quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Chá verde eficaz no tratamento de inflamações da pele

As propriedades do chá verde podem revelar-se uma solução promissora para o tratamento de inflamações da pele, como é o caso da caspa, das lesões provocadas pelo Lupus ou da psoríase, demonstra um estudo realizado por investigadores norte-americanos.

Nas doenças de pele, como a psoríase, que se reconhece pelas suas formações escamosas prateadas e pelas placas de diversos tamanhos, dá-se uma produção anormalmente elevada de células cutâneas. As células imunitárias do organismo são também activadas, permitindo que a inflamação se instale.

Os cientistas do “Medical College of Georgia” dividiram um conjunto de ratos em dois grupos - um deles recebeu banhos frequentes de água quente, o outro foi lavado com uma mistura de extracto de chá verde e água. Este último grupo desenvolveu lesões na pele muito mais tardiamente do que os roedores que foram lavados apenas com água quente. Para além disso, os ratos que tomaram banho com a mistura de chá verde e água registaram lesões menores e menos inflamadas.

Os cientistas observaram que o chá verde atrasa a produção de células da pele através da regulação da actividade da enzima caspase-14, envolvida no ciclo de vida das células da pele. Conforme explicou Stephen Hsu, orientador do estudo publicado no “Experimental Dermatology”, estas conclusões são muito relevantes para os doentes portadores de psoríase ou caspa, cujos tratamentos comportam sérios efeitos secundários. De acordo com este especialista, o chá verde pode ser uma alternativa, no entanto, são precisas mais investigações para superar algumas barreiras relacionadas com o tratamento e para avaliar todos os possíveis efeitos.

Os elementos químicos presentes na composição do chá verde são muito activos o que faz com que oxidem muito rapidamente quando associados a outros ingredientes. É também preciso ter em conta que estes elementos se dissolvem em água, impedindo-os de penetrar a barreira da pele. Para fazer face a estas contrariedades os investigadores estão a trabalhar numa fórmula equilibrada, capaz de ser dissolvida na gordura, e que possa penetrar na pele.

Marta Bilro

Fonte: Xinhua, CBC News.

Aquisição da Pliva provoca quebra de 45% nos lucros da Barr

Os lucros da Barr Pharmaceuticals sofreram uma diminuição de 45 por cento no segundo trimestre do ano, relativamente a igual período de 2006. A descida terá sido provocada pelos 1,8 mil milhões de euros dispendidos na aquisição da Pliva.

Os resultados líquidos relativos ao segundo trimestre de 2007 desceram para os 32,8 milhões de euros, ou 29 cêntimos por acção, dos 59,5 milhões de euros, ou 55 cêntimos por acção, registados no período homólogo do ano anterior.

A Barr adquiriu a croata Pliva em Outubro de 2006 para conseguir aceder aos mercados europeus, a matérias-primas a preços mais reduzidos e à prática de cópias de medicamentos produzidos através da biotecnologia. A operação valeu-lhe o terceiro lugar entre as maiores fabricantes de genéricos a nível mundial.

Por sua vez, entre Abril e Junho do ano corrente, as receitas da farmacêutica norte-americana cresceram 81 por cento, para os 461 milhões de euros, comparativamente aos mesmos meses de 2006, antes da empresa concluir a aquisição da Pliva. As vendas da Barr aumentaram para mais do dobro comparativamente ao segundo trimestre do ano anterior, atingindo os 353 milhões de euros. As expectativas da empresa, no que toca às receitas relativas ao cômputo do ano, mantêm-se entre os 1,77 e os 1,81 mil milhões de euros. O mesmo acontece com os ganhos por acção relativos ao 12 meses do ano, que a Barr estima que se mantenham entre os 2,17 e os 2,39 euros.

Na semana passada, a Barr anunciou que o director de operações, Paul Bisaro, se prepara para abandonar a empresa e assumir o cargo de director executivo na rival Watson Pharmaceuticals Inc.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters.

Canadá aprova utilização de Sativex no alívio da dor em doentes com cancro

A GW Pharmaceuticals PLC e a Bayer AG receberam aprovação da autoridade reguladora canadiana para comercializar o Sativex, um medicamento à base de cannabis destinado ao controlo da dor em pacientes com cancro em estado avançado. A autorização, que deve obedecer a determinadas condições, “reflecte a natureza promissora das evidências clínicas que serão confirmadas através de mais estudos”, sublinham as empresas responsáveis.

O medicamento, derivado da cannabis, está já disponível no Canadá para tratar a dor neuropática em pacientes com esclerose múltipla e encontra-se actualmente em ensaios clínicos de última fase, nos Estados Unidos da América, para aliviar a dor em doentes com cancro, referiu a empresa britânica GW Pharmaceuticals.

“Isto comprova aquilo em que muitos médicos acreditam, que o Sativex funciona e tem uma ampla aplicação”, salientou Ibraheem Mahmood, um analista da Investec Securities citado pela Bloomberg que estima que, em cinco anos, o pico de vendas do medicamento atinja os 17,2 milhões de euros. O Sativex é o único produto farmacêutico derivado de componentes da cannabis.

Dados de estudos recentes demonstraram que o Sativex alcançou melhorias estatisticamente significativas no alívio da dor, em comparação com um placebo, referiu o laboratório. O medicamento é administrado através de um spray borrifado debaixo da língua ou no interior da bochecha, permitindo uma dosagem mais flexível relativamente a um comprimido de administração oral.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, First Word, Hemscott.

Avaliação clínica pode justificar utilização de Remodulin

Infarmed mantém recolha do fármaco

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) divulgou uma nota de carácter “muito urgente” através da qual informa que apesar do Remodulin (treprostinilo) ter sido retirado do mercado, poderá haver situações em que a relação benefício risco se mantenha, dependendo do julgamento clínico em cada caso.

Todos os lotes e dosagens do medicamento foram retirados do mercado devido à ausência de realização de testes de esterilidade na União Europeia (UE). O Remodulin é fabricado nos Estados Unidos da América, país sem Acordo de Reconhecimento Mútuo com a UE, e os ensaios de esterilidade não foram repetidos em território comunitário. Esta é uma inconformidade que, segundo refere o Infarmed, resultou na recolha do produto do mercado, situação que se mantém.

A circular informativa agora emitida refere que, depois de considerar as alternativas terapêuticas, e para que seja autorizada a utilização do fármaco recolhido, o médico deve emitir uma declaração que atesta que os benefícios superam os riscos. Nesse caso, serão disponibilizadas as unidades necessárias do produto à unidade hospitalar. Se esta situação se verificar, os Laboratórios Azevedo – Indústria Farmacêutica, S.A, titulares da AIM do medicamento, deverão dar conhecimento ao Infarmed.

O Remodulin é utilizado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar primária para melhorar a tolerância ao exercício físico e os sintomas da doença, em doentes classificados como pertencendo à Classe III da New York Heart Association.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed

Merck e KineMed parceiras contra a arteriosclerose

A farmacêutica Merck firmou um acordo com a KineMed que lhe permite utilizar uma tecnologia desenvolvida por esta empresa e aceder a compostos passíveis de tratar a arteriosclerose. O negócio envolve mais de 500 milhões de euros.

A KineMed poderá receber perto de 4 milhões de euros da Merck, relativos a pagamentos iniciais de investigação, e mais de 50 milhões por cumprimento de objectivos por cada um dos 10 compostos em investigação desenvolvidos através da tecnologia de transporte reverso de colesterol, desenvolvida pela KineMed. “Este é um acordo fulcral para o futuro da KineMed”, afirmou o presidente e director executivo, David Fineman, que revelou estar “muito satisfeito por ir trabalhar com a Merck na identificação e desenvolvimento de compostos que possam tem impacto no tratamento da arteriosclerose através desta tecnologia”.

