domingo, 30 de setembro de 2007

Bristol-Myers Squibb paga 515 milhões de dólares para concluir investigações sobre fraude

A Bristol-Myers Squibb acordou pagar 515 milhões de dólares ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos para que seja concluída a investigação sobre fraude e combinação ilegal de preços, como também acusações sobre a obrigação de armazenamento de medicamentos e sobre a promoção ilegal do Abilify.

Segundo declarou o Departamento de Justiça, o pagamento inclui 499 milhões de dólares mais juros de cerca de 16 milhões de dólares. A Bristol-Myers entrou também num acordo de integridade corporativa de cinco anos, que requer que a companhia mantenha programas de conformidade para monitorar as práticas de negócio.

A investigação norte-americana envolveu actividades relativas à atribuição de preços e de promoção de mais de 50 medicamentos, incluindo 13 fármacos com vendas combinadas de 10,7 mil milhões de dólares, no ano passado, o que corresponde a 69 por cento dos lucros farmacêuticos da Bristol-Myers em 2007. Entre estes encontram-se os fármacos mais vendidos da companhia: o anticoagulante Plavix, o antipsicótico Abilify, o Pravachol para o colesterol e a terapia para o cancro Taxol.

O governo americano acusou ainda a Bristol-Myers de promover o antipsicótico Abilify para utilização em crianças, e como terapia para a demência, duas indicações não aprovadas pela entidade reguladora dos medicamentos. A companhia direccionou a força de vendas para visitar psiquiatras infantis, de modo a promover o fármaco para o uso em crianças, e em casas de repouso para promovê-lo para pacientes idosos, indicou o Departamento de Justiça.

A Bristol-Myers também inflacionou os preços de uma ampla variedade de fármacos para o cancro, tendo ainda recebido pagamentos do governo mais elevados do que devia pelo antidepressivo Serzone.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg

FDA aprova nova vacina contra a gripe sazonal

A FDA aprovou a comercialização da vacina antigripal Afluira, da australiana CSL Ltd., indicada para pacientes maiores de 18 anos, aumentando assim para seis o número de imunizações aprovadas para a campanha anual norte-americana.

A vacina Afluria protege contra os vírus da gripe tipos A e B, e é feita a partir do vírus da gripe inactivo cultivado em ovos de galinha. As pessoas que são alérgicas a ovos ou outro componente da vacina não devem receber este fármaco.

A CSL irá fornecer aproximadamente 2 milhões de doses para esta época, que pode começar em Outubro e prolongar-se até Maio. Este fornecimento pode aumentar para os 20 milhões de doses dentro de cinco anos.

Segundo o vice-presidente executivo da unidade de bioterapias da CSL, Paul Perreault, esta situação faz parte da estratégia da companhia de internacionalizar a vacina da gripe, especialmente no hemisfério norte.

A CSL produz, há quase 40 anos, vacinas contra a gripe para o hemisfério sul, e o Afluria recebeu revisão acelerada sob um programa da FDA para novos fármacos para doenças graves ou que podem pôr a vida em risco.

A expansão da disponibilização de vacinas irá ajudar a diminuir as 200 mil hospitalizações e as 36 mil mortes atribuídas todos os anos, nos Estados Unidos, a complicações relacionadas com a gripe. Espera-se que seja produzido um número recorde de 132 milhões doses da vacina da gripe sazonal para a época de 2007/2008, para os Estados Unidos, o que corresponde a mais 10 milhões de doses, em relação ao ano passado, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, Forbes

Indústria biofarmacêutica britânica empenhada em acelerar produção de biofármacos

Parceria financia investigação académica

A indústria farmacêutica britânica está empenhada em acelerar o processo de desenvolvimento e produção de biofármacos. Recentemente, um conjunto de entidades do sector criou um fundo monetário que injecta dinheiro nas universidades do país, de forma a superar os atrasos na produção de medicamentos biológicos.

A parceria, denominada “Bioprocessing Research Industry Club” (BRIC), e custeada por fundos públicos e privados, envolve a participação de duas entidades britânicas no ramo da investigação e da indústria biofarmacêutica do Reino Unido e disponibilizou 5 milhões de euros para financiar oito projectos em sete universidades do país, numa tentativa de impulsionar e tornar mais eficiente o processo de desenvolvimento e produção de biofármacos.

De acordo com a Associação Britânica de Bioindústria (BIA na sigla inglesa), cerca de 30 por cento dos medicamentos actualmente em investigação e desenvolvimento e 10 por cento dos fármacos comercializados são de origem biológica. Porém, o processo de produção de biológicos é complexo, dispendioso e exige trabalho intensivo.

“A produção de muitos dos biofármacos actualmente disponíveis já está no limite do ponto de ruptura ao nível da relação técnica e económica, e o avanço rumo à criação de fármacos e terapias biológicas ainda mais sofisticadas deverá agravar este problema”, referiu a Universidade de Birmingham, uma das sete instituições às quais foi atribuído o fundo de investigação.

Todos os projectos têm a duração de três anos e visam melhorar o processo de produção de biofármacos a longo prazo. Esta é a segunda ronda de financiamentos concedidos pela BRIC e será repartido entre oito equipas de investigação de sete universidades: Universidade de Birmingham, Imperial College London, Manchester, Newcastle, Nottingham, Sheffield e Strathclyde.

Há um ano, um investimento semelhante, no valor de 7,1 milhões de euros, apoiou outros nove projectos de investigação em 10 universidades. A terceira e última ronda de financiamentos será anunciada no próximo mês e deverá rondar o valor dos montantes atribuídos até agora, uma vez que a totalidade do fundo se situava entre ou 17,2 e os 20 milhões de euros.

A BRIC nasce da colaboração entre o “Conselho de Investigação de Biotecnologia e Ciências Biológicas”, o “Conselho de Investigação de Engenharia e Ciências Físicas” e a indústria biofarmacêutica do Reino Unido, com o apoio do “bioProcessUK” – a unidade de produção de biológicos da BIA. Criada em 2005, esta parceria pretendeu concentrar-se na distribuição de investimentos na pesquisa académica no ramo do processo de produção de biológicos e é patrocinada por 17 empresas farmacêuticas, entre as quais se encontram a GlaxoSmithKline, a Lonza e a Eden Biodesign.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-Reporter.com

Estudo pôs em causa eficácia da imunização em idosos
DGS recomenda vacina contra a gripe


Um estudo publicado recentemente na revista científica «Lancet» deu como certo que a vacina contra a gripe tem efeito praticamente nulo quando administrada em pessoas com mais de 65 anos, devido à grande fragilidade do seu sistema imunitário. No entanto, a sub-directora-geral de Saúde veio a público aconselhar os mais velhos a tomar a vacina, de modo a obterem um índice mais elevado de protecção face às eventuais cmplicações, e mesmo a nível cardíaco.

Graça Freitas reconheceu que há variações nos efeitos da vacina consoante é administrada em pessoas mais velhas ou mais novas, mas insistiu na necessidade de os idosos se vacinarem, de forma a obterem um nível de protecção mais elevado contra a doença. Em declarações à TSF, a responsável enfatizou que a recomendação da DGS se baseia no entendimento da comunidade médica e científica, que considera útil a imunização dos cidadãos com mais de 65 anos, no sentido de melhor os proteger contra a incidência da gripe.
Tal como o farmacia.com.pt noticiou na sua edição do passado dia 3 de Setembro, a vacina contra a gripe para a época 2007/2008 está desde esta segunda-feira disponível na rede nacional de farmácias, sendo intenção do Ministério da Saúde conseguir um aumento da taxa de cobertura daquela imunização, pelo que as receitas médicas emitidas desde 1 de Setembro vão manter-se válidas até final deste ano. A vacina deverá ser administrada preferencialmente nos meses de Outubro ou Novembro, mas poderá ser aplicada ao longo de todo o período de Outono e Inverno.
Há poucos dias, como o farmacia.com.pt já tinha também avançado, uma equipa de cientistas do Instituto do Coração de São Paulo descobriu, mediante a realização de um estudo que concorre ao Prémio Saúde no Brasil, que a imunização contra a gripe confere aos portadores de insuficiência cardíaca maior protecção contra a pneumonia, complicação comum da gripe e que frequentemente motiva a hospitalização daqueles pacientes. Até agora a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) deu autorização para a comercialização de sete tipos diferentes de vacinas contra a gripe sazonal em Portugal, país em que anualmente são afectados pela doença cerca de um milhão de pessoas.

Carla Teixeira
Fonte: TSF, «Correio da Manhã», farmacia.com.pt

FDA toma medidas contra produtos não aprovados com hidrocodona

A FDA está a tomar medidas severas contra cerca de 200 fármacos para a tosse, sujeitos a prescrição médica, que contêm o narcótico hidrocodona, muitos dos quais estão a ser administrados erradamente a crianças pequenas.

A agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos ameaçou retirar os produtos do mercado, caso as companhias não os parem de fabricar e distribuir dentro de seis meses. Os fármacos são frequentemente prescritos por médicos, algumas vezes por terem nomes semelhantes aos sete medicamentos aprovados pela FDA, incluindo o Tussionex, da UCB SA e o Hycodan, da Endo Pharmaceuticals Holdings Inc.

Os fármacos para a tosse que contêm hidrocodona foram relacionados, em mais de 400 relatórios, a efeitos secundários graves devido a erros nas dosagens, a partir de 2005, de acordo com a FDA. Os fármacos não aprovados apresentam mais riscos, uma vez que podem conter avisos inadequados ou sugerir falsamente que podem ser administrados a crianças com dois anos. Nenhum dos sete supressores da tosse aprovados está autorizado a ser utilizado em crianças com menos de seis anos.

A indústria farmacêutica continua a tentar contornar a lei e a pôr a saúde dos consumidores em risco, afirmou Deborah Autor, directora do gabinete de conformidade de fármacos da FDA. Dosagens incorrectas e/ou confundir os fármacos que não têm aprovação e que têm nomes semelhantes, com os que estão aprovados, pode conduzir a doenças graves, lesões ou até à morte.

A hidrocodona é um narcótico derivado da codeína utilizado geralmente para tratar a dor e suprimir a tosse, mas se for tomado em excesso está relacionado com paragem cardíaca, problemas respiratórios, e danos nas capacidades motoras e de discernimento. A hidrocodona também é um dos principais ingredientes de muitos analgésicos que necessitam prescrição médica, tal como o Vicodin, da Abbott Laboratories.

A FDA recusou nomear qualquer das companhias que fabricam produtos não aprovados ou os nomes das marcas. Alguns deles estão no mercado há décadas, antes da lei ter sido ratificada para obrigar que todos os produtos com hidrocodona estejam aprovados pelos reguladores.

A FDA impôs três prazos às companhias farmacêuticas. Em primeiro lugar, as farmacêuticas têm até 31 de Outubro para retirar do mercado todos os produtos com hidrocodona não aprovados, e que indiquem poder ser utilizados em crianças com menos de seis anos, ou podem estar sujeitos a apreensão por parte da FDA. Em segundo, as companhias têm até 31 de Dezembro para parar de fabricar todos os produtos com hidrocodona que não estão aprovados e, finalmente, até 31 de Março têm de parar a sua distribuição, de modo a não sofrerem penalizações.

Este retardamento irá ajudar a garantir que os fabricantes dos fármacos aprovados possam acelerar a produção, de modo a não haver uma falta de medicamentos.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, www.medicalnewstoday.com, health.yahoo.com

sábado, 29 de setembro de 2007

Chugai retira candidatura do Epogin no Japão

Companhia necessita conduzir mais testes clínicos em pacientes

A Chugai Pharmaceutical Co, unidade nipónica da Roche, decidiu retirar a candidatura para a aprovação de comercialização do agente estimulante da eritropoiese, o Epogin (epoetina beta) injectável, para a anemia induzida por quimioterapia, no Japão, de modo a poder conduzir mais testes clínicos do composto. A companhia tomou esta decisão após ter dialogado com a entidade que regula os medicamentos no Japão.

A necessidade de ensaios clínicos adicionais foi recomendada a seguir às conversações com o regulador japonês acerca da eficácia do fármaco. A companhia explicou que será apropriado avaliar o balanço entre riscos e benefícios do Epogin através da recolha de novos dados de ensaios clínicos. Consequentemente, a Chugai planeia voltar a submeter a candidatura para a aprovação do fármaco.

Toda a classe de fármacos Epo, que são utilizados para aumentar os glóbulos vermelhos em pacientes com anemia para evitar a necessidade de transfusões sanguíneas, está sob observação devido às preocupações com a segurança e o potencial excesso de utilização.

O fármaco, que já está aprovado no Japão para o tratamento da anemia associada a doença renal, foi originalmente apresentado no país nipónico como indicação para a anemia induzida por quimioterapia, em Dezembro de 2005.

O Epogin, comercializado como NeoRecormon noutras partes do mundo, ainda é uma grande fonte de receitas para a Roche, atingindo vendas de 2,23 mil milhões de francos suíços (1,9 mil milhões de dólares) no ano passado, ligeiramente menos em 2005. A companhia está a tentar expandir o franchise através do lançamento do CERA/Mircera (estimulante contínuo do receptor da eritropoetina), um agente estimulante da eritropoiese de longa duração que foi recomendado para aprovação nos Estados Unidos e na Europa. A Roche encontra-se a meio de um longo processo relativo à patente deste novo produto com a concorrente Amgen.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, Yahoo!News,
www.pharmatimes.com

Coimbra: rastreios gratuitos ao risco cardiovascular e à osteoporose

Compete ao farmacêutico apurar através de um questionário os hábitos e antecedentes familiares do utente

Durante o mês de Outubro, Coimbra é o distrito onde várias farmácias irão possibilitar a realização de rastreios gratuitos ao risco cardiovascular e à osteoporose.

A iniciativa insere-se numa campanha nacional que decorre com o total apoio da empresa farmacêutica Ratiopharm - disponibilizando recursos humanos e materiais necessários aos exame - com o objectivo avaliar o risco de incidência destas patologias e, também, doenças da próstata.

Compete ao farmacêutico (ou técnico) iniciar ambos os rastreios através do preenchimento de um questionário junto do utente que visa apurar os hábitos relativos a perturbações cardiovasculares, sintomatologia e antecedentes familiares.

Posteriormente, cabe a um enfermeiro destacado para a farmácia efectuar um electrocardiograma ao rastreado, cujo resultado é descrito num relatório feito por um médico no local. Para um diagnóstico final, todos os examinados são aconselhados a dirigirem-se ao seu médico assistente, por isso, todos os dados da “consulta” são anexados e entregues à pessoa (inquérito, exame e relatório).

O método repete-se no rastreio da osteoporose: o farmacêutico analisa alguns dos hábitos do indivíduo, seguindo-se um breve exame de medição de densitometria óssea.
Os rastreios à osteoporose realizam-se na próxima segunda-feira, na Farmácia Cortesão (São Silvestre) e na Farmácia Ygeia (Soure), nos dias 3 e 4. A sessão de rastreio ao risco cardiovascular decorre dia 11 de Outubro, na Farmácia Estádio (Coimbra).

Raquel Pacheco
Fonte: CampeãOnline

Diâmetro da cintura pode denunciar risco cardíaco

Estudo relaciona dimensões da barriga com cálcio nas artérias do coração

Um estudo divulgado pelo «Journal of the American College of Cardiology» sugere que o tamanho da cintura, nomeadamente, os quilos a mais na barriga, podem ser um “bom medidor” do risco crescente de um problema cardiovascular.

Para os cientistas do Centro Médico da University of Texas Southwestern (Estados Unidos), os quilos a mais na barriga “reflectem um risco maior de acumulação de placas nas artérias e no coração, mesmo quando o peso de uma pessoa é normal”, frisaram.

Reforçando que, “a resposta está sempre nas dimensões da barriga e isso é o que deveria preocupar as pessoas”, os investigadores acreditam que este indicador é “melhor do que a balança da casa-de-banho.”

O estudo analisou um grupo de 2.744 pessoas, que foram submetidas a testes para detectar a presença de placas nas artérias, sinais básicos de um maior risco de problemas cardiovasculares. O resultado revelou-se uma descoberta: que quanto maior era o diâmetro da cintura, a possibilidade de encontrar cálcio nas artérias do coração aumentava.

De acordo com a equipa norte-americana “o depósito de placas nas veias indica o começo de uma arteriosclerose ou o endurecimento das artérias”, esclarecendo que, “a presença pode ser detectada anos antes de a pessoa apresentar dores toráxicas ou ter um ataque de coração.”

Segundo explicaram, os participantes foram divididos em cinco grupos de acordo com o tamanho da cintura, tendo concluído que “os que possuíam uma barriga maior tinham o dobro da probabilidade de ter depósitos de cálcio nas artérias coronárias.”

Na opinião dos cientistas, a relação entre a placa arterial e o diâmetro da cintura pode relacionar-se com outros factores de risco, nomeadamente, a pressão sanguínea, a diabetes, a idade, o consumo de tabaco e os níveis de colesterol no sangue.

Para James Lemos, professor de medicina e director da Unidade de Cuidados Coronários da universidade, “quando se tratam de doenças cardiovasculares, não há melhor remédio que combatê-las com a redução da massa corporal noutros sectores, incluindo a celulite”, sublinhando que “embora seja uma pequena barriga, esta pode representar um risco maior em comparação com uma zona estomacal totalmente lisa."

As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 40% dos óbitos em Portugal.

Raquel Pacheco
Fontes: Agência EFE/«Journal of the American College of Cardiology»

“RADAR” apoia médicos na investigação cardiovascular

Sociedade Portuguesa de Cardiologia disponibiliza microsite

Numa altura em que se assinala o Dia Mundial do Coração, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) tem disponível mais um microsite direccionado aos médicos: RADAR - Rede de InvestigAção CarDiovascular na PopulAção PoRtuguesa.

Actuar sobre a vertente epidemiológica e contribuir para uma formação contínua dos médicos envolvidos são os objectivos deste projecto “dinâmico e permanente” – define a organização - "que vem no seguimento do plano estratégico da SPC, inserindo-se no eixo de registos epidemiológicos e outros", esclareceu.

De acordo com a SPC, o RADAR aborda temas formativos que se estendem desde “as Boas Práticas Clínicas em Investigação, Metodologia de Investigação, até aspectos de ordem mais prática, como conceitos gerais de análise estatística ou apresentação de resultados.”

Para além da formação, a implementação do projecto incide na identificação de médicos e centros particularmente motivados para a realização de registos e/ou ensaios clínicos, promovendo a sua realização em Portugal.

Raquel Pacheco
Fonte: www.spc.pt/radar/

FDA aprova fármaco de combinação para a hipertensão

A FDA aprovou a comercialização de um novo fármaco antihipertensor de combinação, o Azor (amlodipina e olmesartan medoxomil), da Daiichi Sankyo, para ser utilizado como tratamento de segunda linha, em monoterapia ou em combinação com outros fármacos antihipertensores.

O Azor combina o bloqueador dos receptores da angiotensina, olmesartan, ingrediente activo do Benicar, da própria companhia, com o bloqueador dos canais de cálcio, amlodipina, do Norvasc, da Pfizer. O fármaco será comercializado pela japonesa Daiichi Sankyo e pela Forest Laboratories, e irá competir com o Exforge, de Novartis.

Os dados de um estudo, que incluiu 1 940 pessoas, demonstraram que os pacientes que receberam o fármaco de combinação de dose única diária experimentaram uma redução na ordem dos 53 por cento da pressão sanguínea sistólica, em comparação com aqueles que apenas receberam amlodipina. O Azor fornece dois mecanismos de acção complementares que baixam a pressão sanguínea mais eficazmente do que qualquer um dos componentes individualmente.

O Azor é um acréscimo valioso ao tratamento, uma vez que muitas pessoas com hipertensão, nos Estados Unidos, não têm a pressão sanguínea controlada adequadamente com os fármacos disponíveis actualmente, afirmou Michael A. Weber, professor de medicina da State University de Nova Iorque.

O Benicar é o produto, da classe de terapias de hipertensão denominadas bloqueadores do receptor de angiotensina, que apresentou um crescimento mais rápido. Estes fármacos baixam a pressão sanguínea ao proteger os vasos sanguíneos de uma hormona que pode provocar que estes se estreitem. As vendas globais do Benicar aumentaram 74 por cento atingindo os 160,3 mil milhões de ienes (1, 36 mil milhões de dólares), no ano fiscal que terminou em 31 de Março.

O Norvasc proporcionou lucros de 4,87 mil milhões de dólares à Pfizer, no ano passado, antes dos genéricos de baixo custo terem entrado no mercado, em Março. Este fármaco é o bloqueador dos canais de cálcio mais utilizado.

A Forest acordou, no mês passado, pagar à Daiichi 20 milhões de dólares para participar na comercialização do Azor, nos Estados Unidos, por um período de três anos. As duas companhias já tinham um acordo de co-promoção para o Benicar.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, MarketWatch

Abbott distinguida com o Prémio Galen 2007

Humira é o melhor produto biotecnológico do ano

A farmacêutica norte-americana Abbott foi agraciada com o Prémio Galen 2007 de Melhor Produto de Biotecnologia atribuído ao Humira (adalimumab). O medicamento, utilizado no tratamento da artrite reumatóide, artrite psoriática, espondilite anquilosante e doença de Crohn, foi o primeiro anticorpo totalmente humano a receber autorização de comercialização.

Considerado equivalente ao Nobel e concedido pela Prix Galien USA, o Prémio Galen é um dos maiores reconhecimentos de excelência em pesquisa e inovação médica e científica no sector farmacêutico e biomédico. Este é o primeiro ano que o prémio, fundado em França em 1970, distinguiu uma inovação desenvolvida por uma empresa farmacêutica norte-americana.

“A Abbott está extremamente honrada por ser vencedora do Prémio Galen, uma vez que ele reconhece a nossa dedicação na descoberta e desenvolvimento de tratamentos inovadores contra doenças imunológicas”, afirmou Lawrence Leonard, vice-presidente do departamento de assuntos médicos e científicos globais da empresa. “O Humira tornou-se uma importante opção de tratamento para muitos pacientes que enfrentam estas doenças”, acrescentou o responsável.

O fármaco actua através do bloqueio do factor de necrose tumoral-alfa (FNT-alfa), uma proteína que, quando produzida em excesso, cumpre uma função central na inflamação associada a doenças auto-imunes. A substância é actualmente utilizada por 190 mil pacientes em todo o mundo.

"O Humira representa anos de pesquisa dedicada como parte do nosso compromisso com a melhoria da condição humana", salientou Jochen Salfeld, vice-presidente do departamento de pesquisa biológica do Abbott Bioresearch Center, unidade da empresa que cumpriu um papel fundamental no desenvolvimento do medicamento. "Acreditamos que o Humira tem a possibilidade de ser eficaz noutras doenças que possuem necessidades significativas não preenchidas, e continuamos a realizar investigações na expectativa de proporcionar alívio a pacientes em todo o mundo", concluiu.

Marta Bilro

Fonte: PR Newswire, Waukegan News Sun.

Hidrogel transporta medicação e acelera cura de doenças
Acção bacteriana, cicatrizante e recuperadora


Dois investigadores da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo conceito que parece saído de filmes de ficção científica, mas que nos próximos anos deverá revolucionar os cuidados de saúde em todo o mundo. Trata-se de um novo biomaterial – o hidrogel – com propriedades antibacterianas, que é capaz de transportar medicamentos para o organismo, potenciando uma maior aceleração da cicatrização de ferimentos internos e externos e até o crescimento de ossos e órgãos, para recuperar partes do corpo danificadas por acidente ou doença.

Uma área afectada por uma biópsia ou intervenção cirúrgica, ou mesmo órgãos de onde tenham sido retirados tumores cancerígenos, deixaram de ser problema para o paciente. O hidrogel apresenta baixa viscosidade, e adquire firmeza logo após a sua aplicação no organismo humano. Uma característica que permite que aquele material seja usado para transporte de diversos géneros de medicação, inclusivamente analgésicos e antibióticos, ou mesmo de cargas de células saudáveis que possam ajudar a acelerar o processo de cicatrização de determinadas áreas ou tecidos, danificados num acidente ou episódio de doença grave. Darrin Pochan e Joel Schneider são os investigadores responsáveis pela inovadora descoberta que, dizem, deverá ser revolucionária nos próximos anos.
Os hidrogeis são formados por redes de polímetros super-absorventes, estruturados na forma de uma corrente. Não são solúveis em água e conseguem absorvê-la em grandes quantidades, permitindo, em virtude da sua estrutura porosa, que os nutrientes e células os atravessem sem ficarem presos no seu interior. Este novo hidrogel, construído à base de peptídeos (pequenas cadeias de aminoácidos, blocos básicos com que são formadas as proteínas) é um polímero biocompatível, da classe utilizada no fabrico das lentes de contacto, agora desenvolvido numa forma que uma vez implantada no corpo humano se transforma numa espécie de “andaime”, capaz de fixar células ao seu redor, e de servir assim de substrato para o crescimento de novas células. Segundo os dois especialistas norte-americanos, as possibilidades teóricas de utilização do hidrogel chegam ao ponto de permitir o crescimento de novos ossos e órgãos, substituindo outros, danificadas por acidente ou doença.

Carla Teixeira
Fonte: «Inovação Tecnológica»
Anvisa quer debater assunto com a sociedade brasileira
Embalagens de medicamentos padronizadas


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade reguladora do sector do medicamento no Brasil, anunciou há dias a intenção de chamar a sociedade brasileira a um debate sobre a possibilidade de padronização dos nomes, das aberviaturas e das definições das embalagens utilizadas no registo de medicamentos no país, visando uma facilitação da busca e da compilação dos dados relativos a cada fármaco, garantindo o entendimento comum e diminuindo os erros na publicação desses registros. Segundo informações avançadas pela imprensa brasileira, que cita a agência, a Anvisa pretende que cada proposta de nova embalagem apresentada pelos laboratórios antes do lançamento de novos produtos seja analisada, a fim de verificar a sua conformidade, em termos de certificação, com as normas vigentes, avaliando também se já existe uma embalagem semelhante.

Carla Teixeira
Fonte: Último Segundo
Boas notícias para milhões de doentes em todo o mundo
Anlodipino e ramipril contra a hipertensão


Um estudo inédito envolvendo oito centros de investigação clínica do Brasil revelou que a combinação de dois princípios activos – anlodipino e ramipril – num mesmo fármaco é mais eficaz no controlo dos valores da pressão arterial do que o tratamento que tem por base apenas o anlodipino. O cardiologista brasileiro Roberto Miranda, coordenador da investigação, congratula-se com “o facto de a associação das duas substâncias garantir uma potência anti-hipertensiva maior do que a do anlodipino, que já é reconhecidamente muito eficaz. Agora temos uma fórmula melhor ainda”, vincou.

O estudo «Avaliação da Terapia Combinada entre Anlodipino e Ramipril» (ATAR) foi já apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Hipertensão, na cidade italiana de Milão, e no Congresso Interamericano de Hipertensão, realizado em Miami, e mostra que a combinação dos dois princípios activos foi cerca de 25 por cento mais eficaz na redução da pressão arterial do que o tratamento apenas com o anlodipino. A avaliação do resultado foi feita através de uma monitorização ambulatorial da pressão arterial, uma técnica inovadora identificada pela sigla MAPA. O estudo envolveu 265 doentes durante cerca de quatro meses, nos quais permitiu aferir uma redução de 60 por cento no edema periférico (inchaço das pernas que constitui um dos principais efeitos colaterais adversos da administração do anlodipino, demonstrando, de acordo com aquele especialista, que “o ramipril consegue proteger o paciente desse edema”.
O ensaio clínico da combinação destas duas substâncias foi realizado com o patrocínio da Libbs Farmacêutica, uma companhia que disponibiliza actualmente uma das linhas de medicamentos anti-hipertensivos mais completa do mercado, incluindo alguns que já apresentam a combinação de ramipril e besilato de anlodipino. Estes princípios activos são substâncias de referência nas suas classes: além do seu comprovado efeito anti-hipertensivo o ramipril fornece proteção cardiovascular e metabólica em hipertensos, e o anlodipino é um dos medicamentos com maior volume de prescrição em monoterapia para a hipertensão. Tem um potente efeito anti-hipertensivo e mostra segurança, mesmo nos pacientes de mais alto risco.

Carla Teixeira
Fonte: SEGS.com.br
Doença silenciosa associada a elevado número de mortes
Vacina para a arteriosclerose pode estar iminente

A arterioesclerose é actualmente uma das mais importantes causas de morte no mundo ocidental, mas a breve trecho poderá deixar de constituir uma ameaça tão devastadora, já que deverá estar prestes a entrar na fase de ensaios clínicos uma nova vacina contra aquela doença, cujo maior perigo resulta do facto de ela se desenvolver progressiva e silenciosamente, gerando os primeiros sintomas apenas quando já existe uma obstrução das artérias na ordem dos 75 por cento.

O número de mortes associadas à arterioesclerose, que se manifesta em 10 por cento da população com idade superior a 50 anos (na maioria do sexo masculino), é elevado, nomeadamente antes de a doença ser diagnosticada. Além dos factores genéticos, há a ter em conta outras condições predisponentes para a arterioesclerose: o sedentarismo, o tabagismo, a hipertensão, a diabetes, o colesterol alto e a obesidade são considerados os factores de maior risco, recomendando-se por isso uma alimentação equilibrada, bem como a prática de exercício físico e a opção por não fumar.
O anúncio do arranque iminente da fase de testes clínicos à nova vacina foi feito durante a sessão de abertura do IV Encontro Anual da Rede Europeia de Genómica Vascular, que teve lugar entre os dias 17 e 20 deste mês na Universidade de Bristol, no Reino Unido, e que reuniu, em quatro dias de trabalhos, com fóruns, debates e conferências, mais de 400 investigadores internacionais nesta área. Goran K. Hansson, do Centro de Medicina Molecular do Karolinska Hospital, em Estocolmo, na Suécia, disse, diante dos participantes naquele evento científico, que “hoje sabemos que a arteriosclerose é uma doença inflamatória com desenvolvimento sistémico e genético”, dando conta da sua convicção de que o desenvolvimento da vacina está muito próximo: “Estamos a apenas alguns passos de testar a vacina em humanos”, afirmou.
No entanto, de acordo com aquele especialista, há ainda alguns problemas a resolver: é preciso encontrar o antigene indicado para a imunização, uma partícula ou molécula que revele capacidade para iniciar a produção de um anticorpo específico. Neste momento há “um bom candidato”, a lipoproteína de baixa densidade (LDL, na sigla em inglês), ou o chamado “mau colesterol”, mas essa possibilidade ainda não foi cabalmente explorada pelos cientistas. Outro foco de resistência à criação da vacina consiste na necessidade, ainda não satisfeita, de esclarecer qual o mecanismo de acção da imunização, ou seja, há que decidir se ela deverá reduzir a má circulação de lipoproteínas ou agirá sobre as células que criam a inflamação nas artérias. Um terceiro desafio passa pela identificação da mais eficaz via de administração da vacina: se por via oral, intradérmica, subcutânea ou intramuscular.
De acordo com dados actualizados divulgados no decurso do encontro anual da Rede Europeia de Genómica Vascular 2007, as doenças cardiovasculares são actualmente responsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais em todo o mundo. Na Europa aquele tipo de patologias assume responsabilidade por mais de 50 por cento dos índices de mortalidade em indivíduos com mais de 65 anos, e em 80 por cento desses casos é a arteriosclerose que dita o trágico desfecho para o paciente.

