação Portuguesa da Síndrome do X Frágil - http://www.apsxf.org/default.htm

Federação Portuguesa de Autismo - http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/04/16/Melatonin-may-help-autistic-children-sleep/UPI-33031239918127/

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Dificuldade em dormir aumenta as dores dos pacientes com cancro

Um estudo publicado na revista científica “Journal of Clinical Sleep Medicine” revelou que os problemas de sono provocam um aumento da dor e da fadiga nos pacientes com cancro.

Os resultados demonstraram que mais de metade dos pacientes dormia mal, 26 por cento com problemas moderados ou graves de sono. Comparativamente com os pacientes que não sofriam de alterações do sono, o grupo que tinha problemas graves em dormir sofreu de mais fadiga, dores e depressões.

O facto de se ser mais jovem e a recente administração de quimioterapia foram ambos associadas a um aumento dos problemas de sono. De acordo com os autores, os pacientes mais jovens tendem a receber quimioterapias mais agressivas do que os pacientes com mais idade, pelo que poderão estar expostos a uma maior toxicidade relacionada com o tratamento.

De acordo com os autores, a relação entre a dor e o sono tem sido frequentemente assumida como recíproca. Contudo, no actual estudo, um modelo de causa recíproca não encaixava nos dados, e os modelos nos quais a dor causou os problemas de sono também não encaixavam tão bem como o modelo em que os problemas de sono causavam a dor.

O Dr. Edward J. Stepanski, da ACORN (Accelerated Community Oncology Research Network), uma rede de clínicas comunitárias oncológicas, em Memphis, nos Estados Unidos, explicou que os investigadores acreditavam que poderiam encontrar uma relação bidireccional entre a insónia e a dor, mas encontraram que a dificuldade em dormir se ajustava mais à causa da dor do que à sua consequência.

O Dr. Stepanski declarou ainda que diversos estudos têm demonstrado que a terapia cognitivo-comportamental melhora o sono nos pacientes com cancro que têm insónias. O investigador acredita que este tipo de intervenção pode ajudar a reduzir a dor e a fadiga dos pacientes através da melhoria do sono.

O estudo foi desenvolvido a partir de dados de 11.445 pacientes com cancro em tratamento na West Clinic, uma organização sem fins lucrativos que fornece serviços aos pacientes com cancro, em Memphis. Os participantes tinham uma média de idades de 61,5 anos, 74 por cento eram mulheres, sendo o cancro da mama o cancro mais comum, e 25 por cento dos pacientes tinha recebido quimioterapia nos últimos 30 dias.

Isabel Marques

Fontes:
www.dmedicina.com/enfermedades/cancer/actualidad/dificultad-dormir-incrementa-dolores-pacientes-cancer-1
www.huliq.com/11/79730/trouble-sleeping-leads-pain-cancer-patients

Deficiência das vitaminas A e C associada a um maior risco de asma

Um estudo da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, revelou que as pessoas com deficiência das vitaminas antioxidantes A e C podem apresentar um risco acrescido de asma.

Os investigadores descobriram que as pessoas com asma grave apresentavam uma ingestão significativamente mais baixa de vitamina C (cerca de metade da dose diária recomendada), em comparação com aquelas com asma ligeira.

Além disso, os baixos níveis de vitamina C no sangue e a menor ingestão de alimentos que contêm vitamina C foram associados a um risco 12 por cento maior de sofrer de asma.

No caso da vitamina A a relação não é tão clara, mas o Conselho de Investigação Médica do Reino Unido assegura que também existe uma associação significativa. A ingestão média de vitamina A entre as pessoas com asma era de 182 microgramas por dia, entre um quarto e um terço da dose diária recomendada.

A descoberta, publicada na revista científica “Thorax”, tem como objectivo tentar esclarecer a incerteza que tem caracterizado os últimos 30 anos de investigação nesta área que relaciona as carências vitamínicas e este distúrbio respiratório.

A equipa do Dr. Jo Leonardi-Bee reviu 40 estudos realizados entre 1980 e 2007 para assinalar os níveis baixos de vitamina A e de vitamina C como factores de risco para o desenvolvimento de asma, enquanto descartava qualquer tipo de relação entre esta doença e a vitamina E.

Os investigadores concordam na necessidade de continuar a investigação, visto que os dados apontados constituem um avanço, mas não são conclusivos. Além disso, existem outros factores, como deixar de fumar, a actividade física ou o estatuto sócio-económico, que ainda não foram tomados em consideração.

Isabel Marques

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Café e chá associados a um menor risco de cancro do endométrio

Novas descobertas sugerem que as mulheres que bebem algumas chávenas de café e chá por dia podem ter um menor risco de cancro do endométrio.

O cancro do endométrio surge no revestimento do útero, sendo que alguns factores de risco estão estabelecidos, incluindo a idade avançada, obesidade e factores que expõem as mulheres a mais estrogénio, tais como uma menopausa tardia e terapia com estrogénio após a menopausa. Contudo, o possível papel da dieta alimentar tem sido menos claro.

Neste novo estudo, publicado na “International Journal of Cancer”, os investigadores descobriram que, entre as aproximadamente 1100 mulheres que analisaram, as que consumiam café e chá pareciam ter um menor risco de cancro uterino do que as que não consumiam estas bebidas.

As mulheres que bebiam mais de quatro chávenas de café e chá por dia tinham apenas metade da probabilidade de ter cancro do endométrio, em comparação com as que não bebiam. Igualmente, as mulheres que apenas bebiam chá, mais de duas chávenas por dia, tinham um risco 44 por cento menor de desenvolver a doença.

De acordo com a Reuters Health, as mulheres que consumiam apenas café demonstraram também um menor risco, mas as evidências não foram tão fortes. Aquelas que bebiam mais de duas chávenas por dia tinham uma probabilidade 29 por cento menor de ter cancro do endométrio, mas esta descoberta não foi significativa em termos estatísticos.

Ainda não é claro exactamente por que o chá e o café podem proteger contra o cancro do endométrio. A Dra. Susan E. McCann, do Instituto do Cancro Roswell Park, em Buffalo, Nova Iorque, referiu que a cafeína é uma possibilidade.

Quando os investigadores analisaram apenas o consumo de café descafeinado, descobriram que não havia qualquer associação entre a bebida e o risco de cancro do endométrio.

Adicionalmente, a investigação no laboratório demonstrou que a cafeína estimula determinadas enzimas que ajudam a neutralizar as substâncias no organismo potencialmente causadoras de cancro.

Contudo, outros compostos presentes no chá e no café podem também ter influência, uma vez que ambas as bebidas contêm vários compostos antioxidantes, como flavonóides, catequinas e isoflavonas, que ajudam a proteger as células de danos que podem eventualmente levar ao cancro.

Todavia, estas descobertas demonstram apenas uma associação entre estas duas bebidas e um menor risco de cancro do endométrio, mas a questão de que se o café e o chá são responsáveis pelo benefício necessita de mais investigação.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/16/eline/links/20090416elin002.html

Antiepiléptico valproato durante a gravidez pode prejudicar função cognitiva do bebé

A utilização do fármaco anti-convulsivante valproato, ou ácido valpróico, durante a gravidez parece ter um impacto negativo e permanente no cérebro do bebé.

O Dr. Kimford J. Meador, da Universidade de Emory, em Atlanta, e colegas alertam que o valproato não deve ser utilizado com um fármaco antiepiléptico de primeira linha nas mulheres grávidas ou nas mulheres com potencial para engravidar, uma vez que os dados indicam que metade de todas as gravidezes não são planeadas.

De acordo com a Reuters Health, os investigadores estudaram 258 crianças cujas mães estiveram grávidas entre 1999 e 2004, enquanto tomavam lamotrigina, fenitoína, carbamazepina, ou valproato para a epilepsia.

A equipa do Dr. Meador descobriu que a utilização de valproato durante a gravidez estava associada a uma função cognitiva reduzida nas crianças com três anos.

Os investigadores publicaram na “The New England Journal of Medicine” que o Quociente de Inteligência (QI) médio das crianças expostas ao valproato era de 92, significativamente mais baixo do que QI médio de 101 das crianças expostas à lamotrigina, de 99 para aquelas expostas à fenitoína e de 98 das expostas à carbamazepina.

Contudo, os investigadores alertam que as mulheres não devem parar de tomar o valproato repentinamente se ficarem grávidas.

Num editorial publicado com o estudo, o Dr. Torbjorn Tomson, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, referiu que, enquanto a maioria dos defeitos congénitos graves podem ser detectados através de testes pré-natais, sendo que muitos podem ser tratados cirurgicamente com sucesso após o nascimento, as incapacidades cognitivas não podem ser testadas nem reparadas.

O Dr. Tomson relatou ainda que as mulheres com epilepsia devem ser aconselhadas sobre a importância de planearem as suas gravidezes, sendo que a discussão destas descobertas deve ser incluída no aconselhamento.

De acordo com o investigador, esperar até que a mulher esteja grávida para mudar entre fármacos antiepilépticos é provavelmente demasiado tarde para proteger o feto, porque mudar com segurança de fármacos antiepilépticos normalmente requer um período de meses, com a utilização de múltiplos medicamentos durante o período de transição.

Reduzir a dosagem de valproato para menos de 800 miligramas por dia pode ser uma opção, mas apenas depois de uma avaliação cuidadosa por parte do médico, dado que os riscos de convulsões não controladas devem ser ponderados em relação aos riscos da utilização do valproato.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/16/eline/links/20090416elin022.html

Bezafibrato pode ajudar a prevenir ou retardar a diabetes tipo 2

Resultados de um estudo, publicados na “Diabetes Care”, revelaram que o fármaco bezafibrato, utilizado para tratar o colesterol elevado, parece também prevenir ou retardar o desenvolvimento da diabetes tipo 2.

O bezafibrato, que pertence ao grupo dos fibratos, é utilizado particularmente para baixar os triglicerídeos e aumentar as lipoproteínas de elevada densidade, o bom colesterol, e é comercializado como Bezalip, em Portugal.

O Dr. James H. Flory, da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia, referiu à Reuters Health que, se estudos adicionais confirmarem estas descobertas, o bezafibrato poderá tornar-se um fármaco antidiabético oral que também reduz o risco cardiovascular associado ao colesterol elevado.

Os investigadores colocaram a hipótese de que o bezafibrato seria o único entre os fibratos a reduzir o risco de diabetes. O estudo incluiu 12.161 pacientes que tomavam bezafibrato e 4 191 que tomavam outros fibratos.

O Dr. Flory e colegas calcularam que a incidência de diabetes tipo 2 entre os utilizadores de bezafibrato era de 8,5 casos por 1000 paciente-anos, em comparação com os 14,4 casos por 1000 paciente-anos entre os utilizadores de outros fibratos.

Análises posteriores indicaram que as taxas de diabetes tipo 2 foram 34 por cento mais baixas entre os utilizadores de bezafibrato, em comparação com os utilizadores de outros fibratos.

Além disso, os investigadores referiram que o risco de desenvolver diabetes diminuiu progressivamente à medida que a duração da terapia com bezafibrato aumentou.

Entre os pacientes com diabetes pré-existente, a utilização de bezafibrato foi associada a um risco significativamente mais baixo de progressão para a necessidade de medicação antidiabética e houve uma tendência para a diminuição do risco de progressão para a necessidade de terapia com insulina, em comparação com os utilizadores de outros fibratos.

O Dr. Flory referiu que é necessário, pelo menos, mais um estudo antes do bezafibrato poder ser recomendado para prevenir ou tratar a diabetes.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/13/eline/links/20090413elin023.html

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Estudo sugere que Viagra e Cialis não danificam a retina nos homens saudáveis

Resultados de um estudo, publicados na “Archives of Ophthalmology”, demonstraram que a utilização diária do Viagra (sildenafil) ou do Cialis (tadalafil) não resultou em problemas de visão nos homens saudáveis que tomaram os fármacos, em comparação com placebo.

No estudo aleatório, que envolveu 244 homens saudáveis com idades entre os 30 e os 65 anos, 85 receberam Cialis diariamente durante seis meses, 77 receberam Viagra e 82 receberam um placebo, durante o mesmo período.

De acordo com os investigadores, os dados de exames aos olhos que procuraram alterações na retina, que foram realizados antes, durante e depois do período de tratamento, demonstraram que não houve danos cumulativos ou efeitos de significância clínica com a utilização dos fármacos para a disfunção eréctil, nas dosagens utilizadas no ensaio.

Os investigadores, liderados pelo Dr. William Cordell da Eli Lilly, referiram que as descobertas do estudo são limitadas, porque as doses utilizadas eram mais baixas do que as de outros ensaios nos quais foram observadas alterações na retina.

Os investigadores indicaram ainda que os homens com problemas oftalmológicos não foram incluídos no estudo e, por isso, os resultados não podem ser generalizados a essa população.

Adicionalmente, os autores relataram que as descobertas podem não se aplicar a pacientes com diabetes, que podem ser mais sensíveis à pressão sanguínea mais baixa, que pode danificar o nervo óptico.

Independentemente, um dos autores, o Dr. Raj Maturi, comentou que o paciente standard deve estar confiante de que estes fármacos não provocam uma disfunção visual significativa e pode estar confortável ao tomá-los a longo prazo.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=FA5E9D9BE7B74616BBA1A8F9EF4858AC

Fármaco experimental demonstra-se promissor para Doença de Alzheimer

Um novo fármaco para a Doença de Alzheimer, desenvolvido por investigadores britânicos, demonstrou-se promissor em testes realizados em alguns pacientes.

A equipa de investigadores da Universidade College London descobriu que o fármaco provocou o desaparecimento de uma proteína denominada SAP (componente amilóide sérico P), que se pensa que esteja envolvida no desenvolvimento da doença, dos cérebros de cinco pacientes com Alzheimer que o tomaram durante três meses.

Esta proteína está sempre presente tanto nas placas como no emaranhado de fibras nervosas que existem nos cérebros das pessoas com Doença de Alzheimer, que se pensa que danifiquem as células saudáveis.

Aparentemente a proteína previne que ambas as estruturas se quebrem e já foi demonstrado, pelo menos em experiências laboratoriais, que promove a formação da proteína amilóide que forma as placas danificadoras.

Existem ainda algumas evidências de que a própria SAP pode danificar directamente as células do cérebro.

Duas das grandes potenciais vantagens do fármaco são o facto de não ser interrompido uma vez no interior do organismo e ter uma acção muito específica, não interagindo de forma alguma com as células, reduzindo assim o risco de efeitos secundários.

Os resultados, publicados na “Proceedings of the National Academy of Science”, confirmaram que a utilização do fármaco, e a remoção da SAP do cérebro, não provocou efeitos secundários nos pacientes.

De acordo com a Reuters, o Britain's Alzheimer's Research Trust, que ajudou a financiar a investigação, referiu que os resultados do fármaco, o CPHPC, são razão para um optimismo cauteloso, mas que ainda é demasiado cedo para se saber ao certo se remover a SAP do cérebro irá proporcionar benefícios clínicos. Assim, estão a ser planeados estudos clínicos em maior escala para confirmar a segurança e procurar evidências do benéfico para os pacientes.

A directora executiva do Trust, Rebecca Wood, referiu que são desesperadamente necessários novos tratamentos para a Alzheimer, sendo possível que esta pequena molécula seja um futuro candidato.

Isabel Marques

terça-feira, 14 de abril de 2009

Doses elevadas de paracetamol podem ajudar pacientes que sofreram um AVC

Investigadores holandeses referiram que administrar uma dose elevada de paracetamol (acetaminofeno) a pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC), com temperatura corporal elevada, parece melhorar as probabilidades de recuperação sem incapacidades graves.

As descobertas sugerem que este comum analgésico deve ser considerado como uma terapia barata e abrangente para o AVC.

Uma temperatura acima dos 37 graus imediatamente após um AVC piora o prognóstico, sendo que as probabilidades de um resultado fraco duplicam por cada grau a mais. Cerca de um terço dos pacientes que sofreram um AVC têm temperaturas acima dos 37,5. O paracetamol em doses diárias de 6 gramas reduz a temperatura corporal em cerca de 0,3 graus.

Os investigadores do Centro Médico Universitário Erasmus MC, em Roterdão, desenvolveram um estudo com 1400 pacientes que sofreram um AVC, no qual compararam os resultados dos pacientes que receberam paracetamol e dos que receberam placebo.

De acordo com a Reuters, os investigadores descobriram que 40 por cento dos pacientes, com uma temperatura inicial entre os 37 e os 39 graus, que receberam paracetamol apresentaram melhoras acima do esperado.

A Dra. Heleen den Hertog e colegas referiram na “Lancet Neurology” que os resultados necessitam ser confirmados num estudos mais alargado, mas que o paracetamol poderá ser um tratamento simples, seguro e barato para os AVCs.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE53D3M020090414

Desvenlafaxina revela-se eficaz e segura para sintomas vasomotores da menopausa

Um relatório publicado na revista científica “American Journal of Obstetrics and Gynecology” relatou que a desvenlafaxina é segura e eficaz no tratamento dos sintomas vasomotores (afrontamentos, ou ondas de calor) nas mulheres na pós-menopausa.

O Dr. David F. Archer, da Faculdade de Medicina de Eastern Virginia, em Norfolk, referiu que, embora a terapia hormonal seja a mais efectiva no tratamento dos afrontamentos e suores nocturnos, ainda persiste a necessidade de haver agentes não hormonais seguros e efectivos. Investigações anteriores têm sugerido que a desvenlafaxina poderá ser um desses agentes.

No actual estudo, 484 mulheres com afrontamentos moderados a graves e suores nocturnos receberam aleatoriamente doses diferentes de desvenlafaxina ou placebo durante 26 semanas. Destas participantes, 81,2 por cento completaram 12 semanas de terapia e 76 por cento completaram as 26 semanas. Foram utilizados questionários standard para avaliar a frequência e gravidade dos afrontamentos.

De acordo com a Reuters Health, a desvenlafaxina foi melhor do que o placebo na redução da gravidade dos afrontamentos, em ambas as doses, após 12 semanas. Contudo, após as 26 semanas, apenas a dose mais elevada foi mais eficaz do que o placebo. Ambas as dosagens reduziram efectivamente a perturbação do sono durante a noite relacionada com os afrontamentos.

No geral, 28,5 por cento das pacientes tratadas com desvenlafaxina descontinuaram o tratamento devido a eventos adversos, em comparação com os 8,9 por cento que receberam placebo. No grupo da desvenlafaxina, o efeito secundário mais comum foram as náuseas, relatadas por 44,6 por centos das utilizadoras, em comparação com os 8,3 por cento das pacientes que receberam placebo.

Os investigadores concluíram que os resultados indicam que a desvenlafaxina é um tratamento efectivo e geralmente seguro e bem tolerado para reduzir a frequência e a gravidade dos afrontamentos nas mulheres na pós-menopausa.

A desvenlafaxina pertence a uma classe de fármacos denominados inibidores da recaptação de serotonina/norepinefrina, que são utilizados para tratar a depressão.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/13/eline/links/20090413elin022.html

Dienogest promissora no alívio dos sintomas da endometriose

Investigadores japoneses relataram que a progestina dienogest é tão efectiva como a buserelina, uma análoga da hormona libertadora de gonadotropina, no tratamento dos sintomas da endometriose, com menos redução da massa óssea.

De acordo com a Reuters Health, o ensaio de Fase III, com a duração de 24 semanas, envolveu 271 mulheres com uma média de 34 anos, que receberam 1 miligrama de dienogest oral, após as refeições da manhã e da noite, ou 300 microgramas de buserelina spray intranasal a cada manhã, meio-dia e noite.

Os dois fármacos foram igualmente efectivos no alívio de todos os cinco sintomas documentados, tais como dor na parte inferior do abdómen, lumbago, ou seja dor forte, com aparecimento súbito na região lombar, frequentemente consecutiva a um esforço, dor ao defecar, dispareunia, isto é, a dor que surge nos órgãos genitais durante ou imediatamente após as relações sexuais, e dor durante um exame interno.

Também se observaram melhorias substanciais dos resultados da dor corporal, medidos através de um questionário de qualidade de vida, o Short Form-36, (22,2 para a dienogest e 18,5 para a buserelina).

O autor principal, o Dr. Tasuku Harada, da Faculdade de Medicina da Universidade de Tottori, referiu que menos pacientes no grupo da dienogest relataram ondas de calor e mais relataram hemorragia genital, devido principalmente a hemorragia vaginal irregular (spotting) ou hemorragia entre ciclos, que foram resolvidas com o tempo.

A dienogest também resultou numa menor perda da densidade mineral óssea no final do estudo, o que os investigadores atribuem a uma maior concentração de estradiol no soro durante o tratamento com dienogest.

Os investigadores concluíram na “Fertility and Sterility” que estas descobertas sugerem que a dienogest pode tornar-se uma nova alternativa terapêutica para a endometriose.

A endometriose é uma doença dolorosa que afecta as mulheres durante os anos reprodutivos e que provoca o crescimento das placas de tecido endometrial que, normalmente, só se encontra no revestimento interno uterino (endométrio), fora do útero.

Isabel Marques

Fontes:
Reuters Health

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Nozes são mais efectivas na prevenção de doenças cardiovasculares do que o peixe

Investigadores norte-americanos revelaram que os ácidos gordos ómega-3 presentes nas nozes são mais efectivos do que os do peixe na redução do colesterol e, desta forma, na prevenção das doenças cardiovasculares.

Os investigadores da Universidade de Loma Linda, na Califórnia, estudaram as diferenças entre os ácidos gordos ómega-3 de origem vegetal e os de origem marinha através de um ensaio, no qual os participantes foram distribuídos por três grupos, tendo cada um recebido dietas diferentes durante quatro semanas.

Após o estudo, os investigadores constataram que os participantes que tinham seguido uma dieta rica em nozes apresentaram uma redução de 9,3 por cento da quantidade de mau colesterol, sendo esta redução maior do que aquela apresentada pelos que seguiram a dieta de controlo ou a de peixe.

De acordo com um dos investigadores, o Dr. Joan Sabaté, com este ensaio foi possível comprovar que existem diferenças entre os ómega-3 estudados, sendo que aqueles presentes nas nozes, de origem vegetal, são os que melhor combatem o colesterol no sangue.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1163202/04/09/Las-nueces-mas-efectivas-en-la-prevencion-de-enfermedades-cardiovasculares-que-el-pescado.html

sábado, 11 de abril de 2009

Alguns fármacos para a diabetes podem apresentar risco de complicações oculares

Alguns medicamentos para a diabetes, denominados glitazonas, estão associados a um aumento do risco de uma complicação que ameaça a visão, chamada edema macular diabético, que se caracteriza por inchaço e acumulação de fluido na retina.

As glitazonas pertencem a uma nova classe de medicamentos para a diabetes, que inclui fármacos como o Actos (pioglitazona) e o Avandia (rosiglitazona).

O estudo norte-americano, que envolveu 996 pacientes com edema macular diabético, descobriu que aqueles que tomaram glitazonas tinham uma probabilidade 2,6 vezes maior de desenvolver a doença do que aqueles que não tomaram estes fármacos.

Mesmo após o ajuste relativamente a outros factores, o risco de edema macular diabético permaneceu 60 por cento mais elevado para os pacientes que tomaram glitazonas.

O estudo, publicado na edição de Abril da “American Journal of Ophthalmology”, não é o primeiro a sugerir uma relação entre as glitazonas e o edema macular diabético. Contudo, confirma que os fármacos estão modestamente associados a um aumento do risco da doença, que é uma complicação comum da diabetes.

Os investigadores concluíram que os oftalmologistas, quando estão a tratar pacientes com edema macular diabético, devem considerar o papel das glitazonas.

O Dr. Thomas J. Liesegang, editor-chefe da “American Journal of Ophthalmology", referiu que as complicações oculares são uma questão de segurança descurada dos fármacos sistémicos.

O Dr. Liesegang declarou que a segurança é tão importante como a eficácia de um fármaco. Contudo, a segurança a longo prazo actualmente não é monitorizada, porque o processo de aprovação é baseado em ensaios clínicos pequenos e de curto prazo.

A segurança requer necessariamente a monitorização do tratamento em grupos de pessoas maiores durante longos períodos de tempo. Esta monitorização é frequentemente negligenciada e deve ser requerida para todas as terapias.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_82630.html

Avotermina demonstra-se promissora na redução de cicatrizes

Investigadores britânicos revelaram que o fármaco avotermina demonstrou potencial na redução da formação de cicatrizes e em tornar a pele mais normal.

O investigador Mark Ferguson, da Universidade de Manchester, referiu que, se o fármaco continuar a actuar e se for aprovado, poderá ser utilizado em cirurgias, após trauma e queimaduras, desde acidentes rodoviários a cirurgias electivas e procedimentos cosméticos.

A avotermina, um agente de sinalização celular sintético, reduz a vermelhidão e achata a cicatriz, após ter sido injectada debaixo da pele no local da ferida.

A avotermina é uma forma artificial do factor transformador de crescimento beta 3 (TGF-beta 3), uma molécula sinalizadora (citocina) que envia mensagens entre as células para que o colagénio, um componente chave da pele, una o tecido de forma mais eficiente.

De acordo com os especialistas, a avotermina altera a orientação, densidade e espessura das fibras de colagénio que causam as cicatrizes.

Testes demonstraram que a avotermina reduz a formação de cicatrizes em feridas recentes e nas cicatrizes existentes, que foram cortadas novamente e depois cozidas.

O investigador referiu que algumas pessoas apresentaram um efeito realmente dramático, sendo que a cicatriz ficou quase imperceptível.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/04/10/Avotermin-shows-promise-in-reducing-scars/UPI-71101239372858/
www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/04/090410_injecaocicatriz_fp.shtml

Psoríase: Raptiva retirado do mercado norte-americano devido a riscos neurológicos

A companhia Genentech anunciou a retirada voluntária faseada, do mercado norte-americano, do fármaco Raptiva (efalizumab), para o tratamento da psoríase, devido à associação do fármaco a um aumento do risco de leucoencefalopatia multifocal progressiva.

O médico-chefe da Genentech, Hal Barron, declarou que, embora a companhia acredite que muitos pacientes com psoríase estão a beneficiar com o Raptiva, o balanço entre os benefícios e os riscos na população com psoríase, para a qual o fármaco está aprovado, alterou-se significativamente.

A Genentech está a dar instruções aos médicos para cessarem a prescrição do Raptiva a novos pacientes e para contactarem aqueles que estão actualmente a receber o fármaco, de modo a considerarem opções de tratamento alternativas.

Nos Estados Unidos, o Raptiva deixará de estar disponível a partir de 8 de Junho. Até à data, foram relatados três casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva diagnosticados entre os pacientes que receberam Raptiva e um paciente tratado com o fármaco, que desenvolveu sintomas neurológicos progressivos, morreu devido a causas desconhecidas.

A Genentech sublinhou que a retirada do mercado resulta de conversações com a agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), acrescentando que irá colaborar com a Merck KGaA, que detém a licença do fármaco fora dos Estados Unidos e Japão, para informar as autoridades reguladoras fora dos Estados Unidos.

Em Fevereiro, a Agência Europeia do Medicamento (EMEA) recomendou que a autorização de comercialização do Raptiva fosse suspensa, referindo que os benefícios do fármaco já não superavam os riscos.

A leucoencefalopatia multifocal progressiva é uma rara manifestação de infecção cerebral por poliomavírus, que costuma progredir rapidamente uma vez desencadeada a sintomatologia.

A doença afecta o cérebro e a espinal medula, tendo-se tornado muito frequente nas pessoas com deficiência na função (imunológica) dos linfócitos T, como, por exemplo, nos que sofrem de leucemia, linfoma ou SIDA. Os homens são afectados com mais frequência do que as mulheres.

Nenhum tratamento se revelou eficaz na leucoencefalopatia multifocal progressiva. Nas pessoas que sobreviveram, os investigadores suspeitam que certas funções do seu sistema imunológico possam ter sido responsáveis por deter a infecção ou a destruição do tecido cerebral.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=D09A33401A684C67ADF482D9B1824D66

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tratamento para a infertilidade masculina aumenta contagem de espermatozóides

Um estudo egípcio revelou que uma terapia que combina uma hormona e um antioxidante parece melhorar a contagem e mobilidade dos espermatozóides em homens inférteis.

Este estudo, publicado na “Fertility and Sterility”, incluiu 60 homens elegíveis para tratamento da infertilidade. Os participantes receberam aleatoriamente o tratamento de combinação de citrato de clomifeno mais vitamina E ou placebo durante seis meses.

No final do estudo, a taxa de gravidezes das parceiras era de cerca de 37 por cento entre os homens que receberam a terapia de combinação, em comparação com os 13 por cento dos que receberam placebo.

Os investigadores da Universidade do Cairo revelaram que os homens que receberam o tratamento de combinação também apresentaram um maior aumento da concentração de esperma e uma melhoria na progressão dos espermatozóides.

O citrato de clomifeno, comercializado em Portugal como Dufine, é um fármaco anti-estrogénio utilizado no tratamento da infertilidade feminina, mas por vezes usado para aumentar a produção de esperma em homens com baixa contagem de espermatozóides e pouca mobilidade dos espermatozóides. A vitamina E ajuda a contrariar o stress oxidativo, que está associado a danos no ADN do esperma e a uma reduzida mobilidade dos espermatozóides.

O Dr. R. Dale McClure, presidente da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, referiu que os resultados deste estudo são encorajadores para os pacientes masculinos e seus médicos.

Contudo, é necessária mais investigação para determinar como os componentes da terapia de combinação afectam os diferentes parâmetros seminais observados e as vantagens de utilizar estes fármacos isoladamente ou em combinação com outros medicamento não utilizados neste estudo.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_82568.html

Cafeína pode diminuir dores musculares provocadas por exercício físico

Um pequeno estudo sugere que tomar algumas chávenas de café antes de um treino físico intenso pode reduzir as probabilidades de ter músculos doridos mais tarde.

Os investigadores descobriram que homens jovens que realizaram uma sessão intensa de ciclismo tinham os músculos menos doridos quando tomavam uma dose de cafeína antes do treino.

Além disso, os benefícios foram observados tanto nos consumidores habituais de cafeína como naqueles que normalmente evitam a cafeína.

As descobertas, publicadas na “International Journal of Sports Nutrition and Exercise Metabolism”, acrescentam evidências a estudos anteriores demonstrando que a cafeína pode ajudar a prevenir aquela familiar dor muscular, que se sente durante e após um exercício particularmente exigente ou uma nova rotina de treino.

Em teoria, a cafeína pode limitar as dores musculares ao bloquear a actividade de um químico denominado adenosina. Esta substância é libertada como parte da resposta inflamatória à lesão e pode activar os receptores da dor nas células do corpo.

O investigador principal, o Dr. Robert W. Motl, da Universidade do Illinois, em Champaign, referiu à Reuters Health que estas últimas descobertas sugerem que a cafeína pode ser uma forma segura dos desportistas prevenirem as dores musculares.

Este estudo incluiu 25 homens universitários fisicamente em forma, dos quais cerca de metade normalmente consumiam pouca ou nenhuma cafeína. Os restantes consumiam, pelo menos, 400 miligramas de cafeína por dia, o equivalente a três a quatro chávenas de café.

A equipa de investigadores colocou os participantes a pedalarem em bicicletas estacionárias durante duas sessões de 30 minutos de elevada intensidade. Numa ocasião, os homens receberam uma dose de cafeína equivalente a duas a três chávenas de café, uma hora antes do exercício, na outra receberam um comprimido placebo.

No geral, os investigadores descobriram que os homens relataram menos dores musculares com a cafeína, em comparação com o placebo. Visto não ter existido uma diferença entre os consumidores habituais de cafeína e os não consumidores, as pessoas podem não desenvolver uma tolerância aos efeitos redutores da dor da cafeína.

De acordo com o Dr. Motl, os desportistas podem querer considerar ingerir uma dose de cafeína antes de um treino particularmente exigente, ou de um exercício novo, ou se vão realizar um exercício que os deixou com dores musculares no passado.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/08/eline/links/20090408elin001.html

Especialistas asseguram que a pílula apresenta mais benefícios do que malefícios

Médicos especialistas asseguram que a utilização da pílula apresenta mais benefícios do que malefícios para a maioria das mulheres saudáveis em idade fértil.

A Dra. Esther de la Viuda, presidente da Sociedade Espanhola de Contracepção, assegurou que desapareceram algumas crenças erradas, mas que ainda existem muitas, não só entre a população, mas também entre os próprios profissionais de saúde.

Entre os mitos mais enraizados nas mulheres estão a falta de eficácia, o medo da infertilidade posterior, de perder o desejo sexual, de engordar ou a crença de que provoca cancro.

A presidente da Federação Espanhola de Planeamento Familiar, a Dra. Isabel Serrano, referiu que a eficácia da pílula é superior a 99 por cento e sublinhou que a constante investigação, desde o seu aparecimento na década de sessenta, tem reduzido a existência de efeitos secundários.

No que se refere ao medo de engordar, a Dra. De la Viuda referiu que com as dosagens actuais o máximo que se pode engordar é meio quilo.

A Dra. Serrano excluiu ainda a possibilidade de que a pílula afecte a fertilidade, uma vez que esta protege contra a doença inflamatória pélvica, uma das causas da infertilidade.

De acordo com esta especialista, também não existe uma relação entre a utilização da pílula e o aparecimento do cancro da mama ou do colo do útero, sendo que está comprovado que tem um efeito protector contra o cancro do endométrio e dos ovários.

Ambas as especialistas concordam que o principal problema relativamente à pílula se deve à sua incorrecta utilização, principalmente no que diz respeito aos descansos, uma vez que uma percentagem muito elevada de mulheres interrompem a toma da pílula de forma periódica para que os ovários descansem.

A Dra. Esther de la Viuda acrescentou ainda que é possível utilizar dois métodos contraceptivos em simultâneo, especificamente a pílula e o preservativo, um como método anticonceptivo eficaz para prevenir uma gravidez não desejada e o outro para prevenir doenças sexualmente transmissíveis.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1119108/03/09/Expertos-aseguran-que-la-pildora-conlleva-mas-beneficios-que-perjuicios.html

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Maior quantidade de germes na boca aumenta risco de doença cardíaca

Dois agentes patogénicos da boca estão associados a um maior risco de insuficiência cardíaca, mas é o número total de germes, independentemente do tipo, o que tem maior influência na doença cardíaca.

Vários estudos têm sugerido que existe uma relação entre os organismos que provocam uma doença das gengivas, ou doença periodontal, e o desenvolvimento de doença cardíaca, mas poucos avaliaram esta teoria.

A investigadora principal, a Dra. Oelisoa M. Andriankaja, da Universidade de Buffalo, explicou que a mensagem é que, embora alguns patogénios periodontais específicos tenham sido associados a um maior risco de doença coronária, a carga patogénica bacteriana total é mais importante do que o tipo de bactéria. Isto é, o número total de bactérias é mais importante do que um único organismo.

O estudo incluiu 386 homens e mulheres, entre os 35 e os 69 anos, que tinham sofrido um ataque cardíaco e 840 pessoas sem problemas de coração que serviram para controlo. Foram recolhidas amostras de placa dentária, onde os germes aderem, em 12 localizações das gengivas de todos os participantes.

As amostras foram analisadas relativamente à presença de seis tipos comuns de bactérias periodontais, assim como sobre o número total de bactérias.

Os pacientes cardíacos apresentavam uma maior quantidade de todos os tipos de bactérias do que os de controlo. Contudo, apenas duas espécies conhecidas, Tannerella forsynthesis e Preventella intermedia, demonstraram uma associação estatisticamente significativa a um maior risco de insuficiência cardíaca.

Segundo a AZprensa.com, os resultados demonstraram que um aumento do número de bactérias periodontais diferentes também aumentava as probabilidades de enfarte.

De acordo com os investigadores, para avaliar esta possível associação será necessário realizar estudos prospectivos, ou seja, que meçam as bactérias orais nos participantes sem problemas cardíacos no início do estudo e depois quando se produzam episódios cardiovasculares.

Isabel Marques

Fontes:
www.azprensa.com/noticias_ext.php?idreg=41073

Combinação de três fármacos ajuda a preservar caixa de voz no cancro da laringe

Investigadores franceses relataram que as pessoas com cancro da laringe que receberam uma combinação de três fármacos quimioterápicos tinham mais probabilidade de manter a laringe, em comparação com aquelas que receberam tratamento com dois medicamentos.

O estudo comparou o tratamento com uma combinação de três fármacos (docetaxel, cisplatina e 5-fluorouracil), durante a indução da quimioterapia, a uma combinação de cisplatina e 5-fluorouracil.

A quimioterapia com cisplatina e 5-fluorouracil, seguida de radiação, é normalmente utilizada como uma alternativa à cirurgia no tratamento de pacientes com cancro localmente avançado da laringe (caixa de voz) e hipofaringe.

Investigações recentes têm sugerido que adicionar docetaxel à quimioterapia com cisplatina e 5-fluorouracil poderá melhorar ainda mais os resultados dos pacientes.

O estudo, publicado na “Journal of the National Cancer Institute”, incluiu 213 pacientes com cancro avançado da laringe e hipofaringe, sendo que aqueles que responderam à quimioterapia receberam radiação e os que não responderam foram submetidos a cirurgia.

Após um seguimento médio de três anos, as taxas de preservação da laringe foram um pouco acima dos 70 por cento no grupo que recebeu a combinação de três fármacos e de 57,5 por cento para aqueles que receberam a combinação de cisplatina e 5-fluorouracil.

No geral, 80 por cento dos pacientes no grupo dos três fármacos respondeu à terapia, em comparação com um pouco mais de 59 por cento do grupo da combinação de cisplatina e 5-fluorouracil. Os pacientes no grupo dos três fármacos apresentaram mais infecções graves do que os do outro grupo.

A combinação dos três fármacos foi superior para os pacientes com cancros localmente avançados da laringe e hipofaringe, sendo que este tratamento poderá ajudar mais pacientes a evitar uma laringectomia total (remoção da caixa de voz).

Contudo, os investigadores do Centro Hospitalar Regional e Universitário de Tours acrescentaram que, como o estudo foi limitado a pacientes com apenas cancro da laringe e hipofaringe e especialmente delineado para a preservação do órgão, não se podem generalizar as descobertas a todos os cancros localmente avançados da cabeça e pescoço.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_82133.html

Rebentos de brócolos podem ajudar a prevenir cancro do estômago

Investigadores revelaram que consumir cerca de 70 gramas de brócolos bebés, durante dois meses, pode proteger contra uma bactéria comum do estômago que está associada à gastrite, úlceras e mesmo ao cancro do estômago.

Os rebentos de brócolos frescos contêm muito sulforafano, um bioquímico natural que parece despoletar a produção de enzimas nos intestinos que protegem contra os radicais de oxigénio, químicos que danificam o ADN, e a inflamação.

Num artigo publicado na “Cancer Prevention Research”, os investigadores descobriram que consumir cerca de 70 gramas diariamente de brócolos bebés pode ajudar a afastar alguns problemas de saúde graves.

O Dr. Jed Fahey, bioquímico nutricional da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, referiu que identificaram um alimento que, se ingerido regularmente, pode potencialmente ter um efeito protector contra a causa de muitos problemas gástricos e talvez até, em última instância, ajudar a prevenir o cancro do estômago.

Já se sabe há muito que o sulforafano é um potente antibiótico contra a Helicobacter pylori, uma bactéria que provoca gastrites, úlceras e cancro do estômago, mas este é o primeiro ensaio que demonstra os efeitos do composto em humanos.

O Dr. Fahey explicou que os rebentos de brócolos têm uma concentração muito maior de sulforafano do que os brócolos maduros.

No estudo, 25 pessoas no Japão, que estavam infectadas com Helicobacter pylori, consumiram 70 gramas de rebentos de brócolos durante dois meses. Outras 25 pessoas também infectadas consumiram uma quantidade equivalente de rebentos de alfalfa, que não contêm sulforafano.

O investigador referiu que se sabe que uma dose de algumas gramas por dia de brócolos é suficiente para elevar as enzimas protectoras do organismo, sendo que este é o mecanismo através do qual se pensa que ocorram muitos dos efeitos quimioprotectores.

Além disso, o facto dos níveis de infecção e inflamação terem sido reduzidos sugere que a probabilidade de se sofrer gastrites, úlceras e cancro é possivelmente mais baixa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a Helicobacter pylori como cancerígena, sendo que esta bactéria afecta vários milhares de milhões de pessoas, ou cerca de metade da população mundial, estando associada a úlceras do estômago, que frequentemente são tratadas com antibióticos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE5351BT20090406

Níveis de selénio podem ter impacto no risco da doença arterial periférica

Nova investigação sugere que a quantidade de selénio no sangue pode ter impacto no risco de desenvolver doença arterial periférica (DAC).

A doença arterial periférica ocorre quando as artérias das pernas se tornam mais estreitas ou entupidas com depósitos de gordura, reduzindo o fluxo sanguíneo, levando a cãibras nas pernas e dificuldade em andar.

Neste estudo, o Dr. Eliseo Guallar, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e colegas descobriram que a probabilidade de sofrer de doença arterial periférica diminuiu à medida que os níveis de selénio aumentavam, mas que o risco da doença depois aumentou ligeiramente para as pessoas com os níveis mais elevados de selénio.

Os investigadores salientaram na “American Journal of Epidemiology” que a doença arterial periférica é um marcador importante de aterosclerose (endurecimento das artérias) por todo o corpo.

Embora existam algumas evidências de que os níveis de selénio estão relacionados com o risco de doença cardíaca, é questionável se consumir mais selénio poderá ser benéfico.

Assim, os investigadores observaram 2062 homens e mulheres, com 40 anos ou mais, e compararam os níveis de selénio no sangue ao índice tornozelo/braço (comparação entre a pressão arterial do braço e do tornozelo), um teste geralmente utilizado para a DAC.

Quando os investigadores dividiram os participantes por quarto grupos com base nos níveis de selénio, descobriram que aqueles com os segundos níveis mais baixos tinham 25 por cento menos probabilidade de ter DAC do que aqueles com os níveis mais baixos.

Para as pessoas no quartil dos segundos níveis mais altos, o risco de DAC eram 42 por cento mais baixos do que aquelas com menos selénio. Os participantes com os níveis mais elevados de selénio tinham um risco 33 por cento menor de DAC do que aqueles com os níveis mais baixos.

Os investigadores descobriram que o risco de doença arterial periférica decrescia à medida que os níveis de selénio subiam até 150-160 ng/mL e depois começava a aumentar nas pessoas com níveis mais elevados de selénio.

Embora a relação não seja estatisticamente significativa, as descobertas sugerem que existe uma relação em forma de “U” entre os níveis de selénio e o risco de doença arterial periférica.

De acordo com a Reuters Health, os investigadores referiram que são necessários mais estudos para identificar os níveis ideais de selénio para reduzir o risco de doença cardíaca e outros tipos de doenças crónicas, nas populações com diferentes níveis de ingestão de selénio.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/03/eline/links/20090403elin004.html

domingo, 5 de abril de 2009

Dados demonstram benefícios de tratamento precoce com anti-retrovirais para VIH

Análises de dados, publicadas na “The New England Journal of Medicine” (NEJM), demonstraram que a iniciação precoce da terapia anti-retroviral em pacientes assintomáticos (não apresentam sintomas) com VIH, antes dos seus sistemas imunitários atingirem níveis pré-especificados de deterioração, melhorou significativamente a sobrevivência, em comparação com aqueles que adiaram o tratamento.

A investigadora principal, a Dra. Mari Kitahata, explicou que o tempo óptimo para iniciar a terapia em pacientes infectados com o VIH assintomáticos tem sido pouco claro, sendo que este estudo acrescenta evidências que apoiam uma iniciação precoce da terapia para melhorar a sobrevivência.

Os investigadores conduziram duas análises envolvendo mais de 17.500 pacientes assintomáticos com a infecção do VIH, que receberam cuidados médicos entre 1996 e 2005, que não tinham recebido tratamento anteriormente com anti-retrovirais.

Os pacientes foram classificados de acordo com a contagem de células T CD4+ quando iniciaram o tratamento. A primeira análise incluiu mais de 8300 pacientes, dos quais cerca de 2 mil iniciaram a terapia anti-retroviral com uma contagem de CD4+ entre as 351 e as 500 células por milímetro cúbico, enquanto os restantes adiaram a terapia até a contagem de CD4+ ter descido para 350 ou menos.

Os dados demonstraram que houve um aumento de 69 por cento do risco de morte para os pacientes que adiaram o tratamento.

A segunda análise envolveu mais de 9100 pacientes, dos quais cerca de 2200 iniciaram a terapia com uma contagem de CD4+ acima de 500. No grupo de pacientes que adiaram a toma de anti-retrovirais até a contagem de CD4+ ter descido para menos de 500, os resultados demonstraram que existia um aumento de 94 por cento do risco de morte.

As directrizes actuais recomendam que os pacientes com uma contagem de CD4+ abaixo de 350 iniciem a terapia anti-retroviral, enquanto que a decisão de tratar os pacientes com níveis mais elevados de CD4+ é deixada à discrição do médico.

A Dra. Kitahata sublinhou que pensa que os dados são fortes o suficiente para se iniciar a terapia, nos pacientes que estão prontos e dispostos, quando a contagem de CD4+ esteja acima de 500 e certamente entre 350 e 500.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=842149F8995541DBA0F77D2E145B05B3

Clopidogrel mais aspirina reduz risco de AVC em pacientes com fibrilhação auricular

Descobertas de um estudo de Fase III revelaram que a combinação de clopidogrel e aspirina reduziu significativamente a ocorrência de eventos vasculares major, em comparação com a aspirina isoladamente, em pacientes com fibrilhação auricular que não podem tomar anticoagulantes orais.

De acordo com a First Word, o ensaio envolveu 7554 pacientes com fibrilhação auricular e com, pelo menos, um factor de risco de acidente vascular cerebral (AVC), que receberam clopidogrel, uma vez por dia, em combinação com aspirina, ou aspirina isoladamente, para prevenir a primeira ocorrência de um evento vascular major.

Após um seguimento médio de 3,6 anos, os resultados demonstraram que os pacientes tratados com clopidogrel apresentaram uma redução significativa de 11 por cento dos eventos vasculares e uma redução significativa de 28 por cento da incidência de AVC.

O estudo, apresentado na conferência do Colégio Americano de Cardiologia, também revelou que o grupo que recebeu a combinação de clopidogrel e aspirina apresentou taxas significativamente mais elevadas de sangramento e hemorragia intracraniana, mas demonstrou que não houve aumentos significativos nas hemorragias fatais e AVC hemorrágico.

O investigador principal, o Dr. Stuart Connolly, sublinhou que para a maioria das pessoas um AVC é muito pior do que uma hemorragia, tendo acrescentado que para os pacientes com intolerância à varfarina, o clopidogrel mais aspirina fornece um benefício importante com um risco aceitável.

Em Portugal, o clopidogrel é comercializado como Plavix, Iscover, Clopidogrel Winthrop e Clopidogrel BMS, sendo utilizado para prevenir a formação de coágulos sanguíneos (trombos) que se formam em vasos sanguíneos endurecidos (artérias), um processo conhecido como aterotrombose, que pode conduzir a acidentes aterotrombóticos (tais como o acidente vascular cerebral, ataque cardíaco ou morte).

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=20A6A3C95E3D4AC7AF075470C1FA877A

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ácidos gordos encontrados no peixe podem ajudar a reduzir tumores

Investigadores egípcios relataram que um ácido gordo ómega-3 encontrado nos óleos de peixe reduziu o tamanho dos tumores em ratos e fez com que a quimioterapia fosse mais potente, enquanto limitou os seus efeitos prejudiciais.

As descobertas, publicadas na “Cell Division”, da BioMed Central, acrescentam evidências que demonstram um leque de benefícios para a saúde do consumo de ácidos gordos encontrados nos alimentos como o salmão.

O Professor A.M. El-Mowafy e colegas da Universidade de Mansoura, no Egipto, observaram a forma como um ácido gordo ómega-3, denominado ácido docosahexanóico (DHA), afectou o crescimento dos tumores em ratos e quão bem interagiu com um fármaco de quimioterapia, denominado cisplatina.

O Professor El-Mowafy referiu que os resultados sugerem um regime terapêutico novo e produtivo na gestão de tumores sólidos baseado na combinação da cisplatina e possivelmente outras quimioterapias com DHA.

De acordo com a Reuters Health, o investigador acrescentou ainda que o DHA obteve efeitos quimiopreventivos proeminentes por si só e aumentou também consideravelmente os efeitos da cisplatina.

Em Março, investigadores norte-americanos demonstraram que uma dieta rica de ácidos gordos ómega-3, o tipo encontrado em peixes como o salmão, carapau, arenque e sardinhas, protege contra o cancro da próstata avançado, mesmo em homens com maior risco da doença.

Os ácidos gordos, também encontrados em alimentos como as nozes e os vegetais de folha verde, têm demonstrado providenciar efeitos anti-inflamatórios e têm sido relacionado com um menor risco de doença cardíaca.

Neste estudo, a equipa do Professor El-Mowafy descobriu que, a nível molecular, o DHA reduziu a acumulação de glóbulos broncos, inflamação sistémica e uma doença perigosa marcada pela diminuição dos níveis de antioxidantes, sendo que todas estas questões têm sido relacionadas com o crescimento dos tumores.

Esta investigação também demonstrou que os ácidos gordos reduziram a toxicidade e a danificação dos tecidos dos rins provocados pela quimioterapia.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/02/eline/links/20090402elin010.html

Hepatite B: novas terapêuticas entram no mercado

Após aprovação do Infarmed, as novas orientações terapêuticas para o tratamento da hepatite B entraram no mercado farmacêutico hospitalar. Um medicamento antiviral como tratamento de primeira linha está na base destas terapêuticas ditas inovadoras - o Viread (tenofovir disoproxil fumarate) da biofarmacêutica Gilead Sciences.

A avaliação da Autoridade Nacional do Medicamento e de Produtos de Saúde (Infarmed) comprovou o valor terapêutico acrescentado deste medicamento de toma oral e uma relação custo-benefício favorável, face às restantes alternativas terapêuticas, estimando uma poupança anual de 1 500 euros ano por doente em tratamento nos hospitais.

As novas terapêuticas - definidas pela European Association Studies for the Study of the Liver (EASL) e com autorização de introdução de mercado (AIM) atribuída pela Comissão Europeia desde Abril de 2008 – apresentam-se como tratamentos preferenciais para doentes que apresentem falência a outros tratamentos prévios por resistência a outros fármacos, uma das situações mais frequentes nos tratamentos alternativos.

No relatório do Infarmed lê-se que o Viread "está indicado para tratamento de hepatite B crónica, em adultos com doença hepática compensadas com evidência de replicação viral activa e histológica de inflamação activa e/ou fibrose”.

Raquel Garcez

Fonte: Infarmed

VIH: Descoberta molécula eficaz contra vírus resistente

Um estudo inglês sugere que a molécula D-1mT pode ser usada juntamente com a terapia anti-retroviral para travar a replicação do vírus da imunodeficiência humana (VIH).

Segundo os especialistas do Colégio Imperial de Londres, a investigação testou a eficácia da molécula D-1mT em macacos infectados com o vírus da imunodeficiência símia (VIS), que é semelhante à humana (VIH), noticia o site Bio-Medicine.

Os investigadores explicaram que, após seis dias de tratamento, apenas três dos macacos apresentavam níveis detectáveis de VIS, e após 13 dias foram detectados reduzidos vestígios de SIV em dois dos animais.

A equipa de cientistas acredita, os resultados do estudo poderão conduzir à criação de um novo fármaco contra o VIH, que embora ainda esteja em fase de testes, poderá ser a solução para as pessoas infectadas com o vírus da sida que não respondem à terapia tradicional anti-retroviral.

“Necessitamos de entender o funcionamento da D-1mT para podermos pensar em desenvolvê-la enquanto um potencial tratamento para o VIH”, rematou Adriano Boasso, um dos autores do trabalho.

Raquel Garcez

Fonte: http://www.bio-medicine.org/biology-news-1/Potential-new-HIV-drug-may-help-patients-not-responding-to-treatment-7779-3/

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Meningite: nova vacina disponível em breve

A nova vacina contra a Doença Pneumocócica Invasiva (DPI) vai estar disponível em Portugal a partir de 9 de Abril. Portugal será o primeiro país europeu onde a vacina é lançada.

Chama-se Synflorix e pertence aos laboratórios da GlaxoSmithKline. A nova vacina pneumocócica pediátrica obteve esta semana a autorização da Agência Europeia do Medicamento (EMEA) e é, dia 03 de Abril, apresentada no Porto.

A vacina propõe-se a actuar contra doenças potencialmente fatais como a meningite e a pneumonia bacteriémica, bem como contra infecções do ouvido médio.

De acordo com um comunicado da GSK, a Synflorix "está indicada para a imunização activa contra a doença invasiva e a otite média aguda (OMA) causadas por Streptococcus Pneumoniae em bebés e crianças com idades compreendidas entre as seis semanas e os dois anos de idade e será comercializada a um preço de cerca de 70 euros (cada doze)".

A GSK informa ainda que a nova vacina, que protege contra 10 serotipos da DPI, "irá proporcionar uma cobertura contra três das principais estirpes pneumocócicas (serotipos 1, 5 e 7F) além dos sete serotipos (4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F, 23F) que tem em comum com a vacina existente (Prevenar)".

Na Europa, cerca de um em cada três casos de doença pneumocócica em crianças pequenas não era prevenido, uma vez que, estas doenças são causadas por serotipos bacterianos não abrangidos pela vacina pneumocócica conjugada actualmente disponível no mercado (Prevenar).

Segundo a nota de imprensa, os especialistas em Pediatria consideram que estão criadas as condições para que a ministra da Saúde, em conjunto com a Comissão Técnica de Vacinação, decida inclui-la no Plano Nacional de Vacinação, dando assim "igualdade de oportunidades a todas as famílias".

Raquel Garcez

Fonte: Comunicado GSK

Comprimido múltiplo pode ajudar a combater doenças cardiovasculares

Investigadores canadianos anunciaram a criação de um comprimido que combina cinco medicamentos, entre eles fármacos para a pressão sanguínea, aspirina e ácido fólico, para minimizar os ataques cardíacos, tendo demonstrado reduzir para metade os problemas cardiovasculares.

O Dr. Koon Teo, da Universidade McMaster, em Hamilton, no Ontário, referiu que este comprimido múltiplo poderá ajudar a reduzir os eventos cardiovasculares em mais de 80 por cento nas pessoas saudáveis.

Num ensaio em 50 centros na Índia, 2053 pessoas sem doença cardiovascular, com idades entre os 45 e os 80 anos e com um factor de risco, como a obesidade, pressão sanguínea alta ou mau colesterol, receberam aleatoriamente este policomprimido. O comprimido era composto por doses reduzidas de diversos fármacos: 12,5 miligramas (mg) de tiazida, 50 mg de atenolol, 5 mg de ramipril, 20 mg de sinvastatina e 100 mg de aspirina por dia.

Os participantes foram distribuídos por oito grupos, cada um com cerca de 200 indivíduos, tendo cada grupo recebido aspirina isoladamente, sinvastatina isoladamente, hidroclorotiazida isoladamente, três combinações de dois fármacos para baixar a pressão sanguínea, três fármacos para baixar a pressão sanguínea isoladamente ou três fármacos para baixar a pressão sanguínea mais aspirina.

As descobertas publicadas na “The Lancet” revelaram que, comparativamente com os grupos que não receberam fármacos para baixar a pressão sanguínea, o policomprimido reduziu a pressão sanguínea sistólica em 7,4 mm Hg e a diastólica em 5,6 mm Hg, o que foi semelhante à utilização de três fármacos para baixar a pressão sanguínea, com ou sem aspirina.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Polypill_combines_heart_medications/UPI-41661238476126/
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1134070/03/09/Anuncian-una-pildora-milagrosa-contra-las-enfermedades-cardiovasculares.html

Diabéticos podem precisar de mais cálcio juntamente com fibras

Um pequeno estudo sugere que as pessoas com diabetes tipo 2 que estão a tentar aumentar o consumo de fibras podem ter de prestar mais atenção também à ingestão de cálcio.

Os investigadores observaram que, quando 13 diabéticos duplicaram a ingestão de fibras, os participantes começaram a excretar menos cálcio através da urina, um sinal de que a absorção de cálcio pelo organismo diminuiu.

Sabe-se que as fibras ajudam a reduzir o colesterol, a melhorar o controlo do açúcar no sangue e a manter a regularidade intestinal, sendo que os adultos são aconselhados a consumir aproximadamente 25 gramas ou mais por dia.

Contudo, os investigadores relataram na “Diabetes Care” que estas últimas descobertas sugerem que uma pior absorção de cálcio pode ser o resultado do aumento do consumo de fibras.

O investigador principal, o Dr. Abhimanyu Garg, do Centro Médico Southwestern, da Universidade do Texas, em Dallas, referiu que, como mais cálcio equivale a uma melhor saúde óssea, os investigadores recomendam que as pessoas a seguir dietas ricas em fibras consultem o seu médico sobre aumentar também a ingestão de cálcio, de modo a retirarem o maior beneficio de ambos.

O investigador acrescentou que é importante consultar primeiro um médico ou nutricionista, porque o cálcio em excesso pode provocar pedras nos rins.

As descobertas basearam-se no estudo de 13 adultos de meia-idade e mais velhos com diabetes tipo 2, que consumiam 50 gramas de fibras por dia durante seis meses, seguidos por 24 gramas por da durante mais seis meses.

De acordo com a Reuters Health, a equipa de investigadores descobriu que, quando os pacientes consumiam a dieta mais elevada em fibras, a excreção de cálcio diminuía. Alguns estudos têm sugerido que as fibras alimentares se ligam a determinados minerais, formando “complexos” que não podem ser absorvidos.

O Dr. Garg sugere que as pessoas tentem ingerir alimentos que fornecem tanto fibras como cálcio, tais como espinafres, brócolos, figos, papaia, feijões e alcachofras.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/01/eline/links/20090401elin002.html

Oxicodona pode ajudar a aliviar dores agudas do herpes zoster

Investigadores norte-americanos referiram que o analgésico oxicodona é efectivo a aliviar o desconforto agudo do herpes zoster, uma doença que frequentemente provoca agonia nas pessoas que sofrem dela.

O estudo, publicado na revista científica “Pain”, avaliou diferentes métodos de aliviar a dor durante um episódio de herpes zoster, uma infecção que produz erupções cutâneas muito dolorosas, constituídas por bolhas (vesículas) cheias de líquido, que muitos pacientes referiram ser a pior que alguma vez experienciaram.

O investigador principal, o Dr. Robert Dworkin, do Centro Médico da Universidade de Rochester, e colegas estudaram 87 pacientes com herpes zoster em Rochester e Houston. Os participantes foram divididos em três grupos e receberam oxicodona, gabapentina ou placebo.

Os pacientes, cuja média de idades era de 66 anos, sofriam de dor moderada a grave. Todos os pacientes também receberam medicação anti-viral, que é o tratamento standard para os pacientes com esta infecção.

De acordo com a United Press International, os investigadores referiram que os pacientes que receberam oxicodona tinham duas vezes mais probabilidade de experienciar uma redução significativa da dor, pelo menos, uma diminuição de 30 por cento, em comparação com os pacientes que tomaram placebo.

Embora a medicação tenha sido efectiva, cerca de um terço dos participantes saiu do estudo, principalmente devido a problemas de obstipação.

O Dr. Dworkin revelou que os investigadores ficaram surpreendidos com o facto da gabapentina não ter parecido útil no tratamento da dor.

O herpes zoster é causado pela reactivação do vírus da varicela (vírus varicela-zoster) em latência. A infecção inicial pelo vírus varicela-zoster, que pode adoptar a forma de varicela, termina com a penetração dos vírus nos gânglios (uma aglomeração de células nervosas) dos nervos espinhais ou cranianos, permanecendo ali em estado latente. O herpes zoster fica sempre limitado à distribuição cutânea da raiz ou raízes nervosas afectadas (dermatomas).

O vírus do herpes zoster pode não voltar a produzir sintomas ou então só reactivar-se muitos anos depois. Se isso ocorrer, reproduz-se a doença. Por vezes, tem lugar quando a imunidade do organismo diminui em virtude de outra perturbação, como a SIDA ou a doença de Hodgkin, ou por medicações que debilitem o sistema imunitário. Na maioria dos casos desconhece-se a causa da reactivação.

O aparecimento do herpes zoster nem sempre significa que exista alguma doença grave subjacente. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente depois dos 50 anos.

Isabel Marques

www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Oxycodone_may_ease_acute_pain_of_shingles/UPI-77051238557610/
www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D212%26cn%3D1795

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ácido lipóico pode ajudar a reduzir triglicerídeos

Investigadores norte-americanos revelaram que um estudo em ratos sugere que os suplementos de ácido lipóico resultam numa redução dos triglicerídeos, um factor significativo de endurecimento das artérias.

O Dr. Regis Moreau, do Instituto Linus Pauling, da Universidade Estatal do Oregon, referiu que o ácido lipóico é um composto natural encontrado em baixos níveis em alguns alimentos, incluindo carne vermelha e vegetais de folha verde. Sabe-se que o ácido lipóico influencia a absorção de glicose e baixa a glicose no sangue ao aumentar o seu transporte para o músculo esquelético.

O estudo em animais de laboratório, publicado na “Archives of Biochemistry and Biophysics”, descobriu que os suplementos de ácido lipóico baixaram os níveis de triglicerídeos até 60 por cento.

O Dr. Moreau referiu que a extensão da redução dos triglicerídeos foi realmente drástica, sendo que os investigadores não esperavam que fosse tão profunda.

O investigador acrescentou que o potencial é bom, sendo que esta pode tornar-se noutra forma de baixar os triglicerídeos no sangue e ajudar a reduzir o risco de aterosclerose.

Até há cerca de 10 anos, os elevados níveis de triglicerídeos no sangue, basicamente uma forma de gordura, não eram considerados tão significativos como o colesterol na previsão da aterosclerose, normalmente referida como o endurecimento das artérias, e doença cardíaca.

O investigador referiu que essa perspectiva alterou-se e que a maioria dos especialistas agora encara os triglicerídeos como um terceiro factor de risco importante para a aterosclerose, juntamente com os níveis de colesterol.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Lipoic_acid_may_lower_triglycerides/UPI-20901238558114/

Reacção alérgica ao clopidogrel é tratável

Um estudo norte-americano demonstrou que os pacientes cardíacos que sofreram uma reacção alérgica ao clopidogrel foram tratados com sucesso para aliviar a reacção e continuaram a utilizar o fármaco.

Os investigadores do Hospital Universitário Thomas Jefferson, na Filadélfia, seguiram 24 pacientes que desenvolveram alergias ao clopidogrel, após terem sido submetidos a um implante de stent coronário.

Oitenta e oito por cento dos pacientes foram capazes de continuar o tratamento com o clopidogrel sem interrupções, após terem sido tratados com anti-histamínicos e um curto tratamento com esteróides.

Os investigadores, o Dr. Michael P. Savage e a Dra. Kimberly L. Campbell, referiram que este é um estudo muito importante para muitos pacientes cardíacos, mas especialmente para aqueles que têm stents.

Todos os pacientes que recebem um stent têm de tomar clopidogrel para ajudar a prevenir uma trombose de stent, que é a formação de coágulos no stent. Isto coloca obviamente graves problemas se o paciente sofrer uma reacção alérgica à medicação.

O Dr. Savage referiu que descontinuar a toma do fármaco pode levar a um ataque cardíaco, que pode ser fatal, sendo requerido àqueles que têm um stent revestido com um fármaco receber o clopidogrel durante, pelo menos, um ano.

O investigador acrescentou que, na realidade, os seus pacientes com stents revestidos com um fármaco recebem o clopidogrel durante uma média de 17 meses, em comparação com o mínimo de um ano, sublinhando que isto é muito tempo para se estar sem uma medicação que pode salvar a vida.

O clopidogrel, que é comercializado em Portugal como Plavix, Iscover, Clopidogrel BMS, e Clopidogrel Winthrop, é utilizado para prevenir a formação de coágulos sanguíneos (trombos) que se formam em vasos sanguíneos endurecidos (artérias), um processo conhecido como aterotrombose, que pode conduzir a acidentes aterotrombóticos, tais como o acidente vascular cerebral (AVC), ataque cardíaco ou morte.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Plavix_allergic_reaction_treatable/UPI-27201238551298/

Detecção precoce do cancro do cólon pode reduzir mortalidade em 30%

As melhorias na prevenção, detecção precoce e tratamento do cancro do cólon têm reduzido amplamente a taxa de morte, sendo que o Instituto Catalão de Oncologia informou que detectar precocemente este tipo de cancro pode reduzir a mortalidade em 30 por cento.

O Dr. Randolph Hecht, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e colegas revelaram que quaisquer sintomas persistentes, como sangue nas fezes, uma alteração dos hábitos intestinais, perda de peso, dores abdominais, devem ser relatados ao médico.

Os investigadores aconselham que as pessoas que têm um risco normal comecem a fazer rastreios regulares ao cancro do cólon a partir dos 50 anos. Contudo, aquelas que têm um historial pessoal ou familiar de cancro do cólon, outros cancros ou doença inflamatória do intestino devem falar com o médico sobre começar o rastreio mais cedo.

De acordo com a responsável da Direcção de Prevenção do Instituto Catalão de Oncologia, Mercè Peris, os principais factores de risco são as dietas ricas em gorduras e pobres em frutas e verduras, o tabaco, a falta de exercício físico e o sedentarismo.

O cancro do cólon pode desenvolver-se durante meses sem produzir incómodos, pelo que os especialistas defendem a necessidade de programas de detecção precoce.

Para reduzir o risco de cancro do cólon, o Dr. Hecht sugere manter um peso saudável através de uma dieta baixa em gordura que inclua verduras, que contêm folato, e outros vegetais, cereais integrais, nozes e feijões, que forneçam 25 a 30 gramas de fibra por dia; consumir moderadamente bebidas alcoólicas e deixar de fumar, pois o álcool e o tabaco em conjunto estão ligados a cancros gastrointestinais; e exercício físico, pelo menos, 20 minutos, três a quatro das por semana.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Death_from_colon_cancer_preventable/UPI-30141238477192/
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1135168/03/09/La-deteccion-precoz-del-cancer-de-colon-puede-reducir-la-mortalidad-un-30.html

Diagnóstico precoce pode evitar maioria dos casos de cancro oral

Nove em cada dez casos de cancro oral poderiam ser evitados através de um diagnóstico precoce da doença, segundo o director da Clínica Ruber Dental, o Dr. Guillermo Schoendorff, que recomenda ainda a procura de um especialista quando houver alguma lesão na boca que não se cure depois de dez dias.

De acordo com este perito, oito em cada 100 mil pessoas sofrem de cancro oral, sendo a falta de tempo e as longas listas de espera o que faz com que, na maioria dos casos, não se diagnostiquem a tempo estas lesões, que podem chegar a ser fatais.

Esta doença aparece principalmente na língua e no céu-da-boca, o que facilita a sua detecção precoce por parte de um especialista, sem necessidade de intervenção. Desta forma, o Dr. Schoendorff insiste que a prevenção destes tumores deve ser a base do tratamento, pois, como são tumores de progressão local, se forem diagnosticados precocemente a sobrevivência dos pacientes aumenta de forma exponencial.

A população com maior risco são os pacientes que fumam e que bebem, sendo mais frequente em homens de meia-idade. Os pacientes com deficiências nutricionais, como falta de ferro ou vitamina A, pertencem também ao grupo de risco, enquanto que as pessoas com traumatismos repetidos na boca também são propensos a sofrer degenerações tumorais e, por isso, estes casos devem ser cuidadosamente estudados e avaliados.

A lista de tratamentos para combater o cancro oral é muito ampla e eficaz, ainda que o êxito depende da situação em que se encontre o carcinoma. A quimioterapia e a radioterapia, assim como a remoção nos casos mais extremos, resultam efectivas para a cura total da doença. Posteriormente, poderá ser necessário realizar sessões de fisioterapia facial que ajudem o paciente para uma rápida reabilitação funcional.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1136286/03/09/Nueve-de-cada-10-casos-de-cancer-oral-podrian-evitarse-con-el-diagnostico-precoz-de-la-enfermedad-segun-expertos.html

terça-feira, 31 de março de 2009

Fármaco oncológico cediranib pode ajudar a combater tumores cerebrais

Investigadores revelaram que o fármaco oncológico cediranib, da AstraZeneca Plc, desenvolvido para ser o concorrente do Avastin (bevacizumab), da Roche Holding AG e da Genentech Inc, pode ajudar a combater os efeitos fatais dos tumores cerebrais sem encolhê-los.

Os investigadores referiram que o cediranib ajudou a parar a acumulação de fluido provocada pelo glioblastoma e ajudou os ratos com tumores cerebrais a viver mais tempo.

Tanto o cediranib como o Avastin são terapias delineadas para privar os tumores de alimento impedindo-os de formar vasos sanguíneos, um processo denominado anti-angiogénese.

O Dr. Rakesh Jain e colegas do Hospital Geral de Massachusetts testaram o fármaco em ratos e descobriram que este encolhia os vasos sanguíneos que tinham crescido para alimentar o tumor, fazendo também com que parassem de verter.

O artigo publicado na “Journal of Clinical Oncology” revelou que isto reduziu um tipo de inchaço chamado edema e, embora os tumores continuassem a crescer, os ratos tratados viveram mais tempo do que os ratos que não receberam o fármaco.

O Dr. Jain referiu que as descobertas sugerem que a terapia anti-angiogénese pode aumentar a sobrevivência dos pacientes, mesmo na presença de um crescimento persistente do tumor.

Contudo, o investigador referiu que o fármaco ainda está longe da perfeição no combate ao glioblastoma, o tipo mais agressivo de tumor cerebral, que mata cerca de 10 mil pessoas todos os anos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE52T7A820090330

segunda-feira, 30 de março de 2009

Estudo questiona benefícios a longo prazo de fármacos para hiperactividade

Novos dados de uma análise a um estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental, dos Estados Unidos, com crianças com Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA), confirmaram que não houve diferenças a longo prazo nos resultados comportamentais entre aquelas que foram tratadas com fármacos para a PHDA e as que não foram.

Um dos autores do estudo, o Dr. Brooke Molina, sublinhou que os dados não sustentam que as crianças que recebem a medicação durante mais de dois anos tenham melhores resultados do que as crianças que não a recebem durante esse período.

No estudo sobre o tratamento de crianças com PHDA foi administrada aleatoriamente uma de quatro opções de tratamento: tratamento com fármacos, fármacos mais terapia conversacional, terapia conversacional isoladamente ou cuidados médicos de rotina isoladamente.

Uma análise inicial de 14 meses, publicada em 1999, demonstrou que as crianças tratadas com estes fármacos demonstraram mais melhorias dos sintomas, em comparação com aquelas que receberam apenas terapia conversacional e cuidados de rotina.

Contudo, uma análise de seguimento em 2007 já não demonstrou diferenças no comportamento entre as crianças tratadas com este tipo de fármacos e aquelas que não o foram. Adicionalmente, os dados de 2007 indicaram que as crianças que tomaram fármacos para a PHDA, durante 36 meses, eram mais baixas e pesavam menos do que aquelas que não receberam os fármacos.

As últimas descobertas, publicadas na “Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry”, incluem dados de um seguimento de oito anos e confirmaram que não existiam diferenças no comportamento a longo prazo entre os que tomaram os fármacos e os que não tomaram.

O investigador William Pelham concluiu que uma interpretação possível dos dados é que os fármacos para a Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção são úteis a curto prazo, mas ineficazes a longo prazo.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=028885D6B89449669AFE5D8274D902AC