quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Acambis e Sanofi-Aventis desenvolvem vacina contra o vírus do Nilo Ocidental

A francesa Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi-Aventis, entrou num acordo global exclusivo com a britânica Acambis Plc, para desenvolver e comercializar a vacina contra o vírus do Nilo Ocidental, que matou mais de 90 pessoas nos Estados Unidos este ano.

Segundo os termos do acordo, a Acambis irá receber um pagamento adiantado de 10 milhões de dólares, e será elegível para pagamentos pré e pós-comercialização até 70 milhões de dólares quando forem atingidos objectivos, baseados na aprovação do produto e nas vendas no mercado norte-americano. A companhia britânica terá ainda direito a receber financiamento para o desenvolvimento, e regalias sobre as vendas da vacina. A Acambis irá continuar a executar as actividades de desenvolvimento, até ao pedido de registo de licença junto das autoridades norte-americanas (inclusive).

A vacina irá ajudar a luta contra esta doença grave, que altera a qualidade de vida e que é potencialmente fatal. Os cientistas acreditam que uma vacina segura e efectiva poderá ser a estratégia mais custo-eficiente para prevenir a infecção por vírus do Nilo Ocidental. Actualmente, não existe nenhuma vacina humana para a prevenção da doença, nem nenhum tratamento específico. A doença emergiu nos Estados Unidos nos anos 90 e é considerada endémica no país.

A vacina experimental, que começou a ser desenvolvida pela Acambis em 1999, está actualmente na Fase II do ensaio clínico em adultos entre os 41 e os 64 anos e maiores de 65 anos. Os dados preliminares de um ensaio anterior de Fase II, em adultos saudáveis, demonstraram que 98 por cento dos sujeitos desenvolveram anticorpos específicos no soro, 28 dias após uma única vacinação. O perfil de segurança tem-se demonstrado satisfatório.

O vírus do Nilo Ocidental é transmitido pela picada de um mosquito e pode causar uma inflamação fatal no cérebro. Os sintomas mais graves podem incluir febre alta, dor de cabeça, rigidez do pescoço, estado de inconsciência, tremores, convulsões, fraqueza muscular, perda de visão, dormência e paralisia. Estes sintomas podem durar várias semanas, e os efeitos neurológicos podem ser permanentes.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, www.tradingmarkets.com, CNNMoney, www.bizjournals.com

Programa de computador vai ajudar cirurgias ortopédicas

Investigadores de Coimbra acreditam que outras cirurgias poderão beneficiar do sistema de navegação

Investigadores da Universidade de Coimbra estão a desenvolver um sistema de navegação assistida por computador que visa ajudar nas cirurgias ortopédicas, principalmente nas de grande melindre, como a reconstrução do ligamento cruzado do joelho, típica nos desportistas.

O projecto «ArthroNav - Navegação Assistida por Computador em Cirurgia Ortopédica» está a ser desenvolvido por uma equipa do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e coordenado por João Barreto e Paulo Menezes, em colaboração com o académico e cirurgião Fernando Fonseca, do Serviço de Ortopedia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

De acordo com uma nota veiculada pela FCTUC - que o farmacia.com.pt teve acesso - a investigação teve início este ano e desenvolver-se-á ao longo de três, centrando-se no desenvolvimento de navegadores cirúrgicos que vão funcionar como um GPS virtual nas salas de cirurgia. “É um sistema de visualização que fornece, em tempo real, a posição e orientação das ferramentas cirúrgicas e os órgãos alvo, neste caso o joelho”, explicam os investigadores.

Segundo esclareceu a equipa de Coimbra, “este tipo de cirurgia é normalmente realizado por artroscopia, o que implica a abertura de dois furos no joelho, um para a introdução de um sistema óptico que vai fortalecer o cirurgião na operação do ligamento roto”, reforçando que o objectivo é “melhorar a percepção dos cirurgiões e a habilidade da navegação dentro da articulação do joelho, através da fusão de sensores ópticos, reconstrução 3D e registo de modelos pré-operativos.”

Em declarações à Agência Lusa, João Barreto complementou que o sistema em desenvolvimento “vai tratar essas imagens recolhidas pela câmara introduzida no joelho e calcular de forma precisa a posição do osso.”

É sabido que a cirurgia de reconstrução dos ligamentos do joelho é muito delicada e exige muitos anos de preparação por parte do cirurgião. Neste sentido, os cientistas destacaram que “esta solução tecnológica não só melhora o desempenho e confiança de cirurgiões experientes, como também diminui as exigências de treino clínico, permitindo que mais médicos operem.”

Outras vantagens apontadas pelos investigadores de Coimbra referem-se à “optimização dos resultados clínicos e, consequentemente, diminuição das listas de espera nesta especialidade.”

Raquel Pacheco

Fonte: Comunicado FCTUC/Lusa

Tuberculose e Malária: inovação inédita em diagnósticos

Partec vai disponibilizar testes para despistar doenças em países pobres

No âmbito do 39.º Fórum Mundial de Medicina que se realiza, desde dia 14 até dia 17, em Dusseldorf, na Alemanha, a Partec - empresa líder global de soluções de diagnósticos dedicados ao combate da sida, tuberculose e malária – vai apresentar um equipamento inovador e inédito para efectuar diagnósticos de alta sensibilidade de tuberculose e malária, em países de baixos e médios recursos.

Trata-se de combinar o primeiro microscópio «CyScope» fluorescente móvel desenvolvido pela Partec com kits para testes dedicados a ambas as doenças. Pela primeira vez, os serviços de diagnósticos vão ser oferecidos a países altamente oprimidos e, também, a doentes que vivem em áreas remotas, longe dos grandes centros.

"O pré-requisito para qualquer melhora nos programas de tratamento no campo da tuberculose e da malária é a disponibilidade de soluções de diagnósticos adaptadas às situações e infra-estruturas regionais específicas, principalmente, nos países em desenvolvimento”, referiu Roland Gohde, director executivo da Partec Essential Healthcare.

De acordo com o representante da empresa alemã, por ter tido “muito sucesso” no lançamento de uma classe totalmente nova de ultra-compacto bastante económico, bem como, de microscópios fluorescentes móveis robustos e fáceis de serem usados, “agora é possível atender as inúmeras pessoas infectadas que, anteriormente, estavam quase sem cobertura para quaisquer testes destas doenças."

Num comunicado de imprensa a que o farmacia.com.pt teve acesso, Roland Gohde esclarece que "devido ao desenvolvimento de tecnologia moderna para componentes, foi possível desenvolver uma unidade de microscópio compacto e único baseado num inovador sistema óptico e novos e ultrabrilhantes Diodos Emissores de Luz” (LEDs em inglês).

O dirigente destacou ainda a oferta de “benefícios significativos não apenas em termos de sensitividade (sensibilidade), durabilidade e robustez, mas também, a nível de preço – o microscópio fluorescente está disponível por um preço de instrumento abaixo de 1000 euros”, rematando que, “os microscópios fluorescentes convencionais normalmente custam mais de 15.000 euros.”

Na nota, a Partec sublinha que disponibiliza, para além dos microscópios fluorescentes, os kits para testes de tuberculose e malária requisitados e aprovados para uso em diagnóstico in vitro (IVD em inglês), sendo que, para os reagentes de tuberculose, foi acordada uma cooperação com a Merck KGaA, em Darmstadt, Alemanha.

De referir que, o «CyScope» já é largamente usado na África, Ásia e Europa e foi clinicamente validado, com resultados positivos, tanto para a tuberculose, como para a malária, por diferentes grupos de investigação internacionais, nomeadamente, do Gana, Benin, Guiana Francesa, Nigéria e pelo conceituado Bernhard-Nocht-Institute for Tropical Medicine de Hamburgo.

Raquel Pacheco

Fontes : PRNewswire/
(http://www.partec.com/preview/cms/front_content.php?idcat=300 )

EMEA concede estatuto de medicamento orfão a fármaco antiviral

A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) concedeu o estatuto de medicamento órfão ao fármaco antiviral experimental Camvia (maribavir), em Fase III, da ViroPharma Inc, para prevenir a doença por citomegalovírus (CMV), em pacientes com um sistema imunitário debilitado.

O Camvia é um fármaco antiviral potente e selectivo, biodisponível por via oral, com um mecanismo único de acção contra o citomegalovírus, e com um perfil de segurança clínico inicial favorável. Contrariamente aos agentes anti-CMV actualmente disponíveis que inibem a polimerase do ADN do CMV, o Camvia inibe a agregação do ADN viral e inibe a saída dos capsídeos virais do núcleo das células infectadas. O Camvia é activo in vitro contra estirpes do CMV que são resistentes aos fármacos anti-CMV normalmente utilizados. O citomegalovírus pertence a um grupo de vírus que provoca varicela, herpes e outras doenças.

O estatuto de medicamento órfão é delineado para promover o desenvolvimento de fármacos que têm o potencial de fornecer um benefício significativo a doentes que sofrem de doenças raras, identificadas como potencialmente fatais ou muito graves.

A designação fornece ao fármaco 10 anos de exclusividade de comercialização, caso o produto candidato seja aprovado para ser comercializado na União Europeia. Também permite a assistência da EMEA na optimização do desenvolvimento clínico do fármaco candidato, através da participação no delineamento do protocolo clínico e na preparação do pedido de candidatura para comercialização.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, CNNMoney, www.tradingmarkets.com
Dia Nacional do Não Fumador assinalado em Lisboa
Alunos de Farmácia contra o tabagismo


«Dá o primeiro passo para uma vida sem fumo» é o repto que nesta quinta-feira vai ser lançado pelos alunos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa aos colegas de sete outras faculdades daquela academia. A iniciativa, com a chancela do Gabinete de Informação, Promoção e Educação para a Saúde da Associação de Estudantes da FFUL, integra o programa da I Campanha de Cessação Tabágica do GIPES, e visa assinalar o Dia do Não Fumador, que acontece no sábado.

O farmacia.com.pt sabe que a campanha tem o apoio de uma marca de produtos de ajuda à desabituação do tabaco, e vai decorrer durante todo o dia. A prevenção da iniciação ao vício, bem como a eliminação às fontes de exposição involuntária ao fumo, a prestação de aos programas de cessação tabágica e o esclarecimento de dúvidas relativas às terapêuticas farmacológica e não farmacológica para deixar de fumar são os grandes objectivos da medida, que hoje parte das instalações da Faculdade de Farmácia para chegar às unidades congéneres de Medicina Dentária, Medicina, Psicologia e Ciências da Educação, Letras, Direito e Ciências, que entre as 10 e as 19 horas receberão a visita dos estudantes promotores da campanha, que tem como público-alvo os estudantes, sendo “mediadores de saúde” os alunos do terceiro, quarto, quinto e sexto anos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e os alunos da Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Lisboa.
Segundo informações avançadas pelo site CiênciaPT, “a iniciativa está dividida em quatro postos de trabalho”: no primeiro é avaliada a dependência face ao tabaco e a motivação do estudante para deixar de fumar; no segundo é feita a medição e a análise do nível de monóxido de carbono; no terceiro é realizado um rastreio para a avaliação das capacidades respiratórias; e no quarto posto de trabalho são dados alguns conselhos com vista a incentivar a adopção de comportamentos saudáveis.

Carla Teixeira
Fonte: CiênciaPT, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa
Benefícios da nicotina defendidos há mais de 500 anos
Tabaco dá origem a produtos farmacêuticos


A ideia de que o tabaco encerra alguns efeitos positivos para a saúde humana não é nova, sendo preconizada há mais de cinco séculos em vários contextos. Benício Albano Werner, presidente da Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA), veio há dias a público argumentar que o uso medicinal da nicotina deverá, a breve trecho, tornar-se uma realidade.

No seguimento das notícias que deram conta dos alegados benefícios da utilização da marijuana no tratamento de diferentes patologias, que alguns países já puseram em marcha, o presidente da ITGA afirmou que também o uso medicinal do tabaco começa a tornar-se uma realidade cada vez premente, já que “todos os dias o fumo dá origem a vários produtos biofarmacêuticos, entre os quais constam a insulina, as hormonas, os anticorpos e diversas vacinas”. Contudo, acrescentou, “a quantidade utilizada, cerca de um milhão de quilos, ainda é muito pequena, quando comparada ao total de tabaco produzido em todo o mundo”, que em 2006 atingiu os quase sete milhões de toneladas.
Em meados do ano passado um cientista chinês tinha já asseverado que a nicotina não só não prejudica a saúde dos fumadores como pode inclusivamente ser usada no tratamento de doenças como Alzheimer ou Parkinson. Na base da convicção de Zhao Baolu, membro da Academia Chinesa das Ciências, figurariam os resultados obtidos em vários estudos, que o investigador vem desenvolvendo desde há duas décadas, que foram nessa altura divulgados em inúmeras publicações científicas, entre as quais o «Jornal Britânico de Farmacologia». Em experiências com ratos, o cientista chinês concluiu que os roedores a quem foram administradas doses de nicotina equivalentes a dois maços de cigarros fumados por um humano por dia se mostravam menos propensos a contrair problemas neurológicos.
Explicando que a nicotina actua como anti-oxidante, fornecendo aos neurónios uma espécie de blindagem e protegendo-os de outras substâncias que causam aquelas doenças, Zhao Baolu aferiu que “a nicotina não é tóxica”, frisando que a substância apenas tem um efeito viciante, como disse, em meados de 2006, numa entrevista à agência noticiosa espanhola Efe, negando qualquer ligação das suas investigações a supostos interesses das empresas tabaqueiras. “Não sou a favor de que se fume, porque há outros componentes do cigarro que prejudicam a saúde”, disse o chinês, apontando como exemplo o alcatrão, e pediu que os resultados do seu trabalho não sejam mal interpretados. “A ideia não é a de fumar para prevenir o aparecimento de doenças neurológicas. Trata-se de utilizar a nicotina, no seu estado puro, em doses calculadas e só em pacientes que precisem dela”, salientou.

Carla Teixeira
Fonte: InvestNews, Agência Lusa

FDA aprova novo fármaco contra HIV-1

Abbott vai registar nova fórmula de lopinavir/ritonavir em mais de 150 países para chegar a milhões de crianças

A Abbott recebeu «luz verde» da FDA para registar e disponibilizar o novo medicamento de lopinavir/ritonavir (de menor potência) em mais de 150 países. A farmacêutica quer permitir o amplo acesso ao fármaco a milhões de crianças que vivem com o vírus do HIV em mundo todo.

A farmacêutica norte-americana Abbott anunciou que obteve a aprovação da DFA - Food and Drug Administration (órgão responsável pela administração de alimentos e medicamentos dos EUA) para uma nova fórmula de medicamento de menor potência do Kaletra (lopinavir/ritonavir) - inibidor de protease líder para vírus de imunodeficiência humana (HIV-1) - também comercializado como Aluvia (lopinavir/ritonavir) em países em desenvolvimento.

O fármaco Kaletra, de menor potência, estará disponível nos EUA, já este mês. Contudo, a empresa aguarda a autorização de comercialização dos comprimidos Kaletra/Aluvia de menor potência na região EMEA (Europa, Oriente Médio, África).

Em comunicado de imprensa disponível no site da Abbott, a farmacêutica informa que pretende registar esta nova fórmula “em mais de 150 países”, realçando que “a fórmula de cápsula em gel de LPV/r é o inibidor de protease mais amplamente registado no mundo.”

Recorde-se que, a fórmula original do comprimido já está disponível em 93 países e a Abbott espera, agora, a aprovação noutros 45 países para a nova fórmula no sentido de “ampliar as opções disponíveis para utilizar o primeiro e único fármaco co-formulado inibidor de protease para tratar de crianças afectadas pelo HIV”, frisou a empresa.

Inovação: medicação não exige refrigeração, nem refeição

Para a farmacêutica, a aprovação do novo Kaletra de menor potência constitui “um importante passo no compromisso contínuo da Abbott em relação à luta global contra o vírus do HIV”, destacando um importante avanço no fornecimento de medicação para crianças com HIV localizadas em países em desenvolvimento: “Estes medicamentos não exigem refrigeração e podem ser tomados com ou sem uma refeição.”

Segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), dois milhões de crianças viviam com HIV/Sida na África Subsaariana no final de 2006.

A Abbott revelou que o novo fármaco “é menor que o Kaletra original e contém os mesmos ingredientes activos comprovados que a solução oral Kaletra da Abbott”, sublinhando que o medicamento de menor potência “é aprovado para crianças que pesam 15 kg ou mais e conseguem engolir o comprimido intacto.”

De referir que, no que concerne a preços, custará metade do valor do comprimido original nos países em desenvolvimento.

Raquel Pacheco

Fontes: PRNewswire/ www.abbott.com

Governo vai comparticipar a 100% terapêuticas para diabéticos


Medida entrará em vigor em Janeiro

Era uma reivindicação antiga que deu lugar a uma vitória neste Dia Mundial dos Diabéticos. O Governo decidiu que vai comparticipar a 100% a terapêutica com bombas infusoras usadas por diabéticos e ainda a insulina de acção lenta.

A boa notícia foi hoje avançada pelo secretário de Estado da Saúde em declarações ao jornal «Público». Francisco Ramos anunciou a medida e garantiu que entrará já em vigor em Janeiro do próximo ano.

Actualmente, apenas cerca de 150 pessoas usam as bombas infusoras, de insulina devido aos elevados custos: mais de três mil euros para as bombas e entre 100 a 150 euros por mês para os consumíveis. No entanto, segundo vaticinou a tutela, esta terapêutica irá chegar a apenas "cerca de 100 diabéticos por ano num prazo de cinco anos."

Por seu turno, e de acordo com a previsão feita pelo director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, José Manuel Boavida, a insulina de acção - uma injecção para reduzir as hipoglicemias - "irá abranger um universo entre 20 a 30 mil doentes, de uma forma gradual."

Raquel Pacheco
Fonte: Público
Médicos pediatras reiteram críticas dos jovens diabéticos
Pela comparticipação da bomba de insulina


No seguimento de um primeiro apelo lançado, na última semana, pela Associação de Jovens Diabéticos de Portugal, no sentido da necessidade de comparticipação estatal dos tratamentos com recurso à bomba infusora de insulina, numa posição prontamente secundada por alguns médicos, agora são os pediatras que alertam para a urgência da medida.

A presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica (SPEDP) manifestou a sua “preocupação” face a essa falta de comparticipação, insistindo na ideia de que a diabetes de tipo 1 é a doença mais prevalente entre as crianças do mundo desenvolvido. Frisando que, como tinha dito anteriormente ao nosso portal, “a terapêutica insulínica com bombas infusoras nas crianças e nos adolescentes com a doença é um método com inúmeras vantagens, Ana Fagulha enalteceu o menor risco de hipoglicemia, a maior flexibilidade no estilo de vida e o facto de aquele dispositivo permitir uma menor variabilidade dos valores da glicemia ao longo do dia, asseverando que, “se bem usada, a bomba permite um bom controlo glicémico”.
De acordo com a especialista “a melhoria no controlo da diabetes traduz-se numa menor incidência de complicações agudas e crónicas associadas à doença, como a cegueira, a insuficiência renal, a amputação de membros ou o surgimento de outras doenças, como as cardiovasculares”. Reiterando um dado que o farmacia.com.pt tem vindo a difundir com particular insistência nos últimos dias, que antecederam a celebração à escala global do Dia Mundial da Diabetes nesta quarta-feira, a médica que preside à SPEDP atestou que o tratamento com a bomba infusora de insulina está “indicado em todos os diabéticos de tipo 1, desde que sejam cuidadosamente seleccionados”, uma vez que “a determinação das glicemias capilares pelo menos quatro vezes por dia, a capacidade para lidar com os vários componentes técnicos da bomba, a motivação e o indispensável apoio dos pais, no caso das crianças, são premissas importantes” para o uso correcto deste equipamento.
Em comunicado a SPEDP reforça ainda a importância de o doente ser “seguido por uma equipa multidisciplinar, composta por um médico, um enfermeiro e um dietista ou nutricionista, com conhecimentos e prática na utilização da tecnologia”, sendo fundamental que paciente tenha acesso à equipa durante as 24 horas do dia. Ana Fagulha recorda que já existem, no nosso país, “alguns centros hospitalares com experiência neste método de tratamento em crianças e adolescentes”, e lembra que a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, pretendendo o “aumento dos conhecimentos teóricos e práticos daquelas unidades de saúde, realizou o seu primeiro curso teórico-prático sobre bombas Infusoras de insulina na criança e no adolescente. A acção de formação teve lugar no passado dia 8 no Porto, tendo comparecido 14 centros hospitalares, cada um representado por três elementos do seu quadro de efectivos.
Salientando que “é objectivo da SPEDP implementar planos para uma actualização constante dos conhecimentos dos profissionais de saúde sobre aquele dispositivo, com o intuito de proporcionar às crianças e aos adolescente com diabetes de tipo 1 a assistência de elevada qualidade a que têm direito, para que possam ter uma boa qualidade de vida, a curto e a longo prazo”, Ana Fagulha lamenta que, no âmbito da sua prática clínica, os profissionais ainda esbarrem com os “graves problemas” que resultam do elevado custo das bombas e da exigência de um orçamento mensal para a aquisição dos seus componentes, frisando que, “infelizmente, nem todas as crianças e adolescentes que têm indicação para este método de tratamento podem beneficiar dele, porque sem sempre têm capacidades económicas”. É mais uma voz que se une ao coro de protestos pela falta de comparticipação deste tipo de tratamento…

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado da Hill and Knowlton
Apifarma comenta situação no sector farmacêutico nacional
Lei atrasa dispensa de medicamentos inovadores

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) veio a público nesta terça-feira denunciar que o processo de dispensa de medicamentos inovadores nos hospitais portugueses está a ser atrasado pela nova legislação em vigor. De acordo com o presidente daquela entidade, João Almeida Lopes, a tripla avaliação exigida actualmente leva a que as unidades de saúde demorem aproximadamente um ano a disponibilizar ao doente o fármaco pretendido.

Citado pela Agência Lusa, aquele responsável refere que “anteriormente bastava a autorização da comissão de farmácia e terapêutica de cada hospital”, e salienta que “a nova metodologia prevê um prazo mínimo de nove meses entre a avaliação e a primeira utilização do medicamento, por causa das autorizações necessárias”, que, segundo o vice-presidente da Apifarma, Manuel Gonçalves, cabem agora à mesma comissão hospitalar, mas passam a depender igualmente da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed). Se “na teoria os nove meses são realistas, na prática são completamente o oposto”, asseverou o número dois da associação representativa da indústria farmacêutica, acrescentando que os novos mecanismos legais “levam a um atraso de um ano em relação ao passado”.
A Apifarma refere que “estes tempos de avaliação não favorecem ou aceleram o crescimento hospitalar farmacêutico”, criticando as medidas de redução do preço dos medicamentos quando não há oficialização do valor dos mesmos. Para João Almeida Lopes “há uma preocupação com a contenção orçamental de pressão economicista sobre as contas da saúde”. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica adianta também que, no que toca aos chamados medicamentos de marca, as vendas ao público representaram 2,68 mil milhões de euros em 2006, menos um por cento do que no ano anterior, enquanto o mercado de genéricos representou 479,1 mil milhões de euros no mesmo período, com um crescimento de 22 por cento face a 2005.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Apifarma

Elevado teor de sal nos alimentos preocupa deputados socialistas

Os deputados socialistas da Comissão de Saúde da Assembleia da República estão preocupados com o elevado teor de sal nos alimentos e como tal encontram-se a preparar um conjunto de propostas para regular esta matéria, de acordo com o deputado Joaquim Couto.

Os deputados do PS pretendem estabelecer uma quantidade máxima de sal nos produtos alimentares e uma rotulagem obrigatória dos alimentos, onde deverá estar descriminado o teor de sal presente.

Contudo, os socialistas da Comissão de Saúde equacionam também fiscalizar, através da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), produção e comercialização dos alimentos, bem como realizar campanhas de sensibilização e alerta para o perigo de um consumo elevados de sal, apostando em medidas médicas preventivas.

"Um grama a menos de sal por dia na dieta dos portugueses pouparia 2.560 vidas por ano", referiu o médico e deputado da Comissão de Saúde Joaquim Couto, citando o estudo "Sal no Pão", da Universidade Fernando Pessoa, enfatizando também a relação dos consumos excessivos de sal com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a principal causa de morte em Portugal.

Segundo este estudo, o pão português tem perto de 10 gramas de sal por quilo, muito acima da média de muitos dos pães consumidos na União Europeia. Em análise estiveram 40 tipos de pão, nomeadamente o pão de trigo, de centeio e integral, sendo que os pães portugueses foram comparados de perto com pães de dez países europeus e, nalguns casos, registou mais do dobro do sal.

O estudo "Sal no Pão" sugere, como medida preventiva, a aposta no "pão do coração", um pão que não deverá ter mais que um grama e meio de sal por quilo, número bastante abaixo daqueles que o estudo revela serem os valores normais em Portugal.

Mas para além do pão, muitos são os alimentos ingeridos pelos portugueses que apresentam um elevado teor de sal, de tal forma que, em média, em Portugal consome-se cerca de doze gramas de sal por dia, mais do dobro da quantidade recomendada.

Para Luís Martins, presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e um dos responsáveis pelo estudo, os níveis de ingestão de sal são "umas das piores toxicodependências dos portugueses", acrescentando que esta é “uma questão cultural”, que “não pode ser abordada com fundamentalismos”.

"Se quisermos ter benefícios em termos de saúde pública, temos que fazer algo agora", referiu Luís Martins, que se mostrou também preocupado com a relação do consumo de sal com o número de mortes por AVC.

O estudo "Sal no Pão" refere ainda que o AVC "é uma catástrofe evitável", que actualmente é responsável pela morte de 17 a 20 mil portugueses e de 575 mil europeus todos os anos.

Inês de Matos

Fontes: Lusa, Público

Pfizer e Nektar chegam a acordo sobre insulina inalável Exubera

A Pfizer Inc. irá desembolsar 135 milhões de dólares, como parte do acordo com a companhia biofarmacêutica Nektar, para resolver as questões contratuais relativas à descontinuação da insulina inalável Exubera, assim como à insulina inalável de próxima geração da Nektar, que está na fase inicial de desenvolvimento.

Segundo os termos do acordo, a Pfizer irá fazer um único pagamento, no valor total acordado, à Nektar para satisfazer todas as restantes obrigações contratuais relacionadas com o Exubera e com o produto em desenvolvimento. Caso a Nektar seleccione um novo parceiro para comercializar o Exubera, a Pfizer concordou em transferir os restantes direitos e todos os benefícios económicos, incluindo os registos e candidaturas na FDA e nas autoridades reguladores de outros países. Os ensaios clínicos a decorrer também serão transferidos.

Em Outubro, a Pfizer anunciou que iria terminar o investimento no fármaco para a diabetes da Nektar, e que iria descontinuar a sua comercialização, devido à sua baixa utilização. Contudo, a Pfizer antecipou que a comercialização da insulina inalável será estendida por mais 60 dias.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, CNNMoney, Forbes, www.rttnews.com

OCDE diz que só na Hungria se morre mais por AVC que em Portugal

Portugal é o segundo país com mais mortes devido a acidentes vasculares cerebrais, sendo apenas superado pela Hungria, concluiu um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que analisou dados de 27 países.

Em Portugal, a mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) é de 125,9 homens e de 99,6 mulheres por cada 100.000 pessoas, valores só ultrapassados pela Hungria, onde, em 2003, morreram 160,8 homens e 108,6 mulheres que sofreram um AVC.

A taxa de acidentes vasculares cerebrais é também elevada na Grécia e República Checa e os países onde se morre menos por AVC são a Suiça, a França e o Canadá. A média registada pelo estudo, nos 27 países analisados, foi de 54,4 nas mulheres e de 68,5 nos homens.

Uma alimentação desregrada, aliada ao consumo de tabaco e ao sedentarismo são os principais factores de risco, pois provocam hipertensão e consequentemente um AVC.

Ainda de acordo com o mesmo estudo, Portugal, República Checa, Hungria e Polónia eram os países que, em 2003, tinham mais casos de cáries entre as crianças, conclusão que resultou da soma do número de meninos com dentes estragados, falta de dentes, ou dentes tratados. Pelo contrário, as crianças da Alemanha, Reino Unido, Holanda, Suíça, Luxemburgo e Dinamarca foram aqueles que apresentaram menos problemas de saúde oral.

Tendo também analisado a incidência do cancro do pulmão, o estudo revelou que as mulheres portuguesas são menos morrem com este tipo de cancro ( apenas sete em cada 100 mil), registando-se a mortalidade mais elevada na Dinamarca, Islândia e Estados Unidos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Venda de medicamentos anti-retrovirais e oncológicos fora das farmácias hospitalares

Apifarma diz que preço vai aumentar

A Associação Portuguesa de Indústria Farmacêutica (Apifarma) diz que a venda de medicamentos anti-retrovirais ou oncológicos fora das farmácias hospitalares pressupõe um aumento no preço base da margem de lucro da distribuição, que se situa nos 27 por cento, e do IVA destes fármacos.

O presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, lembrou hoje que a indústria vende directamente aos hospitais ou centros de saúde sem margem de lucro quanto à distribuição, o que não acontece quando os medicamentos chegam às farmácias correntes.

"Ou as farmácias entregam os medicamentos sem essa margem ou terão que ser mais caros, porque aos 100 por cento do preço são acrescentados 27 por cento da margem de distribuição e mais o IVA", recordou.

A comercialização de medicamentos nas farmácias para a infecção HIV/Sida, artrite reumatóide ou cancro, que até agora eram apenas vendidos em farmácias hospitalares, está prevista para "dentro de alguns meses", confirmou o ministro da Saúde, Correia de Campos, e o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), Vasco Maria, durante um colóquio no Parlamento.

Manuel Gonçalves, vice-presidente da Apifarma, lembrou que, no âmbito do trabalho de avaliação da dispensa de alguns medicamentos fora dos hospitalares, todas as associações de profissionais, com excepção da Associação Nacional de Farmácias, "não encontraram vantagens na venda de fármacos anti-retrovirais e oncológicos, pois não foram identificadas dificuldades de acesso a estes medicamentos".

"Esta não é apenas uma decisão política, mas também económica", lembrou Almeida Lopes, uma vez que o mercado dos medicamentos para a infecção HIV e patologias oncológicas representa 350 milhões de euros.

Por outro lado, os dirigentes da APIFARMA referem também que existem ainda questões fundamentais por resolver, dando como exemplo a possibilidade de haver menos avaliação/acompanhamento da toma dos medicamentos.

"Já há doentes infectados com Sida que se deslocam de Coimbra para Lisboa ou entre outras localidades para evitar o estigma social, por isso não vemos vantagens da distribuição deste tipo de medicamentos em farmácias. Para a indústria, esta venda não coloca qualquer problema, desde que não nos peçam para fazermos a distribuição", comentaram os responsáveis.

"Os medicamentos não podem ser vistos como custos, mas como investimentos e alternativas a outras intervenções, como os internamentos", referiu Manuel Gonçalves.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Alface geneticamente modificada pode produzir insulina

Investigadores acreditam ter descoberto uma chave para milhões de diabetéticos insulino-dependentes

De acordo com especialistas biomédicos da Universidade da Flórida Central (Estados Unidos), as cápsulas de insulina produzidas duma alface geneticamente modificada podem ser a chave para restaurar a capacidade do corpo em produzir insulina.

É mais uma luz que nasce para milhões de pessoas que sofrem da diabetes dependente de insulina. Se as experiências em humanos forem bem sucedidos como foram em animais, o impacto da investigação poderá reduzir dramaticamente, em todo o mundo, os custos na luta de uma doença que pode levar a doenças cardíacas e renais e cegueira.


Segundo divulgou a revista «Plant Biotechnology», a equipa de investigadores da Florida – liderada por Henry Daniell – projectou geneticamente plantas de tabaco (com um gene da insulina) que foram secas, congeladas e administradas em pó para ratos diabéticos de cinco semanas por oito semanas. “No final do estudo, os ratos diabéticos apresentaram níveis normais de açúcar no sangue e na urina, e suas células produziam níveis normais de insulina”, refere aquela publicação.

A descoberta – que contou com o financiamento do National Institutes of Health em dois milhões de dólares – revelou que “as cápsulas de insulina poderão, um dia, ser usadas para prevenir a diabetes antes do aparecimento dos sintomas e para tratar a doença nos seus estágios mais iniciais”, garantem os autores do estudo, frisando que “há propostas para o uso da alface (em vez do tabaco) para a produção de insulina porque este cultivo pode ser produzido de forma barata e evita o estigma negativo associado ao tabaco.”

A diabetes tipo 1, ou insulino-dependente, é uma doença auto-imune onde o próprio corpo ataca e destrói a insulina e a produção de células beta do pâncreas. A insulina é, pró sua vez, necessário para converter o açúcar, amido e outros alimentos em energia.

Neste sentido, o método de Henry Daniell apresenta-se promissor porque as paredes das células feitas de celulose impedem, inicialmente, que a insulina se degrade. “Quando as células da planta com a insulina alcançam o intestino, as bactérias que vivem lá começam a quebrar lentamente as paredes das células e liberar gradualmente a insulina no sangue”, explicaram os investigadores.

“Produzida na alface, a insulina seria administrada aos doentes humanos como um pó em cápsulas porque a dosagem deve ser controlada com cuidado”, concluíram.

Raquel Pacheco

Fonte: Plant Biotechnology/Biotech