Segundo afirmam as duas empresas envolvidas na parceria, a tecnologia de transporte reverso de colesterol é o único caminho metabólico através do qual o excesso de colesterol pode ser removido dos tecidos, razão pela qual “tem recebido atenção considerável por parte dos investigadores e da comunidade de pesquisa clínica como um alvo terapêutico”.

A arteriosclerose surge com o avançar da idade, e sob determinados factores de risco porque as artérias tendem a alterar as características das suas paredes que se tornam mais espessas, duras, e com menor elasticidade. Estas alterações são geralmente acompanhadas pela deposição, no seu interior, de placas mais ou menos extensas formadas por gorduras (como o colesterol), ou aglomerações de plaquetas, cálcio e outros constituintes do sangue.

Entre os principais factores de risco estão a hipertensão, elevados níveis de colesterol e de outras gorduras no sangue, tabaco, diabetes e obesidade. De acordo com o portal da Administração Regional de Saúde do Centro, para além da medicação necessária no caso de hipertensão, está indicada ainda medicação para prevenção da formação de coágulos, como é o caso dos antiagregantes, sendo o mais popular a aspirina. Há, no entanto, outros medicamentos para o mesmo efeito, dos quais se destaca o clopidrogrel (Plavix, comercializado em Portugal pela Sanofi Pharma e pela Bristol-Myers Squibb ou o Iscover, comercializado pela Bristol-Myers Squibb).

Marta Bilro

Fonte: PharmaTimes, MSN Money.

Cientistas desenvolvem comprimido contra a obesidade infantil

Com o objectivo de combater a obesidade infantil, uma equipa do laboratório "Clore", da Universidade britânica de Buckingham está a desenvolver o primeiro comprimido de dieta para bebés, de forma a fortalecer os recém-nascidos para que, anos mais tarde, possam comer tudo aquilo que quiserem sem engordar.

"Se agirmos antecipadamente, talvez sejamos capazes de programar o metabolismo dos bebés, tornando-os mais resistentes ao excesso de peso" defende Michael Cawthorne, director do laboratório que, preocupado com o crescente fenómeno resolveu estudar uma forma de inverter esta situação.

A hormona "leptin" é a responsável pela programação de uma glândula, localizada no cérebro, que suprime a fome e estimula a queima de calorias. Esta programação acontece em tenra idade, dai que os investigadores acreditem que este comprimido pode activar a hormona tornando-a capaz de estimular a tendência, a longo-prazo, do corpo para usar as calorias em vez de transformá-las em gordura.

No entanto, a segurança do tratamento com a hormona leptin não está ainda garantida, bem como não foi ainda estipulada a quantidade e a hora de cada dose ou a avaliação a longo prazo dos seus efeitos.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Jogo chinês "Mahjong" pode causar epilepsia

Um estudo desenvolvido pelo Hospital Queen Mary, em Hong Kong e publicado no "Hong Kong Medical Journal" apresenta uma relação de causa-efeito entre o popular jogo de peças chinês "Mahjong" e a epilepsia, sugerindo que a doença pode manifestar-se tanto por se jogar como por se assistir a uma partida.

Os investigadores observaram 23 casos de pacientes, cuja média de idades rondava os 54 anos e onde apenas dois indivíduos eram do sexo feminino que, durante um jogo "Mahjong", sofreram crises de epilepsia.

A conclusão final do estudo revelou que a epilepsia deste jogo de mesa é uma síndrome isolada, um problema que se deve unicamente ao jogo. Os investigadores acreditam que estas crises epilépticas se poderão dever ao som das peças ou aos seus padrões, excluindo hipóteses como o stress ou o reduzido tempo de sono.

De forma a evitar os ataques, os especialistas aconselham a que se evite a prática deste jogo, pois acreditam que este é um tipo de epilepsia desenvolvido pela cognição.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias