sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Arimidex recomendado como alternativa custo-eficaz ao tamoxifeno

Os últimos dados publicados no “British Journal of Cancer” confirmam que o Arimidex (anastrozol) é um tratamento custo-eficaz para o cancro da mama inicial e revelam que o custo por Ano de Vida Ajustado pela Qualidade (AVAQ) com este inibidor da aromatase é menor que o indício utilizado pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE). Estas últimas descobertas, baseadas nas directrizes metodológicas mais recentes do NICE, corroboram ainda mais as recomendações iniciais do NICE e aumentam a crescente evidência de que o Arimidex oferece uma alternativa custo-eficaz ao tamoxifeno, no tratamento adjuvante nas mulheres na pós-menopausa com cancro da mama em fase inicial e hormono-dependente.

Um estudo recente estima que o custo anual do tratamento hormonal no Reino Unido seja de 64,6 milhões de libras. Contudo, somente o custo do fármaco não reflecte a carga financeira total que o cancro da mama representa para o sistema de saúde de um país. A recorrência da doença também tem um impacto negativo, aumentando significativamente o custo total do tratamento, mais concretamente no que diz respeito ao diagnóstico, consultas clínicas, cuidados de pacientes internados e em ambulatório, necessidade de cirurgia/quimioterapia/radioterapia adicionais, gestão dos efeitos adversos e seguimento.

O professor Robert Mansel, do serviço de Cirurgia do Hospital de Cardiff (Reino Unido), comentou que a recorrência é o factor mais significativo no aumento do custo total do tratamento do cancro da mama. Portanto, a redução da recorrência é o aspecto que teria maior influência no custo do cancro da mama. Este modelo demonstra que ao prescrever-se um tratamento mais eficaz, que reduz o risco de recorrência nas mulheres na pós-menopausa, em comparação com o tamoxifeno, pode-se reduzir potencialmente a carga económica global que o cancro da mama tem no sistema de saúde.

O tamoxifeno tem sido considerado como sendo uma opção terapêutica eficaz e barata para o cancro da mama em fase inicial e hormono-dependente em mulheres na pós-menopausa. Todavia, os resultados do estudo ATAC demonstraram que o Arimidex é superior ao tamoxifeno, no que se refere à redução do risco de recorrência e na melhoria da tolerabilidade, e têm levado a uma aproximação deste fármaco como tratamento padrão privilegiado.

Estes novos dados proporcionam um apoio económico adicional para a recomendação por parte da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, sigla em inglês) que manifesta que o tratamento adjuvante para mulheres na pós-menopausa com cancro da mama hormono-dependente deverá incluir um inibidor de aromatase, de modo a reduzir o risco de recorrência do cancro. Para além disso, as directrizes da ASCO reconhecem que os inibidores de aromatase não deverão ser utilizados de forma intercalada, favorecendo assim a utilização deste agente, que mais dados relevantes oferece individualmente a cada situação clínica.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma

7COMm virada para a Saúde

Nova empresa do grupo vai atender laboratórios farmacêuticos, hospitais, planos de saúde e empresas

Nasceu a 7COMm Health. É a mais recente empresa criada pelo grupo brasileiro 7COMm que visará o desenvolvimento de soluções específicas para atender a necessidades do sector da Saúde, nomeadamente, laboratórios farmacêuticos, hospitais, planos de saúde e empresas do ramo.

De acordo com um press-release a que o farmacia.com.pt teve acesso pelo MaxPress Net, o grupo 7COMm – que actua principalmente no sector financeiro há mais de 20 anos – “já atendia, através de uma área de negócios interna, diversas empresas do sector farmacêutico, tendo 47% de market share, do mercado de soluções de automação de força de vendas para laboratórios farmacêuticos.”

Contudo, segundo informa a mesma nota, o intuito de aumentar sua participação no mercado e garantir a satisfação dos clientes terá motivado o grupo a criar esta nova empresa autónoma e com direcção própria: “Este segmento é extremamente competitivo e possui características próprias e específicas. Visando atender às necessidades das empresas do sector, criamos a nova empresa”, esclareceu José Carlos Duarte, director de negócios da 7COMm Health.

O responsável destacou que “o CISfarma (solução para automação de força de vendas dos laboratórios farmacêuticos) é líder de mercado, sendo utilizado por 16 laboratórios. Agora, com a criação da 7COMm Health, teremos a possibilidade de aumentar ainda mais nossa participação no mercado, além de investirmos em pesquisa e desenvolvimento e acções de marketing específicas para o mercado de saúde.”

Raquel Pacheco
Fonte: Press-Release MaxPress Net

Cancro da próstata: Brócolos e couve-flor atenuam risco em 50%

Primeiro estudo sobre forma mais agressiva do tumor com resultados consistentes
Um estudo publicado no «Journal of the National Cancer Institute» sugere que se um homem comer regularmente brócolos e couve-flor poderá ver reduzido em cerca de 50% o risco de desenvolver a forma mais agressiva de cancro na próstata.

A incidência do cancro da próstata tem vindo a aumentar em todo o mundo ocidental. Em Portugal, corresponde a cerca de 12% dos óbitos por cancro, e surge como a segunda causa de mortalidade, por cancro, no sexo masculino, só ultrapassado em número de mortes pelo carcinoma do pulmão.

Embora a relação entre o consumo de verduras e a redução no risco de desenvolver cancro da próstata já tenha sido anunciada noutros estudos, nenhum, até ao momento, tinha alcançado resultados tão consistentes. A investigação em causa envolveu 1.300 voluntários diagnosticados com a doença que foram questionados sobre os seus hábitos alimentares.

De acordo com a BBC, a investigação - feita nos Estados Unidos e conduzida por cientistas do National Cancer Institute (EUA) e do Cancer Care de Ontário (Canadá) – permitiu concluir que estas duas verduras específicas (brócolos e couve-flor) “são as que oferecem maior protecção contra tumores agressivos na próstata.”

Segundo informa a mesma fonte, “os cientistas notaram uma ligação entre um maior consumo de verduras de coloração verde escura, nomeadamente os brócolos e a couve-flor (da família das crucíferas) com a diminuição do risco de desenvolver tumores agressivos na próstata.”

O estudo permitiu aos investigadores norte-americanos e canadianos apurarem que “uma porção semanal de couve-flor foi associada a uma redução de 52% no risco de desenvolver uma forma agressiva da doença; a mesma quantidade de brócolos levaria a uma redução de 45% nesse risco.”

Lembrando que o cancro agressivo da próstata está relacionado com os piores prognósticos por ser “biologicamente virulento” Victoria Kirsch, investigadora canadiana que liderou o estudo, apontou o consumo destes alimentos como uma possível prevenção primária de forma a reduzir o impacto da doença.

No entanto, Kirsch ressalvou que os homens que queiram prevenir o cancro “não devem apenas comer brócolos e couve-flor”, nem atribuir importância excessiva a um alimento específico, mas sim “ter um estilo de vida mais saudável de forma geral”, assim como, ter uma dieta equilibrada.

Novos tratamentos

Entretanto, como tem vindo a noticiar o farmacia.com.pt, uma nova técnica de tratamento do cancro da próstata está a revelar grandes benefícios nos casos precoces da doença e nos recorrentes, que geralmente se revelam dez anos após uma cirurgia radical. O HIFU (High Intensity Focused Ultrasound) é um tratamento menos invasivo e seguro e tem menos riscos de disfunção eréctil e incontinência.

A nova técnica consiste na utilização de ultrasons de elevada intensidade para eliminar os tecidos cancerígenos. O tratamento é menos lesivo do que a radioterapia ou do que a prostatectomia radical. Milhares de doentes vão poder beneficiar deste método em Portugal.

Também foi anunciado que a farmacêutica AstraZeneca vai iniciar a Fase III do desenvolvimento do novo agente oral ZD4054 em homens com cancro da próstata hormono-resistentes, antes do fim de 2007.

Raquel Pacheco

Fonte: BBCNews/Portal da Saúde/Infocancro.com

Barcelona recebe conferência europeia sobre prevenção da saúde mental

Para promover e alertar para os problemas da saúde mental, Barcelona recebe, entre os dias 13 e 15 de Setembro, a Conferência Europeia de Saúde Mental subordinada ao tema “Juntar Forças na Europa para a Prevenção e Promoção da Saúde Mental”. A organização está a cargo do Departamento de Saúde do Governo da Catalunha e da Rede Europeia para a Promoção da Saúde Mental e Prevenção dos Distúrbios Mentais.

Os organizadores do evento pretendem trabalhar sobre a promoção da saúde mental e a prevenção de transtornos mentais que constam da Declaração e Plano de Acção para a Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde (OMS), na Carta Verde em Saúde Mental da Comissão Europeia e na Estratégia para a Saúde Mental da União Europeia.

Ao longo da conferência serão apresentadas provas científicas que ajudem na definição de políticas e programas de saúde a nível regional, nacional e europeu, a comparação das políticas adoptadas pelos vários Estados-Membros nesta matéria e um debate sobre a melhor forma de implementação, financiamento e formação de colaboradores.

Assumindo-se como um espaço activo e participativo, estruturado em várias sessões de trabalho e painéis de discussão, o encontro pretende fomentar a partilha de experiências, dificuldades e oportunidades que se vivem na Europa face à implementação de iniciativas para prevenir os distúrbios mentais e promover a saúde mental.

O programa da conferência, que terá lugar no Winterthur Auditorium, em Barcelona, está disponível no portal da “European Network for Mental Health Promotion and Mental Disorder Prevention” (Rede Europeia para a Promoção da Saúde Mental e Prevenção dos Distúrbios Mentais).

Marta Bilro

Fontes: Ministério da Saúde, IMHPA.

Dados do Inquérito Nacional de Saúde divulgados hoje
Metade das mulheres não faz contracepção


Quase metade das mulheres portuguesas em idade fértil que vive no território de Portugal Continental confessa não recorrer ao uso de métodos contraceptivos, optando pela prática de relações sexuais desprotegidas. São dados constantes no 4º Inquérito Nacional de Saúde, divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e pelo Instituto Nacional de Estatística, que se reportam ao período entre 2005 e 2006 e referem ainda a hipertensão como razão principal para o consumo de medicamentos no nosso país.

De acordo com os resultados do estudo, a que o farmácia.com.pt teve acesso, e que pela primeira vez inclui também dados referentes às regiões autónomas da Madeira e dos Açores, a faixa etária em que menos são usados métodos para o controlo da natalidade é o grupo dos 15 aos 19 anos (80,2 por cento não usam qualquer método de prevenção da gravidez e das doenças venéreas), seguindo-se as mulheres com mais de 50 anos (78,2 por cento não usa). Entre os restantes grupos, as taxas de utilização de métodos contraceptivos são elevadas, oscilando entre os 56 por cento nas mulheres entre os 45 e os 49 anos, e os 74 por cento na faixa dos 35 aos 39.
O método anticoncepcional adoptado pela generalidade das portuguesas (65,9 por cento) é a pílula, seguindo-se, a longuíssima distância, o preservativo, com apenas 13,4 por cento das preferências, e o dispositivo intra-uterino, que capta 8,8 por cento das escolhas. Na faixa etária dos 20 aos 24 anos a pílula é líder destacado nos consumos, com 87,3 por cento das mulheres a indicá-la como o seu método de eleição. Apesar de 22,9 por cento das inquiridas declarar que não faz vigilância do método contraceptivo que utiliza, consultórios e clínicas privadas (23,7 por cento) e os centros de saúde (45,5 por cento) foram os locais referidos mais vezes como aqueles em que essa vigilância tem lugar.

