sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Em 2010, apenas um terço dos infectados com VIH terá acesso a tratamento

A estratégia global de combate ao VIH/Sida não convence o director da ONUSIDA, Michel Sidibe, que defendeu sexta-feira em Lisboa que, ao ritmo actual, apenas um terço das pessoas infectadas terão acesso a tratamento em 2010.

“O ritmo da nossa acção é muito lento e, vamos ser realistas, se continuarmos a este ritmo, em 2010 teremos apenas 4,6 milhões de pessoas a receberem tratamento, o que representa apenas um terço dos 13 milhões de pessoas que precisam de tratamento”, disse Michel Sidibe.

O responsável da ONU expressou a sua preocupação para com o futuro do combate à doença, no discurso que proferiu na sessão de abertura da reunião de coordenadores de programas nacionais de infecção VIH/Sida, realizada no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia e que reúne no Centro Cultural de Belém representantes de cerca de 50 países.

Sidibe lembrou também que, em 2006, mais de 135 países estabeleceram o acesso universal ao tratamento com anti-retrovirais como meta para o final da década. Contudo, o contributo da União Europeia será “fundamental” para a adopção de um compromisso político sobre a sida, é preciso agora que os países-membros assumam a “grande responsabilidade de transformar as palavras em acções”, considera Sidibe.

“Temos que liderar pelo exemplo e se queremos assegurar acesso universal à prevenção, tratamento e apoio em 2010 temos que estar preparados para agir e traduzir palavras por actos. Sabemos o que fazer é tempo de agir”, defendeu.

No entanto, para o responsável da ONUSIDA o desafio não passa apenas pelo acesso universal ao tratamento, já que por cada pessoa que inicia o tratamento há seis que são infectadas, é preciso reconhecer também o carácter “vital da prevenção”.

Michel Sidibe destacou ainda a vulnerabilidade à doença dos migrantes, lembrando que em muitos países não existe acesso aos cuidados básicos de saúde. “Quando estão muito tempo longe das famílias os migrantes tornam-se vulneráveis e é mais provável que tenham sexo ocasional. É extremamente importante que tenham acesso a serviços de prevenção e tratamento do HIV/sida, mas frequentemente encontram-se nas margens da sociedade, onde não acedem aos cuidados que precisam”, sublinhou.

Nesta matéria, Sidibe considera que Portugal é um bom exemplo, pois fornece cuidados de saúde aos imigrantes infectados pelo HIV/sida e implantou o programa de troca de seringas, que se tem revelado eficaz na prevenção da doença.Também presente na abertura da reunião esteve o ministro português da Saúde, Correia de Campos, que reafirmou que a sida “está na agenda política” da União Europeia, depois de ter sido assumida como uma prioridade pela presidência alemã da UE.

Para Correia de Campos, é necessário fomentar a colaboração entre as autoridades nacionais, regionais e locais e entre estas e a industria farmacêutica e as organizações da sociedade civil, no sentido de promover o acesso universal ao tratamento da doença com mais medicamentos e mais baratos.

Segundo o ministro, uma luta conjunta contra a epidemia traria benefícios para todos os países, mas para tal seria necessário criar um “mecanismo formal” que permita aos coordenadores nacionais da sida reunirem-se pelo menos cada dois anos.

Correia de Campos considerou ainda que a questão da sida tem sido negligenciada e que é preciso dar maior atenção à cooperação entre governos e ONG’s, envolvendo também a sociedade civil.

Calcula-se que no mundo existam 45 milhões de pessoas infectadas com o HIV/Sida, por dia são infectadas mais de 15 mil pessoas e todos os anos registam-se cerca de 3 milhões de mortes devido à doença.

Inês de Matos

Fontes: Lusa, Diário Digital, www.sida.pt

Farmacêutica lusa distinguida com «VPP Star»

Padrões de segurança no trabalho valeram galardão norte-americano à empresa portuguesa

“Mais uma prova que deste jardim à beira-mar plantado (Portugal) nasce do melhor que há.” Foi assim que reagiu Guy Villax, administrador-delegado da farmacêutica portuguesa Hovione (com filial nos EUA) que foi distinguida com a insígnia «VPP Star». Um galardão norte-americano que premeia os altos padrões de segurança no trabalho.

A Hovione Nova Jérsia, fundada em 2001, em East Windor, Nova Jérsia, é uma filial da Hovione FarmaCiência, em Loures, Portugal, uma fábrica de ingredientes farmacêuticos activos, usados para a criação de novos fármacos.

Em comunicado distribuído pela Hovione, Guy Villax disse sentir “muito orgulho em apenas seis anos de laboração, ter conseguido este reconhecimento pelas autoridades americanas.” A insígnia VVP Star é atribuída a uma empresa quando esta é incluída no exigente Programa de Protecção Voluntária daquela divisão do Departamento do Trabalho do governo federal norte-americano.

Para alcançarem este galardão, as empresas têm de apresentar registos de pelo menos três anos de laboração com perfeito cumprimento das normas de segurança e de higiene no trabalho.

A Hovione é uma empresa portuguesa dedicada à saúde humana, especializada no desenvolvimento e fabrico de substâncias activas farmacêuticas. A empresa emprega 600 pessoas a nível de grupo, tem presença a nível mundial e exporta os seus produtos para os mercados mais exigentes do mundo.

A filial norte-americana é responsável por 60 por cento das vendas da Hovione, que tem fábricas em Loures e Macau e um centro tecnológico em Nova Jérsia, nos Estados Unidos, empregando cerca de 600 pessoas em todo o mundo.

Fundada em Portugal em 1959, a Hovione teve em 2006 uma receita de 81.4 milhões de dólares. O maior investimento da companhia continua a ser, contudo, a investigação, a que dedica oito por cento do seu volume de vendas.


Raquel Pacheco
Fontes: Lusa/Hovione

Cientistas estudam células estaminais adultas para reconstrução de ossos

ECBio é o único parceiro português do projecto científico europeu debatido em Carcavelos

Os nove parceiros do Projecto Europeu Osteocord (financiado pela Comissão Europeia) estiveram reunidos, em Carcavelos, com o objectivo de discutir os últimos avanços científicos sobre a obtenção – a partir do sangue do cordão umbilical - de osteoblastos. Estas são células responsáveis pela produção de tecido ósseo. O grande objectivo dos especialistas é de chegar a uma fase em que seja possível a sua aplicação clínica em casos de reconstrução óssea.

“Há uma porção de células mais raras presentes no cordão umbilical que podem ser diferenciadas em células osteoblastos - importantes para doenças como a osteoporose ou em casos de traumatismos por acidentes. Os grupos de trabalho presentes no encontro têm interesses variados complementares e estão a trabalhar para conseguirem métodos de produção de osteoblastos para a fase clínica", explicou à Agência Lusa Hélder Cruz, da empresa ECBio (o único parceiro português do projecto).

O representante português destacou ainda como vantagem na produção destas células o facto de não serem rejeitadas pelos organismos, “pelo que é possível a qualquer organismo usar osteoblastos diferenciados do sangue de qualquer cordão umbilical”, assegurou.

A ECBio é uma empresa de biotecnologia que desenvolve actividades de investigação e desenvolvimento na área das células estaminais adultas, com a missão de elaborar o protocolo de isolamento e de cultura em laboratório.

“Nós conseguimos isolar estas células a partir do sangue cordão umbilical, são separadas das outras e temos meios para optimizar esta cultura in vitro", realçou Hélder Cruz, ressalvando que todo este processo “ainda está em fase de laboratório.” No entanto, o responsável revelou que, uma empresa britânica (presente no encontro) “já condições com qualidade certificada e o conhecimento para fazer a fase clínica.”

Vincando o aspecto de as células usadas não serem embrionárias, o representante luso concretizou que “uma boa parte do Projecto Osteocord é dedicado a questões éticas e a questões sociais, que abordam a expectativa que as pessoas têm no funcionamento destas descobertas científicas."

Dos nove parceiros do projecto, que tem um orçamento de 3,2 milhões de euros, seis são instituições e três empresas.

Raquel Pacheco
Fonte: Agência Lusa

Farmácias algarvias promovem rastreios gratuitos à osteoporose

Durante a segunda quinzena deste mês, cinco farmácias algarvias vão promover rastreios à osteoporose. A iniciativa insere-se numa campanha nacional – que decorre com o total apoio da empresa farmacêutica Ratiopharm - iniciada em Outubro do ano passado, e que termina no final deste ano.

Compete ao profissional farmacêutico analisar alguns dos hábitos de cada pessoa, seguindo-se um breve exame de medição de densitometria óssea, cujos resultados serão anexados ao questionário, documentos que os examinados poderão depois levar ao seu médico assistente. Estes rastreios pretendem avaliar o risco de osteoporose por parte do indivíduo, sendo que o diagnóstico final será sempre elaborado pelo médico de família.

O programa dos rastreios no Algarve: Farmácia Martins, em Loulé, dias 15 e 16 de Outubro; Farmácia Penha, Faro, 17 e 18; Farmácia Rosa Nunes, Portimão, 18 e 19; Farmácia Pinto, Loulé, 25 e 26; e Farmácia Arade, Portimão, 29 e 30.

O objectivo dos laboratórios Ratiopharm é avaliar o risco de incidência de patologias como a osteoporose, doenças da próstata e coronárias, disponibilizando, assim, recursos humanos e materiais necessários aos exames.

Raquel Pacheco
Fonte: Ratiopharm

Bioject e Merck Serono fixam acordo de fornecimento

A Bioject Medical Technologies, empresa especializada no desenvolvimento de mecanismos de distribuição de fármacos, estabeleceu uma parceria com a Merck Serono que deverá prologar-se por três anos.

O acordo prevê o fornecimento dos seus produtos de tecnologia sem agulha, cool.click e Serojet, que serão utilizados pela Merck Serono nos seus medicamentos recombinantes da hormona de crescimento humana.

“Estamos satisfeitos por fixar este novo acordo com a Merck Serono que representa a continuação da nossa relação de sucesso”, afirmou o presidente e director executivo da Bioject, Ralph Makar. “A Merck Serono tem sido uma parceira excelente e nós apreciamos a confiança que a empresa tem na nossa tecnologia sem agulhas”, acrescentou.

Marta Bilro

Fonte: PR-inside.com, Trading Markets, RTT News, Bioject.com.

Bayer sob suspeita de negociar preço da Aspirina

Autoridade da concorrência alemã investiga farmacêutica

A farmacêutica Bayer está a ser investigada pela autoridade da concorrência alemã por suspeitas de fixação ilegal do preço da Aspirina (ácido acetilsalicílico). De acordo com uma porta-voz da entidade reguladora, a Bayer Vital, uma subsidiária da Bayer, terá tentado influenciar as farmácias a inflacionarem o preço deste medicamento de venda livre.

“De acordo com as leis da concorrência nacionais e europeias é ilegal os produtores controlarem os preços de venda dos produtos e tal poderá ser punido com multas”, afirmou Silke Kaul, porta-voz da autoridade da concorrência.

De acordo com a revista alemã “Stern”, o laboratório é suspeito de ter movido influências na fixação dos preços de medicamentos de venda livre em mais de 11 mil farmácias na Alemanha.

A Bayer terá alegadamente proposto às farmácias um desconto até 3 por cento, caso estas concordassem em comercializar o fármaco e outros medicamentos não sujeitos a receita médica com um desconto de venda não superior a 20 por cento, durante não mais de quatro semanas.

Um porta-voz da Bayer afirmou, esta quinta-feira, que a empresa não tolerou a fixação de preços e que está a apoiar a investigação da autoridade da concorrência.

Conforme afirmou um porta-voz da entidade reguladora da União Europeia em Bruxelas a Comissão Europeia não está a participar na investigação. “De acordo com o meu conhecimento não estamos envolvidos nesta investigação”, disse Jonathan Todd em declarações ao “Dow Jones Newswires”.

Marta Bilro

Fonte: International Herald Tribune, CNN Money, Reuters.

Síndrome metabólica afecta 10% das crianças portuguesas

Os maus hábitos alimentares e o sedentarismo, que já conduziram à obesidade de 30 por cento das crianças, estão agora a dar origem a problemas mais graves. Uma em cada dez crianças dos sete aos nove anos de idade sofre de síndrome metabólica, uma patologia caracterizada pela acumulação de vários factores de risco simultâneo, como a hipertensão, obesidade abdominal ou açúcar e gorduras em excesso e que triplica o risco de doença cardiovascular.

O estudo coordenado por Carla Pedrosa e que contou com a participação de três mil crianças de Aveiro entre os sete e os nove anos de idade, mostrou que "10 por cento já têm um conjunto de factores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial, perímetro abdominal acima da média, colesterol alto, stress, glicemia elevada (diabetes)" ou triglicerídeos em altos níveis, explicou Maria Daniel Vaz de Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação, em declarações ao jornal Diário de Notícias.

A responsável acredita que os números espelham a realidade de todo o país, "já que os hábitos alimentares não serão muito diferentes dos de Aveiro" e revelam que "as crianças começam a ter problemas típicos dos adultos, como a obesidade, diabetes ou hipertensão". Para não correr o risco dos problemas cardiovasculares, como o AVC ou enfarte do miocárdio, começarem a aparecer cada vez mais cedo, é urgente combater o problema desde a infância, salienta Maria Daniel Vaz de Almeida.

O estudo foi apresentado esta quinta-feira no Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação, que decorreu no Porto. Durante o mesmo encontro foram também expostos outros trabalhos, como é o caso do Lipgene, que envolveu seis países, incluindo Portugal, o pior classificado “com 13% dos inquiridos a reportar pelo menos três sintomas relacionados com a síndrome metabólica”, revelou a presidente da Sociedade.

O stress foi referido por 28 por cento dos inquiridos em Portugal, logo seguido do perímetro abdominal elevado (99 cm nos homens e 94 nas mulheres) e colesterol alto. "As mulheres, pessoas com mais de 55 anos e com escolaridade ao nível do ensino secundário são as mais afectadas", refere. Há, no entanto, vontade de mudar, referiu a responsável, sendo que o principal obstáculo mencionado se prende com a falta de tempo para comer ou fazer refeições saudáveis.

Os dados da Direcção-Geral da Saúde indicam que estas doenças são responsáveis por 40 por cento dos óbitos em Portugal. O país gasta anualmente 550 milhões de euros com a obesidade.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Portal da Obesidade, Farmacia.com.pt.

Boehringer Ingelheim elimina 220 postos de trabalho no Reino Unido

A farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim anunciou que vai eliminar 220 postos de trabalho na sua unidade de produção em Bracknell, no condado de Berkshire, no Reino Unido, como parte de um processo de encerramento desta fábrica.

A unidade local fabrica produtos respiratórios e o encerramento da mesma é justificado pela empresa com a decisão de cessar a produção deste tipo de produtos em Bracknell. De acordo com a Boehringer Ingelheim, durante dois anos os funcionários não deverão ser afectados pelos cortes nos postos de trabalho, até 2010, altura em que a fábrica encerra definitivamente.

Actualmente a unidade britânica da Boehringer Ingelheim emprega cerca de 1.000 funcionários no Reino Unido. “A razão pela qual foi tomada a decisão de eliminar a produção prende-se com o facto de que no futuro vão haver novos produtos em formato de doses unitárias a sair da linha de investigação da Boehringer Ingelheim e as atenções centram-se agora nos novos dispositivos tecnológicos para produtos respiratórios”, afirmou um porta-voz da empresa.

“A zona de Bracknell é uma das que tem maior empregabilidade e a empresa acredita que os funcionários afectados possam ser reintegrados na Boehringer Ingelheim ou conseguirão encontrar outra alternativa de emprego”, acrescentou a mesma fonte.

O grupo Boehringer Ingelheim detém actualmente 137 afiliados a operar a nível global em 47 países e emprega 38.400 funcionários. Em 2006, as vendas da empresa alcançaram os 10.6 mil milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: BBC News.

Schering-Plough recebe aprovação europeia para comprar Organon

A Schering-Plough recebeu aprovação da União Europeia para adquirir a Organon, a maior das três unidades do grupo farmacêutico Akzo Nobel. A decisão obriga a empresa norte-americana a abdicar da posse de alguns produtos veterinários na Europa.

A Comissão Europeia, entidade que responsável pela avaliação do processo, considerou que a transacção proposta inicialmente iria dar lugar a preocupações competitivas em 12 áreas de produtos e em mais de 30 mercados relevantes.

No enatanto, a Schering-Plough “dispôs-se a abdicar de algumas actividades sobrepostas em todos os mercados em que se levantavam sérias dúvidas”, o que permitiu validar a operação, referiu a comissão.

A empresa norte-americana garante que o facto de se ter desapossado de alguns produtos não vai afectar os resultados financeiros e assegura que não abdicou de nenhum produto de uso humano.

A aquisição aguarda agora aprovação da autoridade da concorrência norte-americana. A Schering-Plough anunciou em Março ter chegado a acordo para a compra da Organon por 10,2 mil milhões de euros. As empresas esperam que o negócio possa estar concluído até ao final do ano corrente.

Sedeada na Nova Jérsia, a Schering-Plough emprega actualmente 33.500 funcionários e registou resultados líquidos no valor de 7,6 mil milhões de euros em 2006.

As vendas Organon renderam, no ano passado, 1,8 mil milhões de euros. A empresa holandesa empresa cerca de 13.700 funcionários.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Market Watch, Farmacia.com.pt.

Estudo contesta eficácia de fármaco amplamente prescrito
Taxol não cura todos os cancros da mama


O Taxol (paclitaxel), medicamento produzido e comercializado pela Bristol-Myers Squibb e que é amplamente prescrito, em associação com a quimioterapia, no tratamento de mulheres que sofrem com o cancro da mama, não é afinal eficaz num grande número daquelas pacientes, à luz dos dados resultantes de um estudo divulgado pelo «New England Journal of Medicine».

De acordo com os especialistas, que se debruçaram na análise ao efeito do medicamento, o tratamento mais comum com recurso ao Taxol, que inclui aquele fármaco num cocktail de substâncias para limitar o reaparecimento do carcinoma mamário, só revela eficácia nas mulheres com um tumor específico (HER2 positivo), situação que corresponde apenas a cerca de 20 por cento dos casos. Nas doentes portadoras de outros tipos de cancro, o Taxol não tem um efeito significativo, a julgar pelos dados agora obtidos. No entanto, os especialistas avisam que os resultados deste estudo são ainda preliminares, considerando que seria prematuro para as pacientes optarem já por abandonar a terapia com o Taxol. No caso de estudos posteriores derem como comprovados os dados agora divulgados, os investigadores acreditam que será mais fácil a concentração do tratamento combinado de Taxol e quimioterapia nas pacientes que demonstrarem ser mais susceptíveis de obter dele um benefício real, como explicou, em declarações à Agence France-Presse, o director da clínica oncológica da Universidade do Norte do Michigan, Daniel Hayes.

Carla Teixeira
Fonte: AFP

Boehringer-Ingelheim é a melhor empresa empregadora do sector farmacêutico

A Boehringer-Ingelheim é a melhor empresa empregadora no sector farmacêutico e biofarmacêutico. A classificação foi atribuída pela revista “Science” depois do laboratório alemão ter obtido as melhores pontuações num conjunto de cerca de 24 critérios importantes, trocando assim de lugar com a Genentech (2º lugar) no ranking anual.

“Pela primeira vez em seis anos de existência, o questionário da Science não elegeu a Genentech como a melhor empresa empregadora do sector biofarmacêutico, farmacêutico e indústrias relacionadas”, salienta a análise aos resultados publicada pela revista.

Entre o total de categorias avaliadas, há seis em que a Boehringer-Ingelheim obteve classificação máxima: fazer investigação importante de qualidade; ter visão clara para o futuro; ser um líder inovador; tratar os empregados com respeito; ter valores de cultura de trabalho aliados a valores pessoais; ter empregados leais e ser socialmente responsável.

A votação decorreu entre os dias 2 de Maio e 6 de Junho e foram obtidas 3.517 respostas. Foi pedido aos participantes que classificassem as empresas com base na resistência financeira, facilidade de adaptação à mudança e ambiente direccionado para a investigação. No final, os resultados demonstraram que 63 por cento votaram no seu próprio empregador como o melhor da tabela. Por outro lado, perto de um terço dos inquiridos responderam que muito provavelmente, no espaço de um ano, iriam procurar um novo emprego.

A lista abaixo mostra as 20 empresas empregadoras de topo:

1 - Boehringer Ingelheim
2 – Genentech
3 – Amgen
4 - Schering-Plough
5 – Genzyme
6 – Novartis
7 – DuPont
8 – Monsanto
9 – AstraZeneca
10 - Johnson & Johnson
11 - Eli Lilly
12 – GlaxoSmithKline
13 – Millenium
14 – Merck
15 – Wyeth
16 – Gilead
17 - Biogen Idec
18 – Roche
19 – Abbott
20 - Bristol-Myers Squibb

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, www.sciencecareers.org.

Exames genéticos em cardiologia
BioCodex reforça presença no mercado ibérico


A Genetest, empresa do grupo BioCodex pioneira na realização de exames genéticos na área da Cardiologia em Portugal, vai alargar a sua área de actividade ao país vizinho. No âmbito da estratégia de internacionalização do grupo, a BioCodex adquiriu a Climesa, um conceituado laboratório de Madrid.

Na sequência daquela compra, que visou sobretudo abrir caminho à implementação do negócio dos testes genéticos, para alargar a faixa de penetração do grupo no mercado ibérico, a Genetest vai passar a realizar aqueles exames também em Espanha, permitindo ao grupo BioCodex transferir know-how daquela área de trabalho para o país vizinho, ganhando assim maior competitividade naquele mercado e aumentando a sua área de influência e negócio, até agora suportada quase exclusivamente pela criopreservação de células estaminais do cordão umbilical. Tendo em conta o sucesso alcançado em Espanha pela Bioteca, actualmente o maior laboratório de criopreservação da Península Ibérica, a BioCodex espera poder consumar um volume de negócios de quatro milhões de euros neste ano, que no conjunto dos dois países deverá ascender aos seis milhões de euros.

Carla Teixeira
Fonte: Portugal Digital
Combate às epidemias de sida e malária
Fábrica de medicamentos no Uganda


Foi inaugurado na última terça-feira no Uganda, país do continente africano, o primeiro laboratório para produção de medicamentos anti-retrovirais, cumprindo o objectivo de endurecer a luta contra a sida e a malária, duas doenças que assolam toda a África e comprometem seriamente a qualidade de vida das populações.

Resultante de um acordo firmado entre o governo de Kampala e as companhias farmacêuticas Quality Quemicals Industries, com sede no Uganda, e a Cipla, a maior produtora mundial de genéricos, que tem sede na Índia, e aprovado há cerca de dois anos, o laboratório deverá começar a ganhar forma nos próximos meses, contando com a mais sofisticada tecnologia para o desenvolvimento de todos os fármacos necessários ao tratamento integral dos doentes infectados com o vírus da sida ou que sofrem com a evolução da malária. De acordo com uma notícia avançada pela Rádio Vaticano, o facto de o novo laboratório poder produzir aqueles medicamentos permitirá que eles cheguem aos doentes a preços bastante reduzidos, facilitando o acesso ao tratamento a cerca de 300 mil pessoas.

Carla Teixeira
Fonte: Rádio Vaticano
Roche e Hospital de Santo António apoiam iniciativa
ICBAS quer estimular investigação clínica


É uma iniciativa inédita em Portugal, e pretende dar aos estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar a possibilidade de concorrerem a bolsas de investigação clínica. Numa medida que conta com o apoio da companhia farmacêutica Roche e do Hospital Geral de Santo António, o ICBAS apresentou na quinta-feira a nova disciplina de Iniciação à Investigação Científica.

Disciplina opcional a que poderiam ter acedido os novos alunos de Medicina do ICBAS (as inscrições estiveram abertas até ao passado dia 4), a nova cadeira poderá, num futuro mais ou menos próximo, evoluir para o formato de programa de doutoramento, integrado em internatos médicos de especialidade. Para já terá lugar a selecção dos projectos, tendo o instituto disponível um total de 40 mil euros para financiar as propostas vencedoras. Sousa Pereira, presidente do Conselho Directivo do ICBAS, explicou que a nova disciplina é o resultado de um esforço da instituição no sentido da "reestruturação do curriculum", e enalteceu a colaboração de entidades externas ao instituto, designadamente a farmacêutica suíça.
José Tavares de Castro, director médico da Roche, asseverou que a empresa "associa-se com muita alegria a esta iniciativa", afirmando que "este projecto encontra-se alinhado com a cultura da empresa, e a Roche reconhece como sendo um dever seu o de colaborar com os parceiros". Na óptica daquele responsável, e tendo em conta que a inovação é o vector dominante da actividade da companhia suíça, este é "um projecto ganhador", porque "em nenhuma escola do país há uma cadeira destas, o que nos surpreende". Tavares de Castro é da opinião de que a ideia é "original e votada ao sucesso", que conta com o "prestígio muito bem formado" do ICBAS e do Hospital Geral de Santo António, que criaram uma associação fortemente sinérgica, o que não é muito frequente".

Carla Teixeira
Fonte: «O Primeiro de Janeiro»

Stent coronário da Medtronic recebe opinião positiva

O Stent coronário experimental, Endeavor (zotarolimus), da Medtronic Inc. revelou ser seguro e efectivo, devendo por isso ser aprovado nos Estados Unidos, segundo conclusões de um painel de peritos da FDA.

Peritos de aconselhamento externo da FDA votaram unanimemente para recomendar que o stent Endeavor seja aprovado para comercialização. O painel também recomendou que a Medtronic mantenha o registo de, pelo menos, 5 mil pacientes durante cinco anos para determinar a efectividade do stent, e para se certificar se o aparelho revestido com fármaco causa coágulos sanguíneos potencialmente fatais, que se poderão desenvolver ao longo do tempo.

A Medtronic acredita que o Endeavor fornece uma combinação óptima de segurança, eficácia e distribuição, afirmou o presidente da unidade cardiovascular da companhia, Scott Ward. A companhia espera uma decisão da FDA no final do ano. A FDA normalmente segue os conselhos dos seus painéis de consultores, apesar não ser obrigatório que o faça.

Os stents são pequenos tubos metálicos em forma de rede revestidos com fármaco para prevenir a obstrução das artérias, a sua utilização caiu, no ano passado, após estudos os terem associado a coágulos que apareceram meses ou anos após o aparelho ter sido implantado.

Os novos stents são revestidos com polímeros químicos e fármacos para prevenir que os tecidos cresçam dentro dos aparelhos e voltem a bloquear a artéria, uma das principais complicações dos modelos antigos de metal. Os fármacos são tão potentes que impedem que o organismo sare à volta do metal exposto.

O Endeavor está a concorrer com o Xience, da Abbott Laboratories, para se tornar o primeiro, de uma nova geração de stents, a ganhar a aprovação no mercado norte-americano avaliado em 3 mil milhões de dólares. Caso seja aprovado, o Endeavor irá juntar-se ao Taxus (paclitaxel), da Boston Scientific Corp., e ao Cypher, da Johnson & Johnson, como o terceiro stent revestido com fármaco a ser comercializado nos Estados Unidos.

Segundo um analista da JP Morgan, Michael Weinstein, como no espaço de três anos e meio não houve nenhum novo stent revestido aprovado, os cirurgiões podem estar à procura de uma opção mais fácil de utilizar. Weinstein prevê que o Endeavor possa assegurar 18 por cento do mercado norte-americano de stets revestidos em 2008.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, Reuters, www.pharmatimes.com

Medicamentos antigripais de venda livre para crianças retirados do mercado norte-americano

Algumas companhias farmacêuticas, incluindo a Johnson & Johnson, a Novartis e a Wyeth, retiraram voluntariamente do mercado norte-americano, pelo menos, 14 fármacos de venda livre, ou OTC (“over the counter”), para a tosse e constipações para crianças, após alguns pediatras terem relatado que os produtos são ineficazes e perigosos.

A Novartis e a Prestige Brands Holdings, por exemplo, estão a recolher os seus fármacos para a tosse e para constipações, porque dados demonstraram que quando estes fármacos não são utilizados correctamente podem levar a uma overdose, especialmente em crianças com menos de dois anos.

O Dimetapp Decongestant Infant Drops (rebuçados descongestionantes para crianças), da Wyeth, e o Tylenol Concentrated Infants' Drops (rebuçados concentrados para crianças), da J&J, fazem parte dos fármacos retirados do mercado, uma semana antes da FDA rever a sua efectividade e segurança. A decisão somente abarca produtos para crianças com menos de dois anos.

Os descongestionantes e os anti-histamínicos têm sido relacionados com a morte de 123 crianças, principalmente menores de dois anos, 54 delas relacionadas com descongestionantes e 69 com anti-histamínicos, entre 1969 e 2006, de acordo com dados da FDA. A overdose e a toxicidade dos fármacos estão entre os casos mais relatados. A agência reguladora iniciou as investigações de segurança deste tipo de medicamentos no ano passado. Diversos médicos, liderados pelo representante do Departamento de Saúde de Baltimore, Joshua Sharfstein, insistiram através petição datada de 1 de Março que a FDA agisse, solicitando que fosse banida a comercialização de medicamentos gripais para menores de seis anos.

Sharfstein afirmou que não há duvidas que existem graves eventos adversos associados com este tipo de fármacos, incluindo a morte, mesmo quando são utilizados de acordo com as indicações. Segundo Sharfstein, a FDA deve requerer que os restantes produtos para a tosse e constipações para crianças tenham de ter um aviso, referindo que somente devem ser administrados a crianças maiores de seis anos. Sharfstein acrescentou ainda que devem ser banidas quaisquer imagens de bebés ou crianças pequenas das embalagens.

Os produtos que estão a ser retirados incluem variedades do Triaminic Infant & Toddler Thin Strips, da Novartis AG, Little Colds, da Prestige Brands Holdings Inc., PediaCare Infant Drops, da J&J, e Robitussin Infant Cough DM Drops, da Wyeth.

As vendas, nos Estados Unidos, de medicamentos não sujeitos a receita médica para crianças aumentaram 20 por cento, no ano que terminou a 8 de Setembro, atingindo os 311 milhões de dólares, de acordo com a firma de estudos de mercado, AC Nielsen.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters