terça-feira, 23 de outubro de 2007

Roche viola 11 licenças da Amgen

Justiça norte-americana decide contra laboratório suíço no caso da patente do Mircera

Chegou ao fim um dos casos mais mediáticos de 2007 que envolve patentes da indústria farmacêutica: um tribunal de Boston (Estados Unidos) pronunciou-se a favor do grupo norte-americano de biotecnologia Amgen contra o laboratório suíço Roche por violação de patente.

Segundo informa a Amgen em comunicado de imprensa, o júri avaliou o medicamento contra a anemia - o Mricera - produzido pelo laboratório suíço, sentenciando que a Roche viola 11 licenças da Amgen - relativas à composição da hormona EPO (eritropoietina) - dos fármacos Epogen (darbepoetina) e do Aranesp (darbepoetina alfa).

Dias antes da sentença, William Burns, dirigente da Roche disse que a companhia farmacêutica não tinha intenção de lançar o produto no mercado norte-americano sob risco de prevalecer a acusação da gigante em biotecnologia californiana. O certo é que, com o caso ganho, a Amgen assegurou-se do bloqueio da Roche para lançar o medicamento, confirmando, aliás, decisões anteriores de instâncias inferiores.

"A Amgen está satisfeita com o veredicto do júri e tentará obter uma outra decisão da justiça para proibir a Roche de comercializar (o Mircera) nos Estados Unidos" concluiu o laboratório.

Recorde-se que, no passado dia 30 de Agosto, a justiça norte-americana já havia dado razão à Amgen ao deliberar que o produto rival da farmacêutica suíça infringia a patente de um medicamento do grupo. No entanto, a Roche manteve-se firme e não desistiu.

Raquel Pacheco
Fonte: Networkmedica.com/AFP/www.amgen.com

Psoríase pode desencadear obesidade

Estudo norte-americano relaciona doença de pele com aumento de peso, problemas cardiovasculares, hipertensão, colesterol e ataque cardíaco

À luz de um artigo publicado, este mês, na revista Britsh Journal of Dermatology (BJD) a psoríase pode estar associada à obesidade. A relação foi feita com base na recolha de depoimentos médicos e especialistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova Iorque e do Instituto de Pesquisas Baylor, no Texas.

De acordo com os autores do estudo, doentes com psoríase - uma doença de pele auto-imune - apresentam um risco maior de desenvolverem obesidade e doenças cardiovasculares, inclusive, sofrer um ataque cardíaco.

Embora não seja novidade o facto de as pessoas mais, severamente, acometidas por doenças inflamatórias - com reflexo no sistema imunitário - estarem mais predispostas ao surgimento de problemas cardiovasculares, houve um resultado que ressaltou à atenção dos investigadores: “Contrariamente à artrite reumatóide, nota-se uma tendência maior dos pacientes com psoríase desenvolverem obesidade e as suas consequências - hipertensão, níveis alterados de colesterol e triglicerídeos, assim como, a resistência à insulina”, divulga a BJD.

A causa da relação entre psoríase e obesidade não foi apontada em concreto, contudo, os especialistas sugerem a possibilidade de estarem relacionados “múltiplos factores”, atribuindo um papel de revelo ao próprio tratamento que envolve o uso de corticosteróides.

Neste sentido, os autores advertem para a relação e defendem que os profissionais de saúde que atendem doentes com psoríase “devem prestar extrema atenção e cautela e devem tratar, de forma multidisciplinar, todos os problemas envolvidos, procurando aumentar a taxa de sobrevivência dessas pessoas.”

Portugal: 2% de psoriáticos

A psoríase é uma doença crónica e inflamatória da pele que se caracteriza por manchas cobertas de escamas e por prurido variável, por isso, diz-se que é uma doença eritemática e escamativa. A sua origem é multifactorial, o que significa que não existe apenas um factor que a causa, mas vários.
No que respeita à artrite psoriática, calcula-se que 10% das pessoas desenvolvam esta forma de psoríase que é, em alguns casos, incapacitante. Cerca de dois por cento da população portuguesa são afectados por esta doença, que atinge os dois géneros de forma quase similar (havendo uma ligeira predominância no feminino), entre os 10 e os 30 anos. Embora seja menos frequente, pode também afectar bebés e idosos.

