sábado, 15 de setembro de 2007

Cephalon alerta sobre efeitos adversos do Fentora

A Cephalon Inc. emitiu duas cartas aos profissionais de saúde a alertar para a ocorrência de eventos adversos graves, incluindo quatro mortes, em pacientes sujeitos a tratamentos contra a dor com o Fentora. A companhia informou que os efeitos adversos ocorreram devido a uma dosagem desajustada e/ou a uma substituição imprópria do produto, ou a uma selecção de pacientes inadequada (por exemplo, pacientes que não toleram opióides).

Estas cartas têm o intuito fundamental de informar os prescritores e outros profissionais de saúde acerca das importantes informações de segurança do Fentora (comprimidos de fentanil). A Cephalon fornece assim pontos-chave relativamente à selecção apropriada de pacientes, e às dosagens e administração adequadas do fármaco, de modo a reduzir o risco de depressão respiratória.

O Fentora, que atingiu vendas de 68 milhões de dólares no segundo trimestre, está indicado somente para a gestão da dor penetrante em pacientes com cancro que já recebem e que toleram uma terapia de opióides para a dor persistente resultante do cancro.

A Cephalon sublinhou que o Fentora, que foi aprovado no ano passado, não deve ser administrado a pacientes com dor aguda, dor pós-operatória, dor de cabeça/enxaquecas, ou lesões desportivas. Além disso, foi ainda especificado que o produto não é uma versão genérica do Actiq, da mesma companhia, e que não deve ser substituído por este ou por outros tratamentos para a dor que contenham fentanil. A farmacêutica revelou ainda que planeia actualizar a informação da prescrição presente na rotulagem.

Isabel Marques

Fontes: First Word, FDA, Bloomberg
Grupo farmacêutico jordão actua em Portugal desde 1994
Hikma investe em Sintra com apoio do Governo


A companhia farmacêutica Hikma, que tem sede na Jordânia e detém uma consolidada posição de liderança no sector dos medicamentos genéricos para hospitais na região do Médio Oriente e do Norte de África, está representada em Portugal desde 1994 e desde Junho tem a funcionar na Terrugem, no concelho de Sintra, uma nova unidade.

Segundo o exposto na autorização de celebração de contrato entre a Hikma Portugal e a Agência Portuguesa para o Investimento, publicada em «Diário da República» no último mês de Agosto, a instalação da nova unidade de produção, que materializa um negócio de 33,9 milhões de euros e prevê a criação de 151 postos de trabalho, reveste-se de um “especial interesse para economia nacional”, sendo definida por José Xavier, director financeiro da companhia para o segmento de fármacos injectáveis, como “a unidade de pressão e de excelência para investir” no seio dos negócios do grupo jordão relativos ao fornecimento daquelas substâncias para hospitais.
Em declarações ao jornal «Alvor de Sintra» o responsável acrescentou que o sector dos medicamentos genéricos atravessa actualmente “um dos seus momentos mais férteis” e são “muitas as empresas a findar a validade dos seus direitos sobre patentes”. A Hikma Portugal, que representa cerca de metade do montante global da facturação do grupo, gerou em 2006 um volume de negócios muito próximo dos 35 milhões de euros. Por cá é também ultimada a fase de Investigação e Desenvolvimento (I&D) dos produtos para comercialização em escala industrial. Noventa por cento dessa produção destina-se aos mercados globais, mas em Portugal, entre as entidades clientes que absorvem os 10 por cento remanescentes encontra-se o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra). Actualmente a Hikma está presente em quatro dezenas de países, onde representa 176 produtos farmacêuticos, disponibilizando mais de 397 fórmulas e dosagens.

Carla Teixeira
Fonte: Hikma, Hikma Portugal, «Alvor de Sintra»

Johnson & Johnson e Isis desenvolvem fármacos para doenças metabólicas

A Johnson & Johnson e a Isis Pharmaceuticals iniciaram um acordo de colaboração para a descoberta, desenvolvimento e comercialização de fármacos para o tratamento de doenças metabólicas, incluindo a diabetes de tipo 2 e obesidade. O acordo inclui a cedência dos direitos mundiais de desenvolvimento e comercialização, a favor da Johnson & Johnson, de dois compostos para a diabetes, o ISIS 325568 e o ISIS 377131.

Segundo os termos do acordo, a Johnson & Johnson irá efectuar um pagamento inicial de 45 milhões de dólares à Isis, assim como irá fornecer financiamento a nível da investigação e desenvolvimento. A Isis será ainda elegível para pagamentos de mais de 230 milhões de dólares, quando forem atingidos objectivos relativamente ao ISIS 325568 e ao ISIS 377131, com a possibilidade de regalias se os fármacos forem aprovados. A Isis poderá ainda receber pagamentos adicionais por objectivos e regalias relativamente a qualquer outro fármaco que seja desenvolvido no seguimento desta colaboração.

O ISIS 325568 inibe a produção do receptor de glucagon, e o ISIS 377131 inibe a produção do receptor de glucocorticóide. Estes fármacos apresentam perfis terapêuticos alargados e entusiasmantes, incluindo a diminuição de lípidos no sangue e gordura corporal, para além dos efeitos na redução da glicose, segundo o vice-presidente executivo da Isis, Jeffrey Jonas.

Este acordo poderá ajudar a Johnson & Johnson, uma das maiores fabricantes de instrumentos de administração de insulina para a diabetes, a entrar no mercado anual de fármacos para controlar a doença, avaliado em 15 mil milhões de dólares.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, Forbes

Aspirina pode reduzir risco de cancro da bexiga

Investigadores sugerem que a ingestão de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), em especial a aspirina, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver cancro da bexiga, segundo um estudo da Escola de Medicina de Dartmouth, em New Hampshire, Estados Unidos.

O estudo, dirigido pela Dra. Margaret R. Karagas e publicado no mês passado na “BioMed Central Urology”, demonstra que a aspirina pode reduzir o risco de cancro da bexiga, especialmente tumores invasivos de alto grau nos quais a proteína supressora do tumor, a p53, está alterada. Segundo os investigadores, a utilização habitual de aspirina está relacionada com uma redução estatisticamente significativa do cancro da bexiga.

A investigação foi realizada através da observação de 376 casos de cancro da bexiga e de 463 pessoas saudáveis, com idades compreendidas entre os 25 e os 74 anos. A equipa de investigação avaliou a utilização, ao longo da vida, de analgésicos e de AINEs e a incidência de cancro da bexiga. No geral, 42 por cento dos pacientes com cancro e 45 por cento das pessoas do grupo de controlo referiram a utilização regular de analgésicos.

Para a Bayer HealthCare, a companhia farmacêutica que comercializa o fármaco, este estudo constitui uma prova de que o papel da aspirina como medicamento poderá prevenir diversas doenças, ainda que isto não signifique que se possa extrapolar os resultados do consumo diário deste fármaco.

Isabel Marques

Fontes: AZPrensa, www.dmedicina.com, www.asco.org