terça-feira, 6 de novembro de 2007

SNS vai integrar vacina contra cancro do colo do útero

O Governo anunciou, hoje, a ampliação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), passando a integrar programas nacionais de saúde oral, apoios à procriação medicamente assistida e vacinação contra o cancro do colo do útero - provocado pelo vírus do papiloma humano (HPV).

Durante o discurso de defesa do Orçamento do Estado para 2008, o primeiro-ministro, José Sócrates, revelou que o Programa Nacional de Vacinação irá contar com a vacina contra o cancro do colo do útero - o que a torna gratuita - estimando que, ainda no final deste mês, seja divulgado o parecer da comissão técnica de vacinação relativamente às condições técnicas em que deve ser administrada a vacina. O líder do Executivo socialista assegurou ainda que o acesso à vacinação em causa “não dependerá das condições económicas das respectivas famílias."

Realçando que "pela primeira vez desde sempre, o SNS passará a integrar um Programa Nacional de Saúde Oral", o primeiro-ministro concretizou que seria alargado "ao conjunto de crianças entre os seis e os 12 anos a intervenção de prevenção da cárie dentária, realizada nas escolas."

No que concerne ao incentivo à natalidade, José Sócrates admitiu apoios à procriação medicamente assistida, asseverando o "acesso deste tipo de tratamento a mais famílias que queiram ter filhos."

Na Europa são detectados anualmente 50 mil novos casos de cancro do colo do útero e 25 mil pessoas por ano morrem da doença. Em Portugal, este cancro, que aniquila a vida sexual e familiar das sobreviventes, mata em média uma mulher por dia.

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa/TVI/RTP/PortugalDiário

Fármaco mais eficaz para doentes renais

Estudo confirma vantagem do medicamento: acção mais prolongada no organismo e menos tomas

Um estudo divulgado pela revista «The Lancet» indica que o uso do fármaco “methoxy polyethylene glycol-epoetin beta” pode ser mais eficaz no tratamento de pacientes anémicos com doença renal crónica.

De acordo com uma nota do laboratório Roche, a vantagem deste medicamento - aprovado em Julho deste ano pela União Europeia - “é agir durante mais tempo no organismo, podendo ser tomado com uma periodicidade maior.”

É sabido que os doentes com problemas renais, derivado à deterioração progressiva dos rins, têm de tomar estimulantes da eritropoiese (Esa), para colmatar essa dificuldade do organismo em produzir esta hormona - que tem como função estimular a medula óssea a fabricar glóbulos vermelhos.

No sentido de substituir os tipos de Esa que têm um menor período de acção no organismo, a farmacêutica suiça desenvolveu este fármaco “que pode ser administrado uma vez em cada quatro semanas em pacientes com doença renal”, assegura a Roche no comunicado, rematando que “os outros tipos de Esa têm de ser tomados semanalmente.”

Segundo destaca o estudo apresentado na «The Lancet», “como o fármaco é administrado menos vezes, diminui a possibilidade de erros na dosagem, facto que ocorre em 45% dos casos.”

Raquel Pacheco

Fonte: «The Lancet»/comunicado da Roche

Rifadex retirado do mercado nacional

A Labesfal - Laboratórios Almiro, S.A. está a proceder à recolha voluntária no mercado nacional de todos os lotes do medicamento Rifadex (Rifampicina) 300 mg cápsulas. De acordo com uma nota informativa de carácter “urgente”, divulgada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), na origem desta medida está o incumprimento de algumas especificações nas características de um dos lotes do produto.

A mesma circular, emitida esta terça-feira, especifica que a recolha surge na sequência de análises realizadas na Direcção de Comprovação de Qualidade do Infarmed ao lote n.º B0395, val: 01/2009 e que deram conta de resultados fora das especificações no que respeita os parâmetros de doseamento, características organolépticas e massa média.

A estes aspectos acresce ainda o facto de a empresa ter solicitado ao Infarmed o cancelamento da Autorização de Introdução no Mercado (AIM) por considerar que o medicamento não estava em conformidade com o definido no dossier de AIM autorizado.

Nesse sentido, o Conselho Directivo do Infarmed ordena a suspensão imediata da comercialização de todos os lotes do medicamento. O Rifadex (Rifampicina) é utilizado no tratamento da tuberculose, lepra e brucelose e em algumas infecções graves tratadas em meio hospitalar.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Descoberta anomalia que causa cancro do colón em jovens

Telómetro curto pode indicar risco e ajudar na prevenção e tratamento da doença

Um estudo apresentado à American Society of Human Genetics (Sociedade Americana de Genética Humana) revelou que uma anormalidade nos cromossomas característicos do envelhecimento está vinculada ao cancro do cólon em pessoas com menos de 50 anos.

A investigação foi conduzida por investigadores da Clínica Mayo que examinaram 114 doentes com cancro, com menos de 50 anos, nos quais, 98 não apresentavam antecedentes da doença. Nestes pacientes, analisaram a estrutura dos telómeros - que se encontram nas extremidades dos cromossomas e mantêm a sua estrutura.

Segundo anunciou Lisa Boardman, coordenadora do estudo e especialista em Gastroenterologia, a equipa da Clínica Mayo verificou que, “apesar da sua juventude, os doentes com cancro do cólon tinham telómeros curtos” esclarecendo que, geralmente, “os telómeros encolhem com a passagem dos anos e estão relacionados a algumas doenças, entre elas o cancro.”

De acordo com outro resultado divulgado, a doença afectou em maior medida os homens que as mulheres.

Na opinião dos investigadores, a relação entre o cancro e o encurtamento do telómero permite que esta estrutura cromossómica seja “um marcador da doença e um sistema de alarme para antecipar o risco.”

Neste sentido, para os cientistas, a descoberta representa uma “luz de alerta” para potenciais doentes jovens e abre portas a novas investigações para prevenir e tratar a doença.

O cancro do cólon e do recto é, em Portugal, o cancro mais frequente nos homens, embora, neste mesmo grupo, seja a quarta causa de morte oncológica. Já nas mulheres é o segundo tipo de cancro bem como a segunda causa de morte oncológica.

Raquel Pacheco


Fonte: Agência EFE/Portal da Saúde

Desvendado gene relacionado à infertilidade masculina

Descoberta abre caminho a novos tratamentos para homens inférteis

De acordo com investigadores norte-americanos, a razão pela qual alguns homens são inférteis pode estar associada a um único gene agora desvendado. O estudo - publicado na «Nature» - atribui ao gene um papel fundamental nas fases finais da formação das células de espermatozóides.

A investigação conduzida por uma equipa da University of North Carolina (UNC), nos Estados Unidos – realizada em ratos - constatou que os animais aos quais lhes foi retirado um gene registaram uma contagem, significativamente menor, de espermatozóides e eram inférteis.

Em declarações à «Nature» Yi Zhang, coordenador do estudo e professor de bioquímica da faculdade de medicina da UNC, explicou que o gene “tem um efeito muito específico no desenvolvimento do espermatozóide funcional” realçando que, deste modo, “tem um grande potencial de ser alvo de novos tratamentos para a infertilidade."

Segundo informou Zhang, o estudo “concentrou-se no estágio final da formação da célula do espermatozóide, conhecido como espermatogénese. Nessa fase, o ADN é concentrado na cabeça do espermatozóide, para garantir a penetração no óvulo”, concretizando que “os ratinhos concebidos para não terem o gene responsável por esse processo produziram poucos espermatozóides maduros, e os poucos que foram produzidos tinham cabeças de formato anormal e caudas imóveis.”

Raquel Pacheco

Fonte: «Nature»/UNC

Pequena molécula propaga cancro pelo organismo

Cientistas acreditam que microRNA (miR-10b) é agente da metástase

À luz de um estudo publicado na revista «Nature», uma pequena molécula desempenha um papel crucial na metástase (movimento ou disseminação de tecidos doentes de um órgão para outro). Segundo avança a publicação, o próximo passo dos investigadores é descobrir os alvos “para que seja possível determinar o grau de perigo que determinado tumor oferece, como age e como contê-lo.”

Na investigação conduzida por Robert Weinberg, do Instituto Whitehead (EUA) a acção do microRNA é relacionada com a propagação do cancro pelo corpo. “Uma associação (do microRNA) com um dado clínico não é trivial”, considerou a bióloga molecular Dirce Maria Carraro, investigadora do Hospital A.C. Camargo (Brasil), frisando que “é um trabalho muito bom.”

Para testar a ligação, Weinberg e mais dois cientistas analisaram diversos tecidos cancerosos de mama, alguns mais malignos do que outros. De acordo com os investigadores, um microRNA específico, chamado miR-10b, era especialmente evidente nas amostras com grande potencial metastático, ou seja, que lançaram células doentes pelo corpo.

O RNA é um dos principais actores da genética, formado por uma fita de bases químicas. Na forma de mensageiro, carrega as informações do seu primo DNA para fora do núcleo da célula, onde se formam os “tijolos” do corpo, as proteínas. Por sua vez, o microRNA parece um recorte dessa fita: tem apenas cerca de 20 bases. Ainda assim, consegue bloquear o trabalho do RNA mensageiro como sugerem estudos recentes que ligam esta pequena molécula com a morte de células.

Segundo revelou a «Nature», o miR-10b apareceu em 9 de 18 mulheres que tinham um cancro de mama desse tipo, enquanto era quase ausente em cinco pacientes com tipos menos agressivos. A mesma fonte esclarece que o grupo testou a sua teoria em ratos. “Os animais receberam células cancerígenas humanas com o miR-10b, que se espalharam pelos vasos sanguíneos. Por outro lado, quando foram injectadas células de cancro humanas sem a molécula, nenhuma migração aconteceu.”

Os investigadores acreditam que esse microRNA afecta a actuação de um gene chamado «twist», ligado à metástase por outros estudos - inclusive do próprio Weinberg. No entanto, a equipa norte-americana afirma não conhecer exactamente o que acontece dentro das células para produzir comportamentos tão distintos. “É ainda possível que o miR-10b controle alvos adicionais”, referem no artigo.

Weinberg adiantou à «Nature» que descobrir o alvo é o passo seguinte: “Se conseguirmos, será possível determinar o grau de perigo que determinado tumor oferece, como age e como contê-lo.”

Raquel Pacheco
Fonte: «Nature»/NewsTin

Lançamento do Galvus para a diabetes pode ser adiado na Europa

O lançamento do fármaco da Novartis AG para o tratamento da diabetes Tipo 2, Galvus (vildagliptina), aprovado no final de Setembro pela Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), poderá ser atrasado devido ao facto da companhia suíça ter encontrado problemas de segurança para o fígado nas doses elevadas do produto.

Apesar da Novartis ter planeado lançar brevemente na Europa o fármaco para a diabetes, pertencente à família dos inibidores da DPP-IV (dipeptidil peptidase IV), provavelmente o lançamento do fármaco chave para o futuro da companhia será adiado entre três e seis meses.

A companhia anunciou que irá procurar uma revisão das recomendações de prescrição antes de lançar o Galvus na Europa, deixando-o ainda mais atrás do tratamento recentemente lançado pela Merck & Co Inc., o Januvia (sitagliptina).

Segundo a Novartis, os dados demonstraram que os pacientes que tomaram doses de 100 miligramas de Galvus, uma vez por dia, apresentaram mais frequentemente um aumento de uma enzima associada com danos no fígado, em comparação com aqueles que tomaram 50 mg por dia ou 50 mg duas vezes por dia. As recentes análises ilustraram um conhecido desequilíbrio nos níveis das enzimas aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT), que se torna mais proeminente com o regime de dosagem de 100 mg uma vez por dia.

A Novartis propôs alterar as recomendações para a utilização de doses de 50 mg uma ou duas vezes por dia, em vez de uma única dose mais elevada, e também irá discutir os dados e as recomendações com outros reguladores.

Tanto o Galvus como o Januvia são inibidores da DPP-IV, e estão delineados para aumentar a própria capacidade do organismo para baixar os níveis elevados de açúcar no sangue, o que poderá tornar-se uma importante nova forma para controlar a diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença.

Os fabricantes e muitos analistas acreditam que os fármacos DPP-IV podem tornar-se blockbusters, porque não estão associados a um aumento de peso, um dos maiores efeitos secundários de alguns fármacos para a diabetes.

A aprovação nos Estados Unidos foi adiada devido a uma carta de aprovação emitida pela FDA, em Fevereiro deste ano, que solicita mais informações relativamente a descobertas relacionadas com a pele em estudos pré-clínicos em primatas. De momento, a Novartis não prevê apresentar dados adicionais antes do fim de 2009. O fármaco já está disponível no Brasil e no México nas dosagens de 50 mg e 100 mg.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.outsourcing-pharma.com

Lucros da Bayer triplicam no terceiro trimestre

Os lucros da farmacêutica alemã Bayer triplicaram no terceiro trimestre do ano, atingindo os 1,18 mil milhões de euros, relativamente aos 320 milhões de euros registados em igual período de 2006. Os resultados surpreenderam as expectativas dos analistas contactados pela Bloomberg que previam lucros no valor de 1,15 mil milhões de euros.

Num comunicado emitido esta terça-feira, a empresa revela um crescimento nas vendas de 4,5 por cento para os 7,79 mil milhões de euros, o que lhe permitiu rever em alta as estimativas de crescimento de vendas para o cômputo do ano. Espera-se agora uma subida de 6 por cento na totalidade de 2007, em vez do aumento de 5 por cento anteriormente previsto.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Económico, Jornal de Negócios.

FDA rejeita genérico do Lovenox da Momenta Pharmaceuticals

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) rejeitou a aprovação da versão genérica da Momenta Pharmaceuticals Inc. do fármaco anticoagulante contra a trombose, o Lovenox (enoxaparina), da Sanofi-Aventis, devido a preocupações relativas aos efeitos adversos no sistema imunitário.

O fármaco, injecção de enoxaparina sódica, conhecido como M-Enoxaprina foi desenvolvido na sua forma genérica pela parceira Sandoz, a divisão de genéricos da Novartis.

A FDA recomendou que a Momenta e a Sandoz se encontrassem com a agência reguladora, para determinar qual a informação adicional que deve ser fornecida para resolver as preocupações relacionadas com os efeitos no sistema imunitário.

A Momenta revelou que está a trabalhar em conjunto com a Sandoz para responder às questões da FDA e determinar a informação necessária para ganhar a aprovação para o M-Enoxaparin.

A relutância da FDA na aprovação da versão genérica do fármaco pode ser um sinal de um conservadorismo mais alargado relativamente aos medicamentos biossimilares, ou cópias de produtos biotecnológicos.

A FDA clarificou que todos os pedidos de registo para produtos de enoxaparina devem abordar o potencial de imunogenicidade do fármaco. O CEO da Momenta, Craig A. Wheeler, declarou que a companhia poderá antecipar as preocupações da FDA, baseando-se na caracterização detalhada da enoxaparina e na actual literatura médica e científica.

O Lovenox, o maior fármaco da Sanofi, teve vendas mundiais de 1,94 mil milhões de euros (2,82 mil milhões de dólares) nos primeiros nove meses de 2007.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney

Faculdade de Farmácia vai avaliar necessidades de medicação dos idosos

“Investigação e Intervenção Farmacêutica” é o mote para o estudo que vai ser levado a cabo pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, junto de mais de 600 idosos. A pesquisa, que se inicia ainda no mês de Novembro, pretende avaliar as condições em que a população idosa toma a sua medicação.

Os dados actuais indicam que os idosos com idade superior a 65 anos tomam em média sete medicamentos por dia e em alguns casos 17 fármacos distintos. Nesse sentido, torna-se evidente a necessidade de “ajustar as terapêuticas e reavaliar as condições em que os idosos tomam medicação”, refere o comunicado a que o Farmacia.com.pt teve acesso.

A prevalência de doenças crónicas entre a população idosa portuguesa poderá ser um indicador do elevado número de medicamentos tomados, pelo que é preciso aprofundar o conhecimento da situação. Até porque, “a polimedicação aumenta o risco de iatrogenia medicamentosa, ou seja do aparecimento de efeitos negativos associados à medicação”, alerta o mesmo documento.

Tendo em conta uma avaliação das patologias e as necessidades de medicação da população idosa, o estudo que será realizado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa tem inicio marcado para o mês de Novembro e prolonga-se até ao final de 2008. Os objectivos do trabalho vão ser apresentados na quinta-feira, à 9h30, na Universidade Sénior em Oeiras.

Na mesma ocasião, serão realizados rastreios cardiovasculares que inclui medição de glicemia, colesterol total, peso, altura e caracterização farmacoterapêutica dos participantes.

Marta Bilro

Fonte: E-mail Farmacia-press.

Consultas gratuitas de oncologia e plástica da mama durante o mês de Novembro

Ao longo do mês de Novembro a Clínica de Todos os Santos, em Lisboa, vai proporcionar consultas gratuitas de cirurgia oncológica e cirurgia plástica da mama. O objectivo é incentivar o diagnóstico precoce do cancro da mama e promover o seu tratamento atempado. O serviço será disponibilizado a todos os utentes que queiram submeter-se a um rastreio, que aguardem tratamento, que queiram efectuar uma reconstrução pós excisão do cancro ou que desejem ouvir uma segunda opinião médica.

A iniciativa surge na sequência da abertura da primeira unidade oncoplástica da mama no sector privado. De acordo com a disponibilidade da agenda, uma inscrição telefónica coloca à disposição da paciente uma equipa médica multidisciplinar para o tratamento da patologia mamária, incluindo uma “Breast Nurse” - enfermeira, que acompanha os doentes em todo o seu percurso.

O tratamento médico do cancro da mama tem vindo a registar avanços notáveis ao longo das últimas duas décadas e o diagnóstico precoce contribui significativamente para a redução da mortalidade. A cura para alguns casos de cancro da mama é muitas vezes possível através da detecção do problema em fase inicial.

O cancro da mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário. É muito mais frequente nas mulheres, mas pode atingir também os homens. O cancro da mama é a principal causa de morte nas mulheres entre os 35 e os 59 anos, vitimando quatro mulheres portuguesas por dia. Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, dos quais 75 por cento são tratados com sucesso.

Marta Bilro

Fonte: Médicos de Portugal, Expresso, Portal da Saúde, Farmacia.com.pt.

Supercomputador Milipeia utilizado em projectos farmacológicos

O supercomputador Milipeia, criado pela Universidade de Coimbra (UC) em 2006, está a ser utilizado na realização de estudos científicos na área da saúde e em projectos ligados à medicina e farmacologia. De acordo com o professor Pedro Vieira Alberto, um dos responsáveis pelo Laboratório de Computação Avançada da UC, alguns destes programas poderão ter implicações directas na vida das pessoas.

Instalado no Laboratório de Computação Avançada da UC, onde foi concebido, através do Milipeia estão a ser desenvolvidos projectos que trabalham na simulação de proteínas, cujos estudos poderão, no futuro, ajudar à descoberta de fármacos para a cura da doença de Alzheimer ou da doença dos pezinhos, revelou o investigador Pedro Alberto, em declarações à agência Lusa.

Um dos projectos de destaque a ser auxiliado pelo supercomputador é o estudo da tomografia por emissão de positrões, já utilizada em Portugal para observar processos dinâmicos de algumas doenças, com vista ao desenvolvimento e evolução desta técnica imagiológica de aplicação clínica.

“São sistemas muito complexos, com milhares de partículas em interacção, que necessitam de muitas horas de cálculo científico”, explicou o responsável, acrescentando que “sem um sistema de cálculo desta dimensão não seria possível executar muitos destes projectos”.

Com 520 processadores, o Milipeia é o mais poderoso sistema computacional destinado a cálculo científico existente em Portugal. Disponibilizando cerca de 3,5 milhões de horas de cálculo, o supercomputador está desde Outubro ao serviço de 34 projectos científicos de sete universidades e centros de investigação portugueses.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

OMS quer pacto global para reduzir preços de medicamentos

Custos elevados impedem acesso a fármacos nos países pobres

A falta de acesso a medicamentos por parte das populações dos países pobres está a desencadear fortes preocupações no seio da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para tornar os fármacos mais acessíveis, a directora-geral da OMS, Margaret Chan, apelou à criação de um acordo global que imponha uma redução de preços.

"Comprometo-me totalmente em favorecer o acesso de todos aos medicamentos", declarou a diretora-geral da OMS, na abertura de uma reunião de um grupo de trabalho sobre a saúde pública, a inovação e a propriedade intelectual.

Os custos elevados dos tratamentos e das patentes são o principal entrave ao acesso aos medicamentos nos países mais pobres do globo. Assim, é necessário encontrar uma forma de fornecer medicamentos a preços acessíveis sem travar o estímulo às inovações farmacêuticas da iniciativa privada.

"Não podemos aceitar que o custo do atendimento médico empurre as famílias desfavorecidas ainda mais para a pobreza", disse Chan, citando como exemplos a Sida e a tuberculose. Nesse sentido, "o desafio é trabalhar em múltiplas frentes para atender às necessidades imediatas para o acesso equitativo a fármacos acessíveis e de qualidade, e ao mesmo tempo trabalhar para estimular a inovação", acrescentou.

A proposta da OMS não agrada à indústria farmacêutica que justifica a sua oposição com a necessidade de obter lucros através das vendas para financiar a investigação e o desenvolvimento de novos tratamentos, inclusive para doenças prevalentes em países em desenvolvimento.

Os críticos da ideia dizem também que a OMS está a interferir com a protecção de patentes e o direito intelectual, que são da esfera da Organização Mundial do Comércio e da Organização Mundial da Propriedade Intelectual.

Por sua vez, os países em desenvolvimento e os activistas da saúde defendem que a OMS tem o direito de se envolver em questões de propriedade intelectual quando isso diga respeito à saúde pública.

Marta Bilro

Fonte: AFP, Globo Online.

Incorrecção no folheto na origem da retirada de três lotes
Recolha voluntária do xarope Oxolamina


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) acaba de anunciar, num comunicado com carácter “muito urgente” que a empresa Angelini Farmacêutica Lda. está a proceder à recolha voluntária das farmácias portuguesas de três lotes do xarope Oxolamina 10ml.

De acordo com uma circular informativa difundida nesta terça-feira pelo Infarmed, e que vem assinada por Hélder Mota Filipe, vice-presidente do conselho directivo da entidade reguladora, a companhia farmacêutica terá detectado a existência de uma incorrecção no texto do folheto incluso nas embalagens do medicamento, pelo que procedeu de imediato à recolha dos lotes afectados, a saber: A0301G7 e A0302G7, com um prazo de validade até Julho de 2010, e A0324I7, com um prazo de validade até Setembro do mesmo ano. Em causa está, segundo avança a nota emitida pelo Infarmed, um erro na referência à posologia adequada do medicamento, que pode afectar o cálculo da dose diária a administrar, razão pela qual a entidade reguladora determinou a suspensão imediata do produto, que tem a autorização de introdução no mercado com o número 2688794.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Organon dá os primeiros passos naquele segmento
Anvisa autoriza anticoncepcionais genéricos


A Organon, multinacional holandesa do sector farmacêutico concentrada na área dos anticoncepcionais, está a dar os primeiros passos na área dos genéricos, tendo já recebido o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, entidade reguladora do mercado do medicamento no Brasil, para o desenvolvimento da primeira pílula sem marca comercial.

Líder mundial no mercado dos medicamentos contraceptivos, a Organon obteve já os primeiros registos na Anvisa, devendo avançar brevemente para a produção das versões genéricas da pílula anticoncepcional, embora mantenha por enquanto em segredo, segundo informa a imprensa brasileira, a estratégia para conseguir entrar naquele novo segmento do mercado, que no Brasil está muito centrado nas firmas mais pequenas. Visando romper esse sigilo, algumas fontes da área farmacêutica ventilaram já a notícia de que a Organon estará a ponderar uma aliança estratégica com a EMS, entidade que deverá assegurar a produção dos novos fármacos.

Carla Teixeira
Fonte: «Gazeta Mercantil»
Tratamento está a ser testado no Brasil e na Costa Rica
Novo método combate a diabetes por cirurgia


Depois da bomba de insulina, que veio diminuir substancialmente a necessidade de injecções, e por essa via permitir a melhoria da qualidade de vida aos diabéticos de tipo 1 em todo o mundo, também aqueles que sofrem da variante de tipo 2 têm uma nova esperança no surgimento de tratamentos menos penosos. As picadas diárias e a dependência constante da utilização de medicamentos podem afinal estar perto do fim, vindo a ser substituídos por uma cirurgia ao intestino delgado.

O novo método de combate à doença está a ser testado no Brasil e na Costa Rica, segundo informações avançadas há dias pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, José Luís Medina, que recordou que o procedimento já é relativamente comum como resposta a casos de obesidade. Em declarações ao «Diário de Notícias», o médico adiantou ainda que esta cirurgia tem efeitos não só nos doentes de diabetes, servindo também para “controlar os níveis de colesterol, hipertensão e triglicerídeos”, destinando-se essencialmente a doentes “diabéticos com muito peso ou com complicações graves”, não sendo prudente, na sua opinião, a generalização do tratamento a todos os pacientes. Do mesmo modo, explica, “é preciso ter em conta várias complicações, como o stress cirúrgico”, uma vez que aquele procedimento exclui uma parte do tubo digestivo, que poderá limitar a absorção de nutrientes importantes”.

Carla Teixeira
Fonte: Fábrica de Conteúdos, «Diário de Notícias»
Semana do Diabético arranca com um alerta:
Bomba de insulina ainda sem comparticipação


O presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal assinala o arranque da Semana do Diabético, nesta quarta-feira, com um alerta e uma demonstração de apreensão face ao futuro: às entidades do sector Paulo Madureira frisa a urgência da comparticipação da bomba de insulina, tratamento inovador para a diabetes de tipo 1 que já conta com apoio estatal noutros países, e que tem revelado resultados positivos no controlo da doença, aumentando a qualidade de vida dos pacientes e minimizando a ocorrência de complicações tardias como a cegueira e a amputação de membros.

Sem entender “por que o assunto continua a arrastar-se em Portugal”, quando são já mais do que evidentes os benefícios do novo método terapêutico na qualidade de vida dos doentes e na diminuição dos transtornos associados à diabetes de tipo 1, a forma mais grave da doença, para a qual nem sequer existe prevenção, o líder da AJDP mostra-se “preocupado” com o futuro dos diabéticos portugueses. Em causa está, afirma, o facto de, “com a comparticipação da bomba infusora de insulina até poderemos poupar dinheiro ao Governo, porque muitos jovens diabéticos vão poder prevenir as complicações tardias associadas à diabetes, como a cegueira ou as amputações de membros”.
Agastada pela indiferença da tutela face a um problema que afecta cerca de 10 por cento da população portuguesa, Paulo Madureira diz que, “enquanto o Governo não se decide a ajudar-nos, a associação pretende oferecer duas bombas de insulina a dois jovens carenciados, a fim de provar a melhoria que aquele dispositivo permite na vida dos doentes”. Na sessão de abertura da Semana do Diabético – uma ideia que a AJDP desenvolveu em 2005 e que, desde essa altura, vem dinamizando com um ritmo anual –, cerimónia marcada para as 11 horas desta quarta-feira na Praça Central do piso 1 do Centro Comercial das Amoreiras, em Lisboa, deverão estar em destaque este e outros temas de interesse para os doentes diabéticos portugueses, num encontro que lançará o mote para uma série de iniciativas. Na sessão deverão participar jovens diabéticos, que deixarão o seu testemunho, e também alguns médicos endocrinologistas, que debaterão as principais novidades no tratamento da doença.
Tal como o farmacia.com.pt tem vindo a dar conta em sucessivos artigos que visam assinalar a aproximação do Dia Mundial da Diabetes (14 de Novembro), a bomba infusora de insulina é um pequeno dispositivo electrónico que contém um reservatório com insulina de acção rápida e que, ligado a um tubo fino, conduz a insulina até um cateter colocado debaixo da pele. O pequeno aparelho, que pesa cerca de 100 gramas, permite acabar com as múltiplas injecções diárias e reduz as complicações de saúde a longo prazo, uma vez que permite um maior controlo da diabetes. Com a terapia com bomba de insulina, em vez de quatro picadas diárias, basta uma injecção de três em três dias, evitando-se, em média, 120 injecções por mês. Um ganho assinalável na qualidade de vida dos doentes.

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado de imprensa da Hill and Knowlton, AJDP

Takeda sem conclusões sobre fármaco experimental para o colesterol

A Takeda Pharmaceutical Co Ltd, a maior farmacêutica do Japão, anunciou que ainda não chegou a conclusões relativamente ao fármaco experimental para reduzir o colesterol, o TAK-475 (acetato de lapaquistat).

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) recomendou, na semana passada, que a Takeda suspendesse os ensaios com doses mais elevadas do TAK-475, após terem sido descobertos níveis elevados de uma enzima, que podem indicar danos no fígado, mais frequentemente nos grupos que estavam a tomar o fármaco do que nos grupos de controlo. A FDA também solicitou dados clínicos adicionais, antes da companhia submeter o pedido de registo de um novo medicamento.

Segundo o que um dos administradores da Takeda, Kiyoshi Kitazawa, avançou numa conferência de imprensa, a companhia estará em conversações próximas com a FDA, e dependendo das informações veiculadas pela agência e pelas outras autoridades da saúde, irá tomar uma decisão final. De momento, a Takeda não chegou a nenhuma conclusão sobre o TAK-475, não sabendo se irá parar ou não com o desenvolvimento do fármaco.

O TAK-475 um inibidor da síntese do esqualeno, um tipo de fármaco que corta o colesterol, e que ainda tem de ser desenvolvido com sucesso. O fármaco para reduzir o colesterol, da companhia japonesa, é um de três na fase final de desenvolvimento que a Takeda espera que se tornem muito lucrativos para contrabalançar as esperadas quebras nos lucros, após o fármaco base para a diabetes, o Actos (pioglitazona), perder a protecção de patente nos Estados Unidos em 2011.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Reuters

Especialista desconhece alegado défice na eficácia
Medicamentos genéricos prolongam terapia?


Não há motivos para crer numa menor eficácia dos medicamentos genéricos, temida por grandes faixas populacionais em todo o mundo. Um conselheiro da Ordem dos Médicos apontou a adesão dos doentes como chave para um melhor ou pior resultado dos tratamentos a que são sujeitos, e garantiu que os problemas que ocorrem com os genéricos também têm lugar quando são usados os chamados medicamentos de marca.

Depois de um clínico ter dito, aos microfones do Rádio Clube Português, que de acordo com a sua experiência aqueles medicamentos prolongam o tempo de tratamento necessário para produzir o mesmo efeito de um medicamento com marca comercial - Hernâni Pinharanda indicou que, com base “empírica e na sua constatação directa”, os antibióticos e anti-inflamatórios genéricos podem prolongar “três a quatro dias” os tratamentos para “atingir o mesmo efeito" -, o presidente do Conselho Consultivo da Ordem dos Médicos para a Medicina baseada na Evidência, António Vaz Carneiro, disse à Agência Lusa que “se houver dúvidas quanto à eficácia dos genéricos os médicos têm de se dirigir ao Infarmed, onde são realizadas análises aleatórias ao controlo de qualidade nos laboratórios”.
O especialista comentou que, “não negando impressões” de médicos sobre alguma falta de eficácia dos genéricos, a adesão dos doentes aos tratamentos poderá ser a chave para a eventual diferença na obtenção de resultados. Lembrando estudos que provam a desconfiança dos doentes em relação aos medicamentos genéricos, indicou que qualquer alteração no “circuito complexo” que vai da receita até à toma do medicamento pode determinar um resultado diverso e não relacionado com a “formulação galénica do medicamento”. Vaz Carneiro admitiu que a impressão de Hernâni Pinharanda pode não ter por base a “qualidade intrínseca dos genéricos”, mas adesão do doente. “O que se passa com os genéricos passa-se com as moléculas originais. Há doentes que respondem melhor”, vincou.
O director do Centro de Estudos da Medicina baseada na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa sublinhou que há uma grande variabilidade de resposta aos medicamentos, que não é previsível, e que o método de fabrico de genéricos é idêntico ao dos medicamentos de marca, ocorrendo normalmente nos mesmos laboratórios. “Se há um problema com os genéricos, deve haver também com os originais, porque as fábricas são as mesmas”, argumentou.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Cápsula endoscópica pode detectar cancros em estádios iniciais

Investigadores portugueses esperam que novo método possa também permitir biopsia ou a libertação de fármacos

Uma nova cápsula endoscópica está a ser desenvolvida em Portugal. Os investigadores da Universidade do Minho garantem que este método pode ser promissor na detecção de cancros em estádios iniciais.

“A nova cápsula representa uma técnica de endoscopia digestiva que recorre a uma pequena câmara de vídeo encerrada dentro duma cápsula do tamanho dum comprimido de vitaminas para filmar o tracto gastro-intestinal ao longo do processo de digestão”, explicou a mentora do projecto.

Rosana Dias é investigadora em engenharia biomédica na Universidade do Minho (UM) e trabalha, especificamente, na área da endoscopia por autofluorescência: "Um método promissor na detecção de cancros em estádios iniciais" asseverou, esclarecendo que “a imagem é composta por autofluorescência e por reflectâncias, conseguindo detectar pólipos hiperplásicos, cancro rectal, adenomas displásicos, e mucosas normais, nos diferentes estádios do cancro.”

Sublinhando que a endoscopia é dos exames mais dolorosos para o doente, a cientista sustentou a necessidade de apresentar uma nova solução que permita “olhar para o interior do corpo, sem causar desconforto ao paciente.”

Neste sentido, Rosana Dias está a trabalhar numa cápsula endoscópica “sem fios e não reutilizável, integrada numa estação de trabalho altamente computorizada”, clarificou, acrescentando que “o paciente tem uma série de sensores fixados no seu abdómen para onde a cápsula envia, por radiofrequência (15 fotografias por segundo). Assim, os sensores enviam para o disco rígido do computador onde o médico analisa as imagens.”

Para além da visualização de imagens, segundo revelou a investigadora da UM, há ainda outras funções alvo de estudo que podem ser equacionadas: "Espera-se que esta cápsula permita a incorporação de instrumentos como a biopsia ou a libertação de fármacos."

Recorde-se que, - tal como noticiou o farmacia.com.pt - os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) usaram, em Outubro passado, uma cápsula para examinar o cólon. Munida com duas câmaras que filmam o interior do intestino, a cápsula endoscópica foi ingerida, pela primeira vez, em Portugal, por um doente que, ao longo de oito ou nove horas, transportou um aparelho (do tamanho de um telemóvel) que depois deixou no hospital para que os resultados fossem analisados pelos especialistas.

Raquel Pacheco
Fonte: UM/farmacia.com.pt