Esperança: genes e fármaco injectável

Existe uma variedade de tratamentos para a psoríase, mas não existe cura. Os tratamentos são, então, elaborados para: atenuar ou suspender o desenvolvimento dos sintomas, promover um maior bem-estar ao doente face a si próprio e prevenir infecções secundárias.Os tratamentos podem ser de três tipos: medicamentos sistémicos que actuam a partir do interior do corpo, os medicamentos de aplicação local e a fototerapia.

Assim, a esperança dos psoriáticos reside na descodificação do genoma humano. Espera-se que, finalmente, se faça luz sobre qual ou quais os genes responsáveis, para que se possa, depois, trabalhar na cura.
No entanto, tal como noticicou oportunamente o farmacia.com.pt, um fármaco experimental ABT-874 para a psoríase, da Abbott Laboratories, continuou a ser efectivo após os pacientes terem parado com o tratamento.
A Abbott planeia iniciar, no final deste ano, a última fase de testes do ABT-874, tratamento injectável, que atinge duas proteínas ligadas à inflamação na psoríase, a Interleucina-12 e Interleucina-23, e para outros distúrbios, nos quais o sistema imunitário ataca o próprio organismo. O fármaco poderá ser comercializado em 2010.

Raquel Pacheco

Fonte: British Journal of Dermatology (Outubro)/ psoriase.web.pt/CiênciaViva.pt/farmacia.com.pt

CHMP recomenda aprovação do MabCampath para a leucemia

O Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP), da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), emitiu um parecer positivo relativamente ao fármaco para a leucemia MabCampath (alemtuzumab), da Bayer e da Genzyme Corp, para pacientes para quem a combinação de quimioterapia de fludarabina não é apropriada.

Caso a Comissão Europeia (CE) siga a recomendação do comité, o MabCampath, denominado Campath nos Estados Unidos e no Canadá, poderá ser prescrito como tratamento de primeira linha nos países da União Europeia (UE) para pacientes com leucemia linfocítica crónica das células B (LLC-B).

O fármaco já está aprovado para o tratamento da LLC-B em pacientes que foram anteriormente tratados com agentes alkylating, e que não responderam à terapia com fludarabina.

A opinião positiva do CHMP baseou-se nos dados de um ensaio clínico internacional aberto de Fase III, que comparou o MabCampath com o clorambucil em pacientes com LLC-B que não receberam tratamento anteriormente, que demonstraram que o fármaco da Bayer/Genzyme revelou uma sobrevivência livre de progressão superior e reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 42 por cento. Os pacientes que receberam MabCampath mostraram taxas gerais e de resposta completa mais elevadas, com um perfil de segurança controlável, em comparação aos pacientes tratados com clorambucil, e também atingiram um intervalo livre de tratamento extenso, com um período médio de dois anos antes de requerer terapia adicional.

As recomendações do CHMP são normalmente apoiadas pela Comissão Europeia dentro de alguns meses. A Bayer espera receber a autorização de comercialização para todos os estados-membros da UE para esta indicação no final deste ano. No mês passado, a FDA autorizou as companhias a comercializar o Campath como tratamento de primeira linha para a LLC-B.
Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, www.pharmatimes.com

Farmácias vão dispensar medicamentos para doenças crónicas

Preparação da medida está já “em fase adiantada”

As farmácias poderão, em breve, vir a disponibilizar medicamentos para doenças crónicas, substâncias que actualmente só são distribuídas pelos hospitais. A garantia foi dada pelo ministro da saúde, Correia de Campos, durante o colóquio sobre a actividade farmacêutica, que decorreu esta terça-feira na Assembleia da República.

“Encontra-se em fase adiantada a preparação da dispensa pelas farmácias de alguns produtos farmacêuticos, até aqui, de fornecimento exclusivamente hospitalar, os quais serão acessíveis a doentes crónicos mediante acordo, caso a caso, entre hospital e farmácia”, afirmou Correia de Campos, citado pela Rádio Renascença. O ministro não quis, porém, adiantar a lista de fármacos em causa.

A medida insere-se no “Compromisso com a Saúde” um protocolo assinado entre o Governo e a Associação Nacional das Farmácias (ANF), a 26 de Maio de 2006, tendo em vista a liberalização da propriedade das farmácias e a melhoria do acesso dos cidadãos aos medicamentos.

Esta solução beneficiaria, por exemplo, o acesso de alguns doentes oncológicos às respectivas terapias. Entre os medicamentos cuja despensa é actualmente exclusiva dos hospitais encontram-se os antineoplásicos, imunosupressores, tuberculoestáticos ou anti-retrovirais.

Despesa do Estado com fármacos

Ainda durante fórum que decorreu no Parlamento, Correia de Campos apresentou os números que traduzem a evolução da despesa do estado com fármacos, que considera muito positivos.

“A despesa continua controlada. No acumulado de Janeiro a Setembro, temos menos 1,7 por cento de crescimento nas farmácias, e nos primeiros seis meses, na comparação dos hospitais que representam 91 por cento das camas, temos mais 3,1 por cento. Resultados muitíssimos importantes”, referiu Correia de Campos.

Marta Bilro

Fonte: Rádio Renascença, Infarmed, Ordem dos Médicos Secção Regional do Norte.

Sun Pharmaceutical vai comercializar genérico do Exelon nos EUA

A farmacêutica indiana Sun Pharmaceutical Industries obteve aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para comercializar uma versão genérica do Exelon (Rivastigmina).

O medicamento, desenvolvido pela Novartis, é utilizado no tratamento da demência de Alzheimer e da demência ligeira a moderadamente grave em doentes com doença de Parkinson. O laboratório garantiu também a exclusividade de comercialização do fármaco no mercado norte-americano por um período de 180 dias.

O parecer da FDA aplica-se às cápsulas com dosagem de 1.5 mg, 3mg, 4.5mg e 6mg do medicamento. As vendas anuais do Exelon nos Estados Unidos da América para estas dosagens ascendem aos 140,4 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Market Watch, The Economic Times.

Ministro da Saúde: 400 farmácias tinham proprietários simulados

Cerca de 400 farmácias portuguesas tinham proprietários simulados, uma manobra que lhes permitia contornar a legislação que exigia um farmacêutico à frente desses estabelecimentos. As estimativas foram apresentadas pelo ministro da saúde, Correia de Campos, durante um colóquio que se realizou esta terça-feira no Parlamento sob o tema do “enquadramento da actividade farmacêutica”. A autoridade do sector afirma não ter conhecimento destes dados.

A existência de farmácias de propriedade simulada contraria o “aparente rigor legislativo sobre a exclusividade de propriedade por farmacêuticos”, afirmou Correia de Campos, justificando que a aplicação da nova legislação, segundo a qual a exclusividade da propriedade das farmácias deixa de pertencer aos farmacêuticos, vai pôr termo a estas situações.

Já o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Vasco Maria, diz “desconhecer se são 400 ou 200 farmácias” nesta situação, garantindo que nos “poucos casos” provados no passado, o Infarmed agiu em conformidade.

“Não tenho noção de quantas existem. Não tenho conhecimento concreto de que existam ou de um número concreto porque são situações difíceis de demonstrar. Penso que o que o ministro quis dizer é que há suspeitas de que possam existir situações destas e eu não nego que existam, mas não tenho conhecimento”, explicou.

A Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Irene Silveira, deu a conhecer o seu testemunho pessoal acerca de um destes casos que ocorreu há cerca de seis anos, na altura em que dirigia a secção regional de Coimbra. Conforme relatou, o caso culminou com a atribuição de uma punição à “jovem farmacêutica” depois desta se ter auto-denunciado como falsa proprietária.

“Por isso pedimos na altura aos notários que informassem a Ordem acerca destes negócios. As situações que agora são ilegais vão passar a ser lícitas e não haverá punições para os anteriores verdadeiros proprietários”, sublinhou Irene Silveira.

A Associação Nacional de Farmácias (ANF) reagiu em tom de crítica às declarações proferidas pelo ministro. O presidente da ANF, também presente no colóquio, lamentou que o Ministério da Saúde não tenha actuado ao tomar conhecimento de casos de infracção, uma vez que é a esta entidade que cabe “fazer cumprir a lei”.

“Daqui a quatro ou cinco anos vem outro ministro falar em mais 400 farmácias mascaradas com uma propriedade de mais de quatro farmácias (limite máximo por proprietário definido por lei) e continuará a existir uma lógica sucessiva de incumprimento da lei e beneficio do infractor”, acrescentou.

O novo regime jurídico foi aprovado pelo Governo em Julho de 2007 e entra em vigor no dia 1 de Novembro.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Inovações da Abbot galardoadas pela terceira vez

Laboratório premiado pelo instrumento molecular de diagnóstico m2000 e teste da carga viral do HIV-1

A Abbott recebeu o Prémio Inovação Chicago 2007 pelo seu instrumento molecular de diagnóstico m2000 e pelo teste da carga viral do HIV-1 da Abbott RealTime. Trata-se do teste mais sensível do seu género capaz de detectar e medir com precisão todas as estirpes do vírus da imunodeficiência humana (HIV).

O Teste do HIV-1 da Abbott RealTime, aprovado para uso nos Estados Unidos, em Maio de 2007 e que funciona no sistema m2000, é o único teste de carga viral do seu género que pode detectar e medir todos os efeitos dos grupos M, grupo N e grupo O de HIV-1 bem como subtipos não-B do vírus. Os produtos oferecem aos médicos um método de teste rápido e altamente preciso que ajuda a garantir que os doentes recebem o tratamento mais eficaz.

Esta é a terceira vez, em cinco anos, que a Abbott foi seleccionada para um Prémio Inovação de Chicago. Foi galardoada, em 2005, com o teste de cancro de mama da empresa PathVysion(TM) e, em 2003, o prémio foi ganho pela HUMIRA(TM), o primeiro medicamento de anticorpo monoclónico para a artrite reumatóide.

Miles D. White, presidente da Abbott, apontou como objectivo da empresa
“melhorar a vida e muitas vezes salvar vidas”, frisando que “é uma motivação importante para implementar a inovação.”

“Os doentes contam connosco para terem novos e melhores medicamentos, diagnósticos e produtos nutricionais e isso inspira os nossos cientistas todos os dias”, reforçou o representante da White, concretizando que o m2000 e o teste da carga viral de HIV-1, a PathVysion e a HUMIRA “são apenas alguns exemplos do calibre da investigação levada a cabo na Abbott para encontrar soluções para necessidades clínicas ainda sem resposta.”

Patrocinados pela Kuczmarski and Associates e o Chicago Sun-Times os Prémios Inovação de Chicago destinam-se a criar reconhecimento do contributo das empresas da região de Chicago para desenvolverem produtos inovadores que mudem o mundo.

Sobre a Abbott

A Abbott é uma empresa de cuidados de saúde global e de base alargada dedicada à descoberta, desenvolvimento, fabricação e comercialização de produtos farmacêuticos e médicos, incluindo nutricionais, dispositivos e de diagnóstico. A empresa emprega 65 mil pessoas e comercializa os seus produtos em mais de 130 países.

Raquel Pacheco

Dodot e UNICEF colaboram para eliminar tétano materno

Para melhorar as condições de saúde de mães e recém-nascidos em todo o mundo, a Dodot e a Unicef assinaram um acordo de colaboração que visa a defesa e a protecção das crianças. Durante os próximos três anos, para além de cooperar em acções de divulgação sobre o trabalho levado a cabo pela UNICEF, a Dodot vai participar activamente na recolha de fundos destinados à eliminação do tétano materno e neonatal.

Para garantir que todas as mulheres grávidas sejam vacinadas como prática de rotina, na venda de cada embalagem de fraldas e toalhitas, a Dodot doará à UNICEF o montante correspondente a uma vacina contra o tétano. “Os fundos recolhidos através desta campanha destinam-se à compra de vacinas contra o tétano materno e neonatal para os países em que os níveis de cobertura de imunização contra a doença são mais baixos”, refere a Unicef num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt.

“Através deste acordo propomo-nos contribuir com a nossa pequena ajuda para o cumprimento dos direitos das crianças, especialmente o direito à saúde”, frisou a directora de comunicação da Dodot, Gloria Codinas. Por sua vez, Madalena Marçal Grilo, directora executiva da Unicef, aplaudiu o “empenho” da Dodot em dar um contributo para a “aplicação de medidas essenciais para a sobrevivência e protecção das crianças desde os primeiros dias de vida”.

De acordo com a Unicef, as infecções neonatais, como o tétano, são uma das principais causas de morte de crianças, maioritariamente nos países em desenvolvimento. Anualmente, morrem cerca de 30 mil mães e 257 mil bebés recém-nascidos devido a esta doença, que pode ser evitada através da vacinação.

O tétano é uma doença causada pela bactéria Clostridum tetani que existe no solo, no esterco e nos dejectos de animais, e que está presente em todo o mundo. A bactéria produz uma toxina que ataca o sistema nervoso central e que é fatal em mais de 70 por cento dos casos.

Os partos realizados sem condições de higiene são os principais responsáveis pela contaminação dos bebés e das mães. Um recém-nascido pode ser infectado pelo tétano devido ao corte do cordão umbilical com instrumentos não esterilizados ou pelo uso de produtos contaminados. A situação que pode ser minimizada através da vacina contra o tétano que, quando administrada às mães em cinco doses garante imunização para o resto da vida, uma protecção que é extensiva ao bebé durante os primeiros meses de vida.

Marta Bilro

Fonte: E-mail Farmacia-press, Portal do Cidadão.

Monóxido de carbono pode ter aplicações terapêuticas

Cientistas britânicos acreditam que pequenas doses de CO injectáveis ou soluvéis em água são benéficas para tratar doentes transplantados ou casos de artrite reumatóide e hipertensão pulmonar

Investigadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, desenvolveram um método - com base na administração de pequenas doses de monóxido de carbono (CO) no organismo - que pode ajudar na recuperação de doentes sujeitos a cirurgias de transplantes de órgãos.

Pode parecer surpreendente porque o CO é reconhecido como um gás letal se administrado em volumes elevados. No entanto, os cientistas garantem que, “pequenas doses de CO são benéficas” e podem provocar “uma ampla gama de efeitos biológicos que podem ser usados em muitas aplicações terapêuticas”, concretizando que “ajuda a dilatar vasos sanguíneos e diminuir inflamações.”

Brian Mann, autor do estudo, explicou que “o sistema consiste em injectar no organismo ou tomar moléculas solúveis em água que liberam CO” (CORM, na sigla em inglês). Ao dissolverem-se – acrescentou - “podem ser produzidas de forma líquida, permitindo que elas se incorporem rapidamente na corrente sanguínea.”

Reforçando que podem também ser administradas através de injecções, o cientista asseverou que ambas as formas “são muito mais seguras” do que a maneira convencional (inalação do monóxido de carbono) que traria um risco elevado para doentes e médicos expostos ao gás.

Minimizar risco de rejeição

Segundo esclareceu Brian Mann, as moléculas podem ser "programadas para se concentrarem num lugar específico do corpo”, sublinhando que, no caso de doentes em recuperação de transplantes, “o órgão doado poderia ser tratado para minimizar o risco de rejeição.”

A equipa britânica acredita que este método inovador poderá ainda ser aplicado na cura de doenças inflamatórias, como a artrite reumatóide e a hipertensão pulmonar.

De acordo com os investigadores, o tratamento - que utilizará CO por meio de moléculas capazes de transportar o gás – “poderá começar a ser aplicado em 2010.”

Raquel Pacheco
Fonte: BBC

Venda de medicamentos a prestações é ilegal

Vacina contra cancro do colo do útero não pode ser vendida a crédito

Apesar das boas intenções de uma farmácia do Porto, que decidiu abdicar da sua margem de lucro na venda da vacina contra o cancro do colo do útero, permitindo também a sua aquisição em prestações recorrendo a uma empresa de crédito ao consumo, a edição desta terça-feira do Diário De notícias lembra que a solução é ilegal. Isto porque a legislação portuguesa impede que se proceda à venda de medicamentos a crédito, ou mesmo a prestações.

Há mais de um mês que a Farmácia de Santa Catarina, na baixa portuense, está a comercializar o Gardasil a preço de fábrica, abdicando da margem de lucro, numa tentativa de tornar mais abrangente o acesso à imunização. Desta forma, cada dose da vacina contra o vírus do papiloma humano passou a custar 130 euros, em vez dos 160,45 marcados na embalagem. Com o lançamento no mercado segunda vacina, o Cervarix, a farmácia decidiu equiparar o preço à anterior, descendo dos 144,41 euros para os 130 euros por dose.

De acordo com a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) a lei não se opõe ao facto de uma farmácia abdicar das margens de lucro de um medicamento, desde que não entre no valor da comparticipação do Estado e estas vacinas nem sequer beneficiam de comparticipação nenhuma. Por outro lado, no que diz respeito à venda a crédito, “face à lei actualmente em vigor não é permitida”, referiu o Infarmed.

Para o director técnico da Farmácia de Santa Catarina, Carlos Almeida, trata-se de “ajudar as pessoas mais desfavorecidas» que, «de outra forma, não teriam acesso” à vacina que protege contra o vírus na origem do cancro no colo do útero, o HPV. O também proprietário da farmácia garante que não procura protagonismo ou publicidade, mas antes possibilitar o acesso à vacina por parte de mais famílias, uma vez que para completar a imunização são necessárias três doses da vacina, cujo preço, sem desconto, ascende aos 480 euros.

Ao que tudo indica, a iniciativa já começou a dar frutos. Segundo avançou Carlos Almeida em declarações àquele jornal, a procura da vacina contra o HPV na Farmácia de Santa Catarina tornou-se "três ou quatro vezes maior".

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Diário Digital, Lusa, Farmacia.com.pt.

Cancro da mama: 40% das mulheres ignoram rastreio

Numa altura em que se detectam 11 novos casos de cancro da mama por dia, as estatísticas indicam de entre as mulheres convocadas para um rastreio do cancro da mama pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), 40 por cento não realizam o exame.

Mesmo sabendo que o diagnóstico precoce contribui para a redução da mortalidade, apenas 62,8 por cento das mulheres que recebem a convocatória fazem o rastreio, o que coloca Portugal ao nível da média europeia, avançou Vítor Rodrigues, coordenador nacional do Programa de Rastreio da LPCC. “Estamos infelizmente ao nível da média, e digo infelizmente porque a média é relativamente baixa”, afirmou o responsável em declarações à agência Lusa.

Ainda assim os números já são significativos, uma vez que, de acordo com os estudos europeus, uma taxa de participação nos rastreios de 60 por cento reduz a mortalidade em cerca de um terço.

Não se conhecem os motivos que levam à ausência de duas em cada cinco mulheres nos exames de rastreio, porém, a Liga adianta algumas hipóteses, como o facto de algumas mulheres já terem feito mamografias num médico particular, já se encontrarem em tratamento oncológico ou simplesmente não estarem interessadas em fazê-lo.

Numa tentativa de melhorar a qualidade do exame e de estar ao nível dos padrões publicados pela União Europeia, a LPCC investiu 4 milhões de euros para substituir a tecnologia mamográfica analógica pela digital.

A mamografia passa assim a ser visualizada directamente através do computador, permitindo pôr fim às películas habitualmente utilizadas e armazenar os exames em disco rígido. A principal vantagem do método digital reside no facto de permitir reduzir o número de mulheres que são chamadas a uma consulta clínica. Isto porque o radiologista passa a ter a capacidade de manipular a imagem no computador, diminuindo os casos em que surge uma dúvida e a mulher é chamada ao médico ou a repetir o exame.

O novo sistema vai também possibilitar o aumento do número de mamografias realizadas diariamente, porque a tecnologia digital faz com que o exame seja mais rápido.

Marta Bilro

Fonte: Lusa, Diário Digital, Portugal Diário, Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Lucro da Merck cresceu 63% no terceiro trimestre

Os resultados líquidos da farmacêutica norte-americana Merck aumentaram 63 por cento no terceiro trimestre do ano, uma subida impulsionada pelas vendas da vacina contra o cancro do colo do útero, Gardasil, e do Januvia (Sitagliptina), um fármaco utilizado no tratamento da diabetes.

De acordo com um comunicado divulgado pela empresa, o seu lucro líquido atingiu os 1,1 mil milhões de euros, ou 49,2 cêntimos por acção, face aos 662 milhões de euros, ou 30,3 cêntimos por acção, alcançados em igual período do ano anterior.

Entre Julho e Setembro de 2007 as receitas da Merck cresceram 12 por cento, para os 4,3 mil milhões de euros, relativamente aos mesmos meses de 2006.

Excluindo os encargos extraordinários associados a medidas de reestruturação, a farmacêutica obteve um ganho de 52,8 cêntimos por acção, um valor que ultrapassa as previsões dos analistas da Bloomberg que apontavam para um lucro de 49,3 cêntimos por título.

Para Richard T. Clark, presidente e director-executivo da empresa, os resultados líquidos do terceiro trimestre são o reflexo do progresso continuado que a Merck tem feito de acordo com a estratégia que adoptou.

“Não restam dúvidas, Dick Clark transformou esta empresa fazendo-a passar de um local cujo futuro suscitava dúvidas para um local onde as pessoas querem trabalhar”, salientou Tony Butler, analista da Lehman Brothers Holdings, em Nova Iorque, citado pela Bloomberg.

As perdas da empresa foram compensadas nas vendas de medicamentos genéricos mais baratos, sendo que o laboratório se concentrou nos novos produtos e na redução de postos de trabalho para reduzir custos. Os bons resultados no sector das vacinas são também destacados pela empresa, com as vendas a atingirem um valor recorde de 844,7 milhões de euros no terceiro trimestre de 2007.

A nota divulgada pela Merck faz ainda uma actualização ao número de processos judiciais pendentes relacionados com o anti-inflamatório Vioxx (Rofecoxib), que no final do mês de Setembro ascendia aos 26,6 mil, menos 350 do que no trimestre anterior.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Diário Económico, Gazeta Mercantil, Folha Online.

Página dedicada a clientes, parceiros e fornecedores
Laboratório de Estudos Farmacêuticos tem novo site


Já se encontra disponível, no endereço http://www.lef.pt/, o novo site do Laboratório de Estudos Farmacêuticos, uma estrutura independente criada em finais de 1992 e subsidiada por profissionais portugueses na área das farmácias de oficina, com apoio da Associação Nacional de Farmácias. A nova página é essencialmente dirigida a clientes, parceiros e fornecedores do LEF.

O Laboratório de Estudos Farmacêuticos desenvolve actividade na área da investigação aplicada e também na prestação de serviços a farmácias de oficina, à indústria farmacêutica, aos estabelecimentos e farmácias hospitalares e às instituições de I&D, de nacionalidade portuguesa ou estrangeira, e dispõe de meios que visam facilitar a consulta, por parte daqueles profissionais, da lista de serviços que são disponibilizados pela empresa, tendo o novo site o objectivo de “dar a conhecer a capacidade instalada no que respeita a recursos humanos e tecnológicos” do laboratório.
No novo site os visitantes poderão também “conhecer a produção científica realizada no LEF, os resultados de estudos realizados em produtos farmacêuticos e os diversos trabalhos de investigação que vão sendo apresentados pela estrutura em conferências nacionais e internacionais”. Tendo em conta as diferentes actividades levadas a cabo no laboratório (estudos e desenvolvimento de novos produtos, testes analíticos e libertação de lotes), o LEF opera de acordo com um sistema de qualidade certificado pela Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), sendo também um laboratório acreditado pelo Instituto Português da Qualidade.

Carla Teixeira
Fonte: Saúde na Internet, Associação Nacional de Farmácias, LEF
Expofarma – Feira Nacional de Farmácia 2007
Farmacêuticos com encontro marcado em Lisboa


Arranca já no próximo dia 8 de Novembro, e prolonga-se pelos dois dias seguintes, a edição deste ano da Expofarma – Feira Nacional de Farmácia. O evento tem lugar no Pavilhão 2 da FIL, ao Parque das Nações, em Lisboa, e tem como lema «Bem-vindos ao mundo das farmácias».

Pretendendo alavancar a movimentação dos diversos agentes do sector farmacêutico nacional em torno da promoção dos negócios e da partilha de conhecimentos e boas práticas, conceitos essenciais ao desejado aumento da produtividade, o certame, que desde a sua primeira edição tem vindo a consolidar prestígio, tem como principal objectivo a reunião, num mesmo espaço, exposições das melhores empresas do sector, promovendo e facilitando o desenvolvimento de contactos e o estabelecimento de parcerias comerciais entre os profissionais da indústria farmacêutica e as empresas que operam na área dos equipamentos e dos serviços de Farmácia.
Única no seu género, a Expofarma – Feira Nacional de Farmácia é, segundo a organização, um ponto de encontro de profissionais que visa “proporcionar aos seus visitantes um impacto inovador no que diz respeito às várias oportunidades de negócio” que ali encontrarão de certeza. Além da exposição das várias empresas farmacêuticas presentes, que procurarão chamar a atenção dos participantes para os seus produtos e serviços, a edição 2007 da Expofarma aposta também numa nova valência: “um ciclo contínuo de conferências de carácter científico e institucional”, que ao longo dos três dias em que decorre a feira reforça o seu papel formativo e de debate.
O seminário de abertura do encontro deverá girar em torno do tema «Mercado Ibérico do Medicamento: uma perspectiva multisectorial», visando sobretudo “apresentar as perspectivas” dos mais relevantes agentes do mercado farmacêutico de Portugal e de Espanha face às condições actuais e às tendências de futuro. Mais informações sobre a Expofarma disponíveis no site do evento, em www.expofarma.pt.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos, Expofarma

Accionistas da Bioenvision aprovam aquisição pela Genzyme

Os accionistas da Bioenvision Inc aprovaram a aquisição da companhia pela Genzyme Corporation, num acordo que envolveu 345 milhões de dólares, 5,60 dólares por acção, ignorando assim os argumentos dos investidores que afirmavam que o preço era demasiado baixo.

Esta aquisição faz parte da estratégia da Genzyme para incrementar o seu negócio oncológico, após ter adquirido a Ilex Oncology em 2004. A Genzyme, que já é o maior proprietário da Bioenvision, ganha assim direitos exclusivos do fármaco clofarabina para a leucemia.

A clofarabina é comercializada pela Genzyme como Clolar nos Estados Unidos e no Canadá, para pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) refractários e reincidentes. Na Europa, as companhias co-desenvolveram a clofarabina, e a Bioenvision comercializa actualmente o produto sob o nome Evoltra, também para a mesma indicação. A Genzyme também já detém os direitos para comercializar o produto na América do Norte.

As companhias têm vindo a desenvolver o fármaco para indicações mais abrangentes, incluindo a sua utilização como terapia de primeira linha para o tratamento da leucemia mielóide aguda (LMA) em adultos. Foi concedido o estatuto de medicamento órfão à clofarabina para a LLA e para a LMA, tanto nos Estados Unidos como na Europa. A Bioenvision solicitou aos reguladores europeus a aprovação para comercializar o tratamento para pacientes adultos com LMA. Caso seja aprovado, o fármaco pode atingir vendas de 600 milhões de dólares por ano, segundo o CEO da Genzyme, Henri Termeer.

A Genzyme é a terceira maior companhia biotecnológica do mundo listada por vendas em 2006, a seguir à Amgen Inc. e à Genentech Inc.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, Bloomberg, CNNMoney

Tabaqueira Altadis divulga lista de aditivos do tabaco

Açucares e cacau entre os 289 aditivos usados para aumentar a dependência

A tabaqueira Altadis - que comercializa marcas como Gauloises, Ducados e Fortuna e atingiu um volume de vendas de 1938 milhões de euros no primeiro semestre deste ano - publicou a lista completa de todos os aditivos utilizados na confecção de cigarros. No total, esta tabaqueira multinacional adiciona 289 substâncias ao tabaco, entre as quais se encontra o cacau e açucares, utilizados para criar dependência.

A lista de aditivos da Altadis foi publicada segunda-feira no diário espanhol “El Pais” e surge na sequência da obrigação imposta às tabaqueiras pelo Ministério da Saúde espanhol de comunicareme as substâncias usadas nos cigarros.

Perante os 289 aditivos usados nos cigarros, um perito do Laboratório Agroalimentar da Junta de Andaluzia, concluiu ao diário espanhol que "os cigarros são uma obra de engenharia para aumentar a dependência. As tabacarias estão anos à nossa frente e, apesar de afirmarem que a maioria dos compostos são aroma, na realidade têm outras funções, muitas das quais desconhecemos".

Michael Rabinoff, professor da universidade da Califórnia e autor de um estudo sobre aditivos do tabaco, vai mais longe. "Cerca de 90% de cada cigarro é tabaco, já de si criador de dependência e cancerígeno, mas 10% são aditivos, compostos químicos de que sabemos muito pouco e cuja segurança ninguém avaliou. As tabaqueiras estão a efectuar um ensaio científico em grande escala com milhões de pessoas".

Entre os 289 produtos adicionados ao tabaco encontram-se os açucares, mais de 4% do cigarro que ao queimar produz acetaldeído, aumentando o efeito da nicotina, os derivados do cacau, cujo sabor é adocicado e actuam como broncodilatadores facilitando a chegada da nicotina aos alvéolos, o mentol e o ácido acetilsalicílico, que evitam a irritação da garganta, e a lactona, que inibe a enzima que metaboliza a nicotina, permitindo que esta fique mais tempo no sangue e aumente a dependência.

As marcas declaram uma dada quantidade de nicotina, mas o efeito dos aditivos - através da acidez e do bloqueio de enzimas que destroem a nicotina - acaba por aumentar substancialmente a concentração da substância no sangue. Aumenta-se a dependência e, pela mesma via, disfarçam-se os efeitos mais desagradáveis do cigarro, como a tosse e o sabor, recorrendo a aromas.

A prova de que funciona é que quando a Philip Morris introduziu os aditivos, nos anos 70, as vendas da Marlboro dispararam.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias