terça-feira, 10 de março de 2009

Combinação de tramadol e paracetamol eficaz para a dor moderada

Especialistas de diversas sociedades científicas estão em consenso relativamente à utilidade terapêutica da combinação em doses fixas de dois analgésicos, o tramadol e o paracetamol, sendo que o tratamento se revela eficaz para a dor moderada, reduzindo ainda a incidência de reacções adversas.

Contudo, em muitos casos esta combinação de fármacos não é utilizada suficientemente. O Professor Juan Tamargo, catedrático de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Complutense de Madrid, referiu que se fosse administrada uma combinação destes fármacos, desde o início, se poderia reduzir a dor e tudo o que esta acarreta, sobretudo tendo em conta que se trata de uma combinação farmacológica muito útil e recomendada pelos guias clínicos internacionais.

De acordo com o Professor Tamargo, a publicação deste consenso deve-se à necessidade de planear a utilidade da combinação de tramadol e paracetamol no tratamento da dor moderada, principalmente, porque a dor moderada é muito frequente na sociedade actual.

A vantagem que a combinação de tramadol e paracetamol apresenta é o facto de se tratar de compostos com mecanismos de acção complementares, que permitem atacar a dor por múltiplas vias, demonstram mais eficácia e reduzem a dose de cada fármaco (325 mg de paracetamol e 37,5 mg de tramadol), conseguindo ainda uma menor incidência de efeitos adversos, que não serão mais graves do que aqueles que possam ser provocados por cada fármaco isoladamente.

A todas estas vantagens pode-se acrescentar que as combinações em doses fixas têm uma vantagem adicional, isto é, a redução do número de fármacos que, juntamente com uma melhor tolerabilidade, permite aumentar a percentagem de pacientes que seque o tratamento prescrito.

Para alcançar estes objectivos é necessário associar fármacos que apresentem mecanismos complementares e cujas propriedades farmacológicas e terapêuticas tenham sido amplamente avaliadas em ensaios clínicos controlados.

Neste caso, graças a um estudo de associação medicamentosa, determinou-se uma sinergia de potenciação, ou seja, que a administração destes dois fármacos, em conjunto e no mesmo momento, resulta num maior grau de diminuição da dor do que a simples soma dos efeitos analgésicos de cada um dos fármacos em separado.

Isabel Marques

Fontes:
http://espana.pmfarma.com/noticias/noti.asp?ref=9894

Estudo: Insónia é frequentemente um problema crónico e persistente

Resultados de um estudo de longo prazo indicam que, ao contrário do que se pensa, a insónia é frequentemente um problema crónico e não desaparece necessariamente por si só, sendo isto especialmente verdade para as pessoas cuja insónia é grave desde o início.

O Dr. Charles M. Morin, Director do Centro de Investigação do Sono, da Universidade de Laval, na cidade do Quebec, revelou à Reuters Health que, embora as pessoas que sofrem de insónias em algumas noites não precisem de se preocupar com isso, quando o problema persiste durante algum tempo (durante mais de um mês) não devem desvalorizar e devem procurar tratamento, porque o problema pode não desaparecer sozinho.

Durante três anos, o Dr. Morin e colegas estudaram a história natural da insónia em 388 pessoas com graus variados de insónia no início do estudo.

Os investigadores relataram na “Archives of Internal Medicine” que, embora o curso da insónia possa flutuar com o tempo, com períodos de remissão e recaída, o curso mais comum foi a insónia persistente.

Os investigadores revelaram que cerca de metade da amostra (46%) relatou insónia persistente em todos os pontos, durante o estudo de três anos, e 74 por cento relatou insónia persistente durante, pelo menos, um ano.

A insónia crónica não tratada tem sido associada a custos mais elevados dos cuidados de saúde, perda de dias de trabalho, incapacidade, assim como pressão sanguínea elevada, depressão e abuso de drogas e álcool. Com esta doença, existe também um risco acrescido de utilização crónica de medicamentos para dormir, ou hipnóticos.

O Dr. Morin referiu ainda que, mesmo assim, a maioria das pessoas que sofre de insónias nunca fala deste problemas com o médico. O investigador acrescentou que isto é um erro, pois estas pessoas devem falar com o médico sobre o problema e os médicos não devem ignorar as queixas relativamente às insónias, mesmo que não seja a principal queixa, nem assumir que o problema se irá resolver com o tempo.

O investigador também enfatizou que o tratamento da insónia não tem necessariamente de envolver medicamentos, podendo simplesmente requerer recomendações comportamentais sobre horários de dormir e uma melhor higiene de sono.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/09/eline/links/20090309elin005.html

Combinação de antibióticos eficaz no combate à tuberculose resistente

A combinação de dois antibióticos bloqueia o crescimento de 13 estirpes de tuberculose extremamente resistentes aos medicamentos, revela um estudo norte-americano. A descoberta pode abrir caminho à simplificação do tratamento contra todas as estirpes de tuberculose.

A bactéria causadora da tuberculose,“Mycobacterium tuberculosis”, contém enzimas que neutralizam a acção dos antibióticos, provocando a resistência aos fármacos. Contudo, avança a Reuters AlertNet, investigadores da Albert Einstein College of Medicine, em Nova Iorque, nos EUA, constataram que existem antibióticos, denominados beta-lactâmicos, que são capazes de bloquear estas enzimas.

De acordo com o estudo publicado na revista Science, a equipa verificou que, ao utilizar o ácido clavulânico para neutralizar a acção das enzimas, combinado com o meropenem, foi possível combater as estirpes mais resistentes.

Raquel Garcez

Fonte: http://www.alertnet.org/thenews/newsdesk/scidev/123636381513.htm

Infarmed vai multar farmacêuticos que alterem prescrições

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) anunciou que vai passar a multar os farmacêuticos que alterarem as receitas. Segundo alertou a entidade, a infracção da lei estará ainda sujeita a uma participação na Ordem dos Farmacêuticos.

Alterar o receituário dará origem a uma multa que pode ir dos 5 aos 50 mil euros, revela o Infarmed em comunicado citado pelo semanário Sol.

A nota surge como reacção às medidas defendidas pelo presidente da ANF, João Cordeiro, no âmbito da campanha eleitoral para um novo mandato à frente desta organização.

Alegando que o “compromisso para saúde” não foi cumprido pelo Governo no que diz respeit à prescrição de medicamentos apenas pela designação comum internacional (DCI) - sem indicar o nome comercial do medicamento – o presidente da ANF advoga que “a partir de 1 de Abril os doentes deveriam ser informados o genérico mais barato, fosse qual fosse a prescrição do médico”.

O certo é que, esta alteração faria com que os farmacêuticos tivessem o poder de indicar aos doentes qual o medicamento que estes deveriam comprar. Medida esta que, posta em prática, implica a violação da lei, porém, a lista de João Cordeiro garante o “apoio operacional, jurídico e económico”, assegurando o pagamento às farmácias.

O possível cenário de infracção da lei também gerou a reprovação do bastonário da Ordem dos Médicos. Pedro Nunes avisa que a concretizar-se essa situação, a OM vai fazer queixa à comissão europeia por violação da lei de concorrência: “a ANF e os seus associados têm uma posição dominante no nosso mercado e ameaçam vender apenas alguns medicamentos. Isto contraria, claramente, os princípios comunitários da concorrência”.

Raquel Garcez

Fonte: Sol

Vitamina C pode diminuir risco de Gota nos homens

Uma nova investigação sugere que a utilização de suplementos de vitamina C pode ajudar a reduzir o risco de Gota nos homens.

Um relatório publicado na “Archives of Internal Medicine” indica que a ingestão de, pelo menos, 1 500 miligramas de vitamina C por dia reduz em 45 por cento a probabilidade de desenvolver Gota, em comparação com uma ingestão abaixo dos 250 miligramas por dia.

Investigações anteriores demonstraram uma associação inversa entre a vitamina C e os níveis de ácido úrico no sangue, mas era incerto se as concentrações mais elevadas reduziam o risco de Gota, segundo o autor principal, o Dr. Hyon K. Choi, da Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá.

As recentes descobertas são provenientes de um estudo que envolveu 46 994 homens que foram seguidos entre 1986 e 2006. Nenhum dos participantes tinha historial de Gota quando o estudo começou. A ingestão de vitamina C foi avaliada através de questionários a cada quatro anos e a existência de Gota foi determinada utilizando os critérios do Colégio Americanos de Reumatologia.

Os investigadores revelaram que, durante o seguimento, 1 317 homens desenvolveram Gota e, como suspeitavam, quando os níveis de vitamina C aumentaram, o risco de Gota diminuía. Para cada aumento de 500 miligramas na ingestão diária de vitamina C, o risco de Gota caiu 17 por cento.

Os resultados indicam que os níveis elevados de vitamina C estão fortemente associados a um risco mais reduzido de Gota e que o aumento da ingestão desta vitamina pode prevenir o desenvolvimento de Gota.

Os investigadores acrescentaram que é necessária mais investigação para determinar como estas descobertas se aplicam às mulheres e para investigar possíveis interacções com as hormonas femininas.

A Gota é um distúrbio do metabolismo do ácido úrico através do qual este se deposita em vários tecidos do organismo, tais como articulações e tendões, na forma de cristais de urato de sódio, provocando inflamação.

Mais de 90 por cento dos pacientes que desenvolvem Gota primária são homens. Com maior incidência entre os 40 e os 50 anos de idade, principalmente em obesos com vida sedentária e em consumidores de bebidas alcoólicas e bebidas gasosas, como a cerveja. As mulheres raramente desenvolvem Gota antes da menopausa e geralmente têm mais de 60 anos de idade quando a desenvolvem. A manifestação da Gota é muito rara em crianças e em mulheres com menos de 30 anos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/09/eline/links/20090309elin023.html
www.msd.pt/content/patients/sua_saude/reumaticas/gota/gota1.html

Dieta alimentar pode fazer parte do tratamento da esquizofrenia

Um investigador canadiano sugere que algumas pessoas com esquizofrenia podem ser ajudadas através da análise da bioquímica individual, deficiência de nutrientes, dieta e alergias.

O Dr. Abram Hoffer, um psiquiatra de Toronto, referiu que alguns estudos demonstraram que a predisposição para a esquizofrenia é herdada e, embora pouco se possa fazer em relação aos factores genéticos que podem levar ao início da esquizofrenia, as modificações nutricionais podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e a retardar a progressão da doença.

O investigador referiu que muitas pessoas que sofrem de esquizofrenia têm níveis baixos de açúcar no sangue, isto é, hipoglicemia, e alergias. As alergias alimentares mais comuns encontradas nas pessoas com esquizofrenia são aos açúcares, produtos lácteos e trigo.

O Dr. Hoffer revelou ainda que acredita que o tratamento ortomolecular, que significa as moléculas exactas na quantidade certa, é efectivo em 80 por cento ou mais dos pacientes com esquizofrenia e que este é o melhor tratamento desenvolvido até agora.

Para corrigir as moléculas do corpo é necessário oferecer ao corpo as peças com as quais ele próprio é feito. A medicina ortomolecular caracteriza-se por administrar, como terapêutica, vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos gordos essenciais, enzimas, pré e próbióticos e hormonas.

O Dr. Jonathan Prousky, médico naturopata e conselheiro de saúde ortomolecular, referiu que os especialistas em medicina ortomolecular utilizam planos de nutrição adaptados às necessidades de saúde dos indivíduos, de modo a garantir uma dieta que tem as quantidades apropriadas de vitaminas e nutrientes, necessários para prevenir o início da doença ou para tratar uma doença existente e desequilíbrios.

No tratamento da esquizofrenia, um especialista em medicina ortomolecular irá normalmente prescrever uma dieta especial juntamente com vitaminas e minerais, particularmente vitamina B3, de acordo com as necessidades individuais do paciente.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/09/Diet_may_be_part_of_schizophrenia_therapy/UPI-20841236625015/