
Uma equipa de investigadores da Universidade de Osaka, no Japão, descobriu um marcador molecular capaz de detectar as células-mãe da leucemia que tornam a leucemia mielóide aguda tão difícil de erradicar.
Os resultados da investigação foram publicados na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” e os cientistas acreditam que a descoberta poderá oferecer novos métodos de tratamento, uma vez que a quimioterapia, por si só, não é eficaz para tratar, de forma permanente, a leucemia mielóide aguda. “O tratamento está orientado para se conseguir a remissão precoce (destruição de todas as células leucémicas). Contudo, a leucemia mielóide aguda responde a menos medicamentos do que outros tipos de leucemia”, refere o Manual Merck.
Dentro da medula óssea, todas as células sanguíneas se originam a partir de um único tipo de célula denominada célula-mãe. Esta célula-mãe divide-se em células imaturas que se vão dividindo e amadurecendo até chegarem aos três tipos presentes no sangue. A leucemia afecta os glóbulos brancos e surge quando o processo de amadurecimento da célula-mãe, até chegar ao glóbulo branco, se distorce e produz uma alteração cancerosa. De acordo com a explicação dos especialistas as células-mãe leucémicas mantêm-se escondidas no organismo e podem crescer e dividir-se continuamente, originando o regresso do cancro.
O estudo levado a cabo pelos cientistas japoneses e dirigido por Naoki Hosen, analisou a forma como estas células diferem das outras células-mãe presentes no sangue. Este processo permitiu aos cientistas concluírem que as células-mãe leucémicas possuem uma proteína específica sobre a sua superfície denominada CD96, que não se encontra presente nas outras células-mãe saudáveis do sangue.
Para determinar se actividade das células-mãe com leucemia era influenciada pela presença da proteína, os cientistas transplantaram amostras de células de leucemia mielóide aguda, com e sem a proteína, em ratos. Os resultados demonstraram que as células com CD96 foram as únicas a ficar doentes, o que sugere que o CD96 é realmente um marcador das células cancerosas da leucemia em actividade. Este primeiro passo é promissor, salientou Hosen, agora é preciso perceber sé é possível desenvolver uma terapia de anticorpos que se unam à CD16, induzindo a citotoxicidade e permitindo que os tratamentos destruam as células cancerosas independentemente de onde se encontrem.
Marta Bilro
Fonte: AZ Prensa, correofarmaceutico.com, Yahoo Notícias, Diario Salud.