Carla Teixeira
Fonte: ComCiência

Celíacos querem ver alimentos sem glúten equiparados a medicamentos

A Associação Portuguesa de Celíacos (APC), pessoas com intolerância ao glúten, está a promover uma petição para que os alimentos que não contêm esta substância proteica sejam equiparados aos medicamentos e os seus custos incluídos na declaração de IRS.

A petição é dirigida ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, solicitando a sua a sua intervenção junto da Direcção-Geral de Contribuições e Impostos (DGCI), de forma a que os recibos dos alimentos sem glúten, específicos para os celíacos, possam ser deduzidos no IRS na rubrica de despesas de saúde.

A Doença Celíaca (DC) "é uma intolerância alimentar crónica e permanente ao glúten", refere a APC, adiantando que a ingestão desta substância “leva o organismo a desenvolver uma reacção imunológica contra o próprio intestino delgado provocando lesões na sua mucosa".

O glúten é uma substância presente em cereais como o trigo, centeio, cevada, aveia e derivados destes, existente em centenas de alimentos, como pão, massas, bolos, bolachas, tostas, cereais de pequeno-almoço, salsichas e na maioria das sopas instantâneas, entre outros.

Estima-se que cerca de um por cento da população europeia seja celíaca e em Portugal “a DC atingirá entre cinco mil e oito mil pessoas", afirmou à Lusa fonte da APC.

A APC entende que os produtos sem glúten se enquadram no conceito de medicamento como "produto natural ou artificial, destinado a prevenir, curar, restabelecer, melhorar ou modificar funções orgânicas" e como tal, pretende uma clarificação e uniformização de critérios.

Uma família com um filho celíaco gasta "no mínimo 25 euros/mês", informou o presidente da associação, Mário Rui Romero. "Uma embalagem de pão de forma sem glúten, com 24 fatias, custa cerca de 3,70 euros e um pacote de massa são quatro euros", disse.

Os produtos dietéticos para celíacos são caros, apesar de serem taxados com IVA de cinco por cento, não estando claro na legislação se estes alimentos podem ser deduzidos no IRS. "Trata-se de uma questão de justiça, porque se outras doenças precisam de medicamentos esta precisa de alimentos específicos", sustentou a APC.

De acordo com a petição, as despesas devem ser apresentadas com um recibo identificando os artigos sem glúten adquiridos, assim como uma declaração médica com indicação do diagnóstico da DC.

A dieta rigorosa sem glúten "é, actualmente, o único tratamento para a DC", garante o responsável.

Nas crianças os principais sintomas passam pelo aparecimento de diarreia ou prisão de ventre, vómitos, emagrecimento, distensão abdominal, atraso no crescimento e irritabilidade/tristeza. Nos adultos os sintomas podem passar também por anemia, aftas recorrentes, dores ósseas e cansaço crónico.

A petição, que começou há uma semana, disponível na Internet, no site da associação (www.celiacos.org.pt) e conta já com mais de 1.800 assinaturas.

Inês de Matos

Fontes: Lusa, RTP

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

I Encontro de Lisboa de Estudos Médicos sobre a Vida Humana promove debate sobre consequências do aborto

O Hotel Villa Rica vai ser palco do I Encontro de Lisboa de Estudos Médicos sobre a Vida Humana, onde serão debatidos e revelados dados científicos sobre o impacto do aborto na saúde da mulher, com data marcada para dia 8 de Novembro.

De acordo com a organização do evento, “este Congresso Científico centra-se na saúde da mulher e nas alterações físicas e psicológicas que a mulher sofre após uma interrupção de gravidez” e contará com a presença de prestigiados especialistas nacionais e internacionais.

Partindo do principio de que o aborto constitui um problema de saúde pública, o debate deverá passar por diversas áreas temáticas, desde o estado pós-traumático que a mulher experimenta, por ter feito uma IVG, ou o risco posterior de prematuridade, até à relação entre o aborto e o cancro da mama, sem esquecer os riscos da pílula abortiva.

Este evento é promovido pela Associação das Mulheres em Acção, que conta com a presença de Biólogos, Psicólogos, Farmacêuticos, Investigadores, Médicos Psiquiatras, Pediatras, Ginecologistas e Obstetras.

Em Portugal o aborto foi despenalizado até às 10 semanas de gravidez, respeitando a vontade popular manifestada em referendo, que originou a lei n.º 16/2007, de 17 de Abril.

A lei portuguesa estabelece a mulher tem direito a uma consulta de aconselhamento e a acompanhamento psicológico, de forma a garantir o seu bem estar psíquico.

Inês de Matos

Fontes: www.lisbonmedicalconference.net, www.apf.pt,

Rinite alérgica: níveis de pólen disponíveis online

Todas as semanas é elaborado um boletim policlínico de seis cidades do país e com recomendações aos doentes

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) disponibiliza, na internet, em tempo real, os níveis de concentração de pólenes existentes em seis cidades portuguesas – Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Portimão e Funchal. Este serviço assume um papel fundamental, quando os números “atiram” para a rinite alérgica um quarto dos portugueses.

A informação prestada pela SPAIC está disponível no endereço electrónico http://www.rpaerobiologia.com/. O projecto denomina-se por Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA) e, semanalmente, um boletim policlínico é elaborado com uma compilação dos dados recolhidos e recomendações aos doentes.

“Para cada uma das seis cidades abrangidas pelo projecto é apresentado o valor dos pólenes existentes por metro cúbico, as recomendações adequadas, a previsão policlínica e a informação meteorológica”, explica a organização.

O projecto RPA disponibiliza ainda um calendário policlínico nacional, informações úteis sobre os vários pólenes, além de um questionário onde os utilizadores podem testar os seus conhecimentos sobre esta matéria.

Rinite é sub-diagnosticada

De acordo com os dados da SPAIC, “25 por cento da população portuguesa sofre de rinite alérgica, 10 por cento de asma e outros 10 por cento de urticária.” As estatísticas disponibilizadas referem ainda que, “40 por cento dos doentes de rinite alérgica podem no futuro vir a desenvolver asma.”

Aliás, rinite e asma coexistem frequentemente. Um estudo actual considera mesmo que a rinite “é um fenómeno universal em doentes com asma alérgica ocorrendo em 99% de adultos e em 93% de adolescentes.” Outros estudos recentes revelaram que a asma aparece “três vezes mais nos indivíduos com rinite do que naqueles que nunca tiveram sintomas nasais.”

A rinite é uma doença que não tem cura, mas pode ser controlada. “É uma doença sub-diagnosticada e sub-tratada e uma grande maioria dos doentes habituam-se a viver “constipados”, sem procurar cuidados médicos”, lamentou a SPAIC.

Raquel Pacheco
Fontes: SPAIC/http://www.rpaerobiologia.com/

Ginjas podem prevenir doenças cardíacas e diabetes

Estudo em ratos demonstrou redução dos níveis de colesterol e açúcar no sangue e gordura no fígado

Um estudo conduzido por cientistas norte-americanos, indicou que o consumo de ginjas poderá reduzir os níveis de colesterol e açúcar no sangue e o armazenamento de gordura no fígado, prevenindo, deste modo, o desenvolvimento de doenças do foro cardíaco e a diabetes.

Segundo um comunicado divulgado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, os investigadores analisaram ratos que tinham uma pré-disposição para colesterol alto e diabetes, mas não obesidade. “Foram observados 48 ratos fêmeas com tendência para pressão sanguínea alta, associada ao consumo de sal, altos níveis de colesterol e problemas de tolerância à glucose”, explicaram.

A mesma nota revela que foi constatado que “ratos fêmeas que consumiram ginjas apresentaram uma diminuição de stress por oxidação, para além de aumentarem a produção de uma molécula que ajuda o organismo a administrar as gorduras e o açúcar, comparativamente com os ratos fêmeas cuja dieta não contemplava ginjas, mas em tudo o resto idêntica.”

De acordo com os cientistas Steven Bolling e Mitchell Seymour (líder a investigação), "esta conclusão junta-se a outros resultados que sugerem uma correlação entre o consumo de anticianina (um antioxidante presente nas ginjas) e a redução dos riscos cardiovasculares e metabólicos."

Ressalvando desconhecer se as dietas ricas em ginjas terão um efeito semelhante em humanos, os investigadores de Michigan anunciaram que planeiam, agora, provar clinicamente essa informação.

Raquel Pacheco
Fonte: Primeira Página/site Universidade de Michigan

Vacina contra a gripe pode ter menor eficácia nos idosos

Estudo americano analisou pessoas com mais de 65 anos; DGS reconhece “envelhecimento” do sistema imunitário deste grupo, mas insiste na prevenção

As conclusões de um estudo publicado na revista médica «The Lancet» vieram suscitar algumas dúvidas relativamente à vacina contra a gripe que estará disponível nas farmácias a partir do dia 1 de Outubro.

A nova investigação - elaborada na Universidade George Washington, nos Estados Unidos -, questiona a verdadeira eficácia desta vacina, concretamente, na população mais idosa (com mais de 65 anos) e um dos grupos de risco para a qual está indicada a prescrição prioritária.

Apontando a susceptibilidade deste grupo não resistir a complicações gripais, os investigadores revelaram à «The Lancet» que o estudo “demonstra uma eficácia menor nos idosos com mais de 65 anos.” Segundo reforçaram os cientistas americanos, “75% das mortes associadas à gripe são de pessoas com idades superiores a 65 anos.”

O certo é que, as pesquisas neste âmbito incidem muito sobre os mais jovens, sendo um facto que, existem poucos estudos que comprovem os efeitos da vacina nestas idades mais “avançadas”.

Entretanto, - em declarações ao «Diário de Notícias» - Graça Freitas, subdirectora-geral da Saúde, interpretou o estudo como um resultado baseado no facto de os idosos “serem pessoas mais débeis” reconhecendo que “têm um sistema imunitário envelhecido.” Contudo, a representante da Direcção-Geral de Saúde insiste na recomendação da toma da vacina, sublinhando que “o tratamento poderá ser a única forma de prevenir a gripe.”

Recorde-se que, para esta época gripal, as autoridades de saúde têm como meta aumentar a cobertura da população de risco, ou seja, as tais pessoas com mais de 65 anos e doentes crónicos. Segundo um documento do Observatório Nacional de Saúde do Instituto Ricardo Jorge, no ano anterior, notou-se “um aumento significativo da taxa de vacinação no grupo com mais 65 anos, atingindo mais de 50 por cento desta população.”

Raquel Pacheco
Fontes: DN/DGS

Novartis investe 46 milhões de euros para modernizar produção de medicamentos

Farmacêutica estabeleceu parceria com o MIT

A farmacêutica suíça Novartis vai investir 45,8 milhões de euros numa parceria com o Instituto de Tecnologia do Massachussets (MIT na sigla inglesa). O montante será fornecido ao longo dos próximos 10 anos e visa o desenvolvimento de novos métodos de produção de medicamentos.

O objectivo desta é desenvolver um processo tecnológico contínuo, que venha substituir o habitual sistema de produção por lotes, que envolve muitas interrupções e várias fases de trabalho, explicou a Novartis em comunicado.

De acordo com o MIT, a verba correspondente ao acordo estabelecido com a Novartis deverá ser suficiente para apoiar o trabalho de investigação de 10 membros académicos, e dezenas de estudantes graduados, colaboradores pós-doutorados e cientistas. Os responsáveis do instituto acreditam que esta será a maior parceria de âmbito académico a nível mundial centrada na modernização do processo de produção de medicamentos.

“Não há nada com esta magnitude e esta concentração”, afirmou Bernhardt Trout, professor associado do MIT de engenharia química e responsável pela orientação do projecto intitulado “Novartis-MIT Centro para Produção Contínua”. Grande parte do financiamento, perto de 32 milhões de euros, deverá ser entregue durante os primeiros cinco anos do acordo, revelou Trout.

A produção em lotes é feita através da sintetização dos ingredientes farmacêuticos activos numa fábrica, que posteriormente são enviados para outra unidade de produção que os converte em lotes de comprimidos, líquido ou creme.

A produção contínua tornaria o processo mais eficiente utilizando pequenas fábricas, diminuindo os desperdícios e os gastos com energia e consumo de matéria-prima. Para além disso permitiria a monitorização contínua da qualidade, tornando o processo mais fiável e mais apto a responder às exigências.

Para Trout, actualmente, as farmacêuticas baseiam-se na produção em lotes simplesmente porque sempre o fizeram e não têm conhecimento para mudar. “Precisamos de desenvolver uma série de novas tecnologias que ainda não existem”, referiu o responsável. “Somos os primeiros a agregar todos os recursos para tornar isto possível”, acrescentou.

O MIT e a Novartis vão partilhar os direitos relativos a qualquer descoberta desenvolvida em conjunto e cada um vai controlar os direitos a qualquer tecnologia que desenvolvam sozinhos no âmbito do projecto criado.

Marta Bilro

Fonte: The Boston Globe, Reuters, Pharmalot.

Asma: Meio milhão de portugueses desconhecem ter a doença

Em Portugal, há cerca de um milhão de asmáticos, porém, “somente metade tem a doença diagnosticada”, afirmou o pneumologista Mário Almeida em declarações ao jornal Destak. De acordo com este especialista, “a maioria dos portugueses confunde a doença com uma alergia ou com uma constipação e não toma a medicação adequada”.

O desconhecimento de que a asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que, em indivíduos susceptíveis, origina episódios recorrentes de pieira, dispneia, aperto torácico e tosse, acaba por limitar o dia-a-dia desses indivíduos “ao privarem-se de praticar desporto, sair à noite e visitar pessoas que têm animais ou que fumam”.

Estas pessoas “desconhecem ainda os tratamentos preventivos que os ajudariam a ter uma vida normal e sem tantas cedências, que muitas vezes os levam a faltar ao trabalho e à escola”, refere o especialista. Por outro lado, médicos e pacientes têm ainda pouco à vontade “no uso de inaladores, que são o melhor método para tratar esta doença”, acrescenta.

De acordo com dados da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, a asma afecta cerca de 150 milhões de pessoas de todas as idades no Mundo. Em Portugal calcula-se que estão afectadas cerca de 600 mil pessoas, sendo que 11 por cento são crianças e 5 por cento adultos.

Os tratamentos actualmente disponíveis têm vindo a reduzir consequentemente a taxa de mortalidade relativa a esta doença. Em dez anos, a mortalidade reduziu-se para um terço, o que demonstra que “as pessoas que têm formas de asmas mais graves têm a doença controlada”, salienta Mário Almeida. Enquanto há dez anos morriam cerca de 300 pessoas por ano, hoje este número já se fica pelos 100.

Anualmente, estima-se que o número total de pneumonias exceda os 100 mil casos e que 12 mil pessoas morram diariamente. A única forma eficaz de prevenção reside na “vacinação anti-gripal e anti-pneumocócica”, alerta o especialista.

Marta Bilro

Fonte: Destak, Portal da Saúde, Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Portal de Biotecnologia lançado quarta-feira

Alunos portugueses desenvolveram «Biotec-Zone.net»

«Biotec-Zone.net» é o nome do portal de Biotecnologia de Portugal que vai ser lançado na quarta-feira (3 de Outubro). Desenvolvido pelos estudantes Diogo Amorim e Alexandre Barros, com apoio dos docentes, do curso de Biotecnologia da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, este pretende ser um espaço de divulgação do conhecimento científico e tecnológico do sector biotecnológico no nosso país.

A biotecnologia é uma actividade de base científica, que requer um conhecimento detalhado de mecanismos biológicos de outras ciências da vida e da engenharia. Entre elas encontram-se a química, a bioquímica, a microbiologia, a biologia molecular ou a engenharia genética.

A Indústria Farmacêutica, a Medicina, a Indústria química, a Agropecuária e o Ambiente, são alguns dos sectores de actividade onde mais se aplicam os avanços desta nova actividade. Para além de promover a divulgação do conhecimento científico e tecnológico da Biotecnologia em Portugal, o portal pretende também dar a conhecer as empresas, organizações, marcas, produtos e serviços portugueses cujos objectivos se dirijam para o mercado da Biotecnologia, para além das instituições que leccionam este curso, actualmente, em Portugal.

Marta Bilro

Fonte: iGov, Ordem dos Biólogos.

Diabéticos europeus têm novo tratamento à disposição

Galvus aprovado pela UE

A União Europeia aprovou a comercialização do Galvus (vildagliptina), um fármaco da Novartis para o tratamento da diabetes tipo 2, de ingestão oral e que implica apenas uma toma diária. A notícia é animadora para a farmacêutica suíça, uma vez que a aprovação do fármaco nos Estados Unidos da América tem sido alvo de alguns atrasos.

A decisão da Comissão Europeia (CE) era aguardada desde Julho, altura em que o Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) recomendou a comercialização do medicamento. O fármaco foi aprovado para ser utilizado em combinação com os medicamentos orais mais comuns para a diabetes, metforminas, tiazolidinedionas ou sulfonilureias. O parecer da CE aplica-se aos 27 países-membros, bem como à Noruega e Islândia.

A Novartis tem grandes perspectivas de sucesso para o medicamento. A farmacêutica prevê que as receitas anuais do Galvus possam ser superiores a 700 milhões de euros.

O Galvus actua de forma semelhante ao Januvia (Sitagliptina), da Merck, fármaco que já leva alguns meses de avanço no mercado norte-americano. Os dois medicamentos inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4) foram desenvolvidos com o objectivo de aumentar a capacidade do próprio organismo para reduzir os níveis de açúcar no sangue.

Tanto os laboratórios como os analistas do sector acreditam que esta nova classe de fármacos venha a tornar-se um sucesso de vendas, uma vez que a sua ingestão não provoca aumento de peso, um dos efeitos secundários mais frequentemente associados a alguns medicamentos para a diabetes.

Marta Bilro

Fonte:Reuters, Bloomberg, CNN Money.

Isis Pharmaceuticals adquire Symphony GenIsis

O laboratório Isis Pharmaceuticals adquiriu a empresa biofarmacêutica Symphony GenIsis num negócio que envolve 84,5 milhões de euros, dos quais 56,7 milhões foram pagos em dinheiro e os restantes 2,4 milhões com acções da Isis.

A Symphony GenIsis foi fundada em 2006 pela Symphony Capital Partners L.P para financiar o desenvolvimento de três medicamentos da Isis. A biofarmacêutica é especializada no desenvolvimento de medicamentos redutores do colesterol e fármacos para o tratamento da diabetes.

De acordo com a Isis, a empresa estabeleceu um acordo de colaboração em investigação com a Ortho-McNeil, uma unidade da Johnson & Johnson, que irá continuar o desenvolvimento de dois medicamentos detidos pela Symphony GenIsis, o ISIS 325568 e o ISIS 377131.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo Finance, Forbes, Reuters.

Mais de um milhão de portugueses são afectados pela gripe todos os anos

A gripe sazonal e as complicações inerentes à doença matam, anualmente, em Portugal, 1.500 a duas mil pessoas, maioritariamente idosos. Por sua vez, mais de um milhão de portugueses são afectados pelo vírus com mais ou menos gravidade.

Os dados são avançados na edição desta sexta-feira do jornal Diário de Notícias, que relembra o inicio da campanha de vacinação marcado para segunda-feira, especialmente dirigida a idosos, doentes crónicos e crianças. Nesse mesmo dia deverão chegar às farmácias, de forma faseada, mais de 1,6 milhões de vacinas contra a gripe, o suficiente para assegurar a cobertura de 15 por cento da população. Tendo em conta o plano de comparticipação, este ano poderão ser gastos pelo Estado mais de 30 milhões de euros a prevenir a doença.

O número de vacinas pedidas para Portugal é estimado a partir do histórico do País e dos objectivos de prevenção traçados, mas "as épocas são imprevisíveis", frisou Graça Freitas, subdirectora da Direcção-Geral de Saúde (DGS). Esta situação faz com que, por norma, todos os anos fiquem vacinas por utilizar.

De acordo com as estimativas, anualmente, entre 10 a 15 por cento da população do Hemisfério Norte é afectada pela gripe, especialmente as crianças. Porém, conforme explicou a responsável da DGS, se é certo que "as crianças adoecem mais facilmente", também costumam ter situações pouco graves.

As vacinas disponíveis nas farmácias vão custar 8,26 euros para adultos e 6,92 euros para crianças (recomendando-se duas doses quando for a primeira vez que se vacinam), sendo que a comparticipação do Estado é de 37 por cento. A DGS espera atingir 60 por cento da população portuguesa com mais de 60 anos, camada da população entre a qual a adesão à vacina tem crescido todos os anos.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Diário de Notícias.

Wyeth anuncia novo CEO

A Wyeth anunciou uma mudança na liderança da companhia, tendo nomeado para CEO (presidente executivo) Bernard Poussot, que iniciará as funções no dia 1 de Janeiro de 2008, substituindo assim Robert Essner, que esteve no comando durante quase sete anos, desde Maio de 2001.

Segundo os analistas, esta mudança deve-se ao insucesso na aprovação de fármacos chave, assim como à ameaça dos genéricos. A Wyeth, somente este ano, viu três produtos serem adiados pelos reguladores norte-americanos.

Segundo Michael Krensavage, analista da “Raymond James and Associates Inc.”, em Nova Iorque, a mudança aconteceu mais rapidamente do que as pessoas pensavam, acrescentando ainda que os accionistas estão frustrados com a série de contratempos que a pipeline tem sofrido.

Para o analista da “Tony Butler”, Lehman Brothers, o Bernard Poussot, tendo sido presidente e COO – Chief Operating Officer (chefe de operações) era o sucessor óbvio. Contudo, o timing do anúncio é um pouco surpreendente.

A mudança na liderança e a recompra de valores poderão ajudar a suportar o stock da Wyeth, enquanto a companhia procura produtos para substituir os lucros que irá perder quando terminar, em 2010, a protecção da patente do antidepressivo Effexor, que gerou 3,7 mil milhões de dólares no ano passado. A Wyeth tinha estimado que os três novos produtos que foram retardados pela FDA, este ano, poderiam gerar mais de 4 mil milhões de dólares anualmente. A recompra de valores inclui um plano previamente anunciado de comprar de volta cerca de 1,2 mil milhões de dólares em acções.

Isabel Marques

Fontes:www.networkmedica.com, Bloomberg

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Stress na gravidez aumenta hipóteses de ter meninas

Estudo constatou que probabilidade aumentou 5% face a “ansiedade” maternal

"O stress durante a gravidez é um provável candidato envolvido na redução da relação entre os sexos observada em diversos países", afirmam os investigadores da Universidade de Aarhus, Dinamarca, no estudo publicado na revista médica «Human Reproduction».

De acordo com a investigação – que envolveu exames a 8.719 mulheres e mais de seis mil bebés entre 1989 e 1992 – “o stress durante os primeiros meses de gravidez pode reduzir a probabilidade de ter meninos”. Uma descoberta que, segundo os cientistas dinamarqueses salientaram, não se fica pelo “stress psicológico acentuado”, mas também, níveis “moderados e até comuns.”

Deste modo, o estudo permitiu constatar que as grávidas mais “nervosas” podiam ter até 5% mais de hipóteses de ter meninas: “As mulheres mais stressadas deram à luz 47% de meninos, enquanto as menos stressadas tiveram 52% de meninos”, revelaram os cientistas, ressalvando, contudo, não ter sido possível explicar como este factor pode influenciar na determinação do sexo dos filhos, “uma vez que, é sabido que o género dos bebés é ditado pelos cromossomas contidos no esperma paterno.”

No entanto, os investigadores dinamarqueses realçaram outro facto: “Existem suspeitas de que altos níveis hormonais do stress dificultem a fixação de embriões masculinos – levando a um maior número de abortos espontâneos de meninos.”

Sexos à parte, referira-se que, outros estudos sugerem que o stress, ansiedade ou nervosismo durante a gestação podem potenciar futuros problemas de saúde da criança, nomeadamente, hipertensão, obesidade e diabetes.

Raquel Pacheco
Fontes: BBC/«Human Reproduction»

DGS analisa vacinação contra vírus do papiloma humano

Em Portugal, por dia, morre uma mulher com o cancro do colo do útero. No mundo, o vírus do papiloma humano é responsável por uma morte a cada dois minutos.

A Direcção-Geral de Saúde (DGS) reconheceu que o estudo do vírus do papiloma humano (VPH) é “complicado” e que esta é a doença “com mais dificuldade em detectar, porque não é linear, podendo progredir ou regredir.”

Neste sentido, a subdirectora-geral de Saúde, Graças Freitas, sublinhou que, em parceria com a Comissão Técnica de Vacinação (CTV), “as reuniões de rotina para avaliar as estratégias sobre o risco/benefício da vacinação contra o vírus continuam em curso.”

Contudo, a subdirectora-geral da Saúde não deixou de clarificar que o trabalho que está a ser feito “nada tem a ver com a comparticipação que é ou não dada às vacinas.” Aliás, como é sabido, a comparticipação de uma vacina é requerida pela empresa que a comercializa, que tem de apresentar um estudo à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), que pode recomendar a sua comparticipação ao ministro da Saúde, a quem cabe a decisão final.

A preocupação da DGS é outra: “Preocupamo-nos com o impacto da vacina na Saúde Pública, porque a vacina tem impacto no sistema imunitário da pessoa vacinada, na dinâmica dos microorganismos e também em todo o ambiente”, sustentou Graça Freitas, reiterando que “as reuniões vão continuar até ter dados para, com alguma evidência científica, propormos um dia ao senhor ministro da Saúde estratégias em relação à vacinação.”

De referir que, actualmente, a vacina está disponível desde o início do ano no mercado – como um acto individual - podendo ser comprada e tomada por cada utente, em três doses, e pelo preço de 480 euros.

Segundo conseguiu confirmar o farmacia.com.pt, dois estudos de custo-efectividade da vacina estão a ser alvo de análise pelo Infarmed. Recorde-se que, em Abril, o PS rejeitou no Parlamento um projecto de resolução do Partido Ecologista «Os Verdes» que recomendava ao Governo a inclusão da vacina contra o VPH no Programa Nacional de Vacinação.

Raquel Pacheco
Fontes: Fábrica de Conteúdos/Lusa/DGS/Infarmed

Jovens europeus discutem biomedicina em Gaia

Mais de 200 estudantes nas áreas de investigação, oriundos de 20 países de quatro continentes estão a debater, em Portugal, os últimos avanços nas ciências biomédicas.

Reunidos no âmbito do «II Encontro de Jovens Cientistas Europeus» que decorre, até sábado, em Vila Nova de Gaia, os participantes contam ainda com a atribuição de prémios e conferências/workshops sobre temas como a dor, oncologia, doenças cardiovasculares e alergias.

De acordo com João Maciel, presidente da Comissão Organizadora do encontro, “entre os possíveis premiados estão 73 estudantes que vão apresentar as suas comunicações, disputando, assim, prémios no total de seis mil euros e títulos de melhores autores.”

O evento – promovido por alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) – conta com estudantes de Medicina, Enfermagem, Engenharia Biomecânica, Farmácia e Bioquímica de países como a Arménia, Brasil, Gana, Holanda, Inglaterra, Itália, Lituânia, Nigéria, Polónia, Rússia, Sudão e Turquia.

Segundo informa um comunicado da FMUP enviado ao farmacia.com.pt, figuram do painel de conferencistas convidados de renome nacional e internacional como: Curtis Triplitt, da Universidade do Texas, Tiago Outeiro, da Harvard Medical School, Sobrinho Simões (FMUP e IPATIMUP), Daniel Serrão (Comité Director da Ética) e João Lobo Antunes (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa).

Raquel Pacheco
Fonte: comunicado da FMUP

Farmacêuticas investigam influência genética nos efeitos secundários dos medicamentos

Sete das maiores companhias farmacêuticas do mundo formaram um grupo para desenvolver testes genéticos, para determinar quais pacientes poderão estar em risco de sofrer efeitos secundários perigosos devido aos fármacos.

As companhias envolvidas, Pfizer Inc., GlaxoSmithKline Plc,
Abbott Laboratories, Johnson & Johnson, Roche, Sanofi-Aventis e Wyeth, irão combinar as investigações relativas às variações genéticas, de modo a que seja possível prever a probabilidade de um paciente sofrer um perigoso efeito secundário devido à medicação.

As companhias fundaram o Consórcio Internacional de Eventos Adversos para estudar as causas genéticas das más reacções aos fármacos. Os dois primeiros projectos, em parceria com investigadores universitários e com a FDA, consistirão em examinar a razão pela qual algumas pessoas sofrem, como consequência dos fármacos, danos no fígado ou reacções cutâneas raras, como o síndrome de Stevens-Johnson, mas que podem ser fatais. Ambos os efeitos estão associados a diversos fármacos.

Os investigadores irão analisar, a nível mundial, a informação genética dos pacientes que desenvolveram problemas e compará-los com outros que não os tiveram, e que responderam aos fármacos. Desta forma, irão procurar qualquer variação genética entre as pessoas que apresentaram complicações.

As experiências do consórcio poderão permitir às farmacêuticas delinear ensaios clínicos com melhores possibilidades de sucesso, reduzir os custos no desenvolvimento de fármacos e ajudar médicos e pacientes a evitar riscos desnecessários.

Se os fármacos puderem ser suprimidos para os pacientes que apresentam um risco genético de desenvolver efeitos secundários graves, isto poderá não só proteger os pacientes, como também poderá ajudar os fabricantes a conseguirem que os seus fármacos sejam aprovados ou evitar ter de os retirar do mercado.

O presidente executivo do consórcio, Arthur Holden, revelou que as companhias irão contribuir com orientação e com dinheiro, cerca de 1 milhão de dólares por ano cada. A investigação actual irá ser conduzida por serviços contratados e por laboratórios académicos. Investigadores da Universidade de Newcastle, Reino Unido, e da Eudragene, um grupo que inclui cientistas de outros 10 países europeus, irão reunir dados. A Universidade de Columbia, em Nova Iorque, irá receber o centro de análise de dados do grupo, e a Illumina Inc., de San Diego, irá fornecer as ferramentas científicas. É possível que outras companhias se juntem a este projecto posteriormente.

O projecto poderá decorrer entre cinco a dez anos, segundo Holden. Após as experiências relativas ao fígado e às reacções cutâneas, o grupo poderá procurar traços genéticos que tornam as pessoas susceptíveis a batimentos cardíacos irregulares, ganho de peso, falha renal, e outros efeitos secundários provocados por fármacos.

Os dados descobertos pelo grupo irão ser publicados e disponibilizados aos investigadores gratuitamente, segundo divulgou Holden. Nenhuma das companhias irá ter acesso antecipadamente, nem poderá patentear as descobertas. Assim que os resultados forem tornados públicos, qualquer companhia ou laboratório poderá desenvolver e vender testes genéticos para prever efeitos secundários.

Aproximadamente 90 mil pessoas nos Estados Unidos apresentaram, em 2005, reacções adversas, devido aos fármacos, que provocaram a morte, incapacidade ou hospitalização, cerca do triplo em comparação com 1998, de acordo com os dados de um relatório deste mês publicado na “Archives of Internal Medicine”.

A FDA tem estado a examinar o papel que a genética individual tem nas reacções perigosas aos fármacos, num programa que começou em 2004, para modernizar o processo como os produtos são desenvolvidos e avaliados.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg,
www.nytimes.com, http://health.yahoo.com

Nabilon vai produzir novas vacina contra gripe pandémica

A Nobilon, uma subsidiária da farmacêutica Organon, estabeleceu um acordo de licenciamento com a empresa biofarmacêutica britânica Protherics para poder aceder ao CoVaccine HT, uma nova substância que lhe permitirá reforçar a resposta imunológica das suas vacinas para a gripe sazonal e pandémica.

Segundo os termos do acordo, a Nobilon garante os direitos exclusivos a nível mundial, com excepção dos Estados Unidos da América, para desenvolver, produzir e comercializar duas novas vacinas para a gripe a partir do CoVaccine HT. Em resultado desta parceria, a Protherics recebe um pagamento adiantado, bem como os royalties do produto e pagamentos por objectivos relativos ao sucesso das vendas líquidas do medicamento.

Nos modelos pré-clinicos, o composto demonstrou superioridade na estimulação e resposta imunitária relativamente ao hidróxido de alumínio, o adjuvante tradicionalmente utilizado, e não revelou quaisquer sinais de limitar a toxicidade local. Para além disso, o novo adjuvante permite também reduzir a quantidade de antigénio necessário à produção de uma vacina para a gripe pandémica, uma mais-valia importante no que toca à rapidez de produção de grandes volumes da vacina no caso da ocorrência de um surto.

Para além deste acordo de licenciamento, a Nobilon arrecadou também uma verba de 3,5 milhões de euros atribuída pela União Europeia para financiar o desenvolvimento de uma vacina contra a gripe que contenha o novo adjuvante.

Marta Bilro

Fonte: In-PharmaTechnologist.com.

Lisboa recebe Jornadas Internacionais sobre análises clínicas

“Acrescentar + Qualidade Às Análises Clínicas” é o lema proposto pelos organizadores das 2ªs Jornadas Internacionais da Qualidade em Laboratórios de Análises Clínicas – 2ªs JIQLAC, a realizar no Centro de Congressos de Lisboa entre os dias 7 e 9 de Novembro de 2007. O evento pretende ser um fórum de discussão subordinado à divulgação e promoção do tema Qualidade em Laboratórios de Análises Clínicas.

Com a chancela da Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde, as 2ªs JIQLAC são um veículo para promover e gerar propostas e rever conceitos em redor da qualidade e racionalidade nos Laboratórios. O objectivo é contribuir para a valorização do sistema de saúde Português.

O Congresso aposta na abrangência dos profissionais, organismos e instituições associados à iniciativa oferecendo formação em várias áreas temáticas, e-leraning, processos da qualidade, novas tecnologias, guidelines e gestão. Para além disso, está também à disposição dos participantes uma área de exposição.

A Sessão de Abertura realiza-se no dia 7 de Novembro às 12h30, no Centro de Congressos de Lisboa. O programa científico pode ser consultado em pormenor no portal www.jiqlac.com, as inscrições são limitadas e serão feitas exclusivamente on-line.

Marta Bilro

Fonte: E-mail Farmacia-press, www.jiqlac.org, apengsaude.org.

Wyeth quer comercializar Tygacil e Viviant no Japão

A farmacêutica norte-americana Wyeth quer introduzir dois fármacos no mercado japonês. A empresa vai submeter uma candidatura ao governo nipónico para aprovar o Tygacil (Tigeciclina), indicado no tratamento de infecções complicadas da pele, tecidos moles e intra-abdominais, e o Viviant, um medicamento que previne a perda de densidade óssea na menopausa.

De acordo com Mark Larsen, director da Wyeth para a Ásia e Pacífico, a candidatura para novo fármaco deverá ser apresentada às autoridades japonesas ainda este ano.

Recentemente o laboratório submeteu, também no Japão, uma candidatura para a aprovação do Prevnar, vacina pneumocócica conjugada, utilizada para prevenir infecções provocadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, responsável por várias infecções, como é o caso da otite média aguda, pneumonia, bacteriemia e meningite bacteriana.

Estas tentativas de aprovação de fármacos por parte da Wyeth inserem-se nos planos do laboratório para aumentar as vendas no Japão para além dos 700 milhões de euros em 2010, quase o dobro do valor registado em 2006.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Saúde na Internet, Farmácia.com.pt.

Farmacoeconomia em conferência

Evento reúne em Lisboa 300 profissionais da área da gestão hospitalar

A eficiência dos hospitais e a optimização dos recursos de saúde são o ponto de partida para a III Conferência Nacional de Farmacoeconomia a decorrer esta sexta-feira no Auditório Cardeal Medeiros da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Promovida pela Novartis Oncology e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, o evento pretende fomentar uma discussão alargada sobre a eficiência, a optimização e a gestão de recursos entre os vários especialistas presentes.

Num cenário de redução de despesas públicas e face ao surgimento de casos em que os Hospitais necessitam de abandonar terapêuticas que beneficiam a saúde dos doentes, “vale a pena fazer uma reflexão sobre a eficiência dos hospitais e sobre a optimização dos recursos da saúde”, refere uma nota enviada ao Farmacia.com.pt.

Subordinada ao tema Avaliar, Gerir, Investir – Eficiência: Optimização dos Recursos da Saúde, a conferência vai reunir mais de três centenas de gestores hospitalares, administradores, directores clínicos, directores de serviço, directores de farmácia e gestores de saúde.

Estão previstos vários painéis de discussão que abordarão temáticas como os “Ganhos de eficiência no sector da saúde”; “Quando e como ser eficiente no sector da saúde”; “Política de medicamentos: investir na eficiência”; ou a “Eficiência na gestão dos recursos hospitalares”.

A conferência termina com um debate sobre “Farmacoeconomia e decisões eficientes”, moderado por Rui Pedro Baptista e com a participação do Dr. Rui Crujeira, coordenador do Programa do Medicamento Hospitalar do Ministério da Saúde. A sessão de abertura, marcada paras as 9h20, conta com a presença do Ministro da Saúde, Correia de Campos, e do Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Manuel Delgado.

Marta Bilro

Fonte: e-mail Farmacia-press.

AstraZeneca quer acelerar desenvolvimento de fármacos no Japão

Farmacêutica estabeleceu acordo com a Universidade de Keio

A farmacêutica AstraZeneca assinou um acordo com a Escola de Medicina da Universidade de Keio, em Tóquio, no Japão. O objectivo é acelerar o desenvolvimento de medicamentos naquele país asiático.

A parceria, que envolve a realização de ensaios clínicos, pretende fazer com que os fármacos demorem menos tempo a estar disponíveis para os pacientes nipónicos. De acordo com o laboratório anglo-sueco, a parceria será também a base para estudos futuros envolvendo as duas partes.

A disparidade de tempo entre o processo de aprovação de fármacos na Europa e Estados Unidos da América e o Japão é, desde há muito, uma frustração comum entre várias farmacêuticas ocidentais. Esta iniciativa surge no sentido de combater esse atraso tornar mais céleres os ensaios clínicos em solo japonês.

A Universidade de Keio terá ainda oportunidade de realizar alguns ensaios clínicos de candidatos a fármacos desenvolvidos pela AstraZeneca, revelou a empresa.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Forbes.

FDA rejeita aprovação do Prexige

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) recusou a aprovação do Prexige (lumiracoxib) enquanto terapia para a osteoartrose. O medicamento produzido pela Novartis é comercializado na Europa e Canadá desde Novembro de 2006.

O laboratório suíço já garantiu que vai continuar o diálogo com a FDA e acredita que os ensaios clínicos demonstram que o Prexige apresenta menos efeitos secundários do que outros tratamentos.

A decisão surge cerca de um mês após as autoridades de saúde australianas terem ordenado a recolha do medicamento do mercado, depois de terem sido registadas duas mortes e dois transplantes de fígado que se suspeita terem sido provocados pela utilização do fármaco.

Numa declaração proferida no inicio deste mês, o director executivo da empresa, Daneil Vasella, referiu que o medicamento tinha poucas hipóteses de ser aprovado nos Estados Unidos da América precisamente devido à actuação dos reguladores australianos. A mesma dúvida era partilhada pelos analistas que, depois do sucedido, previam que a substância dificilmente chegaria ao mercado norte-americano.

As notificações relativas aos efeitos adversos graves, a nível hepático, provocados pela toma do fármaco levaram também a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) a aplicar novas restrições à prescrição do mesmo. Tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, na sequência destes acontecimentos, o Infarmed impôs a monitorização regular da função hepática nos doentes que estejam a tomar o medicamento, que não deve ser usado em pacientes com hepatopatia actual, nem em pessoas que devido a antecedentes, possam estar em risco.

O Prexige insere-se na mesma categoria de fármacos do Vioxx, da Merck, retirado do mercado em 2004, quando um estudo interno demonstrou que após 18 meses de tratamento, a toma do medicamento aumentava o risco de acidentes cardiovasculares. De acordo com dados da Novartis, as vendas do fármaco atingiram os 36,7 milhões de euros durante os primeiros seis meses de 2007.

Marta Bilro

Fonte: Business Week, Swissinfo, Bloomberg, Farmacia.com.pt.

Merck doa 3 milhões de doses da vacina contra o cancro do colo do útero

Iniciativa vai permitir inocular 1 milhão de mulheres nos países pobres

A farmacêutica Merck prepara-se para doar 3 milhões de doses de Gardasil, vacina contra o vírus do Papiloma Humano (HPV), que permitirão vacinar um milhão de mulheres nos países mais pobres do globo. A iniciativa insere-se numa campanha desenvolvida pela empresa que consiste em disponibilizar novas vacinas aos países menos desenvolvidos.

De acordo com o laboratório norte-americano, os medicamentos deverão ser distribuídos durante os próximos cinco anos. O Gardasil, vacina contra o cancro do colo do útero, protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV e é administrada em três doses.

Os tipos 16 e 18 do vírus representam cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero, o segundo tipo de cancro mais comum que afecta as mulheres, apenas precedido pelo cancro da mama. Anualmente surgem perto de 500 mil novos casos de HPV, entre os quais 250 mil acabam por ser fatais. A maioria destas mortes ocorre nas nações mais pobres, nas quais as mulheres raramente são submetidas a exames para detectar precocemente o cancro cervical, altura em que apresenta mais hipóteses de cura.

A Merck deverá criar uma parceria com uma organização não governamental para planear os programas de distribuição da vacina nos países posteriormente seleccionados. “A nossa empresa está empenhada em tornar o Gardasil disponível aos que precisam”, afirmou a directora do departamento de vacinas e doenças infecciosas da Merck.

Esta não é a primeira acção do género levada a cabo pela farmacêutica. Conforme foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, a Merck realizou, em Julho, uma acção de prevenção contra o vírus do Papiloma Humano (HPV) através da doação de vacinas a uma tribo indígena da região de São José do Xingu, no Brasil. O projecto incluiu a disponibilização de 75 doses da vacina contra o cancro do colo uterino, administradas por uma equipa de profissionais às populações carenciadas da região.

Marta Bilro

Fonte: Associated Press, Philadelphia Business Journal, Farmacia.com.pt.

Farmácias começam 2ª-feira a vender 1,6 milhões de vacinas contra a gripe

Na próxima segunda-feira, dia 1 de Outubro, estarão à venda nas farmácias portuguesas, mais de 1,6 milhões vacinas contra a gripe, o suficiente para assegurar a cobertura de 15 por cento da população, anunciou hoje à Lusa fonte oficial.

O objectivo da Direcção-Geral de Saúde (DGS) passa pela vacinação de pelo menos 60 por cento dos portugueses acima dos 65 anos. "A idade já é um factor de risco e também é nesta faixa etária que as pessoas têm geralmente mais patologias", explicou à agência Lusa a sub-directora-geral de Saúde Graça Freitas.

De acordo com um documento do Observatório Nacional de Saúde, do Instituto Ricardo Jorge, no ano passado registou-se um aumento significativo da taxa de vacinação no grupo com mais de 65 anos, atingindo mais de 50 por cento desta população. Este ano, as autoridades pretendem conceder especial atenção aos idosos internados em lares, esperando mesmo vacinar toda a população aí residente.

De forma a cumprir este objectivo, foi já lançada uma campanha junto dos médicos e delegados de saúde de cada concelho, alertando que os idosos em instituições devem ser todos vacinados.

Muitas empresas optam por disponibilizar a vacina aos seus funcionários, como forma de combater o absentismo por causa da gripe, atitude que é questionada pela sub-directora-geral de Saúde. "Não recomendamos a vacina a grupos de pessoas saudáveis com menos de 65 anos. Do ponto de vista de saúde pública não é recomendável fazê-lo e, aliás, não está avaliado o impacto que a administração da vacina tem no absentismo laboral. É uma questão de sensibilidade e de consciência cívica de cada um", comentou.

No que respeita às crianças, a responsável apenas recomenda a vacinação quando se estiver perante casos de doenças crónicas, como asma ou problemas cardíacos, ainda que a vacina possa ser administrada a partir dos seis meses.

Apesar de começarem a ser comercializadas já a partir de segunda-feira, as vacinas estarão à venda durante todo o Outono e a sua administração pode ocorrer a qualquer momento. Como tal, Graça Freitas avisa que as pessoas não devem todas acorrer às farmácias logo no primeiro dia de vendas.

"Vão calmamente ao médico e aos serviços. A receita para a vacina tem até uma validade alargada", aconselhou.

Para evitar constrangimentos no funcionamento dos serviços, o secretário de Estado da Saúde emitiu um despacho que alarga o prazo de validade das receitas médicas, de forma a permitir a prescrição antecipada da vacina. Segundo o despacho, “as receitas médicas nas quais sejam prescritas exclusivamente vacinas contra a gripe para a época gripal 2007/2008, prescritas a partir de 01 de Setembro, são válidas até 31 de Dezembro do corrente ano”.

Este ano, as várias entidades envolvidas criaram um grupo de trabalho para acompanhar a evolução da vacinação contra a gripe, na época 2007-2008, estabeleceram o compromisso de colocar a vacina à venda em todos os locais, apenas a partir do dia 01 de Outubro.

Em Portugal são comercializadas sete marcas de vacinas contra a gripe sazonal, que em média, afecta anualmente entre 10 a 15 por cento da população nacional. A vacina deverá ser administrada em Outubro e Novembro, podendo ser aplicada durante todo o período do Outono e Inverno.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

85 por cento das mulheres portuguesas utiliza métodos contraceptivos


Aproximadamente 85 por cento das mulheres portuguesas, em idade fértil e sexualmente activas, utiliza métodos contraceptivos, segundo os dados mais recentes do Inquérito Nacional de Saúde, conduzido pelo Observatório Nacional de Saúde (ONSA).

Carlos Dias, do ONSA, declarou à Lusa que, em Portugal, 85 por cento das mais de 41 mil mulheres entrevistadas, entre Fevereiro de 2005 e Fevereiro de 2006, afirmou utilizar métodos contraceptivos, enquanto que 15 por cento reconheceu não utilizar qualquer método de contracepção. Os dados demonstraram que as mulheres entre os 25 e os 34 anos são as que mais recorrem aos contraceptivos, enquanto que a faixa etária dos 15 aos 19 anos é a que apresenta índices de utilização mais baixos.

O responsável do ONSA acrescentou ainda que os valores mais baixos de utilização de contraceptivos verificam-se no Alentejo, sendo que somente 81,4 por cento das mulheres recorre à utilização de contraceptivos. Contrariamente, na zona Centro do país a percentagem de mulheres que utiliza métodos de contracepção é mais elevada, chegando aos 87 por cento.

O director executivo da Associação de Planeamento para a Família (APF), Duarte Vilar, sublinhou que as mulheres portuguesas recorrem a métodos actuais, ocupando a pílula “uma posição muito forte e central”. Contudo, apesar destes resultados positivos, o director da APF ressalta o facto de ainda haver muitas mulheres, que apesar de não quererem engravidar, não utilizam nenhum método contraceptivo, sendo necessário analisar "perspectivas de intervenção dirigidas a grupos específicos de mulheres".

Duarte Vilar lembrou ainda que, embora a pílula comparticipada seja relativamente acessível nas farmácias, existem muitas pessoas cujo rendimento não permite sustentar este tipo de gastos, tendo ainda alertado para os casos em que os stocks de contraceptivos esgotam nos centros de saúde, onde são disponibilizados gratuitamente.

Estes resultados foram apresentados ontem (dia 26 de Setembro), num colóquio que marca o lançamento nacional do primeiro Dia Mundial da Contracepção, que a partir de agora passará a ser assinalado neste dia.


Isabel Marques

Fontes: Diário Digital, RTP Online, RUM Online

Fármaco experimental para o cancro do rim apresenta resultados promissores

O fármaco oncológico experimental axitinib, da Pfizer, demonstrou resultados positivos, nas fases intermédias de um ensaio clínico, na redução de tumores do rim em estado avançado, em casos em que o tratamento anterior falhou.

O fármaco reduziu os tumores em mais de metade dos pacientes (51%), que não tinham beneficiado com o tratamento habitual, tendo a redução sido considerada significativa em 23 por cento dos casos. O estudo revelou ainda que o axitinib retardou a progressão da doença por um período de 7,7 meses, e o tumor manteve-se estável em 37 por cento dos pacientes, afirmaram os investigadores na Conferência Europeia do Cancro, em Barcelona.

Neste estudo, os cientistas seguiram 62 pacientes, cujo cancro de rim se estava a espalhar, e que não tinham reagido aos tratamentos anteriores, incluindo o Sutent (sunitinib) e o Nexavar (sorafenib), da concorrente Bayer AG.

Segundo o principal investigador do estudo, Brian Rini, do Taussig Cancer Institute em Cleveland, nos Estados Unidos, este fármaco é realmente potente, e o facto de ter tido alguma acção nestes pacientes, nos quais outros tratamentos falharam, é realmente impressionante.

A Pfizer irá apostar uma grande quantia no desenvolvimento do axitinib, composto que se encontra na Fase II, uma vez que os resultados demonstraram que o fármaco é muito promissor, não só em termos clínicos, como também para o futuro financeiro da companhia.

O axitinib é um químico semelhante ao Sutent, que impede que as células cancerígenas se dividam e que cessa o fornecimento de sangue para o tumor. O fármaco também está a ser testado para os cancros avançados do pâncreas, tiróide, pulmão e mama.

A Pfizer revelou, no mês passado, que irá despender cerca de 20 por cento do orçamento destinado à investigação em terapias para o cancro. A companhia tem 20 novos tratamentos para o cancro em desenvolvimento,como parte da estratégia para substituir os lucros perdidos à medida que as patentes expiram. O Sutent, aprovado no ano passado, nos Estados Unidos, para tratar o cancro do rim e um tipo de cancro do estômago, atingiu vendas de 146 milhões de dólares no segundo trimestre.

A Sociedade Americana do Cancro estima que este ano irá haver cerca de 51 190 novos casos de cancro do rim nos Estados Unidos, e cerca de 12 890 pessoas irão morrer devido a esta doença.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, www.eurekalert.org