sexta-feira, 20 de julho de 2007

Exame auditivo neonatal é indispensável na prevenção da surdez profunda

A melhor forma de combater a surdez profunda passa pela realização de um teste auditivo neonatal universal, tal como hoje se faz com o teste do pezinho, que permita detectar precocemente bebés com problemas auditivos graves, pois só assim será possível conseguir uma reabilitação rápida e efectiva. A sugestão parte de um estudo sobre a reabilitação da criança surda, apresentado hoje na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

De acordo com o antigo responsável pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Rui Nunes, "o processo não é dispendioso e permitiria ao Estado poupar os tratamentos mais onerosos e menos eficazes inerentes à detecção tardia da surdez profunda infantil e garantir uma melhor inserção social destas crianças".

O estudo, desenvolvido pela FMUP, através do seu Serviço de Bioética (dirigido por Rui Nunes) e com o apoio do Serviço Nacional de Reabilitação, concluiu que as crianças surdas que frequentam a escola normal estão em desvantagem relativamente às que estudam em escolas especiais. Para Rui Nunes, "esta conclusão aponta para a necessidade de efectuar uma revisão a nível da política do Ministério da Saúde quanto aos exames neonatais e para a urgência de apostar no ensino especial, que se revela muito mais eficaz para o desenvolvimento das crianças surdas, que nos últimos anos tem estado em declínio".

Em análise estiveram dois grupos de crianças surdas com idades compreendidas entre os seis e os 12 anos, sendo que um dos grupos estava integrado no ensino normal e o outro no ensino especial bilingue, onde é ensinada a língua gestual a par da língua portuguesa escrita. Os resultados apresentados pelas crianças integradas no ensino normal são mais fracos ao nível da comunicação, integração social e capacidade associativa e cognitiva, quando comparadas com as crianças surdas integradas no ensino bilingue.

Por outro lado, o estudo revelou também que a falta de uma língua impede estas crianças de compreenderem o que as rodeia, de comunicarem eficazmente e de socializar, o que compromete o seu desenvolvimento e as pode deixar frustradas e ansiosas. Em contrapartida as crianças que são inseridas em escolas bilingues e que dominam a língua gestual vivem mais calmas e mais seguras, estão mais aptas a explorar o meio e a estabelecer relações com os outros e, por isso, desenvolvem-se mais eficientemente.

Para além dos excelentes resultados apresentados pelas crianças em ensino bilingue, o estudo mostrou também que a aprendizagem da língua gestual deve ocorrer o mais prematuramente possível, pois as crianças que iniciaram a aprendizagem da língua gestual com três anos de idade ou menos, obtiveram os melhores resultados.

Rui Nunes propõe que se criem escolas próprias, que integrem surdos e ouvintes, mas que possuam ensino bilingue, que garantem resultados muito melhores para o desenvolvimento de crianças com surdez, contrariamente ao que acontece no sistema educativo português, que integra as crianças surdas nas escolas convencionais, apesar destas não responderem às necessidades comunicativas dos alunos surdos.

"São pessoas com pouca capacidade de reivindicação, pelo que nos cabe a nós intervir junto das autoridades governamentais, chamando a atenção para estas questões”, conclui Rui Nunes que pretende apresentar as conclusões deste estudo aos ministérios da Saúde e da Educação.

A surdez profunda atinge um em cada mil nascimentos e resulta essencialmente de factores genéticos ou da prematuridade do bebé. Em Portugal existem 35 mil surdos profundos e 135 mil pessoas afectadas por deficiências auditivas.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Contra malária, sida e tuberculose
Deputados exortam Governo a aderir à UNITAID


A Assembleia da República recomendou ao Governo, de forma unânime, que inicie o processo de adesão à UNITAID, organismo que mobiliza esforços para diminuir o custo dos medicamentos para países pobres, declarou ontem o deputado do PSD José Luís Arnaut.

A Facilidade Internacional para a Compra de Medicamentos (UNITAID, na sigla em inglês) foi lançada em Setembro de 2006, à margem da Assembleia-Geral da ONU, por França, Brasil, Reino Unido, Noruega e Chile, com vista a reduzir os preços dos medicamentos para o combate à malária, à tuberculose e à sida nos países pobres e com maiores dificuldades na aquisição daqueles fármacos. Desde a sua criação mais de 34 países iniciaram o processo de adesão ao organismo, que estipula que “pelo menos 85 por cento dos fundos disponíveis sejam atribuídos a países de baixo rendimento”, e que colabora com organizações como a Organização Mundial de Saúde, o Fundo Global ou a Fundação Clinton.
Arnaut disse que “a Assembleia da República solidarizou-se unanimemente com os objectivos desta causa e deu um claro sinal da sua atenção e do seu empenho na ajuda da resolução dos problemas de saúde pública. Cabe ao Governo ponderar a adesão à UNITAID, através do modelo que considerar mais adequado à realidade jurídica e económica do País”. O orçamento da UNITAID para 2007 ultrapassa os 300 milhões de dólares, estimando-se que em 2009 exceda os 500 milhões, graças a uma crescente adesão à iniciativa.
Estima-se que actualmente 40 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas com o HIV (2,3 milhões com menos de 15 anos) e que dos seis milhões de doentes que necessitam de medicamentos urgentes apenas um milhão consiga aceder aos tratamentos adequados. Segundo a UNITAID, a malária provoca um a três milhões de mortes por ano (um óbito infantil a cada 30 segundos em África). A tuberculose mata dois milhões de pessoas por ano, “quando podia ser prevenida e tratada em seis meses”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Governo nigeriano suspende processo contra a Pfizer

Acusação pretende acrescentar novas provas

O governo nigeriano decidiu protelar o processo contra a farmacêutica norte-americana Pfizer acerca de um ensaio com Trovan Floxacin levado a cabo, em 1996, naquele país e que alegadamente terá causado a morte a 11 crianças. O julgamento, que será realizado em Abuja, capital da Nigéria, deveria estar prestes começar, porém foi adiado para que se adicionassem novos dados ao processo.

A acusação pede uma indemnização no valor de 5,06 mil milhões de euros (7 mil milhões de dólares norte-americanos) ao laboratório, alegando que a Pfizer utilizou como pretexto uma campanha de solidariedade que se destinava a combater uma epidemia de meningite e sarampo para realizar testes que envolviam o novo medicamento do grupo. O governo da Nigéria diz agora ter tido acesso a novas provas pretendendo construir um caso ainda mais sólido contra a farmacêutica.

De acordo com Babatunde Irukera, um dos advogados do governo nigeriano, a acusação terá tido acesso a provas que indicam que a Pfizer cometeu uma fraude ao administrar o fármaco. O novo processo judicial deverá incluir esses materiais que permitirão esclarecer alguns dos argumentos iniciais apresentados pelo governo.

A Pfizer mantém a sua versão original sobre o assunto, negando todas as acusações e garantindo que obteve aprovação do governo local e das entidades internacionais para realizar o ensaio clínico utilizando o referido medicamento que, segundo afirma, ajudou a salvar vidas. Os responsáveis da empresa garantem que todos os requisitos éticos foram tidos em conta na aplicação do tratamento e “em conformidade com o compromisso da companhia para com a segurança dos doentes”.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, CNN Money.

Novartis quer liderar mercado de vacinas

O laboratório suíço Novartis tem planos para investir mais de 1,4 mil milhões de euros durante os próximos cinco anos, de forma a incrementar o seu sector de vacinas, tornando-se numa das três farmacêuticas de topo, nesse âmbito, a nível mundial.

Durante uma reunião no centro de investigação de Siena, em Itália, o director executivo do departamento de vacinas e diagnósticos da empresa, Jörg Reinhardt, anunciou ter intenções de colocar aquela unidade na liderança mundial ao nível de vacinas para a meningite. Reinhardt vai mais longe, e diz mesmo ter ambições de tornar a Novartis numa das duas produtoras de topo no ramo das vacinas da gripe e vacinas do viajante, até 2012, noticia o Financial Times.

A venda de vacinas rendeu à Novartis perto de 600 milhões de euros, em 2006, valor que deverá ascender aos 723 milhões de euros no final deste ano, segundo as previsões avançadas pelo responsável. O ranking actual relativo aos líderes de mercado no campo das vacinas coloca a Novartis atrás da Sanofi-Aventis, da GlaxoSmithkline, da Merck e da Wyeth.

Marta Bilro

Fonte: Financial Times, MSNBC, Hemscott.

Limitar a actividade da insulina pode ser chave a para a longevidade

Restringir a exposição do cérebro à insulina, mantendo um peso saudável, pode ser o segredo para uma vida mais longa, afirmam cientistas norte-americanos. Um estudo realizado com ratos revelou que reduzir os sinais de insulina no interior das células cerebrais aumenta a esperança média de vida.

A insulina é uma hormona hipoglicemiante segregada pelo pâncreas que ajuda o organismo a regular a utilização de açúcar necessário ao funcionamento das células. De acordo com o estudo publicado pela revista “Science”, um estilo de vida saudável e o baixo peso reduzem os níveis de insulina, podendo, por isso, prolongar a esperança média de vida. A comprovar-se esta descoberta, a insulina será apenas um entre muitos factores, como é o caso dos genes, a influenciar a longevidade.

Investigações anteriores realizadas em minhocas e moscas da fruta indicaram que a redução da actividade da hormona insulina pode aumentar a esperança média de vida. Este novo estudo analisou a actuação da proteína IRS2, responsável pela transmissão dos sinais da insulina ao cérebro. Os especialistas observaram que os roedores que possuíam metade da quantidade normal desta proteína no organismo aumentaram a longevidade em 18 por cento.

Os animais geneticamente modificados conseguiram prolongar a esperança de vida porque o surgimento de doenças letais, como o cancro e os problemas cardiovasculares, estavam a ser adiados devido à redução do sinal de insulina no cérebro e apesar dos níveis de insulina a circular serem elevados, explicaram os cientistas.

Segundo Morris White, director do laboratório de Boston no qual decorreu a pesquisa, a descoberta poderá ajudar a explicar porque é que as dietas equilibradas e o exercício são tão benéficos para o organismo. Os investigadores acreditam que, no futuro, possam ser desenvolvidos medicamentos redutores da actividade da proteína IRS2 que surtam o mesmo efeito, apesar de terem de actuar especificamente ao nível do cérebro.

Marta Bilro

Fonte: Channel4, BBC News, Portal da Saúde.

Galapagos recebe pagamento no âmbito da parceria com a Boehringer Ingelheim


A empresa belga de biotecnologia Galapagos anunciou que a sua divisão BioFocus DPI terá recebido um pagamento da farmacêutica Boehringer Ingelheim relativo a uma colaboração de investigação no âmbito de uma descoberta auto-imunológica.

A Galapagos obteve uma comissão adiantada e deverá continuar a receber fundos relativos à investigação e desenvolvimento, incluindo o montante que será pago logo que sejam preenchidos determinados critérios relativos à descoberta do medicamento. De acordo coma empresa, o valor total do contrato poderá exceder os 2 milhões de euros.

O acordo de colaboração, com um prazo de duração de três anos, teve início em Janeiro de 2006 e envolve a expansão do SilenceSelect sh-RNA da BioFocus DPI, baseado num conjunto de genes que envolve o desenvolvimento de um exame celular delicado no campo das doenças auto-imunes e a sua aplicação duma descoberta alvo para a investigação auto-imune da farmacêutica alemã.

“Estamos muito satisfeitos pelo progresso da cooperação com a Boehringer Ingelheim ter evoluído da forma como estava planead e por continuar bem encaminhado”, afirmou Onno van de Stolpe, directo executivo da Galapagos.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, Euronext.

Celsentri recebe parecer positivo do CHMP

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) recomendou a aprovação do Celsentri (maraviroc) na União Europeia, um bloqueador do co-receptor CCR5 indicado no tratamento de doentes infectados com HIV-1.

O parecer positivo deverá ser avaliado pela Comissão Europeia, que poderá divulgar a decisão final dentro dos próximos meses, avançou a Pfizer, farmacêutica responsável pela produção do medicamento.

Ao contrário da maioria dos tratamentos actualmente disponíveis, o Celsentri não ataca directamente o HIV, mas bloqueia o vírus impedindo-o de entrar nas células. Caso seja aprovado, o fármaco deverá ser maioritariamente utilizado por pacientes que deixaram de reagir aos tratamentos convencionais anti-HIV.

A substância foi aprovada em Abril pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA).

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, PR Newswire.

Wyeth cresce 13% no segundo trimestre de 2007

Os resultados líquidos da farmacêutica Wyeth aumentaram 13 por cento no segundo trimestre do ano. Este crescimento fica a dever-se, principalmente, às vendas do Enbrel (Etanercept), indicado no tratamento da artrite reumatóide, e do Prevnar, uma vacina pneumocócica conjugada, um factor que leva o laboratório norte-americano a aumentar as previsões para 2007.

De acordo com os dados revelados pela empresa, os resultados líquidos da Wyeth atingiram os 870 milhões de euros, ou 63 cêntimos por acção, dos 768,7 milhões, ou 57 cêntimos por acção, registados no mesmo período do ano anterior. Excluindo a contabilização de algumas iniciativas de produtividade, os resultados líquidos teriam chegado aos 899 milhões de euros, ou 65 cêntimos por acção.

Por sua vez, a inclusão do Prevnar e do Enbrel nos programas de imunização europeus, e o sucesso de vendas do Enbrel fora dos Estados Unidos da América (EUA), fizeram subir as receitas do laboratório norte-americano em 9,5 por cento, para os 4 mil milhões de euros. Os ganhos ajudaram a Wyeth a aumentar os lucros à medida que começa a empenhar-se nas campanhas de promoção do Lybrel e do Torisel e enquanto espera aprovação de três novos produtos.

“Tivemos um excelente primeiro semestre e estamos ansiosos por registar um óptimo ano”, salientou o director executivo da empresa Robert Essner. As receitas relativas aos medicamentos prescritos subiram 11 por cento, para os 3,45 mil milhões de euros. As vendas do Enbrel aumentaram 37 por cento, enquanto as do Prevnar não ultrapassaram os 22 por cento.

A empresa prevê um lucro anual na ordem dos 2,52 mil milhões de euros, ou 2,58 euros por acção, um pouco acima da previsão anterior que apontava para os 2,47 mil milhões de euros, ou 2,53 euros por acção.

Segundo afirmou o presidente da Wyeth, Bernard Poussot, a empresa espera lançar sete novos contraceptivos hormonais nos próximos 18 meses. Os primeiros deverão ser o Lybrel, uma pílula anticontraceptiva que permite que as mulheres deixem de ter o período menstrual, e o Torisel, para um tipo de cancro renal. No final do ano, a Wyeth deverá obter aprovação da entidade reguladora dos EUA para o Pristiq, para o Viviant, um medicamento que previne a perda de densidade óssea na menopausa, e do bifeprunox para o tratamento da esquizofrenia.

Marta Bilro

Fonte: The New York Times, Forbes.

Bial anuncia desenvolvimento de um antipiléptico
Primeiro fármaco de raiz e patente portuguesa


O grupo farmacêutico Bial – Portela & Companhia SA está a preparar a produção do primeiro medicamento de raiz e patente portuguesa, no âmbito de um arrojado plano de expansão da empresa, que quer apostar na diminuição da dependência do mercado nacional, no qual hoje obtém 72 por cento das suas vendas.

Segundo adianta o «Diário de Notícias» na sua edição de hoje, a estratégia da Bial deverá passar por assegurar no estrangeiro a maior parte da sua facturação dentro dos próximos cinco anos, valendo-se, para cumprir aquele objectivo, de um maior alargamento da rede de empresas comerciais do grupo. Ao cabo de 13 anos de investigação, o primeiro medicamento português deverá ser um antiepiléptico, com base no princípio activo eslicarbazepina, estimando-se que deva poder entrar no mercado entre 2009 e 2010. “Os novos produtos resultantes da nossa investigação e desenvolvimento são um dos factores-chave para a nossa entrada em mercados da União Europeia”, declarou José Redondo, administrador do grupo Bial e director da área de internacionalização.
Sobre o novo fármaco, o responsável considerou que “vai dar uma nova dimensão à actividade da Bial”, nomeadamente nos mercados do primeiro mundo, onde hoje a empresa não está ainda presente, a não ser em Portugal, Espanha e Chipre. De acordo com José Redondo, “a eslicarbazepina é uma nova molécula patenteada a nível mundial. Foi estudada em mais de 1 500 doentes, em ensaios clínicos em 23 países. Terminamos agora a fase III dos ensaios clínicos e estamos a preparar a submissão do novo medicamento às autoridades regulamentares”. Depois disso, há as fases de registo do medicamento e de negociação de preço com as autoridades sanitárias de cada país.

Carla Teixeira
Fonte: Diário de Notícias

Cadeiras de bebé aumentam risco de síndrome de morte súbita do lactente

Os recém-nascidos transportados sentados em bancos de automóveis ou em cadeiras de transportes e retenção de crianças correm um risco mais elevado de sofrer de Síndroma de Morte Súbita do Lactente (SMSL), revela um novo estudo.

A investigação, que analisou 508 bebés com idade inferior a 1 ano, observou que 17 mortes ocorreram quando as crianças se encontravam “sentados em determinados aparelhos”, 10 das quais permaneceram por explicar, refere Aurore Côté, do Centro de Saúde da Universidade McGill, e orientadora do estudo publicado pelo “Archives of Disease in Childhood”.

Porém a análise aponta para um risco acrescido em todos os bebés que se encontram no primeiro mês de vida, quer sejam ou não prematuros, sempre que estão sentados em cadeiras de transporte para automóveis ou cadeiras de bebé. “A mensagem transmitida aos pais deve ser: não deixem que um bebé com menos de um mês de idade passe muito tempo sentado num carro ou num assento para bebés”, salientou a especialista.

Keith Tanswell, director do departamento de neurologia do Hospital de Crianças Toronto considera interessantes as conclusões do estudo, que “sugere que não é ideal transportar um bebé no assento de um carro sem colocar a cabeça em posição neutral”. No entanto, a dimensão da pesquisa é reduzida, considera o responsável, sublinhando que transportar os bebés sem a cadeira apropriada comporta riscos de ferimentos bem mais acrescidos. Os autores têm consciência que a investigação tem um alcance limitado por não haver um grupo de controlo com bebés vivos e saudáveis, mas destacaram que as crianças que cuja causa de morte conseguiu ser determinada funcionaram como um grupo de controlo nominal.

A SMSL é o nome atribuído à morte súbita e inesperada de um bebé, sem explicação da causa, mesmo após investigação apropriada. Nos países ocidentais constitui uma das causas mais frequentes de morte no primeiro ano de vida. O fenómeno existe também em Portugal mas desconhece-se ainda a sua verdadeira extensão. Embora não se conheça a causa desta síndroma, sabe-se que o risco aumenta se os bebés dormirem de bruços ou se a mãe fumou durante a gravidez e se continua a fumar após o parto.

Marta Bilro

Fonte: Med Page Today, The Star, Sociedade Portuguesa de Pediatria.

EMEA: Acomplia é contra-indicado em pacientes com depressão

O Acomplia (rimonabant), medicamento comercializado pela Sanofi-Aventis e destinado à perda de peso, deve ser tomado com precaução. Um parecer emitido pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) refere que o fármaco é contra-indicado em pacientes que estão a ser tratados com antidepressivos ou que sofram de uma depressão clínica.

De acordo com Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA (CHMP), a substância deve ser acompanhada de um alerta que esclareça os doentes acerca dos efeitos secundários inerentes à toma, entre os quais se destacam os pensamentos suicidas. Ainda assim, a EMEA decidiu não suspender a comercialização do medicamento por considerar que os benefícios superam os riscos, excepto em pacientes com depressões ou que tomem anti-depressivos.

O medicamento é indicado como adjuvante na dieta e no exercício físico para o tratamento de doentes obesos ou com excesso de peso e com factores de risco associados, tais como diabetes tipo 2 ou a dislipidemia. Em Junho, Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration – FDA) recusou a aprovação do medicamento no mercado daquele país baseando-se num estudo que, apesar de confirmar a eficácia do tratamento na diminuição de peso, referia que os pacientes a quem foi administrado o fármaco relataram, com frequência, a ocorrência de pensamentos ou actos suicidas e perturbações psicológicas.

O Acomplia está à venda na Europa desde Junho de 2006, porém, a EMEA salienta que os médicos estão apreensivos relativamente aos riscos de utilização do medicamento desde que este foi disponibilizado no mercado. Os reguladores europeus recomendam agora que as contra-indicações do fármaco sejam actualizadas. “Se começar a sentir sintomas de depressão enquanto toma o Acomplia, ou se está a ser tratado com antidepressivos, consulte o seu médico”, refere a EMEA, sublinhando que tem registo de 364 reacções psiquiátricas, 16 das quais incluíam pensamentos suicidas, enquanto 48 eram referentes a sinais de depressão.

O laboratório francês afirmou que os avisos que acompanham o Acomplia já foram actualizados de forma a “incluírem informação acerca das perturbações depressivas”.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters, The Earth Times.

Autoridades suspendem venda de medicamento importado
Nutriflex retirado do mercado brasileiro


O secretário de Saúde e Defesa Civil do Brasil deu nesta semana indicações ao sector farmacêutico do país no sentido da suspensão imediata da distribuição e da comercialização de todas as embalagens do lote 6081A159 do medicamento Nutriflex Lipid Plus, com data de fabrico de 20 de Fevereiro de 2006 e prazo de validade de Janeiro do próximo ano, bem como das embalagens do mesmo lote com data de fabrico de 9 de Março de 2006 e validade até Fevereiro de 2008.

Ambas as versões do fármaco são fabricadas e comercializadas pela empresa farmacêutica B. Braun Melsungen, com sede na Alemanha, e importados para o Brasil pelos Laboratórios B. Braun SA. O secretário de Saúde e Defesa Civil adianta que a retirada do medicamento do mercado se deve a uma suspeita de contaminação microbiológica em algumas embalagens daqueles lotes, razão pela qual ordenou a suspensão da sua distribuição e venda. O não cumprimento desta ordem será considerado pelas autoridades brasileiras como uma infração de cariz sanitário e poderá acarretar sanções previstas na lei federal.

Carla Teixeira
Fonte: JB Online
Estudo publicado na revista médica «Chest»
Obesidade presdispõe a distúrbios respiratórios

O excesso de peso está relacionado com o aumento do risco do surgimento da apneia obstructiva do sono, que pode levar ao desenvolvimento da síndrome de hipoventilação, e nos casos mais graves ao agravamento das manifestações respiratórias nocturnas. Um estudo agora divulgado na revista médica «Chest» aconselha, por isso, os profissionais de saúde a estimular a perda de peso nos seus doentes.

Considerando que a obesidade constitui um grave problema de saúde pública nas sociedades modernas, e tendo em conta que a sua prevalência tem vindo a aumentar nos últimos anos, os investigadores avaliaram as várias manifestações respiratórias, identificadas através da polissonografia realizada em indivíduos que apresentavam factores de risco daquelas doenças, e concluíram que os obesos graves têm maior propensão para a coexistência da apneia obstructiva do sono e da hipoventilação, num cenário que tem como consequência uma menor irrigação de oxigénio no sangue arterial durante os períodos de sono, que culmina numa exacerbação da sintomatologia de falta de ar, elevando igualmente o risco de complicações graves que podem levar à morte directa ou indirecta, já que muitas vezes a obesidade, que prevalece em indivíduos de todas as idades e de todos os grupos sócio-económicos, surge frequentemente associada a outras doenças, como as cardiovasculares, principal causa de morte nos países desenvolvidos.

Carla Teixeira
Fonte: Chest, Bibliomed, Fundação Portuguesa de Cardiologia
Quando administrados nas grávidas
Multivitamínicos podem evitar cancro nos bebés

As gravidezes acompanhadas da administração de suplementos vitamínicos têm maior probabilidade de ter como desfecho o nascimento de crianças saudáveis. Um estudo conduzido por uma equipa de cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, concluiu que a ingestão daqueles suplementos é importante para um melhor desenvolvimento do feto.

Segundo os resultados da pesquisa agora divulgada, a toma de um suplemento antes da gravidez e durante os primeiros meses de gestação pode reduzir o risco do desenvolvimento de certos tipos de tumores nos bebés. No caso da leucemia infantil, por exemplo, essa diminuição poderá chegar aos 36 por cento, de acordo com a investigação destes especialistas. A incidência de outros problemas, como a formação de tumores malignos no tecido nervoso (neuroblastomas), pode ainda chegar mais longe, registando diminuições de 47 por cento, enquanto os cancros no cérebro revelam menos 27 por cento de probabilidades de se desenvolverem. Os cientistas canadianos suspeitam que o ácido fólico presente nos suplementos multivitamínicos seja um dos elementos responsáveis pela maior protecção dos filhos das mulheres que, enquanto grávidas, os tomaram.

Carla Teixeira
Fonte: Performance Online

Fármaco experimental da Metabasis para a diabetes falha objectivo

A Metabasis declarou que os dados da fase intermédia do ensaio do fármaco experimental oral para a diabetes tipo 2, o CS-917, mostraram que o fármaco falhou na redução dos níveis crónicos de açúcar no sangue. O composto está a ser desenvolvido pela Daiichi Sankyo, como parte de um acordo de licenciamento entre as duas companhias. A Metabasis e a Daiichi Sankyo estão a analisar as descobertas do estudo.

No que se refere ao CS-917, a Daiichi Sankyo informou a Metabasis que os resultados do ensaio de fase 2b, recentemente finalizado, mostraram que o produto candidato falhou, em ambas as doses testadas, o objectivo de baixar o nível ajustado por placebo de hemoglobina glicosilada (HbA1c), uma medida de carga de glicose. O estudo envolveu 392 pacientes, divididos por quatro tratamentos. Dois grupos receberam CS-917 a 50 mg bid e 100 mg bid respectivamente. O terceiro grupo recebeu metformina a 850 mg bid e o quarto grupo recebeu placebo. O nível médio de HbA1c, no início do estudo, era de aproximadamente 7,6-7,7 por cento. O nível ajustado por placebo de HbA1c no final do tratamento de três meses ficou inalterado com a dose baixa e houve um decréscimo de 0,17 por cento no grupo tratado com a dose elevada de CS-917. O tratamento com metformina resultou num decréscimo de 0,50 por cento. O CS-917 pareceu ser seguro e bem tolerado pelos pacientes. A Daiichi Sankyo e a Metabasis continuam a avaliar os resultados.

O CS-917 é um profármaco de um inibidor activado oralmente, potente e selectivo de fructose-1, 6-bisfosfatase, uma enzima reguladora no caminho responsável pela produção de glicose no fígado, conhecido como o caminho de gliconeogénese. O CS-917 foi descoberto através da utilização da tecnologia NuMimetic da Metabasis e está a ser desenvolvido pela Daiichi Sankyo.

O vice-presidente executivo na área de investigação e desenvolvimento da Metabasis, Dr. Mark Erion, revelou que a companhia está surpreendida e desapontada com os resultados revelados até agora por esta importante fase 2b do ensaio clínico, especialmente após os resultados promissores de pequenos estudos iniciais e pré-clínicos de 14 e 18 dias. Neste momento, a companhia tem muitas questões sem resposta, como, por exemplo, se o facto dos níveis de glicose no plasma em jejum e dos níveis de HbA1c nos pacientes no início da fase 2b do ensaio serem substancialmente mais baixos, do que os que foram estudados na anterior fase 2a, poderá ter tido impacto nos resultados. Este é apenas um dos factores que a empresa pretende avaliar, esperando trabalhar de perto com a Daiichi Sankyo, nas próximas semanas, na análise e comparação dos resultados deste e de ensaios anteriores. Estes esforços podem ajudar a equipa da Metabasis a determinar o impacto destas descobertas no CS-917 e nos fármacos experimentais do tipo de inibidor de gliconeogénese , incluindo o MB07803.

O presidente da Metabasis, Dr. Paul Laikind, sublinhou que a companhia tem outros programas entusiasmantes nos estádios clínico e pré-clínico, como é do conhecimento dos accionistas. Por exemplo, o MB07811, o produto candidato para o tratamento do colesterol elevado, que está actualmente a ser avaliado num ensaio clínico importante e pode representar uma grande oportunidade de mercado, se for um produto bem sucedido. A Metabasis revelou ainda recentemente dados promissores do MB07133, o fármaco experimental para o cancro primário do fígado.

Independentemente do resultado da análise dos dados do CS-917, a companhia continua entusiasmada com as perspectivas dos seus vários produtos e com o seu próprio futuro.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, SmartMoney

Schering-Plough termina acordo com Metabasis e Valeant

A Schering-Plough terminou o acordo com a Metabasis e com a Valeant para o desenvolvimento e comercialização de um composto para o tratamento da hepatite B, o pradefovir, um fármaco antiviral oral, segundo anunciou a Metabasis. A Schering-Plough tomou esta decisão de devolver todos os direitos sobre o fármaco à Metabasis, devido, em parte, aos dados pré-clínicos do pradefovir que sugeriam um aumento da incidência de cancro com doses mais elevadas.

Resultados promissores da fase 2b do estudo do pradefovir foram relatados em 2006 pela Valeant, a detentora anterior da licença do produto. Todavia, depois de os direitos exclusivos de desenvolvimento e comercialização do pradefovir terem sido concedidos à Schering-Plough, foram completados estudos de carcinogenicidade de 24 meses em ratos e ratazanas que revelaram um acréscimo na incidência de cancro com as doses mais elevadas do fármaco. Como resultado destas descobertas e outras considerações, a Schering-Plough tomou a decisão de terminar o acordo.

A Metabasis inicialmente licenciou o composto à Valeant, que depois vendeu os direitos à Schering-Plough em Dezembro. A Schering-Plough adquiriu a licença do tratamento em Janeiro, tendo efectuado pagamentos de 19,2 milhões de dólares à Valeant e de 1,8 milhões de dólares à Metabasis.

O presidente da Metabasis, Paul Laikind, disse que a Schering-Plough ainda não tinha iniciado as actividades de desenvolvimento clínico do pradefovir quando foram conhecidos os resultados do estudo de carcinogenicidade. A Metabasis acredita que a Schering-Plough tomou a decisão de terminar o acordo por várias razões, contudo, isto não significa necessariamente que o desenvolvimento e aprovação do pradefovir não sejam viáveis. Nos próximos meses, a Metabasis irá rever cuidadosamente os resultados clínicos e toxicológicos e outros factores para determinar o futuro do pradefovir.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, SmartMoney