segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Cervejeira japonesa Kirin Holdings pretende adquirir farmacêutica Kyowa

A empresa cervejeira japonesa Kirin Holdings Co pretende adquirir 50,1 por cento do pacote de acções da companhia farmacêutica Kyowa Hakko Kogyo Co, tendo feito uma oferta no valor de 2,6 mil milhões de dólares (167.367 mil milhões de ienes), numa operação destinada a duplicar os lucros da farmacêutica em pouco mais de três anos.

Actualmente, a unidade de fármacos da empresa, a Kirin Pharma, é uma companhia com poucos medicamentos no portfólio, mas com a compra maioritária da Kyowa terá acesso a fármacos para a alergia, o Allelock, e para a doença de Parkinson, tendo o medicamento sido submetido para aprovação nos Estados Unidos.

A Kyowa Hakko irá tornar-se uma subsidiária consolidada da Kirin Holdings em April de 2008. A Kyowa Hakko e a Kirin Pharma irão fundir-se a 1 de Outubro do próximo ano para criar a Kyowa Hakko Kirin, liderada pelo actual presidente da Kyowa Hakko, Yuzuru Matsuda.

A Kirin declarou que iria apontar para uma operação de lucros na ordem dos 703,7 milhões de dólares (80 mil milhões de ienes) em 2011, provenientes da companhia que irá surgir da fusão entre a Kyowa e a sua unidade de fármacos.

A pressão para realizar fusões é elevada no sector farmacêutico no Japão, uma vez que o governo está a insistir na redução dos custos dos fármacos para uma população que está a envelhecer, enquanto que os custos de investigação e desenvolvimento crescem, e a competição de companhias estrangeiras aumenta.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, AFP

EMEA: Candidaturas a novos fármacos registam aumento significativo

Biosimilares lideram lista de pedidos

A União Europeia está a assistir a um crescimento exponencial no número de pedidos de autorização para a comercialização de novos fármacos. Um relatório divulgado pela entidade reguladora indica que as requisições de aprovação dirigidas à Agência Europeia do Medicamento (EMEA) cresceram “fortemente” no primeiro semestre de 2007 com destaque para a área dos biosimilares.

Durante os primeiros seis meses do ano a EMEA recebeu 42 solicitações para a avaliação de novos medicamentos. A manter-se este nível de actividade, até ao final de 2007 deverá ser superada a meta das 52 candidaturas, ultrapassando o recorde registado no ano anterior.

O sector dos biosimilares é um dos que regista maior desenvolvimento, com oito candidaturas apresentadas entre Janeiro e Junho do ano corrente, metade das que se prevê que possam ser submetidas até ao final de 2007.

Os dados, publicados na última edição do Correo Farmacéutico, resultam de uma revisão do trabalho realizado pela EMEA nos primeiros seis meses do ano. A análise salienta o êxito atingido pela entidade reguladora europeia através da implementação de duas estratégias fundamentais: a nova regulação pediátrica e o estabelecimento do Comité Pediátrico, e o arranque da plataforma de farmacovigilância.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico.

Liga Portuguesa Contra o Cancro apresenta programa de rastreio digital

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) apresenta esta terça-feira o novo programa de rastreio contra o cancro da mama, que vai este ano pela primeira vez, passar a estar integralmente servido por máquinas de mamografia digital. O evento terá lugar pelas 11 horas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e contará com a presença do ministro da Saúde, Correia de Campos.

Em comunicado, a liga faz saber que este era um esforço antigo, “agora chegado ao fim, de substituição da mamografia analógica pela digital”, pois Portugal “passa agora a dispor de uma infra-estrutura tecnologicamente moderna e eficaz que vai salvar milhares de vidas”.

Em Portugal morrem todos os dias 4 a 5 mulheres com cancro da mama e surgem 11 novos casos, “mas 80 a 90 por cento dos tumores seriam curáveis se detectados precocemente”. A solução está nos rastreios de qualidade, que garantam eficácia.

O investimento na digitalização das mamografias rondou os 4 milhões de euros e foi financiado por organismos públicos e donativos particulares.

A apresentação pública do novo programa de rastreio digital contará com a presença e intervenção de responsáveis ligados ao programa, para além do Ministro da Saúde, que procederão à apresentação dos dados e objectivos do programa.

O Programa Nacional de Rastreio de Cancro da Mama existe desde 1986, tendo vindo a ser enquadrado nos Planos Oncológicos Nacionais e no actual Plano Nacional de Saúde. O programa abrange uma vasta área do território nacional, com recurso a unidades de rastreio móveis e fixas.

As unidades de rastreio móveis são muitas vezes a única hipótese que as mulheres residentes em locais isolados do Interior Norte e Sul do país, têm de realizar um rastreio ao cancro da mama. Estas unidades realizaram já mais de 1 milhão de mamografias e cerca de 400 mil mulheres, em idade rastreável (45-69 anos), foram já incluídas nos programas de rastreio de cancro da mama.

Inês de Matos

Fonte: Comunicado da Liga Portuguesa Contra o Cancro

Solvay entra em acordo de co-promoção da terapia lipídica Simcor

A companhia química e farmacêutica belga Solvay Pharmaceuticals entrou num acordo com a Abbott Laboratories para a co-promoção da terapia de lípidos Simcor nos Estados Unidos. Os termos financeiros envolvidos não foram revelados.

Segundo os termos do acordo, a Solvay irá fornecer suporte de vendas nos Estados Unidos, contribuir para as despesas promocionais e de desenvolvimento, e será compensada com base nas vendas do fármaco, que está a aguardar aprovação por parte dos reguladores norte-americanos. A Abbott submeteu um pedido de registo do novo medicamento à FDA em Abril de 2007.

O Simcor, uma terapia experimental de lípidos de combinação de dose fixa, combina dois medicamentos líderes e bem estabelecidos, o Niaspan e a sinvastatina, que se direccionam a múltiplos parâmetros de lípidos – LDL, lipoproteínas de baixa densidade, ou mau colesterol; HDL, lipoproteínas de alta densidade, ou bom colesterol, e triglicerídeos – num único comprimido.

O Simcor intensifica um acordo a decorrer entre as duas companhias que envolve a comercialização e desenvolvimento de fenofibrato, e continua o compromisso de ambas as companhias em direcção ao tratamento de distúrbios lipídicos.
Isabel Marques

Relatório sugere que regulamentos de fármacos na UE necessitam mudança

Um novo relatório sugere que a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) é parcial em favor das grandes farmacêuticas, e que os regulamentos de fármacos na União Europeia (UE) necessitam uma renovação.

O relatório “How can we regulate medicines better?” (Como podemos regular melhor os medicamentos?) elaborado por Silvio Garattini e Vittorio Bertele do Instituto Mario Negri para Investigação Farmacológica, em Itália, foi publicado na edição de 20 de Outubro da “British Medical Journal” (BMJ), e ataca a EMEA e sugere que a aprovação de fármacos é superficial.

Os peritos defendem que as regulações europeias dos fármacos necessitam de mudar para garantir que as necessidades de pacientes e médicos sejam atendidas.

O licenciamento de novos fármacos na Europa é cada vez mais controlado pela EMEA, contudo, os novos medicamentos apenas têm de demonstrar que são equivalentes aos tratamentos actuais, em vez de mostrar superioridade, tal como, maior eficácia, ou menos toxicidade ou ser mais barato. Esta situação favorece os interesses das companhias farmacêuticas, segundo Garattini e Bertele. Os autores acreditam que deveria ser requerido aos novos fármacos possuir algum valor adicional aos tratamentos actuais ou ser mais baratos.

Uma forma de assegurar isto seria se fossem introduzidos alguns elementos de investigação independente de uma organização não lucrativa, acrescentaram os investigadores. Actualmente, os fabricantes preparam os relatórios à procura de aprovação para um novo fármaco ou nova indicação, e uma investigação independente só acontece após o fármaco ter sido aprovado, enquanto todos os relatórios pré-aprovação são feitos pelo fabricante do fármaco.

Os autores sugerem que as companhias deveriam ser obrigadas a apresentar meta-análises dos benefícios e eventos adversos à EMEA nas suas actualizações dos relatórios de segurança.

Os investigadores também acreditam que o sistema regulador está sujeito a parcialidade e suspensão, e solicitam que o sistema europeu de farmacovigilância seja implementado.

Segundo os autores do relatório, outra preocupação relativa à agência europeia é a questão da transparência. Contrariamente à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), a EMEA mantém quase toda a informação confidencial. Contudo, não existe razão para não revelar a informação clínica e toxicológica, que é essencial para compreender a razão pela qual um fármaco foi aprovado ou concedida uma nova indicação. A FDA aparentemente está a alterar a sua mentalidade no que se refere à adequação dos ensaios de não inferioridade, e espera-se que a EMEA siga o mesmo caminho.

Outra informação que os autores italianos sugerem que deveria ser tornada visível inclui a dimensão da maioria que aprovou um determinado medicamento, as razões da minoria para se opor à aprovação, conflito de interesses, e os compromissos pós-comercialização e o seu cumprimento.

Garattini e Bertele concluem que algumas das suas sugestões irão tornar a aprovação de novos fármacos e novas indicações mais difícil, e prolongar o tempo necessário para a sua introdução no mercado. Consequentemente, poderá ser preciso ser mais flexível para encorajar a investigação industrial.

Uma das possibilidades seria prolongar as patentes dos produtos em troca de melhor inovação, mais segura, mais confiável, e mais acessível economicamente. Os investigadores acreditam que as mudanças não serão importantes somente para os pacientes, mas também irão ajudar a estimular a investigação inovadora pelas companhias farmacêuticas.

Actualmente, a EMEA emite opiniões sobre a qualidade, segurança e eficácia dos novos mediamentos que procuram aprovação, e estas opiniões são utilizadas pela Comissão Europeia, que decide sobre a concessão da aprovação.

Segundo a Medical News Today, a EMEA não fez comentários e a Comissão Europeia mostrou-se indisponível para comentar na altura da publicação.

Isabel Marques

Fontes: www.drugresearcher.com, www.eurekalert.org, www.medicalnewstoday.com

Site Eu&Crohn recebe 40 mil visitantes em quatro meses

O site Eu&Crohn (www.euecrohn.pt), primeira comunidade online para portugueses com Doença de Crohn, registou, em apenas quatro meses, perto de 40 000 visitantes e o número de pessoas inscritas no site já ultrapassa as 700.

O site é a primeira fonte de informação totalmente em português sobre a doença e pretende ser um local onde os doentes podem ter acesso a informação, não só sobre a patologia (diagnóstico e sintomas), como também sobre algumas dicas para melhor viver com a doença sem abdicar de viajar, de comer fora, de trabalhar, de estudar.

No site, que conta com a participação da Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino (APDI) e com o apoio da UCB, encontra-se também informação actualizada sobre os benefícios e direitos previstos na legislação portuguesa, nomeadamente sobre comparticipação especial dos medicamentos, isenção de taxas moderadoras, reconhecimento de incapacidade e benefícios fiscais.

Esta comunidade online tem ainda proporcionado o debate e a troca de experiências entre os doentes e familiares inscritos no site, que através do Fórum e do Blogue têm trocado ideias, testemunhos e experiências, sobre a sua vivência com a doença.

Esta plataforma assume especial importância se tivermos em contra que, apesar de se desenvolver em qualquer idade, a doença tem uma maior incidência na juventude e são os jovens que mais recorrem às novas técnologias da Informação e da Comunicação.

Trinta por cento das pessoas com Doença Inflamatória do Intestino (Doença de Crohn e Colite Ulcerosa) tem entre 10 e 19 anos, sendo que a média de idade para o diagnóstico é de 27 anos.

A doença de Crohn e a colite ulcerosa afectam, só na Europa, mais de um milhão de pessoas, patologias que são caracterizadas por uma inflamação constante no intestino. Os sintomas da doença incluem diarreia persistente, dores abdominais e perda de apetite/peso, febre e hemorragias rectais.

Inês de Matos

Fonte: Comunicado de Imprensa recebido pelo farmacia.com.pt

Sistema europeu de avaliação de medicamentos está desactualizado

Relatório aponta falhas ao processo de aprovações da EMEA

A legislação europeia referente à regulação e avaliação dos medicamentos está ultrapassada, precisando urgentemente de uma revisão geral. As conclusões resultam de um relatório publicado pela BMJ que diz também que a Agência Europeia do Medicamento (EMEA) favorece as grandes farmacêuticas ao permitir que cheguem ao mercado novos medicamentos que não são diferentes dos já existentes e com provas dadas, sem que o seu efeito terapêutico traga alguma mais-valia.

O estudo, intitulado “Como se podem regular melhor os medicamentos?”, acusa a EMEA de agir com leviandade no que toca ao processo de aprovação. “São aprovados demasiados medicamentos com base em determinados objectivos que não representam um prognóstico válido dos objectivos da terapêutica”, afirmaram Silvio Garattini e Vittorio Bertele, autores do documento, citados pelo portal DrugResearcher.com.

“Os novos fármacos têm apenas que demonstrar que têm boa qualidade, eficácia e segurança, independentemente de qualquer referência ou comparação com os medicamentos que já existem no mercado…É mais fácil chegar ao mercado provando que um novo produto é semelhante aos tratamentos padrão já disponíveis do que falhar ao demonstrar que é superior”, sublinha o relatório.

Actualmente, a actuação da EMEA consiste na emissão de opiniões acerca da qualidade, segurança e eficácia dos novos medicamentos sujeitos a aprovação. Este parecer é posteriormente avaliado pela Comissão Europeia para decidir se concede ou não a autorização de comercialização.

Os dois autores consideram que as aprovações de novos fármacos deveriam estar dependentes dos atributos suplementares que estes possuíssem relativamente aos tratamentos já disponíveis, como, por exemplo, serem mais eficazes, mais baratos ou apresentarem menos toxicidade.

“A FDA (Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos) está aparentemente a alterar a sua forma de pensar no que diz respeito à viabilidade dos ensaios de não-inferioridade, esperamos que a EMEA siga o mesmo caminho”, referem os responsáveis.

Para superar esta questão o relatório defende mesmo a criação de um organismo independente de investigação a partir de organizações não lucrativas. “Por exemplo, a entidade reguladora poderia requerer que o planeamento dos ensaios clínicos de fase III fosse levado a cabo por uma organização independente acreditada por si, particularmente no caso dos medicamentos que serão reembolsados pelos serviços nacionais de saúde”.

A falta de transparência é outra das críticas que os autores fazem à actuação da EMEA, sublinhando que “não há razão para ocultar dados sobre toxicologia e avaliação clínica” que são “essenciais para perceber porque é que um novo medicamentos foi aprovado ou uma nova indicação acrescentada”. Para além disso, deveriam também ser divulgados os números correspondentes à maioria que aprovou determinado fármaco, as razões que levaram à desaprovação da minoria, bem como os conflitos de interesse, os compromissos de marketing e o seu cumprimento.

A análise realizada pelos pesquisadores do Instituto de Investigação Farmacológica Mario Negri, em Itália, frisa também as fraquezas do sistema de farmacovigilância, “baseado nas actividades nacionais, que em muitos casos estão limitadas aos relatos espontâneos de médicos e pacientes”. Uma das soluções para a recolha de dados acerca da toxicidade de um medicamento poderia passar pela “criação de uma rede de trabalho que englobasse os 25 países europeus, com a coordenação da EMEA”.

De acordo com os autores, durante os seus relatórios regulares de actualizações de segurança, as empresas deveriam ser obrigadas a apresentar meta-análises à EMEA sobre os efeitos benéficos e adversos dos produtos. Enquanto isso, deveria ser fundado um novo comité de farmacovigilância independente do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA.

O relatório acrescenta ainda que o sistema regulador está “sujeito a influências e suspeição” especialmente porque a EMEA pertence ao directório de empresas e indústria da União Europeia em vez de estar inserido no directório geral de saúde e consumidores.

“Algumas das nossas sugestões tornarão a aprovação de novos fármacos e de novas indicações ainda mais difíceis e prolongarão o tempo necessário para a sua introdução no mercado. Poderemos, por isso, precisar de ser mais flexíveis para encorajar a investigação industrial”, afirmam Garattini e Bertele. Uma das hipóteses sugeridas passa pelo “prolongamento das patentes dos produtos em troca de inovações melhores, mais seguras, mais confiáveis e mais sustentáveis financeiramente”.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com.

Pfizer retira insulina inalada do mercado, devido a fraca aceitação

A fraca aceitação de insulina inalada Exubera, por parte de médicos e doentes, levou os Laboratórios Pfizer a optar pelo fim da comercialização deste fármaco. A Exubera é um medicamento utilizado no tratamento da diabetes e não se encontra à venda em Portugal.

Os laboratórios Pfizer anunciaram que as embalagens de Exubera que já estão no mercado não serão retiradas, mas o produto deixará de ser comercializado em breve.

O medicamento, que ainda não era comercializado em Portugal, contava já com a autorização do Infarmed, Autoridade Nacional do Medicamento, para ser introduzido no mercado nacional.

“Estávamos em negociações com o Infarmed. Já tínhamos autorização para a introdução no mercado português da Exubera e estávamos a implementar o processo de comparticipação”, adiantou Bruno Santos, responsável pela área da comunicação dos Laboratórios Pfizer.

O responsável da Pfizer explicou ainda que o motivo da descontinuação da comercialização da Exubera se prende com a falta de aceitação de médicos e doentes. “A utilização era escassa. Apesar de ser uma terapêutica inovadora e segura não teve boa aceitação”, adiantou o responsável.

Bruno Santos referiu ainda que a venda do produto envolve custos elevados e por isso não fazia sentido continuar a comercializar o medicamento se ele não tinha aceitação.

A Exubera, a primeira insulina inalatória, não substituía todas as injecções, mas apenas as de acção rápida, ou seja, aquelas que os diabéticos tomam antes das refeições. O medicamento, desenvolvido em parceria com a Nektar Therapeutics, foi aprovado nos Estados Unidos e na Europa em Janeiro de 2006.

Com a Exubera, a insulina é inalada pela boca até aos pulmões, através de um dispositivo portátil.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Cancro da mama: IPO-Porto aposta no bem-estar dos pacientes

Clínica de Mama concentra todos os meios de diagnóstico e tratamento

O IPO do Porto está empenhado em apostar no bem-estar dos pacientes com cancro da mama. Para dar forma a este objectivo é amanhã inaugurada a nova unidade daquela estrutura, um espaço único no qual convergem todos os meios técnicos e humanos para o diagnóstico, tratamento e seguimento das pacientes.

Uma das principais mudanças inerentes á criação da Clínica de Mama do IPO-Porto é a atenção que recai sobre o doente. "O Instituto Português de Oncologia do Porto já tratava bem o cancro da mama. Com esta alteração, iremos tratar bem o cancro da mama e a paciente com cancro da mama", afirmou o coordenador do espaço, Joaquim Abreu de Sousa, citado pelo jornal Expresso. Os pacientes tornam-se, assim, no centro de toda a actividade assistencial.

A concentração, num mesmo local, de todos os meios técnicos e humanos necessários ao diagnóstico, tratamento, seguimento e aconselhamento evita aos pacientes o incómodo de percorrer vários espaços para realizar exames ou consultas com diferentes especialistas.

Conforme explicou Abreu de Sousa em declarações àquele semanário, até este momento, a organização da actividade assistencial, centrada nas várias especialidades de oncologia, obrigava o paciente a ir ao seu encontro. “A nova clínica de mama será um espaço de interacção das diferentes especialidades [Cirurgia, Radioterapia, Oncologia Médica, Imagiologia, Psico-Oncologia, Anatomia Patológica, etc.], mas também um espaço de maior conforto para as pacientes”, salientou.

O ambiente foi pensado para promover a “interacção com o paciente”, tendo em vista a “humanização” e “dignidade” no tratamento das mulheres. "Procurámos que a clínica saísse dos padrões habituais. Até o próprio mobiliário foi pensado em função disso. Os cantos das mesas, por exemplo, são redondos e não quadrados, eliminando a separação entre médico e paciente", referiu o clínico, especialista em Oncologia Cirúrgica.

A rapidez no diagnóstico é outra das apostas da nova clínica. “Na maioria das situações poderá ser feito no próprio dia. Isso é inovador”, afirmou Abreu de Sousa. No total, foram investidos perto de 1,5 milhões de euros [financiados a 50% pelo Programa Operacional da Saúde - Saúde XXI].

Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, dos quais 75 por cento são tratados com sucesso. Em 2006, a unidade de cancro da mama do IPO-Porto efectuou perto de 22.000 consultas e tratou cerca de 900 novos casos.

Marta Bilro

Fonte: Expresso.

FDA aprova Voltaren no tratamento da osteoartrite

O Voltaren Gel (Diclofenac) vai ser o primeiro medicamento de prescrição tópica comercializado nos Estados Unidos da América para o tratamento da dor associada à osteoartrite. A aprovação, garantida pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), foi anunciada esta segunda-feira pela Novartis.

De acordo com o laboratório suíço, o fármaco demonstrou capacidade para reduzir significativamente a dor associada à osteoartrire nos joelhos e articulações das mãos, podendo ser directamente aplicado no local da dor. Para além disso o perfil de segurança do fármaco é mais favorável do que o das substâncias de administração oral devido à absorção.

A eficácia e segurança do Voltaren Gel foram estudadas em ensaios clínicos que envolveram a participação de mais de 900 pacientes com osteoartrite nas articulações dos joelhos e mãos.

A osteoartrite, também conhecida como osteoartrose, artrose, artrite degenerativa e doença articular degenerativa, é uma doença reumática que incide principalmente nas articulações dos joelhos, coluna, anca, mãos e dedos e acontece quando o organismo deixa de conseguir reparar as múltiplas agressões e lesões sofridas pelas articulações. Ocorre tanto em homens como em mulheres e é a mais comum das doenças reumáticas. A osteoartose é pouco comum em pessoas abaixo dos 40 anos, sendo mais frequente após os 60 anos.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, HealthCare Exec, Reuters, Farmacia.com.pt.

CHMP recomenda novas indicações para o Taxotere

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) recomendou a aprovação do Taxotere (docetaxel), em associação com outras substâncias, no tratamento local de casos avançados de cancro da cabeça e pescoço.

A comunidade médica reagiu de forma bastante positiva face à emissão deste parecer. “Há muitos anos que esperamos por uma nova opção terapêutica para esta patologia difícil”, afirmou Marshall Posner, Director Médico do Programa de Oncologia de Cabeça e Pescoço no Instituto do Cancro Dana-Farber, em Boston.

“A melhoria na sobrevivência observada com o tratamento baseado no Taxotere é extraordinária para o carcinoma local avançado das células escamosas e vai fornecer uma aproximação inovadora e multidisciplinar na gestão dos nossos doentes”, acrescentou o mesmo responsável.

O Taxotere, um citotóxico que interfere com a tubulina, é o quarto medicamento mais bem sucedido da Sanofi-Aventis. O fármaco encontra-se actualmente disponível no mercado europeu e norte-americano para o tratamento de diversos tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, pulmão, próstata e cancro gástrico.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CNN Money, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Roche vai comercializar Tarceva no Japão

A autoridade reguladora japonesa aprovou a utilização do Tarceva (Erlotinib) no tratamento de doentes com cancro do pulmão de células não pequenas localmente avançado ou metastizado, após falência de pelo menos um regime de quimioterapia. De acordo com a Roche, o medicamento deverá chegar ao mercado nipónico no inicio de 2008.

A aprovação terá sido baseada em dois ensaios clínicos de fase II que confirmaram a segurança e eficácia do medicamento, bem como num estudo de fase III que comparou a actuação do Tarceva com a de um placebo e demonstrou que 31 por cento dos doentes que tomaram o fármaco se mantinham vivos ao fim de um ano, comparativamente a 22 por cento dos pacientes que receberam o placebo.

O mesmo ensaio clínico revelou ainda que os doentes aos quais foi administrado o Tarceva apresentaram melhorias nos sintomas de tosse, dor, dificuldades respiratórias e no total das funções físicas, face ao placebo.

O Tarceva é comercializado na União Europeia desde Setembro de 2005 para tratar doentes com cancro do pulmão de células não pequenas, localmente avançado ou metastizado, após falência de pelo menos um regime de quimioterapia. Em Janeiro de 2007 o medicamento recebeu aprovação da Comissão Europeia para ser utilizado em associação com gemcitabina no tratamento de doentes com cancro pancreático metastático.

Mais de um milhão de pessoas em todo o mundo sofrem de cancro do pulmão de células não pequenas localmente avançado ou metastizado, aquele que é também o tipo mais comum de cancro do pulmão.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Market Watch, Reuters, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Doenças respiratórias provocam 13% das mortes em Portugal

Apesar de serem quase todas evitáveis, as doenças respiratórias crónicas representam 13 por cento do total de mortes que ocorrem em Portugal anualmente (12.241). Os dados são do Observatório Nacional e surgem a propósito da GARD, uma aliança internacional para combater estas patologias, à qual Portugal se associou este sábado.

A parceria de combate às doenças respiratórias crónicas conta já com a participação de 16 países e o apoio da Organização Mundial de Saúde, com o objectivo de incentivar os estados a avançar com políticas de prevenção e controlo destas patologias, entre as quais se incluem a asma, a doença pulmonar obstrutiva crónica ou a rinite alérgica. À GARD compete também recolher dados sobre o impacto destas doenças na população.

A incidência destes problemas fica ainda mais clara quando se observam os números mundiais, de acordo com os quais há quatro milhões de óbitos por ano, 38 pessoas a morrer a cada cinco minutos. No ano 2030, as doenças respiratórias crónicas serão a quarta doença com maior impacto, logo a seguir ao HIV/sida, à depressão e às doenças coronárias. A prevenção é o segredo que poderá conduzir uma redução drástica nas estatísticas, através da adopção de um estilo de vida saudável.

"Toda a gente está exposta a factores de risco", afirmou Jean Bousquet, um dos fundadores da GARD, citado pelo jornal Diário de Notícias. Entre os principais está o fumo do tabaco. Porém, é necessário diminuir também a exposição ao fumo da combustão de materiais sólidos para cozinhar ou para aquecimento, outro importante factor de risco.

Longe de se definir como uma sociedade ou uma organização, para Jean Bousquet a GARD é antes um programa de saúde pública. O médico Rosado Pinto, director do serviço de Imunoalergologia do Hospital D. Estefânia, assume o comando da GARD Portugal, que reúne 17 associações governamentais, profissionais e de doentes.

A falta de diagnóstico é um dos grandes problemas nestas patologias. De acordo com o médico Mário Almeida, estima-se que em cada uma das doenças apenas 50 por cento dos casos estejam identificados e acompanhados.

Os resultados do ARPA KIDS, um estudo recentemente realizado Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), revelaram que a rinite alérgica afecta 21 por cento das crianças entre os 3 e os 5 anos de idade, sendo que, destas, 10 por cento teve falta de ar mais de quatro vezes no último ano.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Farmacia.com.pt.