Gripe e hipertensão
Ainda no capítulo do consumo de medicamentos o estudo refere que em Portugal a vacinação contra a gripe tende a aumentar com a idade, sendo que 69 por cento da população com mais de 15 anos nunca foi inoculada contra a patologia. Nas duas semanas anteriores à realização do inquérito, de acordo com os dados compilados pelo INSA e pelo INE, o consumo de medicamentos receitados por um médico e comprados numa farmácia foi realizado por 52,8 por cento da população, sendo a hipertensão a motivação principal para aquele consumo, com 15,6 por cento do volume de fármacos adquiridos, seguindo-se depois as dores nas articulações (10 por cento) e a redução dos níveis de colesterol (9,5 por cento).
O Quarto Inquérito Nacional de Saúde foi realizado ao longo dos dois últimos anos por iniciativa do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, através de uma parceria com o Instituto Nacional de Estatística, que contou com a colaboração da Direcção-Geral da Saúde e das secretarias regionais dos Assuntos Sociais da Madeira e dos Açores, na fase de preparação do questionário. Na origem deste estudo esteve sobretudo o objectivo de caracterização da população portuguesa face à saúde em áreas como a apreciação do seu próprio estado, a incapacidade temporária e de longa duração, as doenças crónicas, os cuidados de saúde, o consumo de medicamentos, a saúde oral, as despesas com saúde, o consumo de tabaco, de alimentos e bebidas, a saúde reprodutiva, a actividade física, a saúde mental, os cuidados preventivos, a qualidade de vida e a insegurança alimentar, estando algumas destas categorias ainda em fase de análise.

Carla Teixeira
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge

Brócolos e couve-flor combatem cancro da próstata

O consumo regular de vegetais da família das Crucíferas, como é o caso dos brócolos ou da couve-flor, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver a forma mais letal de cancro da próstata, revela um estudo realizado por investigadores do Instituto Nacional de Cancro norte-americano.

Os compostos anticancerígenos presentes na composição dos brócolos e da couve-flor têm sido extensivamente analisados ao longo dos tempos. Os especialistas recomendam frequentemente a ingestão de frutas e vegetais para eliminar os riscos de vir a desenvolver cancro. No entanto, este novo estudo, que contou com a participação de 1.300 homens, demonstrou que outros frutos como é o caso do tomate, não têm qualquer benefício na prevenção do cancro.

Os 1.300 participantes com cancro da próstata foram submetidos a um questionário alimentar. Ao observar os resultados, os investigadores constataram que os benefícios inerentes à ingestão de vegetais e frutas não correspondiam às expectativas. Por outro lado, os brócolos e a couve-flor foram associados a uma diminuição do risco de desenvolver cancro da próstata. A ingestão de couve-flor, pelo menos uma vez por semana, reduziu o risco de desenvolver a forma mais mortal de cancro da próstata em 52 por cento, enquanto os brócolos provocaram uma descida de 45 por cento.

Caso esta associação venha a confirmar-se, uma das formas primárias de prevenção contra esta doença pode passar pelo “aumento do consumo de brócolos, couve-flor e, possivelmente, espinafres”, afirmou a orientadora do estudo, Victoria Kirsch. Ainda assim, esta especialista adverte que o facto dos brócolos e da couve-flor serem benéficos para a saúde pode estar na origem desta diminuição do risco.

O cancro da próstata é o segundo tipo de cancro mais comum entre os homens. Os dados da União Europeia indicam que um em cada seis homens tem probabilidades de contrair a doença. Em Portugal, surgem 4 mil novos casos por ano, o que representa cerca de 19 por cento do total de tumores.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Manual Merck, ABC da Saúde.

Rival do Lucentis entra em ensaio clínico de fase III

A farmacêutica alemã Bayer e a Regeneron Pharmaceuticals, a sua parceira biotecnológica norte-americana, deram início a um ensaio clínico de fase III com o objectivo de demonstrar que o VEGF Trap-Eye, produzido em conjunto pelas duas empresas, é tão eficaz quanto o Lucentis (ranibizumab), da Genentech, no tratamento da degenerescência macular relacionada com a idade (DMI).

O ensaio clínico aleatório de comparação deverá envolver perto de 1200 pacientes que sofrem de DMI, uma das principais causas de incapacidade nos idosos e a maior responsável pela perda de visão nos adultos. O estudo vai analisar a segurança e eficácia do VEGF Trap-Eye em várias dosagens, em comparação com o Lucentis. Ambos os fármacos actuam de forma semelhante, bloqueando a formação de novos vasos sanguíneos, cujo crescimento anormal conduz ao desenvolvimento de DMI.

A Bayer chegou a acordo com a Regeneron, em Outubro de 2006, numa parceria que lhe custou mais de 230 milhões de euros, para desenvolver em conjunto o VEGF Trap-Eye e comercializar o medicamento fora dos Estados Unidos da América. Um porta-voz da Bayer revelou que, de acordo com as expectativas da empresa, os picos de venda do tratamento poderão situar-se entre os 250 e os 500 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters.

Cientistas associam gene do canhotismo à esquizofrenia

Estudo britânico descobre gene LRRTM1 que aumentará probabilidade de pessoas serem canhotas e risco de disfunção cerebral

À luz de um estudo conduzido por uma equipa de investigadores do Centro de Genética Humana da Universidade de Oxford, um gene relacionado com o canhotismo poderá estar também associado ao risco de esquizofrenia.

De acordo com a informação avançada pela BBC, os cientistas britânicos anunciam – num estudo publicado na revista «Molecular Psychiatry» - ter descoberto o gene LRRTM1 que, segundo acreditam, não só “arruma” o cérebro dos canhotos de forma diferente, como também, aumenta a probabilidade de as pessoas não serem destras.

Com base na pesquisa, os cientistas da Universidade de Oxford estimam também que o gene poderá espoletar o risco de esquizofrenia - doença mental frequentemente ligada à disfunção cerebral, cujos sintomas mais característicos são confusões mentais, alucinações (sobretudo auditivas) e delírios.

Defendendo que o LRRTM1 “desempenha um papel importante no controle de partes do cérebro que comandam certas funções específicas como a fala e as emoções”, os investigadores recordaram que “nos destros, o lado esquerdo do cérebro normalmente controla a fala e a linguagem, enquanto o direito comanda as emoções.”

Uma vez que, nas pessoas canhotas, acontece exactamente o oposto, a equipa britânica concluiu que o responsável pela troca será o gene LRRTM1.

No sentido de tranquilizar os canhotos, o coordenador da investigação, Clyde Francks ressalvou que “os canhotos não devem se preocupar com a ligação entre canhotismo e esquizofrenia”, sustentando que “há muitos factores que levam certos indivíduos a apresentarem esquizofrenia e a grande maioria dos canhotos nunca vai desenvolver o problema.”

Agora, Clyde Francks espera que a descoberta “ajude a entender o desenvolvimento da assimetria do cérebro”, rematando que o papel do gene “ainda não é conhecido com precisão.”

CanhotismoxGenética

O certo é que, nas últimas décadas, têm havido inúmeros estudos e muita especulação sobre o canhotismo. Há pelos menos uma certeza: entre destros e canhotos há grandes diferenças.

Uma das conclusões a que chegaram os especialistas, é que os destros são melhores em pensamentos analíticos e que os canhotos são mais criativos ou musicais. Segundo uma pesquisa feita na Austrália, as pessoas canhotas pensam mais rápido quando estão a praticar certas actividades, nomeadamente, desporto ou jogos de computador.

No que concerne ao canhotismo associado à genética, o site mundocanhoto.com clarifica que: “Quando ambos os pais ou a mãe são canhotos, a probabilidade é maior. Para pais destros, a percentagem é de 9%, dois pais canhotos 29% e um canhoto outro destro, cerca de 19%.”

Raquel Pacheco
Fonte: BBC/mundocanhoto.com

Chugai retira Vesanoid do mercado japonês

A Chugai Pharmaceutical, unidade do grupo suíço Roche, vai proceder à recolha voluntária, no Japão, do Vesanoid (tretinoína), um medicamento utilizado no tratamento da leucemia promielocítica aguda.

Esta medida surge na sequência da descoberta de material derivado de bovinos, proveniente do Canadá, presente num lote específico de cápsulas deste medicamento importado da Roche, na Suíça. A utilização de material derivado de bovinos é autorizada no exterior, porém, o documento precisa de ser corrigido parcialmente para que possa obter aprovação de uso no Japão.

Nesse sentido, as duas empresas estavam em negociações para não exportar para o Japão as cápsulas de Vesanoid que continham o referido material. No entanto, o lote em questão acabou por ser exportado devido a um mal-entendido por parte da Roche, que assumiu que a utilização do material teria sido aprovada naquele país.

O material derivado de bovinos é utilizado na produção da gelatina, uma matéria-prima presente nas cápsulas moles do medicamento.

Marta Bilro

Fonte: Hemscott, CNN Money.

Stada adquire Makiz por 135 milhões de euros

A Stada Arzneimittel AG anunciou a compra do grupo farmacêutico Makiz por um valor que pode ascender aos 135 milhões de euros. O objectivo é alargar a presença da empresa no mercado russo.

A Nizhpharm OAO, unidade russa da Stada, adquiriu todas as acções da Makiz por 125 milhões de euros, sendo que o preço final pode alcançar os 135 milhões de euros, dependendo de determinadas condições do contracto, revelou, em comunicado, a empresa alemã.

Do portfolio de produtos da Makiz fazem parte mais de 50 medicamentos, metade dos quais são versões genéricas. Os fármacos estão principalmente concentrados no âmbito dos tratamentos de doenças cardiovasculares, problemas do sistema nervoso central, tuberculose e doenças urológicas.

“É uma expansão positiva e lógica para o portfolio da Stada”, considera Marcus Konstanti, analista da Oppenheim Research GmbH, em Colónia, até porque “estão a pagar um preço inferior à média”, justifica.

As vendas anuais da Makiz subiram para mais do dobro em 2006, atingindo os 51,5 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes.

Bifeprunox, da belga Solvay Pharmaceuticals
Alternativa no tratamento da esquizofrenia


A Solvay Pharmaceuticals anuncia, no seu boletim mensal, que tem em fase de revisão pela norte-americana Food and Drug Administration um fármaco que visa alcançar maior eficácia no tratamento da esquizofrenia, uma doença mental que afecta cerca de um por cento da população mundial.

Segundo o farmácia.com.pt conseguiu apurar, o Bifeprunox encontra-se em fase de estudo há largos anos, tendo agora sido submetido à apreciação da FDA, que deverá pronunciar-se sobre a sua eventual aprovação e entrada no mercado. Os estudos pré-clínicos do medicamento demonstraram o seu potencial antipsicótico, que o torna capaz de evitar os efeitos secundários associados às convencionais terapias para a esquizofrenia: o elevado aumento de peso e a interferência nos níveis de colesterol do doente. De acordo com a companhia farmacêutica belga, o mecanismo de actuação do Bifeprunox tem como objectivo a normalização dos níveis químicos no cérebro, “estimulando a actividade da dopamina onde ela é demasiado baixa, e inibindo a sua actividade sempre que os seus níveis estão muito elevados, sendo essa a mais-valia do novo fármaco (as terapias actuais simplesmente bloqueiam a dopamina). A marca estima que, se for aprovado, o Bifeprunox possa entrar no circuito de distribuição e comercialização no final da década em curso.

Carla Teixeira
Fonte: Boletim nº 12 da Solvay Pharmaceuticals

Controlar o stress alivia sintomas do Lupus

Reduzir o stress nos pacientes com Lupus pode aliviar alguns sintomas da doença como a perda de peso, a fadiga, a febre, as dores e a inflamação das articulações, revela um estudo realizado por investigadores espanhóis. Esta pode ser uma boa notícia para os cerca de 7 mil portugueses que vivem com a doença.

Os cientistas da Universidade de Granada observaram que os pacientes que receberam terapia psicológica registaram uma diminuição significativa nos níveis de stress diário, que ocorre em circunstâncias de pouca relevância mas com bastante frequência, e uma redução nos níveis de ansiedade e depressão, atingindo níveis de stress ainda mais baixos do que os da população em geral.

Nuria Navarrete Navarrete, Juan Jimenez Alonso and Maria Isabel Peralta Ramirez, responsáveis pela investigação, aplicaram a terapia anti-stress num grupo de doentes que sofriam de Lupus, de forma a ensiná-los a gerir o stress e, consequentemente, reduzir os efeitos negativos do Lupus.

Os resultados da pesquisa, divulgada pelo “Psychosomatic Medicine”, demonstraram que os pacientes com Lupus que receberam a terapia melhoraram significativamente a qualidade de vida tanto a nível físico como psicológico. Os doentes submetidos a este tratamento apresentaram menos sintomas relacionados com a pele e o músculo esquelético, característicos dos pacientes com Lupus.

O Lúpus é uma doença crónica que pode afectar pessoas de ambos os sexos e em todas as idades sendo, no entanto, mais frequente entre as mulheres adultas. Esta patologia surge sob a forma de inúmeros sintomas o que dificulta o seu diagnóstico. Em Portugal, entre cinco mil a sete mil pessoas sofrem desta doença. Segundo Marta Barreto, investigadora da genética do Lúpus no Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC), encontram-se inscritos na Associação de Doentes com Lúpus (ADL) cerca de 1800 doentes. Um valor que, de acordo com o portal Ciência Viva, deverá estar muito abaixo da real incidência da doença no nosso país.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Ciência Viva.

Medida está a gerar polémica no Reino Unido
Doentes pagos para aderir aos tratamentos


Na semana passada foi anunciado em Inglaterra que os toxicodependentes locais estariam a receber vouchers para fazer compras em centros comerciais em troca da sua adesão aos tratamentos médicos. Na última edição do «British Medical Journal» dois especialistas defendem visões opostas da medida, que está a gerar polémica no país. Afinal, devem os doentes ser de alguma forma recompensados pela sua adesão à medicação que lhes é receitada, ou o simples facto de com a toma de fármacos estarem a melhorar o seu estado de saúde deverá ser suficiente, e qualquer forma de pagamento eticamente condenável?

Tom Burns, psiquiatra do Warneford Hospital, em Oxford, considera que o estímulo à cooperação dos doentes através de uma recompensa não é uma atitude nova, e salienta que grande parte das instituições de tratamento de doentes mentais tem o hábito de recompensar os pacientes pelas atitudes saudáveis que estes tomam. Na opinião daquele especialista, “os incentivos de ordem financeira não são diferentes” nem constituem “exploração dos doentes em situação económica desfavorecida”, já que, segundo Tom Burns, “saber se a recompensa traduz uma justa valorização da atitude do doente ou a imoral exploração da condição desfavorecida em que vive depende de um conjunto de circunstâncias em que a remuneração é atribuída, e não da transacção em si mesma”.
Visão diferente do fenómeno tem Joanne Shaw, chairman da Ask About Medicines, para quem o pagamento pela adesão dos doentes não é a solução para diminuir os números da não participação dos doentes nos seus tratamentos, que deveriam ser assuntos de enorme relevância para o próprio. Na opinião daquela especialista, o pagamento da adesão do doente ao tratamento, seja em dinheiro ou em benefícios de outro género, potencia o surgimento de um efeito perverso, minando a aliança terapêutica que deveria existir sempre entre o paciente e o médico que o assiste. A responsável considera ainda que, “no momento em que entra dinheiro na equação, estão criadas condições para a ocorrência de fraudes”. Convencer os pacientes a aceitar o tratamento de que necessitam é “um problema real e genuíno”, mas pagar para isso subverte o princípio de que eles estão a tratar deles mesmos. A atribuição de uma recompensa “pressupõe que estão a fazer algo que não é inerente aos seus interesses, o que neste caso não ocorre”, explica.

Carla Teixeira
Fonte: Eurekalert
Deverá tratar 80 por cento dos casos de cancro da região
Centro Oncológico de Vila Real abre em 2008


A entrada em funcionamento do novo Centro Oncológico de Vila Real, agendada para o primeiro trimestre do próximo ano, vai permitir o tratamento de 80 por cento dos casos de cancro da região transmontana, desviando um número significativo de doentes do Hospital de São João e da delegação Norte do Instituto Português de Oncologia, ambos localizados na cidade do Porto. Depois de Lisboa, Coimbra e da Invicta, Vila Real é a quarta cidade do país a receber uma estrutura deste tipo, que deverá ser capaz de prestar 800 tratamentos no primeiro ano de laboração, aumentando para 1700 nos anos seguintes.

O edifício que albergará a nova unidade, ainda em fase de construção, funcionará nas imediações do Hospital de Vila Real, e deverá, de acordo com o administrador do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Carlos Vaz, “dar cobertura” a toda aquela região, que tem cerca de meio milhão de habitantes, principalmente no que respeita à radioterapia. No entanto, o novo centro está também equipado com as valências de bloco operatório, serviço de cuidados paliativos e hospital de dia, estando preparado para atender doentes de oito neoplasias: cancro da mama, do pulmão, da próstata, da pele, do útero, da bexiga, do estômago e colo-rectal. O responsável congratula-se por a obra estar a decorrer “a bom ritmo”, garantindo que será cumprido o prazo anunciado para a entrada em funcionamento da nova unidade.
Antes disso, e até final deste ano, deverá entrar em funcionamento uma residência para doentes oncológicos, materializada numa iniciativa da Associação Laços para a Vida. Segundo fonte daquela instituição, criada em 2005, são objectivos daquele espaço acolher durante alguns dias os doentes que tenham de se deslocar de um ponto mais distante da região com vista à realização de tratamentos oncológicos. A residência ficará localizada em instalações cedidas pela autarquia, e deverá poder receber até oito pessoas em simultâneo. São novas valências criadas a pensar nos doentes oncológicos, pela primeira vez fora do círculo das grandes cidades.

Carla Teixeira
Fonte: «Semanário transmontano», Brigantia.net, Agência Lusa
Investigação de cientistas europeus e norte-americanos
Mutação do gene GLIS2 provoca doença renal


Um estudo desenvolvido por uma equipa de cientistas do Laboratório Europeu de Biologia Molecular e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, concluiu que o gene GLIS2, que em condições normais protege a saúde dos rins, pode ser responsável também pelo surgimento de uma doença que causa a deterioração daquele órgão nas crianças, que, no limite, pode levar à perda do rim. A mutação não tem cura, sendo o transplante a única hipótese viável para assegurar a sobrevivência do doente.

De acordo com os resultados do estudo divulgado na revista «Nature Genetics», a pesquisa incidiu na observação de ratos de laboratório, numa primeira fase, e mais tarde no acompanhamento de seres humanos (crianças), tendo como objectivos o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de inovadores tratamentos para os casos de insuficiência renal, mais efectivos e menos agressivos para os pacientes do que os transplantes. A função natural do gene GLIS2 consiste na prevenção da morte das células no rim adulto. No entanto, à luz dos dados agora apresentados, a mutação daquela estrutura durante a infância desencadeia precisamente o comportamento contrário no gene, que activa funções prejudiciais ao saudável desenvolvimento do rim, provocando a morte da maioria das células daquele órgão vital.
No seguimento dessa mutação do GLIS2, as crianças desenvolvem uma nefrite que provoca a progressiva deterioração dos rins, bem como a redução das dimensões de cada um deles, situações que confluem na predisposição para problemas renais na adolescência e na juventude, potenciando o colapso renal total por volta dos 30 anos de idade. Os investigadores envolvidos nesta descoberta acreditam estar no bom caminho para potenciar o desenvolvimento de terapias menos invasivas para o paciente do que o transplante do rim, órgão com importância capital na «limpeza» e na protecção do organismo humano.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe, Eurekalert

Genentech completa aquisição da Tanox

A Genentech, Inc. anunciou que o período de espera do “Hart-Scott-Rodino Act” expirou e, assim, a companhia completou a aquisição da Tanox, Inc. Os accionistas da Tanox aprovaram o acordo de fusão a 15 de Janeiro de 2007.

Segundo os termos do acordo, originalmente anunciados pelas duas companhias a 9 de Novembro de 2006, os accionistas da Tanox têm direito a receber 20 dólares por acção, num valor total de aproximadamente 919 milhões de dólares. Estes fundos estão a ser providenciados pela Genentech. Como resultado desta aquisição, as acções da Tanox já não estão a ser cotadas no Mercado Global NASDAQ.

O presidente e director financeiro da Genentech, David Ebersman, declarou que a companhia está satisfeita com a conclusão desta importante transacção que irá proporcionar à companhia uma melhor produtividade do Xolair, o anticorpo monoclonal anti-IgE aprovado pela FDA para pacientes com asma alérgica moderada a grave. David Ebersman adiantou ainda que a Genentech irá continuar a trabalhar em colaboração com a Novartis para avançar potenciais novas indicações e formulações do Xolair.

A Genentech, a Tanox e a Novartis têm colaborado no desenvolvimento e comercialização do Xolair (omalizumab) desde 1996. Com a conclusão da aquisição, a Genentech acaba com as regalias relacionadas com as vendas do Xolair, que pagava anteriormente à Tanox, e obtém os lucros das acções e pagamentos de regalias da Novartis à Tanox.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive