terça-feira, 24 de março de 2009

Baixa dosagem de acitretina pode ajudar a reduzir psoríase das unhas

Investigadores italianos revelaram que o tratamento com uma baixa dosagem do fármaco acitretina, utilizado para tratar a psoríase da pele, parece ajudar a reduzir a psoríase das unhas.

No estudo, os investigadores da Universidade de Bolonha avaliaram o efeito da terapia com uma baixa dosagem de acitretina (0,2 a 0,3 miligramas por quilograma por dia durante seis meses) nas unhas de 27 homens e nove mulheres, com uma média de 41 anos, que sofriam de psoríase das unhas.

Os participantes foram seguidos durante, pelo menos, seis meses após o tratamento, tendo sido utilizado o Índice de Severidade da Psoríase Ungueal (NAPSI) para classificar a gravidade da doença. Os resultados mais elevados indicaram sintomas mais graves.

Os investigadores revelaram, na "Archives of Dermatology”, que as percentagens médias de redução da pontuação do NAPSI e do NAPSI modificado foram de 41 por cento e de 50 por cento, respectivamente.

A avaliação clínica aos seis meses demonstrou um desaparecimento completo ou quase completo das lesões das unhas em nove pacientes (25%), melhoria moderada em nove pacientes (25%), melhoria ligeira em 12 pacientes (33%) e nenhuma melhoria em seis pacientes (11%).

Os investigadores referiram que apenas um dos 36 participantes do ensaio apresentou efeitos adversos nas unhas durante o tratamento.

Os investigadores concluíram que, embora sejam necessários mais estudos para avaliar meticulosamente a efectividade em populações mais abrangentes, as observações sugerem que a administração sistémica de acitretina em baixas dosagens deve ser considerada no armamentário terapêutico do tratamento da psoríase das unhas.

Cerca de 78 por cento das pessoas que sofrem de psoríase têm psoríase das unhas, ou ungueal, que inclui picotado, onicólise (descolamento da unha do leito ungueal), mancha de óleo, espessamento ungueal com distrofia, contornos das unhas vermelhos e inflamados.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_81808.html

Antidepressivo mais antigo revela-se melhor para depressão na Doença de Parkinson

Um pequeno ensaio clínico revelou que as pessoas com Doença de Parkinson que necessitam de tratamento para a depressão parecem responder melhor a um antidepressivo mais antigo, em comparação com um agente mais recente.

O Dr. Matthew Menza, da Faculdade de Medicina Robert Wood Johnson, em Piscataway, em Nova Jérsia, referiu à Reuters Health que as pessoas com depressão e Parkinson realmente respondem aos antidepressivos, sendo este facto importante, porque a depressão na Doença de Parkinson é frequentemente sub-reconhecida, subavaliada e subtratada. Normalmente, a atitude é: “é claro que está deprimido, tem uma doença grave”.

Os investigadores referiram, na revista científica “Neurology”, que têm existido poucos ensaios comparativos de diferentes antidepressivos para os pacientes que sofrem de Parkinson com depressão.

Para analisar esta questão, os investigadores compararam um antidepressivo tricíclico mais antigo, a nortriptilina, a um agente inibidor selectivo de recaptação da serotonina (ISRS) mais recente, a paroxetina, em 52 pacientes com Doença de Parkinson diagnosticados com depressão major.

Dezoito pacientes receberam paroxetina, 17 tomaram nortriptilina e os restantes 17 receberam placebo. Após oito semanas, as alterações numa escala de pontuação standard da depressão favoreceu significativamente a nortriptilina.

O Dr. Menza referiu que outro ponto que consideram importante é o facto da nortriptilina ter sido efectiva na melhoria de uma variedade de outros sintomas comuns na Doença de Parkinson e que provocam problemas significativos. Por exemplo, o sono e a ansiedade melhoraram significativamente. Além disso, a qualidade de vida em geral foi muito melhor para aqueles cuja depressão melhorou.

Contudo, este estudo ainda é preliminar, tendo o investigador acrescentado que não são capazes de prever quem irá responder a qual tratamento.

O Dr. Menza sublinhou que muitas pessoas com Parkinson e depressão respondem muito bem a psicoterapia ou a abordagens como exercício e redução do stress. O tratamento com medicamentos deve ser personalizado para cada pessoa com monitorização cuidadosa em relação à tolerabilidade, segurança e efectividade.

A nortriptilina é comercializada em Portugal como Norterol, não existindo versões genéricas, e a paroxetina é comercializada como Paxetil, Seroxat, Stiliden, Denerval, Dropax e em diversas versões genéricas.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/18/eline/links/20090318elin025.html

Modafinil para a narcolepsia pode provocar dependência

O modafinil, um fármaco para o tratamento da narcolepsia (acesso súbito, de curta duração, de uma necessidade irresistível de dormir) que é cada vez mais utilizado por pessoas saudáveis para aumentar a performance cerebral, pode provocar dependência em pessoas vulneráveis e a sua utilização deve ser monitorizada.

Um estudo piloto, publicado na “Journal of the American Medical Association”, que envolveu 10 homens saudáveis, descobriu que em dosagens normais o fármaco modafinil aumenta os níveis do químico dopamina na mesma parte do cérebro que é activada com outras drogas de abuso.

A Dra. Nora Volkow, directora do Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas dos Estados Unidos, referiu que o fármaco apresenta a assinatura de que pode potencialmente provocar dependência.

A Dra. Volkow referiu que estudos têm consistentemente demonstrado que todas as drogas de abuso têm um efeito comum no aumento da dopamina nesta área, no núcleo accumbens.

Embora oficialmente o modafinil só esteja aprovado para o excesso de sonolência associada à narcolepsia, apneia do sono e distúrbio do sono do trabalho por turnos, também é utilizado para a perda de peso, transtorno do déficit de atenção e hiperactividade, fadiga e depressão.

Contudo, a sua utilização cada vez maior em campus universitários para melhorar a performance cognitiva levou a Dra. Volkow a procura analisar mais de perto o potencial do fármaco provocar dependência e abuso.

A Dra. Volkow sublinhou que o principal problema não são as pessoas a quem o fármaco é prescrito correctamente, mas aquelas que possam estar a fazer uma utilização incorrecta ou a abusar da medicação.

A mensagem para as pessoas que estão a tomar esta medicação para melhoraria cognitiva é que a sua utilização pode resultar em efeitos cognitivos muito graves, incluindo dependência.

O modafinil é comercializado em Portugal como Modiodal, da Cephalon, e na versão genérica como Modafinil Generis.

Isabel Marques