terça-feira, 31 de julho de 2007

Combinação de fármacos: a proporção exacta no combate às doenças

A combinação de fármacos, isto é, utilizar uma terapia que conjuga a utilização de duas ou mais substancias, é a mais recente tecnologia para combater as doenças. Porém, encontrar a melhor associação de medicamentos é, por vezes, mais uma questão de engenho do que de ciência. Uma empresa privada de biotecnologia diz estar na posse da solução através de uma fórmula que permite combinar a proporção exacta das substâncias desejadas.

A Celator Pharmaceuticals, uma pequena empresa norte-americana de biotecnologia, diz ter desenvolvido uma tecnologia capaz de determinar a proporção exacta na qual os medicamentos actuam na sua plenitude. De acordo com a Celator, o CPX-1, o produto principal da empresa, destinado ao tratamento do cancro colo-rectal em fase inicial, utiliza dois fármacos previamente aprovados, o irinotecano e o floxuridine, numa fórmula que assegura que a proporção ideal é mantida. “Penso que é isso que nos distingue de todos os outros”, frisou Andrew Janoff, director executivo da empresa.

Segundo refere a empresa biotecnológica, nalgumas combinações, existe a possibilidade de certas doses de medicamentos individuais inibirem a eficácia do tratamento. Noutros casos, as doses optimizam o efeito dos fármacos, permitindo-lhes atacar os tumores de forma mais eficiente. Tendo em conta as diferentes taxas de metabolização dos medicamentos, entre outros factores, a Celator consegue determinar a proporção certa e de forma precisa. Porém, “saber a proporção correcta das substâncias que devem ser utilizadas numa terapia de combinação não é suficiente”, explicou Janoff em declarações ao The Star-Ledger. Conforme refere este responsável “é preciso ter capacidade para criar terapias de combinação que mantenham essas proporções em níveis ideais depois de serem administradas aos doentes”.

A Celator está agora a utilizar um sistema que ajuda a manter intacta a proporção certa dos medicamentos sempre que os fármacos para o cancro se encontram no organismo. Esta inovação, no que diz respeito às substâncias combinadas, despertou a atenção de empresas de capital de risco. Brenda Gavin, membro do quadro de directores da Celator, afirma que os resultados pré-clínicos são animadores. Os dados recolhidos através dos ensaios clínicos realizados com ratos, que compararam a utilização de medicamentos anticancerígenos com eficácia comprovada às versões que fixam a proporção correcta produzidas pela Celator, revelaram resultados promissores para o tratamento do cancro colo-rectal e do pâncreas. “São fármacos que se sabe que funcionam”, referiu Gavin, e que, mesmo assim “é possível melhorar”.

No entanto, alguns investigadores na área do cancro preferem não elevar demasiado as expectativas. Até porque a ideia da proporção dos medicamentos é ímpar mas apenas demonstrou resultados em ensaios clínicos preliminares. “Por diversas vezes observámos resultados que funcionavam nos testes laboratoriais mas que não tinham o mesmo efeito nos ensaios clínicos”, sublinhou Susan Goodin, directora do departamento farmacêutico no Instituto do Cancro, em Nova Jérsia.

A Celatror está actualmente empenhada no desenvolvimento de combinações de fármacos para a leucemia mielóide crónica e para o cancro cerebral, do pescoço e pulmonar. Janoff prevê que a tecnologia da empresa possa também vir a ser utilizada noutras áreas terapêuticas.

Marta Bilro

Fonte: The Star-Ledger, Pharmalot.

Produto inovador desenvolvido por cientistas australianos
Lubrificante bloqueador de sida e herpes

Uma equipa de cientistas australianos desenvolveu um lubrificante sexual capaz de bloquear os vírus da sida e do herpes zoster. O Viva Gel, ainda em fase experimental, tem como principal ingrediente a molécula dendrimer, e segundo os investigadores é capaz de impedir contágios com uma eficácia entre os 85 e os 100 por cento.

De acordo com um estudo publicado no jornal «The Daily Telegraph», aquele novo gel microbicida foi testado em animais de laboratório, e os resultados obtidos foram animadores, estimando-se que possam arrancar brevemente os ensaios com seres humanos. O produto será igualmente avaliado enquanto método contraceptivo. Jeremy Paull, o investigador da companhia farmacêutica australiana Stepharma, que conduziu o estudo, considerou que o gel será usado essencialmente por homens heterossexuais, que poderão aplicá-lo em si mesmos nos momentos que antecedem a prática sexual, acrescentando que nos países pobres, onde é maior a prevalência de doenças contagiosas, poderá também ser útil.

Carla Teixeira
Fonte: «The Daily Telegraph», Central de Notícias, Pravda

Farma-APS Generis em ruptura com Apifarma

Maior grupo farmacêutico português "bate com a porta" e deixa acusações

A Farma-APS Generis anunciou hoje a saída da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma). O maior grupo farmacêutico português acusa a associação de travar campanhas contra os genéricos, avança a Agência Lusa.

São várias as razões que moveram a Farma-APS a “bater com a porta” e sair da Apifarma. O abandono foi justificado por carta - assinada por Paulo Paiva dos Santos, director-executivo da empresa-, dirigida ao presidente da direcção da associação da indústria farmacêutica e começa por acusar a associação de encarar os genéricos como “uma espécie de medicamentos contrafeitos.”

De acordo com a Agência Lusa, a Farma-APS Generis escreve, também, que integrou o grupo que a associação caracteriza como os "indesejáveis", sustentando esse rótulo com o facto de “ser portuguesa e produzir medicamentos genéricos para algumas das maiores multinacionais de investigação do mundo."

“A apresentação de providências cautelares contra os interesses dos vossos associados", foi outra das razões enumeradas contra a Apifarma. No memorando, o grupo farmacêutico admite que estaria disposto a integrar a associação se esta "não utilizasse o valor da receita dos pagamentos devidos com as quotizações para efectuar campanhas contra os genéricos."

Recorde-se que, este mês, a Apifarma interpôs uma providência cautelar contra um concurso internacional de 500 mil euros para promover o mercado de genéricos, alegando uma agressão à lei da concorrência e advogando que, à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), cabe apenas a promoção de campanhas de esclarecimento para o uso racional dos medicamentos.

“Apesar do seu nome, (a Apifarma) infelizmente de indústria e de portuguesa tem muito pouco" atacou Paulo Paiva dos Santos comunicando, por fim, o "abandono imediato da referida associação".

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa

Sanofi-Aventis e Chugai anunciam término de parceria de comercialização

A Sanofi-Aventis e o laboratório Chugai Pharmaceutical anunciaram que o acordo de colaboração estabelecido para a comercialização de sete produtos da farmacêutica francesa, actualmente vendidos pela Chugai no Japão, termina a 31 de Dezembro.

Assim, a Sanofi-Aventis volta a deter os direitos de comercialização do Acetanol (acebutolol), um bloqueador beta utilizado no tratamento de hipertensão, angina e arritmia; do Amoban (zopiclone) para as perturbações do sono; do Cefotax (Cefotaxima), uma cefolasporina de terceira geração; do Preran (Trandolapril) um inibidor da enzima de conversão da angiotensina; do Benambax (Isotionato de Pentamidina), utilizado no tratamento da Pneumocystis carinii; do Menamin (Ketoprofen), um anti-inflamatório, analgésico e antipirético; e do Ritmodan (Disopiramida), para a arritmia.

Em 2006, as vendas líquidas destes sete fármacos renderam à Chugai mais de 79 mil euros (12,926 milhões de ienes). Recorde-se que a Chugai estabeleceu, em 2002, uma aliança estratégica com a Roche, envolvendo-se activamente no sector dos medicamentos sujeitos a receita médica e em actividades de investigação e desenvolvimento no Japão e no exterior, destacando-se como um membro importante do grupo suíço.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Live

Produtos de beleza biológicos preferidos entre as mulheres

A maioria das mulheres espanholas prefere um cosmético natural a um produto sintético. Um estudo do Centro de Investigação sobre Fitoterapia (INFITO) revela que entre 540 mulheres questionadas, 73 por cento são mais favoráveis aos cosméticos produzidos com substâncias naturais em detrimento dos de procedência química.

Mais de 80 por cento das inquiridas mostraram-se dispostas a substituir os seus produtos de beleza actuais por um com ingredientes naturais baseados em plantas de cultivo biológico. As mulheres mais favoráveis a esta mudança encontram-se na faixa etária entre os 35 e os 44 anos.

Um questionário semelhante realizado com mulheres francesas revelou que estas estão menos interessadas do que as espanholas na aplicação da fitoterapia de qualidade à cosmética. De acordo com o estudo, apenas 54 por cento das mulheres francesas preferia um cosmético natural a um químico e 43 por cento demonstravam-se dispostas a trocar o que utilizavam.

“As plantas medicinais representaram uma parte da cosmética durante muitos anos, mas a exigência de uma certificação de controlo de qualidade destes produtos deve ser semelhante à dos fármacos de origem natural”, refere Concha Navarro, professora de Farmacologia na Universidade de Granada, e presidente do INFITO. Actualmente, o Ecocert é o único certificado reconhecido pela União Europeia que assegura que a fórmula contém ingredientes naturais de origem biológica e que produção respeita o meio ambiente.

Pelos seus conhecimentos, o farmacêutico é quem melhor pode aconselhar a utilização destas substâncias. “As plantas medicinais têm muitas aplicações terapêuticas e cosméticas para a pele e, tal como acontece com os medicamentos elaborados a partir de plantas medicinais, o farmacêutico pode ser um bom conselheiro no que diz respeito a estes cosméticos que contêm extractos ou compostos obtidos a partir das mesmas substâncias”, sublinha a professora catedrática.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma

Preservativos a 20 cêntimos em 2008

Portugal na lista de países europeus que mais cobram por este método contraceptivo

A Coordenação Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS) está a levar a cabo negociações com distribuidores portugueses para que, já em 2008, seja possível colocar no mercado preservativos de marca brancas, vendidos a 20 cêntimos.

De acordo com os responsáveis da CNLCS, Portugal está na lista dos países europeus com os preços mais altos de venda de preservativos. A entidade pretende, por isso, que os supermercados e os hipermercados criem marcas brancas de contraceptivos, a fim de aumentar a oferta.

O preço elevado dos preservativos é apontado como o principal factor responsável pela não diminuição do número de infectados com o vírus HIV/Sida no país. Segundo afirma Beatriz Cascais, responsável pelo projecto, em declarações ao Diário de Notícias, o objectivo é que «até 2008, existam disponíveis preservativos a preços reduzidos».

O ponto de partida serão os 20 cêntimos, “mas se conseguirmos que sejam vendidos a 25 cêntimos já atingimos o nosso objectivo”, destacou a responsável, acrescentando que foram «contactados por vários importadores que querem vender estes produtos a baixo custo», mas «o problema é que não têm depois quem os escoe».

A acção da CNLCS prevê também campanhas de marketing social em torno deste método contraceptivo, com descontos e promoções em quiosques e outros postos de venda. Os dados recolhidos pela entidade de luta contra a Sida, junto de farmácias, parafarmácias, lojas de conveniência, supermercados e hipermercados, indicam que o preço dos preservativos à venda nas farmácias ronda os 78 cêntimos, nas parafarmácias os 81, nas lojas de conveniência os 67 e nas grandes superfícies 55 cêntimos. As mesmas estatísticas dizem ainda que cada português usa em média 1,6 preservativos por ano, enquanto na Espanha a média é de 3,1.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos, Portugal Diário.

Presidente da Associação Nacional de Esclerose Múltipla
"Não aconselharia o natalizumab"

No rescaldo da reintrodução no mercado farmacêutico português do Tysabri (natalizumab), medicamento para o tratamento da esclerose múltipla envolto em polémica desde que, em 2005, foi relacionado com três casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva que se revelaram fatais e retirado do mercado, o farmacia.com.pt foi ouvir o presidente da Associação Nacional de Esclerose Múltipla sobre este assunto.

João Casais conhece bem a doença. Com 56 anos de idade e doente há cerca de 37, soube da existência da esclerose múltipla antes de a doença ter sido detectada em Portugal, o que só viria a acontecer em 1988. Diz, entre sorrisos, ser "um dos doentes mais antigos do país". No longo percurso que fez de mão dada com aquela patologia, esteve paralisado três vezes e viu-se forçado a usar cadeira de rodas para se locomover, mas hoje garante estar "normal", não obstante o facto de ter de levar "uma injecção de cortisona dia sim dia não".
Um modo de vida "muito complicado", em que os medicamentos têm "papel fundamental". Segundo explicou ao farmacia.com.pt, "o único medicamento tomável para já é um interferon. Não cura, mas ajuda a reforçar a imunidade. Quando temos surtos, tomamos cortisona, que é um anti-inflamatório que nos ajuda a superar as dores, mas que tem como efeitos secundários uma «pancada» muito forte, com febres e muita transpiração". Ciente de todos os problemas que cercam a vida daqueles doentes, João Casais afirma que é nessa qualidade que entende que "todas as descobertas e esperanças que surgem devem ser utilizadas".
Porém, e falando concretamente da questão da reintrodução no mercado do polémico natalizumab, explica que, "como associação de doentes não aconselharia o uso do Tysabri, porque o que aconteceu com aqueles doentes que morreram é muito estranho". Se não fossem os alegados efeitos secundários, o medicamento da Biogen e da Elan constituiria "o sonho de qualquer doente de esclerose múltipla", mas dadas as circunstâncias, não entende como poderá ser usado. Diz até que, pelo que sabe, "nos hospitais da Região Norte o Tysabri não está ainda a ser utilizado".

Carla Teixeira
Fonte: Entrevista telefónica a João Casais

Johnson & Johnson suprime 4% dos postos de trabalho

A Johnson & Johnson (J&J), maior empresa mundial de produtos de cuidados de saúde, deverá eliminar 4 por cento dos seus postos de emprego para poupar 1,17 mil milhões de euros no próximo ano. O esforço deverá garantir-lhe a continuação do crescimento dos lucros no futuro, à medida que a empresa enfrenta o vencimento de patentes importantes nos próximos anos.

A supressão dos postos de trabalho vai resultar em queixas que podem ascender aos 574 milhões de euros no segundo semestre deste ano, avançou a J&J num comunicado divulgado esta terça-feira. A J&J emprega 120.500 pessoas em todo o mundo.

“Ao longo da nossa história temos levado a cabo um processo cuidadoso e disciplinado para ir ao encontro dos desafios que enfrentamos”, afirmou o presidente e director da J&J, William Weldon. “As medidas que estamos a tomar para melhorar a nossa estrutura de custos vai possibilitar que continuemos a investir no crescimento futuro e nos lucros”, acrescenta o responsável, admitindo que “estas são questões difíceis mas que têm que ser enfrentadas para assegurar a resistência do negócio a longo prazo”.

A empresa garante que vai continuar a investir no crescimento do negócio bem como nas tecnologias e oportunidades de produtos. O sector farmacêutico da J&J deverá reduzir custos através da consolidação de determinadas operações, ao mesmo tempo que continua a investir nos produtos recentemente lançados no mercado bem como na investigação de novos produtos em fase final de investigação.

Entre 2008 e 2010 a J&J tem planos para submeter a aprovação sete candidaturas para novos compostos, refere o mesmo comunicado.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, Pharmalot.

Cafeína e exercício físico previnem cancro da pele

A cafeína e o exercício físico podem aumentar a protecção contra o cancro da pele, revela um estudo divulgado pelo “Proceedings of the National Academy of Sciences”. A pesquisa, realizada por investigadores norte-americanos, demonstrou que a combinação entre o exercício diário e uma chávena de café ajudam a prevenir as lesões provocadas na pele pelos raios ultra-violeta, destruindo as células pré-cancarígenas danificadas.

Os cientistas da Universidade de Rutgers chegaram a esta conclusão depois de realizarem um estudo com quatro grupos de ratos e observarem que a cafeína e o exercício físico parecem unir-se para destruir as células pré-cancerígenas, aquelas cujo ADN foi danificado pela radiação emitida pelos raios solares UVB.

“A maior e mais óbvia diferença entre os grupos registou-se nos que corriam e bebiam cafeína”, afirmou Allan Conney, do laboratório de investigação de cancro em Rutgers. Os roedores que apenas beberam cafeína registaram um aumento de 95 por cento de apoptose (morte celular programada) nas células danificadas. Aqueles que fizeram exercício físico demonstraram uma subida de 120 por cento, e os que combinaram a ingestão de cafeína com o exercício físico revelaram um aumento na ordem dos 400 por cento.

Apesar dos cientistas avançarem com diversas teorias, acreditando que possa existir uma espécie de sinergia entre estes dois factores, ainda não se sabe, com certeza, qual o motivo que desencadeia esta acção.

O cancro da pele é um dos tipos mais comuns de cancro e a sua prevalência está a aumentar a nível mundial. A exposição excessiva ao sol é considerada a causa mais frequente de cancro da pele, responsável por cerca de 90 por cento dos casos.

Marta Bilro

Fonte: The Star, Medical News Today, News-Medical.net.

Meda e Recordati estabelecem parceria para comercializar anti-hipertensor

A farmacêutica italiana Recordati SpA anunciou a assinatura de um acordo a longo prazo com a sueca Meda com o objectivo de comercializar, em Espanha, um novo anti-hipertensor.

O fármaco consiste na associação da Lercanidipina, um antagonista do cálcio, e do Enalapril, um inibidor da enzima de conversão da angiotensina. A substância combinada é indicada na redução da pressão sanguínea.

A Meda detém, actualmente, os direitos de comercialização do fármaco na Alemanha, Suécia e Noruega. O lançamento do produto começou na Alemanha e será agora registado em Espanha através do reconhecimento do procedimento conjunto.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Business Wire.

Takeda cresce 5,1% estimulada pelas vendas do Actos

A Takeda, maior farmacêutica japonesa, registou um aumento de 5,1 por cento nos lucros do segundo semestre de 2007, comparativamente a igual período do ano anterior. O crescimento nas vendas do Actos (Pioglitazona) foi o principal factor responsável pelo desfecho positivo.

De acordo com um comunicado da empresa, entre Abril e Junho, os resultados líquidos da Takeda subiram para os 802 milhões de euros (131 mil milhões de ienes), ou 94 cêntimos por acção, dos 763,7 milhões de euros (124,6 mil milhões de ienes), ou 87 cêntimos por acção, registados no período homólogo de 2006. As vendas cresceram 9,6 por cento para os 2,2 mil milhões de euros.

Os resultados demonstram que o anti-diabético Actos tem vindo a ganhar terreno junto dos médicos depois do estudo publicado, em Maio, no “New England Journal of Medicine” que associava o Avandia (Rosiglitazona), o fármaco mais vendido no mundo para o tratamento da diabetes, a um risco 43 por cento superior de sofrer ataques cardíacos.

A empresa mantém inalteradas nos 2,3 mil milhões de euros (380 mil milhões de ienes) as projecções anuais para os ganhos líquidos. As previsões de um grupo de 19 analistas citados pela “Reuters Estimates” apontam para os 2,4 mil milhões de euros (392 mil milhões de ienes).

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters, Forbes.

Avandia permanece no mercado com novos avisos de segurança

O Avandia (maleato de rosiglitazona) deve permanecer no mercado norte-americano recomenda o painel de conselheiros que ontem esteve reunido. De acordo com os especialistas, o fármaco destinado ao tratamento da diabetes deve permanecer disponível porque os benefícios superam os riscos. Ainda assim, o medicamento deve ser acompanhado de novos avisos de segurança, dado que se observou que aumenta a probabilidade de sofrer ataques cardíacos.

“Estão a pedir-nos que tomemos uma acção muito draconiana baseada em estudos que são inadequados para tomarmos esse tipo de decisão”, afirmou Rebecca Killion, especialista em diabetes e membro do painel de conselheiros. Gerald Van Belle, daUniversidade de Washington e também membro do comité, salientou que “quando este medicamento especifico é utilizado, deve ter-se cuidado com quem o toma”.

“O comité observou que existe garantidamente um aumento do risco”, referiu Clifford Rosen, presidente do comité, acrescentando que “as pessoas terão que pensar duas vezes antes de prescreverem este medicamento”. A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos não é obrigada a seguir as directrizes do comité mas por norma, tende a fazê-lo.

O Avandia foi o fármaco para a diabetes mais bem sucedido em 2006, com vendas que atingiram os 2,4 mil milhões de euros. Desde o seu lançamento, em 1999, mais de seis milhões de pessoas em todo o mundo já tomaram o medicamento.

Marta Bilro

Fonte: Chicago Tribune, News One.

CO2 em laser atenua mau hálito

Técnica testada por cirurgiã-dentista brasileira mostrou-se eficaz

O tratamento a laser com dióxido de carbono (CO2) diminuiu substancialmente a halitose ou mau hálito, principal queixa dos pacientes com amigdalite crónica.

A técnica foi testada pela cirurgiã-dentista, Ana Cristina Teixeira, em doentes do Hospital das Clínicas da Unicamp (Brasil) e mostrou-se eficaz, podendo ser adoptada na terapêutica de pacientes que apresentem sintomas da doença.

De acordo com a investigadora, além da melhora da halitose, “o tratamento tem a vantagem adicional de preservar as amígdalas, sem a necessidade de métodos invasivos”, explicando que, para aplicá-lo “basta um procedimento ambulatorial, com anestesia local. A aplicação do laser é feita de quatro a seis sessões, com intervalo mínimo de quatro semanas entre os procedimentos.”

A técnica de laser de CO2 foi desenvolvida em 2004 na Unicamp, pela equipe da professora e orientadora do trabalho de Ana Cristina, Ester Nicola, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Os testes contemplaram 49 pacientes, mas a cirurgiã-dentista estima que a técnica já tenha sido aplicada em mais de 300 pessoas. O alto custo do laser ainda é um desafio.

Segundo esclarece o site da Unicamp, “a médica estudou os doentes antes, durante e depois das aplicações, para aferir o nível de redução da halitose. Em todos os casos, observou-se a melhora e uma queda significativa, em torno de 30%, marca considerada satisfatória pela cirurgiã-dentista”, acrescentando que, “numa avaliação mais geral, a cirurgiã-dentista constatou, também, que os pacientes apresentaram um quadro de melhora na auto-estima e na auto-confiança.”

De acordo com a dentista, as pessoas que possuem mau hálito “não percebem o momento em que estão exalando o odor devido a um processo denominado fadiga olfatória, em que uma região do cérebro minimiza a sensação desagradável”, sublinhando que “é um problema que merece maior atenção por parte dos profissionais da área, pois a halitose pode ser um sintoma de alerta para doenças mais graves como cirrose, insuficiência hepática, insuficiência renal, diabetes e outras.”


Amigdalite crónica - críptica
A amigdalite crónica é uma doença com grande incidência na população brasileira, atingindo adultos e jovens de ambos os sexos. Trata-se de uma inflamação crónica das amígdalas e traduz-se por hipertrofia e presença de massas caseosas nas críptas amígdalinas, com odor fétido causado por germes banais, saprófitas, aeróbios, anaeróbios, germes específicos, bacilo de kock, e muitas vezes por compostos de células epiteliais de descamação, restos alimentares e neutrófilos degenerados, denominadas de «caseum».

A suspeita de que a formação de cáseos era responsável pelo mau hálito não é nova, porém, ficou comprovada com o estudo de Ana Cristina. O estudo também avaliou rigorosamente os efeitos da aplicação do laser, concluindo que a técnica promove o aumento da abertura da cripta, evitando assim a retenção de alimentos e outras substâncias que servem de substratos para as bactérias produtoras do mau hálito.

Chá
Um grupo de investigadores americanos estudou as propriedades medicinais de um tipo de chá - o polyphenols - e concluiu que a infusão pode matar ou combater a bactéria oral responsável pelo mau hálito. Os investigadores advertem, no entanto, que é muito cedo para assegurar como funcionaria o chá quando ingerido pelos seres humanos. Quando utilizado em cultivos de laboratório, o polyphenols foi extremamente eficaz na supressão das bactérias responsáveis pelo mau odor da boca. "Num dos casos, o polyphenols matou cerca de 90% das bactérias mais associadas ao mau hálito em menos de 20 minutos", garante Christine Wu, professora da Universidade de Illinois na Faculdade de Odontologia de Chicago.


Raquel Pacheco

Fonte: site da Unicamp/apagina.pt
Frutas e chá combatem a doença hepática mais frequente
Novos tratamentos para o cancro do fígado


O cancro do fígado é a complicação hepática mais grave e frequente do mundo, nomeadamente entre os portadores de cirrose, e pode ser desencadeada por um consumo excessivo de álcool ou de leite. A cura poderá ser também alcançada através do sistema digestivo, segundo um estudo agora divulgado, que aponta as verduras, as frutas e o chá como potenciais elementos curativos, que ao mesmo tempo previnem a incidência de outros tumores.

De acordo com uma investigação desenvolvida por especialistas do Instituto do Frio, com sede em Espanha, o segredo está na quercetina, um antioxidante que está presente nas verduras, nas frutas e em bebidas como o chá, e que pode curar o cancro do fígado, além de prevenir o desenvolvimento de outros tumores, pela indução da morte celular programada da linhagem de células do fígado HepG2. O estudo permitiu concluir que a quercetina inibe a proliferação do cancro e pode até ajudar à sua cura, uma vez que actua sobre as células infectadas, provocando a sua morte. Luis Goya, um dos investigadores envolvidos na pesquisa espanhola, disse que a ingestão diária de cinco ou mais peças de fruta e verduras “pode ajudar a prevenir o cancro”, sendo, no entanto, necessários mais estudos, para assegurar o potencial efeito anticancerígeno daquele antioxidante.
Porque a cada ano que passa são diagnosticados em todo o mundo 1,5 milhões de novos casos de cancro hepático, a complicação mais grave e frequente de entre as muitas doenças do foro oncológico, a atenção da comunidade científica tem dado particular atenção ao desenvolvimento de novas terapêuticas para aquele tipo de doentes. Alguns procedimentos de radiologia intervencionista – quimioembolização e ablação por radiofrequência, por exemplo – constituem uma verdadeira revolução naqueles tratamentos, com excelentes resultados. Assentam em actos médicos minimamente invasivos e menos agressivos para o paciente, e que proporcionam o rápido regresso à vida quotidiana, com uma recuperação mais eficaz.
A técnica de quimioembolização hepática consiste em reduzir o tamanho do tumor, bem como a sua sintomatologia, conseguindo a melhoria da qualidade e o aumento da sobrevida do paciente. Através de uma pequena incisão de dois milímetros na virilha, é introduzido um cateter que transporta uma combinação de medicamentos quimioterápicos diretamente para os vasos hepáticos que nutrem o tumor, a fim de tratar as células cancerígenas. São também injectadas micropartículas, com vista a bloquear as artérias que alimentam a neoplasia. O processo é totalmente realizado com o recurso ao cateter, não provocando dor, já que dentro dos vasos sanguíneos não há terminais sensitivos perceptíveis àquele estímulo.
A ablação por radiofrequência, por seu turno, actua no sentido da destruição do cancro. O método consiste na realização de uma pequena incisão na parede lateral direita da parte superior do abdómen, onde se encontra rapidamente o fígado, para introduzir uma agulha que, ao penetrar no tumor, emite ondas de radiofrequência – um estímulo similar ao do forno microondas – que “fritam” as células infectadas. A agulha é retirada logo que se conclui o tratamento, e o paciente pode ir para casa na esperança de uma rápida e eficaz recuperação. São dois procedimentos que recorrem à mais recente tecnologia e que, de acordo com os especialistas, dão aos doentes uma melhor qualidade de vida e uma maior eficácia na terapia.

Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Manhã», SEGS.com.br
Mulheres têm maior predisposição para problemas no cólon
Vinho e cerveja aumentam risco de cancro


Um em cada 20 homens e uma em cada 18 mulheres apresentam risco acrescido de virem a sofrer de cancro do cólon, e a simples ingestão de um copo grande de vinho ou de meio litro de cerveja por dia parece potenciar em cerca de 10 por cento esse risco. Segundo um estudo britânico divulgado hoje no «International Journal of Cancer», os consumidores de mais de dois copos grandes de vinho ou de um litro de cerveja por dia aumentam essa possibilidade em 25 por cento.

São resultados pouco animadores para os apreciadores de bebidas alcoólicas, que os investigadores da organização Cancer Research UK alertam, tendo por base os resultados de um estudo que acompanhou 480 mil indivíduos, de ambos os sexos e de 10 países da União Europeia, durante cerca de seis anos. Durante o período em análise, 1.833 participantes desenvolveram cancro do cólon. Tim Key, investigador que liderou a pesquisa, considera que ela demonstra que, quanto maior for o nível de álcool consumido, maior é a possibilidade do surgimento daquele carcinoma. “É importante que as pessoas entendam que podem reduzir os riscos de contrair um grande número de tumores se diminuírem o consumo de bebidas alcoólicas”, disse o especialista.
De acordo com o director de comunicação do instituto Cancer Research UK, Lesley Walker, é igualmente “importante que as pessoas não equiparem uma bebida com uma unidade de álcool”, acrescentando que as doses recomendadas, que diferem de homem (menos de três) para mulher (menos de duas unidades por dia) não têm relação directa com o número de copos bebidos, ou seja, meio litro de cerveja, por exemplo, equivale a duas unidades de álcool, enquanto um copo de vinho de 125 ml corresponde a uma. Dependendo das dimensões do copo que utilizam, poderá não ser claro para os consumidores a ingestão de mais do que as quantidades que são tidas como aceitáveis pelos especialistas para um dia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe

Zambon cresce 23% no 1º semestre

Lucro do laboratório europeu está acima do mercado farmacêutico no Brasil

Enquanto o mercado farmacêutico brasileiro cresceu cerca de 10% no 1º semestre de 2007, a Zambon - farmacêutica com sede em Itália - viu a sua actuação aumentar em 23% no mercado nacional (Brasil) em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o presidente daquele laboratório, Waldir Eschberger Jr., "diversos factores contribuíram para o resultado, entre eles, o lançamento de Fluimare, medicamento indicado para alívio da congestão nasal, a aquisição de Novaderm, adquirido do Farmasa, e também o crescimento das vendas dos produtos Monuril e Spidufen."

O representante da Zambon esclareceu que, “todas estas acções fazem parte da campanha Desafio Tutti 30 - instituída desde o segundo semestre de 2005 - que envolve todos os setores da empresa e tem como obcjetivo duplicar o lucro de 2005 e atingir a 30.ª posição no mercado farmacêutico, até o final de 2008”, frisando que, “quando o Tutti 30 começou, o Zambon estava na 45ª posição. Hoje, o laboratório já ocupa o 40º lugar.”

Zambon

O Grupo Zambon é uma empresa farmacêutica internacional de origem europeia com sede em Itália. A empresa tem presença nos principais mercados da Europa, Ásia e América, onde emprega mais de 2.400 pessoas, dos quais 230 se dedicam à investigação, aspecto ao qual a Zambon dedica 10% da sua facturação. Em Portugal, conta com 31 colaboradores.
Há 49 anos no Brasil, os laboratórios Zambon foram responsáveis por introduzir no país (Brasil) fármacos de sucesso, como Spidufen, Monuril e Fluimucil. As três principais áreas de actuação da farmacêutica são a respiratória, saúde feminina e dor, esta última englobando as especialidades de reumatologia e hepatologia.

O Zambon Group, que acaba de completar 100 anos, está presente em 16 países e é a maior indústria farmacêutica italiana no Brasil. A sede em São Paulo tem capacidade para produzir 13 milhões de unidades/ano. O lucro global do laboratório, em 2006, foi de 500 milhões de euros.

Raquel Pacheco

Fonte: Guia da Farmácia/Zambon.pt

Doença Incapacitante: Apoio psicológico no diagnóstico

Investigadores portugueses alcançam redução da ansiedade e depressão durante testes pré-sintomáticos

O acompanhamento psicológico de doentes sujeitos a testes pré-sintomáticos para descobrir se sofrem de Ataxia Espinocerebelar tipo II (uma doença neurodegenerativa incapacitante) diminui a ansiedade e depressão associadas à realização destes testes, sugere um estudo científico que envolve investigadores portugueses.

Este trabalho foi publicado no «Journal of Genetic Counseling» e foi desenvolvido, em Cuba, por cientistas do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), do Porto, em parceria com investigadores de Holguín (província cubana).

A Ataxia Espinocerebelar tipo II (SAC2) é uma doença hereditária e incapacitante que se manifesta de forma gradual, causando limitações como descoordenação motora, dificuldade na articulação das palavras, imprecisão nos movimentos e desorientação espacial.

De acordo com o estudo, para esta doença não existe tratamento, “apenas a possibilidade de ser diagnosticada ainda antes de aparecerem os primeiros sintomas, através de testes genéticos pré-sintomáticos, que começaram a ser feitos, há cinco anos, em Cuba”.

No entanto, os investigadores analisaram o impacto psicológico dos resultados dos testes em 150 pessoas com 50% de risco de vir a desenvolver a SAC2. Segundo revela o Journal of Genetic Counseling», para este trabalho “foram utilizados instrumentos psicológicos e avaliados os níveis de ansiedade, depressão e dinâmica familiar antes da realização dos testes e um ano depois de conhecidos os resultados.”

“Com acompanhamento, ao fim de um ano, os níveis de ansiedade e de depressão tinham diminuído tanto nos portadores como nos não portadores, embora a redução da ansiedade tenha sido mais significativa precisamente nos pacientes que apresentavam a doença e em pessoas com famílias disfuncionais”, concluiu a equipa de investigadores portugueses e cubanos.

Raquel Pacheco

Fontes: «Journal of Genetic Counseling»/Público

Novo passo rumo ao fim dos testes em animais

Teste "in vitro" informa se substância química produz irritações cutâneas

Uma etapa significativa na eliminação dos testes em animais foi alcançada por investigadores franceses graças a um teste “in vitro” capaz de informar se uma substância química produz ou não irritações cutâneas.

Este teste acaba de ser homologado pelo Centro Europeu para a Validação dos Métodos Alternativos (ECVAM), tendo sido aperfeiçoado pelo centro de bio-engenharia Episkin de L’Oréal, sedeado em Lyon, França.

De acordo com o ECVAM, o teste foi realizado em amostras de pele humana reconstruída em colagénio e permite “substituir completamente os testes” em animais.

Esta inovação é resultado de mais de vinte anos de pesquisas sobre a reconstrução da pele humana. Segundo as estimativas, cerca de vinte mil animais, na sua maioria coelhos, são utilizados anualmente na Europa para testar a toxicidade das substâncias químicas.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa
Multinacional acusada da morte de 11 crianças
Tribunal nigeriano adia julgamento da Pfizer


O tribunal encarregado de julgar o processo interposto pelas autoridades da Nigéria contra a multinacional farmacêutica Pfizer, acusada de ter realizado testes não autorizados de um medicamento experimental em 200 crianças nigerianas, das quais 11 morreram e outras sofreram sequelas irreversíveis, adiou o julgamento para Outubro. Os advogados do governo pediram tempo para analisar a defesa da Pfizer, que põe em causa a jurisdição do tribunal, visto não ser uma empresa nigeriana.

Tal como o farmacia.com.pt tem vindo a noticiar, sobre a firma farmacêutica pende a grave acusação de ter afectado cerca de duas centenas de crianças da região nigeriana de Kano, às quais foi administrado o Trovan Floxacin, em fase experimental e anterior à sua homologação, durante uma epidemia de meningite. As autoridades locais e os pais das crianças – 11 morreram, mas dezenas de outras sofreram severas complicações graves e permanentes, como surdez, paralisia, transtornos da fala, lesões cerebrais e cegueira – exigem uma avultada indemnização. Os advogados do governo pediram ao tribunal algum tempo para analisar os argumentos da defesa, que questiona a legitimidade do sistema de justiça nigeriano para julgar uma empresa que não tem sede no país. Contudo, em 2005 também um tribunal federal norte-americano se recusou a julgar o caso, considerando que essa deveria ser uma competência dos tribunais da Nigéria.
O caso remonta a 1996. A acusação alega que, em Abril daquele ano, altura em que grassava no país uma epidemia de meningite bacteriana, sarampo e cólera que assombrou particularmente a região de Kano, a Pfizer terá “engendrado um esquema” para “deformar e esconder as suas principais intenções”, e usando como pretexto o desejo de ajudar no apoio às vítimas, testar os efeitos do fármaco. No documento apresentado a tribunal lê-se que a empresa farmacêutica “nunca revelou que tinha intenção de realizar experiências com as vítimas vulneráveis ou qualquer teste clínico sem a aprovação das agências reguladoras da Nigéria”, afirmando sempre que “pretendia fornecer ajuda humanitária”.
A Pfizer, por seu turno, rejeitou sempre, e liminarmente, qualquer alegação de erros éticos, recusando responsabilidades desde que o escândalo estourou, em 2000, e assegurando, pelo contrário, que a administração da “trovafloxacina permitiu salvar vidas”. O laboratório garante que, “naquela altura, a trovafloxacina estava na última fase de desenvolvimento clínico” e “tinha já sido avaliada em cinco mil pacientes”, e assegura que os jovens pacientes concordaram com a realização dos testes, que foram explicados aos pais em inglês e haussá, línguas faladas na região. Uma afirmação desmentida por Hassan Sani, pai de uma menina que foi submetida aos testes, que asseverou “nunca ter suspeitado de que as crianças estavam a ser usadas numa experiência”.

Carla Teixeira
Fonte: Euronews, BBC News, Jornal de Angola, Último Segundo

Variação acentuada de peso da mãe pode colocar bebé em risco

Médicos defendem peso saudável, antes, durante e após gravidez

Um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) sugere que as mulheres que engordam ou emagrecem muito entre uma gravidez e outra podem colocar a vida dos bebés em risco.

Segundo um artigo de dois médicos irlandeses publicado naquele jornal britânico, “ao perder muito peso num curto espaço de tempo - como muitas mães fazem actualmente logo depois de dar à luz -, estarão a prejudicar a saúde do seu próximo bebé.” No entanto, os especialistas advertem, também, que um ganho acentuado de peso, logo depois de ter um filho, também é nocivo para o desenvolvimento de um outro feto.

De acordo com o artigo do BMJ, “partos com o bebé morto, nascimentos prematuros, abortos espontâneos e pressão alta estão entre os possíveis efeitos de uma variação exagerada no corpo da mãe.”

Jennifer Walsh, da divisão de um hospital especializado na saúde da mulher em Dublin, na Irlanda, e Deirdre Murphy, professor de obstetrícia da Universidade de Dublin são os mentores do artigo. Ambos defendem que “as mulheres têm de tentar manter um peso saudável antes, durante e depois da gestação para dar às suas crianças um começo de vida com saúde.”

Os médicos alertaram para o facto de as mulheres (em idade reprodutiva) serem “bombardeadas com mensagens sobre dietas, peso e imagem corporal", sublinhando que “a gravidez é um dos períodos mais exigentes da vida de uma mulher do ponto de vista nutricional e que a oferta adequada de nutrientes é essencial para sustentar o bem-estar e o crescimento do feto.”

Dois estudos
Para sustentar a tese, os especialistas irlandeses citaram dois estudos: o primeiro, feito na Suécia, consistiu em acompanhar mais de 200 mil mulheres, entre 1992 e 2001, a fim de avaliar os impactos de mudanças no índice de massa corpórea (BMI, na sigla em inglês) na saúde da mãe e do bebé. As mulheres que participaram do estudo foram acompanhadas do início da primeira gestação ao início da segunda.

A conclusão foi que o aumento de apenas uma ou duas unidades no BMI acarreta "taxas significativamente maiores" de pre-eclampsia, condição ligada à pressão alta durante a gravidez; aumento nos índices de diabetes entre as mães e maior risco de um bebé nascer com um peso acima do recomendável. Uma pessoa com BMI superior a 25 é considerada "acima do peso"; quem tem mais de 30 já é considerado "obeso".

Um outro estudo, publicado no American Journal of Obstetrics and Gynaecology (Revista Americana de Obstetrícia e Ginecologia), concluiu que mulheres que emagreciam muito entre um filho e outro tinham mais hipóteses de dar à luz prematuramente do que mulheres que aumentaram ou mantiveram seu peso.
A principal mensagem que querem passar, disseram os médicos, é que mulheres de peso médio devem evitar ganhar peso entre uma gravidez e outra.

Raquel Pacheco
Fonte: BMJ

Aprovada comercialização de fármaco inovador para anemia renal

Mircera da Roche permite tratamento com simples dose mensal

A Comissão Europeia aprovou o uso do Mircera (betaepoetina-metoxipolietilenoglicol) medicamento inovador no tratamento da anemia associada à doença renal crónica (DRC), confirmou, ontem, a farmacêutica Roche.

A aprovação do Mircera (betaepoetina-metoxipolietilenoglicol) resulta na autorização de comercialização do medicamento, que será válida em todos os 27 países membros da União Europeia (UE). O parecer favorável foi emitido, em Maio, pelo Comité de Produtos Medicinais para Uso Humano (CHMP), que recomendava a autorização de venda do produto, pelo que, a Comissão Europeia confirmou agora a decisão.

De acordo com o comunicado da Roche, o Mircera é um "activador contínuo do receptor da eritropoietina" (hormona responsável por estimular a produção de glóbulos vermelhos do sangue) e usada no tratamento de insuficiência renal crónica.

“Este fármaco é o primeiro de uma nova classe de agentes quimicamente sintetizados e de acção prolongada que melhor se aproxima dos processos fisiológicos do organismo e representa um avanço no cuidado da anemia renal, promovendo um esquema único de dosagem mensal”, destaca o laboratório suíço no comunicado.

Indicado para pacientes em pré-diálise e diálise, a fórmula estrutural do Mircera (betaepoetina-metoxipolietilenoglicol) “mantém uma menor aderência aos receptores da eritropoietina, o que permite uma degradação mais lenta e contínua do hormona, traduzindo-se, deste modo, numa significativa redução do número de aplicações no tratamento da anemia relacionada à doença renal crónica”, esclareceu a Roche, concretizando que este fármaco “substitui uma quantidade de injecções que pode chegar a 144 aplicações ao ano nos tratamentos actualmente disponíveis por apenas 12 aplicações anuais (uma vez ao mês).”

A aprovação de foi baseada em resultados de segurança e eficácia do maior programa clínico já realizado para um medicamento voltado ao tratamento da DRC. O programa foi composto por 10 estudos globais que envolveram 2.737 pacientes em 29 países. A base de dados incluiu 1.789 indivíduos tratados com Mircera e 948 com algum outro agente estimulador da eritropoiesi.

Reacções adversas: 6%

O grupo Roche estima que apenas cerca de 6% dos doentes que venham a utilizar este novo medicamento apresentem reacções adversas, sendo a hipertensão a mais apontada.

A farmacêutica sedeada na Suiça destacou ainda que o Mircera “é o primeiro agente estimulador da produção de glóbulos vermelhos aprovado na UE a oferecer um conveniente esquema de dosagem para corrigir a anemia em doentes que não receberam tratamento prévio. O medicamento é também o pioneiro na conversão directa de todos os pacientes tratados anteriormente com algum outro agente a um esquema de dose mensal única.”

DRC atinge 500 milhões

Mais de 500 milhões de pessoas, ou aproximadamente 1 em cada 10 da população em geral, apresentam um certo grau de DRC. Os doentes sofrem uma progressiva deterioração da função renal, geralmente durante um período de vários anos, até que seja necessária uma terapia para a substituição de rim. Os rins apresentam falência e não conseguem secretar eritropoietina, uma proteína produzida pelos rins e que estimula a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), em Portugal, “são cerca de 800 mil as pessoas que sofrem desta doença e o País regista, anualmente, 2200 novos casos de insuficiência crónica terminal, fase em que a doença conduz à falência do órgão, existindo actualmente 14 mil doentes dependentes de diálise ou de transplante renal.” Para a SPN, a DRC “constitui um grave problema de saúde pública”, frisando que “a actual epidemia de diabetes e a obesidade poderão contribuir para números mais elevados no futuro.”

Raquel Pacheco
Fonte: Roche/SPN

Terapêutica biológica reduz efeitos da esclerose múltipla
Natalizumab já disponível em Portugal

Encontra-se disponível no mercado farmacêutico português desde o dia 1 de Junho o Tysabri (natalizumab), produzido e comercializado pelas empresas Biogen Idec e Elan Pharmaceuticals. É o único medicamento biológico indicado para o tratamento de doentes com esclerose múltipla muito activa em monoterapia, e não está isento de polémica – foi retirado do mercado em 2005, cerca de um ano depois de ter sido introduzido, em virtude do surgimento de três episódios fatais de leucoencefalopatia multifocal progressiva em doentes tratados com o fármaco.

Um ano depois do regresso ao mercado nos Estados Unidos, e da reintrodução em alguns países europeus, a reunião de lançamento em Portugal está agendada para o dia 29 de Setembro. Neste momento, no entanto, a Biogen Inc. estima que cerca de 14 mil pessoas em todo o mundo estejam já a ser tratadas com o natalizumab, entre as quais os participantes de novos ensaios clínicos. Mais de metade daqueles doentes (8600) vive nos Estados Unidos, onde 1800 médicos já prescreveram o medicamento, enquanto na União Europeia serão mais de 5300 os novos utentes do Tysabri. Howard Rossman, director clínico do Centro de Esclerose Múltipla do Instituto para Desordens Neurológicas em Farmington Hills, no estado do Michigan, declarou que “passado um ano (da retirada do mercado), vejo os meus doentes a beneficiar significativamente com o Tysabri. Como se esperava, de acordo com os resultados dos ensaios clínicos, o medicamento tem tido impacto positivo na vida das pessoas com esclerose múltipla, já que a sua eficácia consistente lhes dá uma nova esperança na gestão da doença”.
A esclerose múltipla é uma doença crónica do sistema nervoso central. Afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo e cerca de cinco mil portugueses. Tem maior prevalência no sexo feminino, com o primeiro surto a ocorrer, em regra, entre os 20 e os 40 anos. Os sintomas clínicos podem incluir problemas de visão, perda de equilíbrio, dormência, dificuldades na locomoção e mesmo paralisia. O Tysabri está aprovado em regime de monoterapia nos Estados Unidos e na União Europeia para o tratamento da esclerose múltipla recidivante remitente muito activa. À luz de dados publicados no «New England Journal of Medicine», o natalizumab neutraliza o risco relativo de progressão da incapacidade entre 42 a 54 por cento, e apresenta também uma redução relativa da taxa anualizada de surtos de 68 por cento quando comparado com um placebo.

A «novela» do natalizumab...
Introduzido no mercado farmacêutico mundial em 2004, não demorou muito até que o natalizumab revelasse problemas. De facto, volvido cerca de um ano do início da sua utilização, o surgimento de três casos mortais de leucoencefalopatia multifocal progressiva em doentes de Crohn e esclerose múltipla que estavam a ser tratados com o fármaco deram o mote para a sua retirada do mercado norte-americano, em Fevereiro de 2005. As mortes ocorreram em pacientes que se tinham submetido a estudos experimentais do medicamento, sendo que dois deles acumulavam a toma do Tysabri com o Avonex.
Numa reacção aos nefastos acontecimentos, o comité consultivo da Food and Drug Administration promoveu uma reunião de trabalho, que teve como objectivo fazer a avaliação da possibilidade de o natalizumab voltar a ser introzido no mercado com garantias de segurança para os seus utilizadores. Os especialistas reviram toda a literatura disponível sobre o assunto, os efeitos secundários e eficácia do fármaco, analisaram a proposta de gestão do risco desenvolvida e apresentada pelas duas companhias farmacêuticas fabricantes do Tysabri, ouviram testemunhos de grupos de doentes e cidadãos interessados, e chegou a anunciar a data de reintrodução no mercado – 15 de Março de 2006 –, que no entanto não chegou a concretizar-se, tendo a FDA aprazado para Junho uma resposta.
Em Outubro do mesmo ano uma segunda avaliação aferiu a não existência de mais casos confirmados de leucoencefalopatia multifocal progressiva além dos três que inicialmente tinham sido reportados, e submeteu à FDA uma licença de aplicação biológica suplementar. Entretanto, bem antes disso, em Maio, a Comissão de Medicamentos para Uso Humano da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) emitiu uma recomendação positiva, autorizando a reintrodução do natalizumab no mercado como terapia única em pacientes com exacerbações muito activas, e que não responderam ao tratamento com um beta-interferon, bem como em doentes que evoluíram rapidamente para exacerbações graves. É no seguimento dessa recomendação da EMEA que o Tysabri regressou no passado dia 1 de Junho às farmácias portuguesas.

Carla Teixeira
Fontes: E-mail do farmacia.press, FDA, MS International Federation, Médicos na Internet, Esclerosemultipla.wordpress.com, Associação Nacional de Esclerose Múltipla
Novo tratamento para pacientes com cancro da próstata, hormono-resistentes

AstraZeneca inicia Fase III do estudo do ZD4054

A AstraZeneca vai iniciar a Fase III do desenvolvimento do novo agente oral ZD4054 em homens com cancro da próstata, hormono-resistentes, uma doença que afecta, somente nos Estados Unidos, cerca de 60.000 novos pacientes por ano. O programa de ensaios de Fase III começará antes do fim de 2007.

O programa clínico de Fase III do ZD4054, um antagonista selectivo dos receptores da endotelina A (ETA), investigará o papel deste agente como monoterapia em pacientes com cancro da próstata, metastizado e não metastizado, hormono-resistentes. O programa de desenvolvimento também averiguará o ZD4054 em combinação com docetaxel (Taxotere) em pacientes com cancro da próstata metastizado, hormono-resistentes.

O ZD4054 actua ao bloquear de forma específica o receptor ETA, que pode levar à inibição de múltiplos processos do cancro, como a proliferação das células tumorais, a sobrevivência da célula tumoral, a angiogénese do tumor e a patofisiologia das metástases ósseas. O ZD4054 leva a cabo esta acção sem bloquear o receptor ETB, que pode proporcionar efeitos biológicos benéficos em termos de estimular a apoptose, a morte de células doentes.

A decisão da companhia de iniciar a Fase III baseia-se nos dados de sobrevivência promissores de um estudo aleatório de Fase II com o ZD4054. Os dados do estudo “Endotelina, uma prova de conceito” (EPOC, sigla em inglês) serão apresentados no 14º Congresso de Oncologia Clínica(ECCO 14), que decorrerá entre os dias 23 e 27 de Setembro, em Barcelona.

O pilar base do tratamento do cancro da próstata, um cancro causado pelas hormonas naturais masculinas, é o tratamento hormonal, sublinhou o director executivo de desenvolvimento da AstraZeneca, John Patterson. Ainda que esta terapia proporcione um grande benefício para muitos homens, a maioria dos pacientes tornar-se-á resistente aos tratamentos hormonais. Para estes homens actualmente existem poucas opções além da quimioterapia e o prognóstico é mau. O ZD4054 oferece assim uma nova possibilidade de tratamento, acrescentou ainda Patterson.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma

Principais utentes da Linha Saúde 24 são mulheres com filhos pequenos

A Linha Saúde 24 (S24), um serviço telefónico do Ministério da Saúde, em funcionamento desde Abril e que serve para aconselhar o público em caso de acidente ou de doença súbita, já recebeu quase 100 mil contactos telefónicos, maioritariamente efectuados por mulheres, 74 por cento das quais, mães de filhos pequenos, segundo dados estatísticos recolhidos entre dia 1 de Maio a 25 de Julho, revelados por este serviço.

De facto, entre os principais sintomas mencionados nas chamadas para esta linha surgem o vómito e a febre, a dor abdominal e a diarreia, registados em crianças dos zero aos quatro anos, enquanto que os sintomas descritos em adultos prendem-se maioritariamente com cefaleias (enxaquecas) ou lesões na cabeça, congestão nasal e problemas de garganta.

Até dia 25 deste mês, 89 por cento dos telefonemas foram motivados por dúvidas ou pedidos de ajuda e de aconselhamento ao nível do foro clínico, dos quais a esmagadora maioria consistiu na triagem, aconselhamento e encaminhamento dos casos para o serviço adequado aos sintomas relatados.

A gravidade dos casos distribui-se de forma variada, os mais graves são encaminhados para os serviços de urgência hospitalar, enquanto que em casos de gravidade ligeira o paciente é aconselhado ao "auto-cuidado", medicando-se ou tratando-se a si próprio em casa, sem ser necessária a intervenção de um profissional de saúde.

Em 17 por cento dos pedidos de ajuda recebidos pela S24 foi aconselhado ao utente que se dirigisse à urgência de uma unidade hospitalar, encarregando-se o serviço da referenciação dos casos, de acordo com a informação clínica relevante que o utente fornece aos técnicos em funções na Linha, facilitando assim a elaboração do diagnóstico.

A grande maioria das chamadas foram feitas por utentes residentes na região de Lisboa e Vale do Tejo, essencialmente mulheres, que em todos os escalões etários registaram uma maior utilização do serviço do que os homens, excepto entre os adolescentes, o que evidência que são geralmente elas a cuidar da saúde do familiares.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Fumar um charro faz tanto mal como fumar 2,5 a 5 cigarros de uma vez

Estudo neozelandês compara efeitos da 'cannabis' aos do tabaco

Um novo estudo sobre saúde respiratória, realizado na Nova Zelândia e publicado pela revista Thorax, revelou que o acto de fumar um único charro de 'cannabis' provoca efeitos tão nefastos nos pulmões como o consumo de 2,5 a cinco cigarros de uma só vez.

De forma a comparar os efeitos da 'cannabis' com os do tabaco, os investigadores do Instituto de Investigação Médica da Nova Zelândia-Wellington observaram 330 adultos, divididos em quatro grupos: os que fumavam unicamente 'cannabis', os que fumavam só tabaco, os que fumavam ambos e os que não fumavam. Todos os participantes foram submetidos a testes respiratórios e a exames de tomodensitometria aos pulmões, um tipo de scanner de raios x assistido por computador.

"A principal descoberta é que um charro de 'cannabis' é semelhante a 2,5 a 5 cigarros em termos de obstrução respiratória", sublinham os investigadores, explicando que a equivalência é coerente com os níveis de carboxihemoglobina (monóxido de carbono presente na hemoglobina) e de alcatrão, que são três a cinco vezes mais elevados num charro do que num cigarro.

A duração do consumo é também determinante para os danos causados nos pulmões, pois quanto mais longo for o consumo, maior é a probabilidade de os fumadores de 'cannabis' virem a sofrer de pieira, tosse, dificuldades respiratórias e expectoração, para além do mau funcionamento dos brônquios, com obstrução respiratória, associado ao consumo desta substância e que exige um maior esforço aos pulmões.

Por outro lado, o estudo mostrou também que o enfisema, uma doença dos pulmões que pode evoluir para uma insuficiência respiratória crónica, atinge quase exclusivamente os fumadores de tabaco e de tabaco em associação com a 'cannabis'.

Os efeitos do consumo de 'cannabis' estão ligados à maneira como se fuma, filtrado e a temperaturas mais elevadas, com inalações de fumo mais profundas, de forma a retê-lo durante mais tempo, causando graves lesões nos pulmões.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Fármaco experimental anti-inflamatório apresenta resultados promissores

Um novo fármaco anti-inflamatório experimental tem produzido resultados promissores em estudos científicos em animais, como terapia de controlo da artrite. Este novo fármaco é um composto registado desenvolvido pela Novogen Limited a partir da sua plataforma de tecnologia fenólica.

O fármaco faz parte da família de novas terapêuticas anti-inflamatórias descobertas pela Novogen, conhecida como moléculas de flavonóides anti-inflamatórias (FAIM, sigla em inglês). Um dos principais investigadores, o professor Michael James, disse que o conceito FAIM envolve uma nova abordagem ao tratamento da artrite e outras doenças inflamatórias. O professor acrescentou ainda que os resultados são encorajadores e sugerem que o conceito FAIM é válido e pode levar a uma nova classe de fármacos anti-inflamatórios que se espera que não tenham os problemas de segurança dos actuais agentes anti-inflamatórios.

O efeito do novo fármaco foi examinado utilizando um modelo bem estabelecido de artrite em ratos, que mimetiza as inflamações das articulações encontradas na artrite humana. Foi determinada uma “pontuação” das articulações baseada no grau de inchaço e vermelhidão, assim como no número de articulações envolvidas. No estudo da Novogen, a anotação da pontuação foi feita por um operador que desconhecia o tipo de tratamento que os ratos recebiam. Um grupo de oito ratos que recebeu o fármaco na comida demonstrou uma pontuação mais baixa, em comparação com a de outro grupo de oito ratos que não recebeu tratamento.

As FAIM englobam uma família de terapêuticas que apresentam um novo método de tratar a inflamação. Estes compostos possuem uma actividade anti-inflamatória robusta in vitro e, como demonstrado agora, também in vivo, e são delineados para evitar efeitos secundários do tipo cardiovascular, gastrointestinal e renal, podendo ainda ser cardioprotectores.

Actualmente, a inflamação e a dor são habitualmente tratadas com fármacos não-esteróides e anti-inflamatórios (NSAID, sigla em inglês). Contudo, estes estão associados a efeitos secundários indesejados, incluindo hemorragias gastrointestinais e úlceras, assim como danos nos rins. Recentemente, também tem sido realçado que estes agentes, particularmente os inibidores selectivos de COX-2, estão associados a um aumento de ataques cardíacos e outros eventos cardiovasculares adversos. Todos estes problemas ocorrem porque todos os NSAID actuam na inibição da enzima COX.

O mecanismo de acção para o efeito anti-inflamatório destas FAIM foi agora estabelecido através do programa de investigação da Novogen e tem sido conseguido através de outros mecanismos que não a inibição da COX, segundo a Dra. Catherine Walker, líder do programa de investigação de fármacos anti-inflamatórios e cardiovasculares. A Dra. Walker acrescentou ainda que isto significa que estes fármacos não devem ter os efeitos secundários dos NSAID nem dos inibidores selectivos da COX-2.

Ainda segundo a Dra. Walker, este resultado vem reforçar a ideia de que o conceito FAIM deve ser continuado em estudos clínicos humanos. A intenção da Novogen é determinar se serão efectivas no tratamento da artrite, dores nas costas e outras doenças inflamatórias.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Caliper desenvolve sistema personalizado de transfecção para a Boehringer Ingelheim

A Caliper Life Sciences, Inc., líder estabelecido no campo da robótica, está a trabalhar com a indústria farmacêutica para desenvolver sistemas robóticos personalizados de transfecção para a expressão de proteínas. A Caliper criou recentemente uma solução única para a Boehringer Ingelheim que automatiza aspectos da expressão do baculovírus.

Para desenvolver o sistema para a Boehringer Ingelheim, o Grupo de Sistemas Integrados da Caliper trabalhou directamente com investigadores para perceber as necessidades específicas da companhia para cada etapa do processo de expressão do baculovírus. A Caliper utilizou depois a sua especialidade no campo da automação e robótica de laboratórios para integrar o manipulador de líquidos Sciclone, juntamente com tecnologia de outros fornecedores, para criar um sistema de laboratório Staccato que seja de confiança, efectivo e individualizado.

A capacidade de desenvolver sistemas integrados altamente fiáveis ilustra a entrega da Caliper à automação e robótica de laboratórios, e ao fornecimento à indústria farmacêutica de ferramentas de pesquisa inovadoras que vão de encontro a necessidades únicas, afirmou Kevin Keras, gestor da unidade de negócio, de Sistemas Integrados, da Caliper Life Sciences. A Caliper está dedicada a melhorar o fluxo de trabalho para a descoberta e desenvolvimento de fármacos, e percebe um valor enorme na parceria com fornecedores líderes de sistemas para criar soluções que incorporam um leque abrangente de capacidades.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Rastreio capilar assinala os primeiros 100 transplantes

A clínica CM2C, especialista em tratamentos capilares, vai promover rastreios gratuitos para verificar a saúde do cabelo. A inicitiva tem lugar nos proximos dias 21 e 22 de Agosto entre as 10:00 horas e as 19:30 horas.

A acção tem como principal objectivo comemorar os 100 primeiros transplantes capilares feitos, mas a clínica quer também sensibilizar os portugueses para os cuidados a ter com o cabelo e a necessidade de exames para evitar situações mais graves.

A CM2C faz transplantes capilares através da técnica de que implica o tranplante de unidades foliculares. Este método é indolor e permite extrair raízes do cabelo dos doentes sem recorrer a cortes e posteriores cicatrizes. No final, o paciente tem um cabelo natural.

«Dos 100 transplantes realizados, 20 por cento foram efectuados em mulheres e 15 por cento dos casos foram reparações de transplantes feitos noutras clínicas que deixaram os clientes insatisfeitos com os resultados», informa o director da clínica, Carlos Silva.

Os rastreios gratuitos podem ser marcados através da internet, pelo endereço info@cm2c.pt e pelo número de telefone 217 209 030. A CM2C está localizada na Rua Basílio Teles 35, 9º, em Lisboa.

sara pelicano

fontes: press release e site da clínica

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Medicamentos contra a diabetes aumentam risco de paragem cardíaca

Os medicamentos "Avantia" e "Actos", utilizados no tratamento da diabetes do tipo 2, podem aumentar para o dobro o risco de problemas cardíacos, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Wake Forest, na Carolina do Norte, Estados Unidos, publicado na Revista "Diabetes Cares".

O estudo revelou que o risco de paragem cardíaca pode aumentar até 100 por cento nas pessoas que tomam "thiazolinediones", uma substância presente nos medicamentos em questão e que se destina a aumentar a sensibilidade à insulina.

Os investigadores observaram 78.000 doentes com o objectivo estabelecer a ligação entre os dois medicamentos referenciados e as paragens cardíacas e concluíram que o risco de paragem cardíaca é superior nas pessoas com mais idade, no entanto, em cerca de 25 por cento dos casos foi também registada uma reacção em homens e mulheres com menos de 60 anos.

“Estes medicamentos são utilizados por mais de 3 milhões de diabéticos só nos Estados Unidos, o que significa que pode haver milhões de pessoas afectadas", afirmou Sonai Singh, profesor de medicina interna da Universidade Wake Forest.

As suspeitas sobre os riscos do “Avantia” haviam já sido levantadas por um estudo apresentado no inicio do presente ano, onde o medicamento aparece indicado como um dos fármacos associados ao aumento de ataques cardíacos e à morte por problemas cardiovasculares. A confirmação surge agora, uma vez que os dados recolhidos levam os investigadores a afirmar que o "thiazolinediones" pode mesmo causar retenção de líquidos e activar a paragem cardíaca, em pessoas com problemas do foro cardíaco.

Os principais sintomas associados ao risco de paragens cardíaca caracterizam-se pela falta de ar e pela dificuldade em percorrer curtas distâncias e verificam-se essencialmente em pessoas de idade.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Segunda fase da investigação vai incidir em seres humanos
Vacina terapêutica contra a sida em estudo


O próximo mês de Novembro é o prazo-limite para o arranque da segunda etapa da fase clínica de um estudo que está a dar muito que falar no Brasil. Depois de ter conseguido obter reduções de até 80 por cento na quantidade de VIH no sangue dos voluntários que participaram na primeira fase de testes, há dois anos, a investigação para encontrar uma vacina terapêutica para a sida entrará, até Novembro, num segundo momento, utilizando seres humanos.

No II Encontro Nordestino de Vacinas Anti-VIH, realizado em meados deste mês, foram debatidos os resultados alcançados até agora no âmbito deste trabalho. O investigador e professor da Universidade Federal de Pernambuco Luiz Cláudio Arraes, disse naquela reunião que a nova etapa do projecto tem como objectivo “verificar a toxidade da vacina e o efeito dose/dependência nos voluntários”. Será também “possível entender por que motivo alguns pacientes respondem bem à vacina e outros não”, explicou. Arraes disse que a imunização em estudo é designada como “vacina terapêutica” pelo facto de, ao contrário do que acontece com os medicamentos, que actuam sobre o vírus, a vacina deverá actuar directamente no sistema imunitário do paciente, ajudando-o a combater a subsistência e proliferação do vírus.
De acordo com o especialista brasileiro, a vacina deverá actuar nas células dendríticas – assim chamadas por terem a forma de dedos –, responsáveis pelo reconhecimento dos agentes estranhos ao organismo, e cuja quantidade e performance o vírus consegue diminui significativamente. A acção da vacina consistirá na recolha daquelas células, na fase em que ainda são jovens e não foram atingidas pela sida, maturando-as depois em laboratório. Depois é extraído do paciente o vírus, e imediatamente inactivado. A fase seguinte consiste na junção das células maduras com os vírus atenuados, de modo que o sistema imunitário possa reconhecer as células infectadas e fazer frente à progressão da doença, passando então a ter capacidade para produzir os marcadores biológicos necessários para combater o vírus.
Luiz Cláudio Arraes explicou, no entanto, que a nova vacina terapêutica não será capaz de eliminar a sida, mas apenas de diminuir a carga viral dos pacientes, que pode variar entre a presença quase indetectável de vírus e um milhão por cada mililitro de sangue. “Se a vacina não for efectiva no combate ao VIH, talvez possa usar-se esse caminho para os doentes que já são resistentes a toda uma gama de medicamentos”, já que em muitos casos os anti-retrovirais são tomados durante anos, o que tende a gradualmente ir reduzindo a sua eficácia, aumentando, por outro lado, a resistência dos vírus.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Brasil, Agência Lusa

Pfizer usou Portway para lançar Champix

Indústria farmacêutica prioriza «targeting»

As pesquisas «targeting» – utilizadas para definir o público-alvo no mercado – são comuns entre as indústrias farmacêuticas, um segmento que prioriza as acções que antecedem as iniciativas de marketing. Um programa desenvolvido pela empresa brasileira Portway facilitou a implementação de um fármaco da Pfizer.

A Portway desenvolveu em apenas 30 dias – tempo considerado quase um recorde –, um programa de software que antecedeu o lançamento de Champix, o novo medicamento de prescrição da Pfizer desenvolvido para ajudar as pessoas a deixar de fumar.

Os dados foram recolhidos via piam e enviados electronicamente para a empresa, permitindo uma maior rapidez e um maior controlo sobre o andamento do estudo. O dispositivo permitiu a realização de um trabalho que analisou junto aos médicos a opinião sobre o tabagismo.

“Através do nosso programa, a Pfizer recolheu os dados e conseguiu segmentar as informações”, afirmou Marcelo Assumpção, director executivo da Portway. Na opinião de Pedro Paiva, gerente de sistemas de informações da Pfizer “a ferramenta é simples e, ao mesmo tempo, eficiente.”

Pela Portway, a Pfizer acompanhou e analisou os resultados obtidos em todo o país, tendo as informações facilitado a definição das estratégias de marketing para cada segmento do mercado. “Por ser um lançamento, recebemos as perguntas e desenvolvemos o sistema num tempo quase impossível, mas uma parte da equipa é especialista em indústria farmacêutica e isso fez toda a diferença. Aliás, já tínhamos desenvolvido outro trabalho semelhante para a empresa GlaxoSmithKline”, explicou Marcelo Assumpção.

Segundo anunciou o Farmacia.com.pt no dia 27 de Julho, o Champix passou a ser financiado pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, após recomendação da NICE.

Raquel Pacheco
Fonte: Portway

Cientistas questionam funcionamento do VIH

Estudo indica que afinal processo de rarefacção das células é lento

A forma como o vírus da sida destrói o sistema imunitário foi colocada em causa por cientistas britânicos e americanos, revela um estudo publicado na revista mensal americana «PLoS Medicine».

O vírus da imunodeficiência humana (VIH) reproduz-se destruindo alguns dos glóbulos brancos que desempenham o papel de chefes de orquestra do sistema imunitário.

A comunidade científica pensava que as células infectadas produziam novas partículas de VIH, provocando a activação de novas células que, à sua volta, eram infectadas e destruídas, fragilizando assim gradualmente o sistema de defesa do corpo humano.

No entanto, as investigações conduzidas por cientistas americanos e britânicos, vêem agora demonstrar que se esta hipótese fosse correcta, as células infectadas deveriam ser destruídas muito mais rapidamente do que o são na realidade.

De acordo com os investigadores, existe um “processo lento” na rarefacção destas células e a identificação desse processo “fornecerá um resumo essencial da natureza do VIH e permitirá potenciais novas abordagens em matéria de terapêutica.”

Raquel Pacheco

Fonte: «PLoS Medicine»

Vitamina A ajuda a reduzir os sinais de envelhecimento

O resultado de investigações conduzidas por cientistas da Universidade de Michigan (EUA), confirma que os cremes que contêm vitamina A ajudam a reduzir os sinais de envelhecimento da pele.

O estudo norte-americano, publicado na «Archives of Dermatology», incidiu sobre 36 voluntários com uma idade média de 87 anos, que usaram um creme com vitamina A debaixo de um dos braços e um creme sem nenhum componente activo debaixo do outro.

A avaliação feita, depois de 24 semanas, revelou que o retinol, a forma pura da vitamina A, não apenas reduziu as rugas na grande maioria dos voluntários, mas também aumentou os níveis de substâncias químicas importantes na regeneração da pele, ajudou a pele a reter mais água, e menos susceptível a lesões cutâneas, um problema comum em pessoas mais velhas.

Raquel Pacheco

Fonte: «Archives of Dermatology»

Medicamentos sujeitos a receita médica tornam-se protagonistas de TV

Numa altura em que as séries de televisão ganham cada vez mais adeptos, os medicamentos sujeitos a receita médica estão a tornar-se estrelas famosas. Segundo noticia o The Indianapolis Star, no último ano foram registadas 462 menções televisivas a fármacos prescritos, mais do dobro das contabilizadas dois anos antes. Embora algumas possam representar propaganda financiada, o facto é que esta é uma forma discreta de marketing, principalmente para os medicamentos exclusivos.

Ao contrário do que se pensa, os produtores de medicamentos representam uma pequena parte na colocação de produtos no mercado e nem sequer se encontram entre os dez primeiros, refere a “Nielsen Product Placement”. Os dados da PQ Media indicam que as empresas pagaram 2,46 mil milhões de euros a nível global, em 2006, para colocarem os seus produtos na televisão, em filmes e noutros meios de comunicação social, o que representa um aumento de 37 por cento face ao ano anterior.

No primeiro semestre deste ano, os produtos da farmacêutica norte-americana Eli Lilly foram referidos 28 vezes nas séries televisivas e programas de TV, quase o triplo quando comparado com igual período do ano anterior. No entanto, a Eli Lilly afirma que não paga tal publicidade. “Vemo-los quando estamos em casa, sentados no sofá, como qualquer outra pessoa”, salientou Judy Kay Moore, porta-voz do laboratório. A responsável garante que não existe nenhuma parceria secreta entre a empresa e os argumentistas. “Não lhes pagamos. Se acontece é por mero acaso”, acrescenta.

Por sua vez, a Organon reconhece ter efectuado pagamentos por referências televisivas na série “Scrubs”, na qual o logótipo do contraceptivo hormonal Nuvaring (Etinilestradiol + Etonogestrel) aparece 11 vezes, a maioria delas em cartazes de fundo.

Lista dos medicamentos mais citados em programas televisivos durante 2006:

Botox (Toxina botulínica A) da Allergan - 72 vezes;
Vicodin (Hidrocodona) da Abbott - 56 vezes;
Viagra (Sildenafil) da Pfizer - 54 vezes;
Rohypnol (Flunitrazepam) da Roche - 50 vezes;
NuvaRing (Etinilestradiol + Etonogestrel) da Organon - 36 vezes;
Ritalina (Metilfenidato) da Novartis - 22 vezes;
Valium (Diazepam) da Roche - 17 vezes;
Prozac (Fluoxetina) da Lilly - 16 vezes;
Xanax (Alprazolam) da Pfizer - 14 vezes;
Cipro (ciprofloxacina) da Bayer - 12 vezes;

Programas televisivos com mais menções a fármacos de marca em 2007 (até 10 de Julho):

• “Médicos e Estagiários” (“Scrubs”) – 78
• “House” – 41
• “Anatomia de Grey” (“Grey’s Anatomy”) – 33
• “Lei e Ordem – Unidade Especial” (“Law & Order SVU”) – 25
• “Serviço de Urgência” (“ER”) – 16

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, The Indianapolis Star.

Perda de tecido cerebral associada à doença bipolar

Os doentes bipolares sofrem de uma rápida diminuição do tamanho do cérebro, descobriram investigadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Pela primeira vez, um estudo demonstra que a doença bipolar - caracterizada por períodos de depressão e períodos de mania - está associada à diminuição de tecido cerebral, sendo que a alteração vai piorando sempre que existe uma crise.

De acordo com o site da Universidade de Edimburgo, foram examinados os cérebros de 20 doentes com perturbação bipolar e outros tantos de voluntários sem a doença. A descoberta comprovou concentração de perda de massa cinzenta em zonas do cérebro responsáveis pelo controlo da memória, reconhecimento facial e coordenação.

Andrew McIntosh, líder da investigação, afirmou à BBC que “a descoberta tem implicações não só na forma como pesquisamos a doença, mas também como será tratada. Pela primeira vez, demonstrámos que, à medida que as pessoas com doença bipolar vão envelhecendo, perdem-se pequenas parcelas do cérebro associadas à memória e coordenação de pensamentos e acções”, explicando que “a quantidade de tecido cerebral que se perde é maior em pessoas com múltiplos episódios da doença e está associada ao declínio de algumas áreas da capacidade mental.”

Recorde-se que a perturbação bipolar é caracterizada pela alternância entre períodos de depressão e euforia. Se, por um lado, os repetidos episódios podem afectar o cérebro e levar ao enfraquecimento das funções cerebrais, por outro, segundo a pesquisa, o stress e os factores genéticos provocam episódios mais frequentes e perda de cérebro.

Raquel Pacheco

Fonte: BBCNews/Netscape/Nature/site da Universidade de Edimburgo

Na sequência do processo de fusão com a Valentis
Urigen Pharmaceuticals anuncia mudanças

A Urigen Pharmaceuticals, companhia farmacêutica cuja actividade se centra no desenvolvimento de medicamentos para as desordens do aparelho urológico, anunciou ontem a concretização de mais um passo na sua bem sucedida fusão com a Valentis.

Em comunicado difundido hoje a empresa refere que adopta o nome de Urigen Pharmaceuticals e anuncia a intenção de iniciar o processo de comercialização dos medicamentos não sujeitos a receita médica produzidos nos seus laboratórios com um novo símbolo. A alteração entra em vigor imediatamente. Bill Garner, presidente da companhia, explicou que a designação Urigen Pharmaceuticals "descreve de uma forma bem conseguida a nossa missão de desenvolver fármacos com preocupações éticas para as pessoas que sofrem de distúrbios de tipo urológico".

Carla Teixeira
Fonte: Urigen Pharmaceuticals

Lucros da Aurobindo devem crescer 86% no segundo semestre

O laboratório farmacêutico indiano Aurobindo deverá registar um aumento de 86 por cento nos lucros líquidos, no período entre Abril e Junho de 2007, prevêem os analistas. Este crescimento é sustentado pelos ganhos com as taxas de juro internacionais e pela subida das vendas da penicilina-G e dos fármacos anti-HIV.

De acordo com a opinião dos analistas citados pela Reuters, a empresa deverá registar lucros líquidos superiores a 12 milhões euros (674 milhões de rupias). No que toca às receitas, o aumento deverá rondar os 22,5 por cento, para os 97,4 milhões de euros (5,37 mil milhões de rupias). Os resultados oficiais deverão ser divulgados pela empresa na terça-feira.

Marta Bilro

Fonte: Reuters

Cientistas portugueses descobrem tratamento inovador para cancro da mama

Cientistas portugueses e israelitas são responsáveis pela descoberta de uma forma para melhorar o tratamento dos casos mais agressivos de cancro da mama. O carcinoma de tipo basal, uma forma não hereditária da doença, representa 10 a 15 pode cento dos cancros da mama diagnosticados.

Conforme noticia a edição de hoje do jornal Público, as conclusões do estudo, publicado na edição on-line da revista "Nature Cell Biology", referem que os investigadores conseguiram demonstrar a forma como a molécula EGFR (sigla que, em português, significa "receptor do factor de crescimento epidérmico") se relaciona com os agressivos carcinomas de tipo basal.

"Estes resultados são muitíssimo animadores, pois mostram que estamos muito próximos de poder bloquear a capacidade metastática deste tipo de cancro e deste modo aumentar substancialmente a sobrevida dos doentes", referem os investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) e do Instituto Weizmann, de Israel. Contrariamente aos carcinomas, que possuem receptores de estrogénio, permitindo-lhes responder à terapêutica hormonal com Tamoxifeno ou Trastuzumab (Herceptin), os tumores de tipo basal não têm um alvo terapêutico.

Segundo explicou Fernando Shmitt, investigador do Ipatimup, já era conhecido que “nestes casos havia uma amplificação do EFGR”, o que faltava perceber era a forma como se relacionava com a agressividade do carcinoma. Ao estimular “o EFGR dentro da célula, a expressão da molécula chamada cten aumenta e assim aumenta também a capacidade de migração de células malignas [metástases]”, acrescentou o especialista.

Posteriormente, nos 300 doentes estudados, observaram-se grandes quantidades de cten nos cancros com metástases. Ao aplicar um tratamento com inibidores de EFGR em tumores em estado avançado verificou-se que "quando o receptor era bloqueado, a molécula cten quase desaparecia e a capacidade de metastização diminuía muito", referiu. A descoberta é principalmente importante para os casos de cancro com metástases pulmonares e cerebrais.

Marta Bilro

Fonte: Público.

Médicos em protesto contra custos de medicamento

Os médicos britânicos ameaçam administrar, aos pacientes com degenerescência macular relacionada com a idade (DMI), um medicamento que não possui autorização de comercialização com essa indicação, como forma de protesto contra o custo do fármaco licenciado e indicado para o efeito que consideram abusivo.

O preço elevado do Lucentis (ranibizumab), medicamento indicado para o tratamento da DMI, está a fazer com que alguns fundos de cuidados primários permitam aos médicos do Serviço Nacional de Saúde Britânico (NHS) utilizar pequenas doses de Avastin (Bevacizumab). Este fármaco, destinado ao tratamento de doentes com carcinoma metastizado do cólon, é frequentemente utilizado no tratamento de doenças oculares tanto nos Estados Unidos da América como no Reino Unido.

A anterior secretária da Saúde, Patricia Hewitt, fez pressão para que fossem realizados ensaios clínicos que avaliassem a actuação do Avastin no tratamento da DMI, porém os seus apelos foram ignorados. Agora o NHS está a financiar um ensaio clínico que compara directamente o Avastin e o Lucentis, ambos produzidos pela Genentech.

Este é o primeiro desafio real que o Reino Unido coloca ao elevado preço dos medicamentos estabelecido pelas empresas farmacêuticas. O crescente desconforto relativamente aos valores elevados que são cobrados pelos novos fármacos tem conduzido à eliminação ou racionamento de algumas substâncias por parte do NHS. Os laboratórios alegam que precisam de muitos milhões de dólares em vendas para recuperar os gastos com a investigação e desenvolvimento, no entanto os críticos acusam-nos de especulação.

A DMI é uma das principais causas de incapacidade nos idosos e a maior responsável pela perda de visão nos adultos. Relaciona-se com frequência ao envelhecimento e resulta de um crescimento anormal dos vasos sanguíneos sob a retina, especificamente sob o tecido coróide. À medida que progride, deixa apenas a visão periférica que mostra uma realidade desfocada. O Lucentis pode ajudar a prevenir a cegueira e a melhorar a visão mas o custo do tratamento faz com que seja apenas utilizado nos casos mais graves.

Marta Bilro

Fonte: Guardian Unlimited, Thelegraph.co.uk

Administrado directamente na placa peniana
Verapamil trava Doença de Peyronie

A injecção de verapamil directamente no pénis de homens afectados pela Doença de Peyronie poderá resultar numa diminuição de 18 por cento na curvatura do pénis e em até 60 por cento de estabilização da progressão da patologia, de acordo com dados de um novo estudo.

Descoberta no século XVIII pelo médico francês Francois Gigot de la Peyronie, que lhe deu o nome, esta é uma doença inflamatória que se caracteriza pela existência de uma zona dura nos corpos cavernosos, descrita pelos doentes como um "calo", em virtude da área fibrótica. A doença afecta 0,4 a 3,5 por cento dos homens adultos, embora haja estudos feitos post mortem que avançam números muito maiores no que toca à prevalência desta patologia. Sem causa conhecida, poderá dever-se a factores genéticos predisponentes em certos homens ou a pequenos traumatismos sofridos durante o acto sexual, que não terão sido tratados da forma mais correcta. A doença é progressiva, e em 10 por cento dos casos regride espontaneamente.
A dificuldade na concretização de relações sexuais, pelas dores que a erecção e a interacção com a parceira provocam, constitui, na grande parte dos casos, a razão por que os doentes pedem ajuda ao médico. A detecção de uma placa peniana no corpo cavernoso, que poderá ou não ser acompanhada de uma curvatura do órgão sexual masculino (que nos casos mais graves chega a impedir a penetração vaginal), é o cenário de que dão conta ao profissional de saúde, de acordo com a Associação Americana de Urologia.
Normalmente tratada com medicação oral e injecções locais durante os primeiros meses, sendo a intervenção cirúrgica o procedimento a seguir nas situações em que os fármacos não funcionam, a Doença de Peyronie poderá agora ter resposta mais rápida e adequada do ponto de vista terapêutico.Um estudo publicado no jornal «Urology» atesta que uma equipa de investigadores da Weill Medical College da Universidade de Cornell, em Nova Iorque, analisou o efeito de injecções de verapamil – um medicamento usado no tratamento de batimentos cardíacos irregulares, pressão sanguínea elevada e angina de peito – administradas directamente na placa peniana de 94 homens doentes, e concluiu que, ao fim de pouco mais de cinco semanas após terem sido tratados, 18 por cento dos doentes tinham menor curvatura do pénis e 60 por cento não verificara qualquer progressão da doença.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters, ABC da Saúde, MercMedicus

ABT-560 garante pagamento à Neurosearch

A farmacêutica dinamarquesa Neurosearch recebeu da Abbott um pagamento pelo cumprimento de um objectivo no âmbito da parceria de licenciamento entre as duas empresas. O montante, que não foi especificado, refere-se ao inicio de um ensaio clínico de Fase I que envolve o ABT-560, um medicamento com potencial de tratamento de várias doenças do sistema nervoso.

Caso o fármaco chegue ao mercado, a Neurosearch deverá receber vários pagamentos por objectivos, bem como os royalties das vendas globais da Abbott referentes ao medicamento.

O laboratório norte-americano detém os direitos sobre a substância e é responsável pelo pagamento dos custos relativos ao seu desenvolvimento e comercialização.

Marta Bilro

Fonte: Forbes

Novas disposições entram em vigor nesta quarta-feira
Infarmed tem nova lei orgânica e estatutos

O primeiro dia de Agosto traz à Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) uma nova lei orgânica e novos estatutos. As novas disposições foram publicados há dias em «Diário da República», e configuram um novo ordenamento do sector, depois da conclusão do processo de regulamentação dos organismos que funcionam na dependência do Ministério da Saúde.

O Decreto-Lei n.º 269/2007, que estabelece a missão e as atribuições da agência nacional do medicamento, e a Portaria 810/2007, que vem determinar a sua nova organização interna, através da aprovação dos novos estatutos, estão conformes ao Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado e com a Lei Orgânica do Ministério da Saúde, publicada em Outubro de 2006. Os documentos – a que o farmacia.com.pt teve acesso – estabelecem uma nova orgânica para o Infarmed, assente em "três ordens de factores: o ambiente nacional e comunitário, a necessidade de dotar o instituto público de orgânica e instrumentos que lhe permitam regular e supervisionar os sectores dos medicamentos e dos produtos de saúde, e a maior eficácia do esquema de funcionamento" do Infarmed.
Em meados do ano passado o presidente do Infarmed anunciava, numa entrevista ao «Diário Económico», uma nova lei orgânica para aquela entidade, que entraria em vigor até final de 2006. Volvido quase um ano sobre o prazo estimado por Vasco Maria, está confirmada para amanhã a concretização das novas regras da agência nacional do medicamento, que conhece também novos estatutos. Como então explicou aquele responsável, o objectivo que presidiu à "profunda reestruturação" foi o de lutar contra "alguma falta de rigor, laxismo e despreocupação que existia", devendo a nova lei orgânica “reorganizar a estrutura", no sentido de a tornar "mais ágil e horizontal”, designadamente através da criação de "um sistema de gestão de informação que facilite a interligação entre diferentes sectores".

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Ordem dos Farmacêuticos, Diário da República, Diário Económico