segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Para que serve afinal o apêndice?

Se há órgão que sempre intrigou a comunidade médica e cientifica, nomeadamente acerca da sua função no corpo humano, esse órgão é o apêndice. No entanto, depois de décadas de interrogações, surge agora uma nova teoria, avançada por uma equipa de imunologistas norte-americanos, que indica que o apêndice é um órgão que funciona como uma espécie de armazém de boas bactérias que ajudam a proteger o sistema digestivo.

A teoria é avançada no Journal of Theoretical Biology e defende que este órgão, situado na primeira porção do intestino grosso, liberta no sistema digestivo uma dose de bactérias benéficas, sempre que se registe uma infecção ou morte da flora intestinal, que eliminam os agentes infecciosos.

Deste modo, a função do apêndice parece estar relacionada com a população de bactérias que habita e ajuda o sistema digestivo, como refere Bill Parker, co-autor do estudo e professor da Universidade de Duke, "o apêndice age como uma casa segura para esses microorganismos”.

Contudo, para os investigadores, a função deste órgão deixou de ser vital e actualmente é apenas uma herança dos tempos em que o Homem não tinha um sistema imunitário tão desenvolvido nem dispunha das condições de higiene actualmente existentes, pelo que hoje é um órgão mais incómodo que necessário.

Segundo Parker, "se a flora intestinal de uma pessoa morre, ela pode ser repovoada facilmente, adquirindo germes de outras pessoas". "Mas em tempos passados, quando epidemias de cólera eram frequentes e a população era menor, o apêndice tinha sua função", explica o investigador.

Apesar das dúvidas, o certo é que os apêndices inflamados causam, todos os anos, entre 300 a 400 mortes, nos EUA e em 2005, foram internados com apendicite 321 mil americanos.

O apêndice mede cerca de 10 centímetros e localiza-se na região inferior do abdómen. No interior deste órgão encontra-se um canal que faz a ligação ao intestino grosso e onde existem fezes semilíquidas. Quando estas fezes endurecem a passagem fica bloqueada e desencadeia-se a apendicite.

A apendicite pode ser restrita ao órgão inflamado ou provocar a sua ruptura. Quando isso acontece as defesas do organismo costumam bloquear a infecção em torno do apêndice originando um abcesso.

Quando o organismo não bloqueia a infecção, o conteúdo da mesma espalha-se pelo abdómen, provocando um quadro grave de peritonite aguda. Nesta última circunstância haverá dor difusa intensa, febre alta e um quadro tóxico grave, que exige a intervenção cirúrgica imediata.

Inês de Matos

Fontes: Sol, CNN, ABC da Saúde

Fármaco experimental eleva bom colesterol, sem aumentar pressão sanguínea

O fármaco para o colesterol ainda em desenvolvimento, anacetrapib (MK-0859), da Merck, apresentou resultados positivos ao elevar consideravelmente os níveis de bom colesterol, tendo demonstrado ser seguro e efectivo, não aumentando a pressão sanguínea.

Os dados da Fase IIb do estudo do anacetrapib, inibidor da proteína transportadora de ésteres de colesterol (CETP), demonstraram que o fármaco experimental aumentou os níveis de lipoproteínas de alta densidade, ou HDL-colesterol, o chamado "bom colesterol", em pacientes com dislipidemia, em cerca de 139 por cento, e não aumentou a pressão sanguínea, em comparação com placebo. Os dados foram apresentados na reunião da "Drugs Affecting Lipid Metabolism", em Nova Iorque.

No estudo, 589 pacientes com dislipidemia receberam aleatoriamente placebo ou uma de quatro doses de anacetrapib sozinho ou em combinação com o Lipitor, da Pfizer. Após oito semanas, os pacientes que receberam anacetrapib em monoterapia registaram um aumento de HDL-colesterol entre 44 e 139 por cento, em comparação com o aumento de 4 por cento apresentado pelo grupo de controlo. Os resultados demonstraram ainda que os pacientes que receberam anacetrapib em monoterapia experimentaram uma diminuição do LDL-colesterol, ou mau colesterol, entre 16 a 40 por cento, em comparação com os 2 por cento do grupo que receberam placebo.

Níveis mais elevados de bom colesterol reduzem até 40 por cento o risco de ataques cardíacos e morte devido a doença coronária, segundo um estudo publicado no mês passado na “New England Journal of Medicine”.

Este fármaco pertence à mesma classe do Torcetrapib, fármaco da Pfizer, que esteve ligado a um aumento da pressão sanguínea, tendo sido considerado, há um ano, responsável por um aumento das taxas de mortalidade. O Torcetrapib, que deixou de ser desenvolvido em Dezembro de 2006, prometia ser o medicamento mais vendido na história, e substituto do blockbuster Lipitor/Zarator, o fármaco da família das estatinas.

Analistas afirmaram que um fármaco que eleva os níveis de HDL pode tornar-se o medicamento com melhores vendas no mundo, com mais de 15 mil milhões de dólares de lucros. Qualquer companhia, que prove que o seu fármaco para aumentar o bom colesterol é seguro e efectivo na redução do risco de ataques cardíacos, tem o potencial para dominar o mercado do colesterol dos Estados Unidos no valor de 21 mil milhões de dólares por ano. A maioria dos pacientes que toma fármacos para reduzir o colesterol iria provavelmente aderir a um medicamento que eleva o bom colesterol, caso este esteja disponível.

O Lipitor/Zarator da Pfizer é actualmente o líder no mercado do colesterol com vendas na ordem dos 12,9 mil milhões de dólares. Contudo, o Lipitor irá enfrentar a concorrência dos genéricos a partir de 2010, quando expirar a patente, mas já tem vindo a perder vendas para os genéricos de fármacos concorrentes para o colesterol.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, www.networkmedica.com

Crioestaminal apoia criação do «Biotec-Zone.net»

Primeiro portal de biotecnologia português já está disponível

A Crioestaminal, grupo laboratorial português na área da biotecnologia, apoiou a criação do «Biotec-Zone.net», o primeiro portal de internet português de biotecnologia. Conforme explicou Luís Gomes, administrador da empresa, o objectivo é promover o conhecimento científico naquela área.

Depois de ter sido contactada por estudantes da Escola Superior Agrária de Viana do Castelo, responsáveis pelo desenvolvimento do portal, a Crioestaminal decidiu apoiar a ideia de um site para congregar a informação na área da biotecnologia em Portugal, um projecto que classificou como “muito interessante”, afirmou Luís Gomes em declarações à agência Lusa.

Tal como já tinha sido noticiado pelo Farmacia.com.pt, o «Biotec-Zone.net» foi lançado no dia 3 de Outubro e pretende ser um espaço para a promoção de trabalhos científicos, conhecimento tecnológico, iniciativas e actividade empresarial na área da biotecnologia em Portugal, sendo que, está ainda “a dar os primeiros passos”, notou o administrador da Crioestaminal.

Para além de prestar apoio financeiro, a Crioestaminal proporciona, através do portal, visitas de estudantes de biotecnologia aos seus laboratórios, situados no Bicant Park, em Cantanhede.

Criada em Junho de 2003, a Crioestaminal emprega 30 pessoas, 90 por cento das quais ligadas à área de biotecnologia. Dois dos funcionários da empresa estão ligados à coordenação de projectos que estão a ser desenvolvidos em colaboração com o Instituto de Medicina Molecular, da Universidade de Lisboa, com o Centro de Neurociências de Coimbra, ligado à Universidade de Coimbra, e com o Instituto Superior Técnico (IST), revelou Luís Gomes.

Segundo o mesmo responsável, em 2006 a Crioestaminal facturou 3 milhões de euros e espera um aumento de 50 por cento do volume de negócios em 2007, para cerca de 4,5 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Aprovações de novos fármacos estão em quebra nos EUA

O número de novos fármacos aprovados nos Estados Unidos da América tem vindo a diminuir e há já quem associe esta quebra à gestão da administração Bush. Durante os primeiros 81 meses da governação de George W. Bush a média de medicamentos aprovados foi significativamente inferior à registada no mesmo período em que Bill Clinton ocupou o governo norte-americano, refere Jim Kumpel, analista da Friedman Billings Ramsey.

No mandato de Bush a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) aprovou, em média, 80,7 candidaturas a novos fármacos e 20,6 novas entidades moleculares por ano. Na era de Clinton, a média anual para as aprovações de novos medicamentos situava-se nos 92,1 e nos 32,4para novas entidades moleculares.

Para o ano que corre também não se prevê grande evolução. De acordo com Kumpel, a FDA aprovou, até Setembro, apenas 51 novos fármacos, menos 25 por cento do que os 68 aprovados no mesmo período de 2006 e menos 13 por cento face aos 59 aprovados ao longo de uma média de 10 anos. Para além disso, salienta o especialista, as 10 aprovações de novas entidades moleculares concedidas até ao mês de Setembro representam uma quebra anual de 17 por cento e o número mais baixo dos últimos 10 anos, a par de 2005. (Ver gráfico abaixo)

“O abrandamento dramático nas novas aprovações de fármacos pode ser ampliado pela recente autorização da lei da taxa de utilização de medicamentos prescritos (PDUFA), que deve promover padrões de segurança. As empresas que dependem de novas aprovações de fármacos – quer sejam grandes produtores farmacêuticos, organizações de venda a contrato, ou consultores de novos lançamentos de medicamentos – estão claramente a ressentir os prejuízos”, refere Kumpel.


Marta Bilro

Fonte: Pharmalot.

Shire Pharmaceuticals vende portfólio de fármacos à Almirall

A empresa britânica Shire Pharmaceuticals anunciou a venda de um conjunto de medicamentos à farmacêutica espanhola Almirall por 151 milhões de euros, entre eles estão o Solaraze (Diclofenac), indicado no tratamento das queratoses actínicas, e o Vaniqa (Efluornitina), utilizado no tratamento do hirsutismo facial na mulher

De acordo com a Shire, a venda de alguns dos fármacos do seu portfólio vai permitir-lhe expandir o seu alcance a nível internacional. A farmacêutica pretende agora concentrar-se em tratamentos direccionados para as perturbações por défice de atenção, doenças gastrointestinais e terapias genéticas humanas.

“A nossa ênfase nos mercados internacionais reside no desenvolvimento de posições competitivas para os nossos produtos globais que preencham as necessidades de médicos especializados e dos seus doentes”, salientou o director executivo da empresa, Matthew Emmens.

A Shire, terceiro maior laboratório do Reino Unido, é uma das principais farmacêuticas especializadas do país, com operações em toda a Europa, nos Estados Unidos da América e no Canadá.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, BBC News.

FDA autoriza Teva a produzir Valaciclovir genérico

A Teva Pharmaceutical Industries recebeu aprovação provisória da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para produzir uma versão genérica do Valtrex (Valaciclovir), um medicamento da GlaxoSmithKline utilizado no tratamento do herpes.

De acordo com a farmacêutica israelita a aprovação final deverá ser concedida em Dezembro de 2009, altura em que expira, nos Estados Unidos da América (EUA), a patente do fármaco detida pela GlaxoSmithKline.

A Teva não é a única empresa interessada na produção de Valaciclovir genérico. O laboratório indiano Ranbaxy tem planos para introduzir no mercado um genérico do Valtrex em finais de 2009 e a Mylan recebeu também uma aprovação provisória da FDA para comercializar um genérico desta substância.

De acordo com a Teva, as vendas anuais do medicamento nos EUA renderam, em 2006, mais de 1,06 mil milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Business Week, Farmacia.com.pt.

Andrew Witty é o novo director executivo da GlaxoSmithKline

A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline nomeou Andrew Witty para o cargo de director executivo. O actual presidente das operações farmacêuticas da GSK na Europa sucede a Jean-Pierre Garnier que vai retirar-se em Maio de 2008.

De acordo com a empresa, Witty foi eleito após um rigoroso processo de selecção. “O facto de termos conseguido seleccionar um sucessor para o JP entre três fortes candidatos internos é uma prova da qualidade de gestão da GSK”, afirmou Christopher Gent, presidente do maior laboratório farmacêutico europeu.

Na GlaxoSmithKline deste 1985, Andrew Witty ocupou o cargo de vice-presidente para a Ásia e Pacífico. Posteriormente, no Reino Unido, foi director do departamento de farmácia e distribuição e gestor do sector de produto internacional entre várias outras posições na área das vendas e marketing. Em Janeiro de 2003 assumiu a presidência da unidade de fármacos da GSK na Europa, que só deverá abandonar para se tornar o mais jovem director executivo da GlaxoSmithKline, aos 43 anos de idade.

Marta Bilro

Fonte: RTT News, Hemscott, Bloomberg, AFP.