quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Stress na gravidez aumenta hipóteses de ter meninas

Estudo constatou que probabilidade aumentou 5% face a “ansiedade” maternal

"O stress durante a gravidez é um provável candidato envolvido na redução da relação entre os sexos observada em diversos países", afirmam os investigadores da Universidade de Aarhus, Dinamarca, no estudo publicado na revista médica «Human Reproduction».

De acordo com a investigação – que envolveu exames a 8.719 mulheres e mais de seis mil bebés entre 1989 e 1992 – “o stress durante os primeiros meses de gravidez pode reduzir a probabilidade de ter meninos”. Uma descoberta que, segundo os cientistas dinamarqueses salientaram, não se fica pelo “stress psicológico acentuado”, mas também, níveis “moderados e até comuns.”

Deste modo, o estudo permitiu constatar que as grávidas mais “nervosas” podiam ter até 5% mais de hipóteses de ter meninas: “As mulheres mais stressadas deram à luz 47% de meninos, enquanto as menos stressadas tiveram 52% de meninos”, revelaram os cientistas, ressalvando, contudo, não ter sido possível explicar como este factor pode influenciar na determinação do sexo dos filhos, “uma vez que, é sabido que o género dos bebés é ditado pelos cromossomas contidos no esperma paterno.”

No entanto, os investigadores dinamarqueses realçaram outro facto: “Existem suspeitas de que altos níveis hormonais do stress dificultem a fixação de embriões masculinos – levando a um maior número de abortos espontâneos de meninos.”

Sexos à parte, referira-se que, outros estudos sugerem que o stress, ansiedade ou nervosismo durante a gestação podem potenciar futuros problemas de saúde da criança, nomeadamente, hipertensão, obesidade e diabetes.

Raquel Pacheco
Fontes: BBC/«Human Reproduction»

DGS analisa vacinação contra vírus do papiloma humano

Em Portugal, por dia, morre uma mulher com o cancro do colo do útero. No mundo, o vírus do papiloma humano é responsável por uma morte a cada dois minutos.

A Direcção-Geral de Saúde (DGS) reconheceu que o estudo do vírus do papiloma humano (VPH) é “complicado” e que esta é a doença “com mais dificuldade em detectar, porque não é linear, podendo progredir ou regredir.”

Neste sentido, a subdirectora-geral de Saúde, Graças Freitas, sublinhou que, em parceria com a Comissão Técnica de Vacinação (CTV), “as reuniões de rotina para avaliar as estratégias sobre o risco/benefício da vacinação contra o vírus continuam em curso.”

Contudo, a subdirectora-geral da Saúde não deixou de clarificar que o trabalho que está a ser feito “nada tem a ver com a comparticipação que é ou não dada às vacinas.” Aliás, como é sabido, a comparticipação de uma vacina é requerida pela empresa que a comercializa, que tem de apresentar um estudo à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), que pode recomendar a sua comparticipação ao ministro da Saúde, a quem cabe a decisão final.

A preocupação da DGS é outra: “Preocupamo-nos com o impacto da vacina na Saúde Pública, porque a vacina tem impacto no sistema imunitário da pessoa vacinada, na dinâmica dos microorganismos e também em todo o ambiente”, sustentou Graça Freitas, reiterando que “as reuniões vão continuar até ter dados para, com alguma evidência científica, propormos um dia ao senhor ministro da Saúde estratégias em relação à vacinação.”

De referir que, actualmente, a vacina está disponível desde o início do ano no mercado – como um acto individual - podendo ser comprada e tomada por cada utente, em três doses, e pelo preço de 480 euros.

Segundo conseguiu confirmar o farmacia.com.pt, dois estudos de custo-efectividade da vacina estão a ser alvo de análise pelo Infarmed. Recorde-se que, em Abril, o PS rejeitou no Parlamento um projecto de resolução do Partido Ecologista «Os Verdes» que recomendava ao Governo a inclusão da vacina contra o VPH no Programa Nacional de Vacinação.

Raquel Pacheco
Fontes: Fábrica de Conteúdos/Lusa/DGS/Infarmed

Jovens europeus discutem biomedicina em Gaia

Mais de 200 estudantes nas áreas de investigação, oriundos de 20 países de quatro continentes estão a debater, em Portugal, os últimos avanços nas ciências biomédicas.

Reunidos no âmbito do «II Encontro de Jovens Cientistas Europeus» que decorre, até sábado, em Vila Nova de Gaia, os participantes contam ainda com a atribuição de prémios e conferências/workshops sobre temas como a dor, oncologia, doenças cardiovasculares e alergias.

De acordo com João Maciel, presidente da Comissão Organizadora do encontro, “entre os possíveis premiados estão 73 estudantes que vão apresentar as suas comunicações, disputando, assim, prémios no total de seis mil euros e títulos de melhores autores.”

O evento – promovido por alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) – conta com estudantes de Medicina, Enfermagem, Engenharia Biomecânica, Farmácia e Bioquímica de países como a Arménia, Brasil, Gana, Holanda, Inglaterra, Itália, Lituânia, Nigéria, Polónia, Rússia, Sudão e Turquia.

Segundo informa um comunicado da FMUP enviado ao farmacia.com.pt, figuram do painel de conferencistas convidados de renome nacional e internacional como: Curtis Triplitt, da Universidade do Texas, Tiago Outeiro, da Harvard Medical School, Sobrinho Simões (FMUP e IPATIMUP), Daniel Serrão (Comité Director da Ética) e João Lobo Antunes (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa).

Raquel Pacheco
Fonte: comunicado da FMUP

Farmacêuticas investigam influência genética nos efeitos secundários dos medicamentos

Sete das maiores companhias farmacêuticas do mundo formaram um grupo para desenvolver testes genéticos, para determinar quais pacientes poderão estar em risco de sofrer efeitos secundários perigosos devido aos fármacos.

As companhias envolvidas, Pfizer Inc., GlaxoSmithKline Plc,
Abbott Laboratories, Johnson & Johnson, Roche, Sanofi-Aventis e Wyeth, irão combinar as investigações relativas às variações genéticas, de modo a que seja possível prever a probabilidade de um paciente sofrer um perigoso efeito secundário devido à medicação.

As companhias fundaram o Consórcio Internacional de Eventos Adversos para estudar as causas genéticas das más reacções aos fármacos. Os dois primeiros projectos, em parceria com investigadores universitários e com a FDA, consistirão em examinar a razão pela qual algumas pessoas sofrem, como consequência dos fármacos, danos no fígado ou reacções cutâneas raras, como o síndrome de Stevens-Johnson, mas que podem ser fatais. Ambos os efeitos estão associados a diversos fármacos.

Os investigadores irão analisar, a nível mundial, a informação genética dos pacientes que desenvolveram problemas e compará-los com outros que não os tiveram, e que responderam aos fármacos. Desta forma, irão procurar qualquer variação genética entre as pessoas que apresentaram complicações.

As experiências do consórcio poderão permitir às farmacêuticas delinear ensaios clínicos com melhores possibilidades de sucesso, reduzir os custos no desenvolvimento de fármacos e ajudar médicos e pacientes a evitar riscos desnecessários.

Se os fármacos puderem ser suprimidos para os pacientes que apresentam um risco genético de desenvolver efeitos secundários graves, isto poderá não só proteger os pacientes, como também poderá ajudar os fabricantes a conseguirem que os seus fármacos sejam aprovados ou evitar ter de os retirar do mercado.

O presidente executivo do consórcio, Arthur Holden, revelou que as companhias irão contribuir com orientação e com dinheiro, cerca de 1 milhão de dólares por ano cada. A investigação actual irá ser conduzida por serviços contratados e por laboratórios académicos. Investigadores da Universidade de Newcastle, Reino Unido, e da Eudragene, um grupo que inclui cientistas de outros 10 países europeus, irão reunir dados. A Universidade de Columbia, em Nova Iorque, irá receber o centro de análise de dados do grupo, e a Illumina Inc., de San Diego, irá fornecer as ferramentas científicas. É possível que outras companhias se juntem a este projecto posteriormente.

O projecto poderá decorrer entre cinco a dez anos, segundo Holden. Após as experiências relativas ao fígado e às reacções cutâneas, o grupo poderá procurar traços genéticos que tornam as pessoas susceptíveis a batimentos cardíacos irregulares, ganho de peso, falha renal, e outros efeitos secundários provocados por fármacos.

Os dados descobertos pelo grupo irão ser publicados e disponibilizados aos investigadores gratuitamente, segundo divulgou Holden. Nenhuma das companhias irá ter acesso antecipadamente, nem poderá patentear as descobertas. Assim que os resultados forem tornados públicos, qualquer companhia ou laboratório poderá desenvolver e vender testes genéticos para prever efeitos secundários.

Aproximadamente 90 mil pessoas nos Estados Unidos apresentaram, em 2005, reacções adversas, devido aos fármacos, que provocaram a morte, incapacidade ou hospitalização, cerca do triplo em comparação com 1998, de acordo com os dados de um relatório deste mês publicado na “Archives of Internal Medicine”.

A FDA tem estado a examinar o papel que a genética individual tem nas reacções perigosas aos fármacos, num programa que começou em 2004, para modernizar o processo como os produtos são desenvolvidos e avaliados.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg,
www.nytimes.com, http://health.yahoo.com

Nabilon vai produzir novas vacina contra gripe pandémica

A Nobilon, uma subsidiária da farmacêutica Organon, estabeleceu um acordo de licenciamento com a empresa biofarmacêutica britânica Protherics para poder aceder ao CoVaccine HT, uma nova substância que lhe permitirá reforçar a resposta imunológica das suas vacinas para a gripe sazonal e pandémica.

Segundo os termos do acordo, a Nobilon garante os direitos exclusivos a nível mundial, com excepção dos Estados Unidos da América, para desenvolver, produzir e comercializar duas novas vacinas para a gripe a partir do CoVaccine HT. Em resultado desta parceria, a Protherics recebe um pagamento adiantado, bem como os royalties do produto e pagamentos por objectivos relativos ao sucesso das vendas líquidas do medicamento.

Nos modelos pré-clinicos, o composto demonstrou superioridade na estimulação e resposta imunitária relativamente ao hidróxido de alumínio, o adjuvante tradicionalmente utilizado, e não revelou quaisquer sinais de limitar a toxicidade local. Para além disso, o novo adjuvante permite também reduzir a quantidade de antigénio necessário à produção de uma vacina para a gripe pandémica, uma mais-valia importante no que toca à rapidez de produção de grandes volumes da vacina no caso da ocorrência de um surto.

Para além deste acordo de licenciamento, a Nobilon arrecadou também uma verba de 3,5 milhões de euros atribuída pela União Europeia para financiar o desenvolvimento de uma vacina contra a gripe que contenha o novo adjuvante.

Marta Bilro

Fonte: In-PharmaTechnologist.com.

Lisboa recebe Jornadas Internacionais sobre análises clínicas

“Acrescentar + Qualidade Às Análises Clínicas” é o lema proposto pelos organizadores das 2ªs Jornadas Internacionais da Qualidade em Laboratórios de Análises Clínicas – 2ªs JIQLAC, a realizar no Centro de Congressos de Lisboa entre os dias 7 e 9 de Novembro de 2007. O evento pretende ser um fórum de discussão subordinado à divulgação e promoção do tema Qualidade em Laboratórios de Análises Clínicas.

Com a chancela da Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde, as 2ªs JIQLAC são um veículo para promover e gerar propostas e rever conceitos em redor da qualidade e racionalidade nos Laboratórios. O objectivo é contribuir para a valorização do sistema de saúde Português.

O Congresso aposta na abrangência dos profissionais, organismos e instituições associados à iniciativa oferecendo formação em várias áreas temáticas, e-leraning, processos da qualidade, novas tecnologias, guidelines e gestão. Para além disso, está também à disposição dos participantes uma área de exposição.

A Sessão de Abertura realiza-se no dia 7 de Novembro às 12h30, no Centro de Congressos de Lisboa. O programa científico pode ser consultado em pormenor no portal www.jiqlac.com, as inscrições são limitadas e serão feitas exclusivamente on-line.

Marta Bilro

Fonte: E-mail Farmacia-press, www.jiqlac.org, apengsaude.org.

Wyeth quer comercializar Tygacil e Viviant no Japão

A farmacêutica norte-americana Wyeth quer introduzir dois fármacos no mercado japonês. A empresa vai submeter uma candidatura ao governo nipónico para aprovar o Tygacil (Tigeciclina), indicado no tratamento de infecções complicadas da pele, tecidos moles e intra-abdominais, e o Viviant, um medicamento que previne a perda de densidade óssea na menopausa.

De acordo com Mark Larsen, director da Wyeth para a Ásia e Pacífico, a candidatura para novo fármaco deverá ser apresentada às autoridades japonesas ainda este ano.

Recentemente o laboratório submeteu, também no Japão, uma candidatura para a aprovação do Prevnar, vacina pneumocócica conjugada, utilizada para prevenir infecções provocadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, responsável por várias infecções, como é o caso da otite média aguda, pneumonia, bacteriemia e meningite bacteriana.

Estas tentativas de aprovação de fármacos por parte da Wyeth inserem-se nos planos do laboratório para aumentar as vendas no Japão para além dos 700 milhões de euros em 2010, quase o dobro do valor registado em 2006.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Saúde na Internet, Farmácia.com.pt.

Farmacoeconomia em conferência

Evento reúne em Lisboa 300 profissionais da área da gestão hospitalar

A eficiência dos hospitais e a optimização dos recursos de saúde são o ponto de partida para a III Conferência Nacional de Farmacoeconomia a decorrer esta sexta-feira no Auditório Cardeal Medeiros da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Promovida pela Novartis Oncology e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, o evento pretende fomentar uma discussão alargada sobre a eficiência, a optimização e a gestão de recursos entre os vários especialistas presentes.

Num cenário de redução de despesas públicas e face ao surgimento de casos em que os Hospitais necessitam de abandonar terapêuticas que beneficiam a saúde dos doentes, “vale a pena fazer uma reflexão sobre a eficiência dos hospitais e sobre a optimização dos recursos da saúde”, refere uma nota enviada ao Farmacia.com.pt.

Subordinada ao tema Avaliar, Gerir, Investir – Eficiência: Optimização dos Recursos da Saúde, a conferência vai reunir mais de três centenas de gestores hospitalares, administradores, directores clínicos, directores de serviço, directores de farmácia e gestores de saúde.

Estão previstos vários painéis de discussão que abordarão temáticas como os “Ganhos de eficiência no sector da saúde”; “Quando e como ser eficiente no sector da saúde”; “Política de medicamentos: investir na eficiência”; ou a “Eficiência na gestão dos recursos hospitalares”.

A conferência termina com um debate sobre “Farmacoeconomia e decisões eficientes”, moderado por Rui Pedro Baptista e com a participação do Dr. Rui Crujeira, coordenador do Programa do Medicamento Hospitalar do Ministério da Saúde. A sessão de abertura, marcada paras as 9h20, conta com a presença do Ministro da Saúde, Correia de Campos, e do Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Manuel Delgado.

Marta Bilro

Fonte: e-mail Farmacia-press.

AstraZeneca quer acelerar desenvolvimento de fármacos no Japão

Farmacêutica estabeleceu acordo com a Universidade de Keio

A farmacêutica AstraZeneca assinou um acordo com a Escola de Medicina da Universidade de Keio, em Tóquio, no Japão. O objectivo é acelerar o desenvolvimento de medicamentos naquele país asiático.

A parceria, que envolve a realização de ensaios clínicos, pretende fazer com que os fármacos demorem menos tempo a estar disponíveis para os pacientes nipónicos. De acordo com o laboratório anglo-sueco, a parceria será também a base para estudos futuros envolvendo as duas partes.

A disparidade de tempo entre o processo de aprovação de fármacos na Europa e Estados Unidos da América e o Japão é, desde há muito, uma frustração comum entre várias farmacêuticas ocidentais. Esta iniciativa surge no sentido de combater esse atraso tornar mais céleres os ensaios clínicos em solo japonês.

A Universidade de Keio terá ainda oportunidade de realizar alguns ensaios clínicos de candidatos a fármacos desenvolvidos pela AstraZeneca, revelou a empresa.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Forbes.

FDA rejeita aprovação do Prexige

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) recusou a aprovação do Prexige (lumiracoxib) enquanto terapia para a osteoartrose. O medicamento produzido pela Novartis é comercializado na Europa e Canadá desde Novembro de 2006.

O laboratório suíço já garantiu que vai continuar o diálogo com a FDA e acredita que os ensaios clínicos demonstram que o Prexige apresenta menos efeitos secundários do que outros tratamentos.

A decisão surge cerca de um mês após as autoridades de saúde australianas terem ordenado a recolha do medicamento do mercado, depois de terem sido registadas duas mortes e dois transplantes de fígado que se suspeita terem sido provocados pela utilização do fármaco.

Numa declaração proferida no inicio deste mês, o director executivo da empresa, Daneil Vasella, referiu que o medicamento tinha poucas hipóteses de ser aprovado nos Estados Unidos da América precisamente devido à actuação dos reguladores australianos. A mesma dúvida era partilhada pelos analistas que, depois do sucedido, previam que a substância dificilmente chegaria ao mercado norte-americano.

As notificações relativas aos efeitos adversos graves, a nível hepático, provocados pela toma do fármaco levaram também a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) a aplicar novas restrições à prescrição do mesmo. Tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, na sequência destes acontecimentos, o Infarmed impôs a monitorização regular da função hepática nos doentes que estejam a tomar o medicamento, que não deve ser usado em pacientes com hepatopatia actual, nem em pessoas que devido a antecedentes, possam estar em risco.

O Prexige insere-se na mesma categoria de fármacos do Vioxx, da Merck, retirado do mercado em 2004, quando um estudo interno demonstrou que após 18 meses de tratamento, a toma do medicamento aumentava o risco de acidentes cardiovasculares. De acordo com dados da Novartis, as vendas do fármaco atingiram os 36,7 milhões de euros durante os primeiros seis meses de 2007.

Marta Bilro

Fonte: Business Week, Swissinfo, Bloomberg, Farmacia.com.pt.

Merck doa 3 milhões de doses da vacina contra o cancro do colo do útero

Iniciativa vai permitir inocular 1 milhão de mulheres nos países pobres

A farmacêutica Merck prepara-se para doar 3 milhões de doses de Gardasil, vacina contra o vírus do Papiloma Humano (HPV), que permitirão vacinar um milhão de mulheres nos países mais pobres do globo. A iniciativa insere-se numa campanha desenvolvida pela empresa que consiste em disponibilizar novas vacinas aos países menos desenvolvidos.

De acordo com o laboratório norte-americano, os medicamentos deverão ser distribuídos durante os próximos cinco anos. O Gardasil, vacina contra o cancro do colo do útero, protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV e é administrada em três doses.

Os tipos 16 e 18 do vírus representam cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero, o segundo tipo de cancro mais comum que afecta as mulheres, apenas precedido pelo cancro da mama. Anualmente surgem perto de 500 mil novos casos de HPV, entre os quais 250 mil acabam por ser fatais. A maioria destas mortes ocorre nas nações mais pobres, nas quais as mulheres raramente são submetidas a exames para detectar precocemente o cancro cervical, altura em que apresenta mais hipóteses de cura.

A Merck deverá criar uma parceria com uma organização não governamental para planear os programas de distribuição da vacina nos países posteriormente seleccionados. “A nossa empresa está empenhada em tornar o Gardasil disponível aos que precisam”, afirmou a directora do departamento de vacinas e doenças infecciosas da Merck.

Esta não é a primeira acção do género levada a cabo pela farmacêutica. Conforme foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, a Merck realizou, em Julho, uma acção de prevenção contra o vírus do Papiloma Humano (HPV) através da doação de vacinas a uma tribo indígena da região de São José do Xingu, no Brasil. O projecto incluiu a disponibilização de 75 doses da vacina contra o cancro do colo uterino, administradas por uma equipa de profissionais às populações carenciadas da região.

Marta Bilro

Fonte: Associated Press, Philadelphia Business Journal, Farmacia.com.pt.

Farmácias começam 2ª-feira a vender 1,6 milhões de vacinas contra a gripe

Na próxima segunda-feira, dia 1 de Outubro, estarão à venda nas farmácias portuguesas, mais de 1,6 milhões vacinas contra a gripe, o suficiente para assegurar a cobertura de 15 por cento da população, anunciou hoje à Lusa fonte oficial.

O objectivo da Direcção-Geral de Saúde (DGS) passa pela vacinação de pelo menos 60 por cento dos portugueses acima dos 65 anos. "A idade já é um factor de risco e também é nesta faixa etária que as pessoas têm geralmente mais patologias", explicou à agência Lusa a sub-directora-geral de Saúde Graça Freitas.

De acordo com um documento do Observatório Nacional de Saúde, do Instituto Ricardo Jorge, no ano passado registou-se um aumento significativo da taxa de vacinação no grupo com mais de 65 anos, atingindo mais de 50 por cento desta população. Este ano, as autoridades pretendem conceder especial atenção aos idosos internados em lares, esperando mesmo vacinar toda a população aí residente.

De forma a cumprir este objectivo, foi já lançada uma campanha junto dos médicos e delegados de saúde de cada concelho, alertando que os idosos em instituições devem ser todos vacinados.

Muitas empresas optam por disponibilizar a vacina aos seus funcionários, como forma de combater o absentismo por causa da gripe, atitude que é questionada pela sub-directora-geral de Saúde. "Não recomendamos a vacina a grupos de pessoas saudáveis com menos de 65 anos. Do ponto de vista de saúde pública não é recomendável fazê-lo e, aliás, não está avaliado o impacto que a administração da vacina tem no absentismo laboral. É uma questão de sensibilidade e de consciência cívica de cada um", comentou.

No que respeita às crianças, a responsável apenas recomenda a vacinação quando se estiver perante casos de doenças crónicas, como asma ou problemas cardíacos, ainda que a vacina possa ser administrada a partir dos seis meses.

Apesar de começarem a ser comercializadas já a partir de segunda-feira, as vacinas estarão à venda durante todo o Outono e a sua administração pode ocorrer a qualquer momento. Como tal, Graça Freitas avisa que as pessoas não devem todas acorrer às farmácias logo no primeiro dia de vendas.

"Vão calmamente ao médico e aos serviços. A receita para a vacina tem até uma validade alargada", aconselhou.

Para evitar constrangimentos no funcionamento dos serviços, o secretário de Estado da Saúde emitiu um despacho que alarga o prazo de validade das receitas médicas, de forma a permitir a prescrição antecipada da vacina. Segundo o despacho, “as receitas médicas nas quais sejam prescritas exclusivamente vacinas contra a gripe para a época gripal 2007/2008, prescritas a partir de 01 de Setembro, são válidas até 31 de Dezembro do corrente ano”.

Este ano, as várias entidades envolvidas criaram um grupo de trabalho para acompanhar a evolução da vacinação contra a gripe, na época 2007-2008, estabeleceram o compromisso de colocar a vacina à venda em todos os locais, apenas a partir do dia 01 de Outubro.

Em Portugal são comercializadas sete marcas de vacinas contra a gripe sazonal, que em média, afecta anualmente entre 10 a 15 por cento da população nacional. A vacina deverá ser administrada em Outubro e Novembro, podendo ser aplicada durante todo o período do Outono e Inverno.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

85 por cento das mulheres portuguesas utiliza métodos contraceptivos


Aproximadamente 85 por cento das mulheres portuguesas, em idade fértil e sexualmente activas, utiliza métodos contraceptivos, segundo os dados mais recentes do Inquérito Nacional de Saúde, conduzido pelo Observatório Nacional de Saúde (ONSA).

Carlos Dias, do ONSA, declarou à Lusa que, em Portugal, 85 por cento das mais de 41 mil mulheres entrevistadas, entre Fevereiro de 2005 e Fevereiro de 2006, afirmou utilizar métodos contraceptivos, enquanto que 15 por cento reconheceu não utilizar qualquer método de contracepção. Os dados demonstraram que as mulheres entre os 25 e os 34 anos são as que mais recorrem aos contraceptivos, enquanto que a faixa etária dos 15 aos 19 anos é a que apresenta índices de utilização mais baixos.

O responsável do ONSA acrescentou ainda que os valores mais baixos de utilização de contraceptivos verificam-se no Alentejo, sendo que somente 81,4 por cento das mulheres recorre à utilização de contraceptivos. Contrariamente, na zona Centro do país a percentagem de mulheres que utiliza métodos de contracepção é mais elevada, chegando aos 87 por cento.

O director executivo da Associação de Planeamento para a Família (APF), Duarte Vilar, sublinhou que as mulheres portuguesas recorrem a métodos actuais, ocupando a pílula “uma posição muito forte e central”. Contudo, apesar destes resultados positivos, o director da APF ressalta o facto de ainda haver muitas mulheres, que apesar de não quererem engravidar, não utilizam nenhum método contraceptivo, sendo necessário analisar "perspectivas de intervenção dirigidas a grupos específicos de mulheres".

Duarte Vilar lembrou ainda que, embora a pílula comparticipada seja relativamente acessível nas farmácias, existem muitas pessoas cujo rendimento não permite sustentar este tipo de gastos, tendo ainda alertado para os casos em que os stocks de contraceptivos esgotam nos centros de saúde, onde são disponibilizados gratuitamente.

Estes resultados foram apresentados ontem (dia 26 de Setembro), num colóquio que marca o lançamento nacional do primeiro Dia Mundial da Contracepção, que a partir de agora passará a ser assinalado neste dia.


Isabel Marques

Fontes: Diário Digital, RTP Online, RUM Online

Fármaco experimental para o cancro do rim apresenta resultados promissores

O fármaco oncológico experimental axitinib, da Pfizer, demonstrou resultados positivos, nas fases intermédias de um ensaio clínico, na redução de tumores do rim em estado avançado, em casos em que o tratamento anterior falhou.

O fármaco reduziu os tumores em mais de metade dos pacientes (51%), que não tinham beneficiado com o tratamento habitual, tendo a redução sido considerada significativa em 23 por cento dos casos. O estudo revelou ainda que o axitinib retardou a progressão da doença por um período de 7,7 meses, e o tumor manteve-se estável em 37 por cento dos pacientes, afirmaram os investigadores na Conferência Europeia do Cancro, em Barcelona.

Neste estudo, os cientistas seguiram 62 pacientes, cujo cancro de rim se estava a espalhar, e que não tinham reagido aos tratamentos anteriores, incluindo o Sutent (sunitinib) e o Nexavar (sorafenib), da concorrente Bayer AG.

Segundo o principal investigador do estudo, Brian Rini, do Taussig Cancer Institute em Cleveland, nos Estados Unidos, este fármaco é realmente potente, e o facto de ter tido alguma acção nestes pacientes, nos quais outros tratamentos falharam, é realmente impressionante.

A Pfizer irá apostar uma grande quantia no desenvolvimento do axitinib, composto que se encontra na Fase II, uma vez que os resultados demonstraram que o fármaco é muito promissor, não só em termos clínicos, como também para o futuro financeiro da companhia.

O axitinib é um químico semelhante ao Sutent, que impede que as células cancerígenas se dividam e que cessa o fornecimento de sangue para o tumor. O fármaco também está a ser testado para os cancros avançados do pâncreas, tiróide, pulmão e mama.

A Pfizer revelou, no mês passado, que irá despender cerca de 20 por cento do orçamento destinado à investigação em terapias para o cancro. A companhia tem 20 novos tratamentos para o cancro em desenvolvimento,como parte da estratégia para substituir os lucros perdidos à medida que as patentes expiram. O Sutent, aprovado no ano passado, nos Estados Unidos, para tratar o cancro do rim e um tipo de cancro do estômago, atingiu vendas de 146 milhões de dólares no segundo trimestre.

A Sociedade Americana do Cancro estima que este ano irá haver cerca de 51 190 novos casos de cancro do rim nos Estados Unidos, e cerca de 12 890 pessoas irão morrer devido a esta doença.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, www.eurekalert.org

Médicos portugueses estudam voluntariamente taxas de incidência de doenças

A rede “Médicos Sentinela”, constituída por 150 médicos de clínica geral em funções nos centros de saúde nacionais, encontra-se a estudar, voluntariamente, as taxas de incidência de problemas como o enfarte do miocárdio, os acidentes vasculares cerebrais e a interrupção voluntária da gravidez.

Em actividade desde o final da década de 80, a rede pretende dar resposta a três objectivos principais: estimar taxas de incidência de algumas doenças, fazer uma vigilância epidemiológica das doenças que afectam a comunidade, de forma a identificar precocemente eventuais "surtos", e constituir uma base de dados que possibilite, em qualquer momento, a análise epidemiológica aprofundada de doenças com interesse para a saúde pública.

O modo de funcionamento da rede é simples, são os médicos dos centros de saúde que comunicam voluntariamente situações de doença que interessem estudar. “Quando aparecem novos casos de doenças que estão em estudo, os médicos notificam-nos”, explica Isabel Falcão, responsável pela rede.

De acordo com a responsável, este ano os médicos estão a estudar a prescrição de antibacterianos, os acidentes vasculares cerebrais (AVC), as consultas médicas ao domicílio, as consultas relacionadas com a doença pulmonar obstrutiva crónica, bem como o aborto a pedido da mulher até às 10 semanas de gravidez.

“Este ano, por exemplo, estamos a estudar a prescrição de antibacterianos, que já tinha sido analisada há quatro ou cinco anos, para comparar os padrões de prescrição”, adiantou a responsável.

Para além destas situações, a gripe é uma patologia estudada anualmente. “No ano passado, a nossa análise permitiu às autoridades competentes determinarem o alargamento de horário dos centros de saúde durante o período de surto gripal”, exemplificou Isabel Falcão, alertando para a importância de “determinar o início do surto”.

A maior parte das doenças são estudadas durante pelo menos dois ou três anos consecutivos, mas há casos de patologias ou problemas em que o estudo é feito com um intervalo de tempo de vários anos para permitir comparações.

“Aliado ao facto de não existirem em muitos casos outras fontes de informação, a grande vantagem dos estudos é que reflectem a informação transmitida pelo próprio médico”, declarou.

Contando com a colaboração de 150 médicos de todo o pais, ilhas inclusive, a rede começou em 1989 apenas no distrito de Setúbal e foi-se alargando, estando agora representados todos os distritos do país. Contudo, para a responsável a quantidade de médicos disponível não é totalmente representativa da população portuguesa, ainda que as suas comparações entre a população estudada e a portuguesa sejam “razoavelmente significativas”.

A importância dos estudos da rede de médicos sentinela vai ser debatida esta quinta-feira, em Lisboa, num fórum promovido pelo Hospital do Futuro, que visa promover discussões sobre políticas e questões ligadas à área da saúde.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias, Lusa, Destak, ONSA