terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Deficiência de vitamina D na gravidez aumenta probabilidade de cesariana

Investigadores norte-americanos revelaram que a deficiência de vitamina D na gravidez aumenta muito a probabilidade de uma mulher ter um parto por cesariana.

Durante o estudo de dois anos, os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston e do Centro Médico de Boston examinaram a relação entre os níveis de vitamina D nas mulheres grávidas e o parto por cesariana. Quarenta e três das 253 mulheres do estudo, o equivalente a 17 por cento, tiveram os bebés por cesariana.

O estudo, publicado online na “The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”, descobriu que 28 por cento das mulheres com níveis séricos de 25-hidroxivitamina D abaixo dos 37,5 nmol/L (nanomoles por litro) realizaram uma cesariana, em comparação com 14 por cento das mulheres com níveis de 25-hidroxivitamina D acima dos 37,5 nmol/L.

O autor do estudo, o Dr. Michael Holick, referiu que, na análise, as mulheres grávidas que tinham deficiência de vitamina D na altura do parto tinham quase 4 vezes mais probabilidade de realizarem uma cesariana do que as mulheres que não tinham falta de vitamina D.

O investigador referiu ainda que investigações anteriores tinham relacionado a deficiência de vitamina D à fraqueza muscular proximal e à performance muscular e força abaixo do nível ideal, o que pode explicar as descobertas.

Isabel Marques

Psicoterapia e antidepressivos são ambos eficazes para a depressão

Investigadores holandeses relataram que as intervenções psicológicas e a terapia com fármacos são ambas efectivas para adultos que sofrem de depressão major, tendo cada uma as suas próprias qualidades.

O Dr. Pim Cuijpers, da Universidade Vrije de Amesterdão, e colegas referiram que um grande número de estudos sugere que tanto as terapias psicológicas como as farmacológicas são efectivas no tratamento de distúrbios depressivos ligeiros a moderados. Contudo, ainda não tinha sido estabelecido definitivamente se ambos os tipos de intervenção são igualmente efectivos.

Para investigar esta questão, os investigadores reuniram dados de 30 estudos comparativos de terapias psicológicas e farmacológicas, envolvendo um total de 3.178 pacientes diagnosticados com distúrbios depressivos. Um total de 1.612 participantes foram tratados com psicoterapia e os restantes 1.566 foram tratados com terapia à base de antidepressivos.

Os investigadores relataram, na “Journal of Clinical Psychiatry”, que a diferença entre as terapias psicológica e farmacológica não foi significativa para a depressão major.

Contudo, os resultados demonstraram que a terapia com antidepressivos foi significativamente mais efectiva do que as intervenções psicológicas no tratamento da distimia, uma forma de depressão ligeira crónica que perdura por um período mais longo, mas que não é tão extrema como outros tipos de depressão.

Enquanto que o tratamento com antidepressivos utilizados normalmente, denominados inibidores selectivos da recaptação da serotonina, foi significativamente mais efectivo do que o tratamento psicológico, a terapia com outros antidepressivos não diferiu significativamente das psicoterapias.

Os investigadores também descobriram que a taxa de desistência foi significativamente mais baixa nos tratamentos psicológicos, em comparação com os tratamentos com fármacos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/23/eline/links/20081223elin027.html

Passeios na natureza mais revigorantes para a mente do que cenários urbanos

Investigadores norte-americanos referiram que passear num parque, ou visualizar fotografias da natureza, é mais revigorante mentalmente do que passear num ambiente urbano, ou visualizar fotografias urbanas.

Os psicólogos Marc G. Berman, John Jonides e Stephen Kaplan, da Universidade do Michigan, delinearam duas experiências para testar como as interacções com ambientes naturais e urbanos afectam os processos da atenção e da memória.

Na primeira experiência, um grupo de voluntários inicialmente completou uma tarefa delineada para desafiar a memória e a atenção. Seguidamente, os voluntários deram um passeio num parque ou na baixa da cidade de Ann Arbor, no Michigan. Após o passeio, os voluntários voltaram ao laboratório e foram testados novamente no cumprimento da tarefa inicial.

Na segunda experiência, após os voluntários terem cumprido a tarefa, visualizaram fotografias da natureza ou de ambientes urbanos e, seguidamente, repetiram a tarefa.

Os resultados da primeira experiência demonstraram que a performance na tarefa de memória e atenção melhorou muito depois do passeio pelo parque, mas não melhorou para os voluntários que passear na baixa da cidade.

O estudo, publicado na “Psychological Science”, também descobriu que o grupo que visualizou fotografias da natureza teve uma performance muito melhor na repetição da tarefa do que o grupo que visualizou cenários citadinos.

Isabel Marques

Fontes:

Tratamento da apneia do sono melhora controlo glicémico em diabéticos

Um relatório, publicado na “Journal of Clinical Sleep Medicine”, referiu que a terapia por Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas (CPAP), principalmente utilizada como tratamento da apneia obstrutiva do sono, melhora o controlo glicémico (açúcar no sangue), durante o sono, em pacientes que também têm diabetes tipo 2.

De acordo com o Dr. Arthur Dawson, da Scripps Clinic, na Califórnia, a diminuição média do nível de glicose nocturna nos pacientes diabéticos foi de cerca de 20 mg/dL. A redução foi menor nos pacientes com bom controlo glicémico e muito maior naqueles com mau controlo glicémico.

Esta descoberta sugere que tratar a apneia obstrutiva do sono pode ter um grande impacto na gestão dos diabéticos tipo 2 que, por qualquer razão, não conseguem baixar os níveis de glicose para o ponto ideal.

Os investigadores utilizaram um sistema de monitorização contínua da glicose para medir os níveis de glicose, durante o estudo poligráfico do sono ou polissonografia, em 20 pacientes com diabetes tipo 2 e apneia do sono moderada a grave. Isto foi efectuado antes e depois de quatro a 13 semanas de terapia por Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas.

Após o tratamento por CPAP, os pacientes apresentaram um aumento do tempo total de sono com menos tempo de estado desperto, após o início do sono.

Os níveis de glicose durante o sono foram mais baixos e menos variáveis com o tratamento por CPAP do que antes deste tratamento.

Os níveis médios de glicose durante o sono diminuíram em 10 dos 11 pacientes cujos níveis estavam acima dos 100 mg/dL, mas não diminuíram nos 9 pacientes que tinham níveis abaixo dos 100 mg/dL.

O nível médio de glicose durante 24 horas também diminuiu significativamente durante o tratamento por CPAP, mas a alteração da glicose durante o dia (das 7 às 23 horas) não foi estatisticamente significativo.

A apneia obstrutiva do sono, um dos distúrbios do sono mais comuns, é caracterizada pela interrupção da respiração durante o sono, devido ao bloqueio das vias aéreas, e por um ressonar alto. Esta situação resulta em despertares contínuos durante a noite, levando à privação do sono e à fadiga e sonolência durante o dia.

O tratamento por Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas (CPAP) é um método de ventilação respiratória, no qual um fluxo leve e contínuo de ar é entregue, através de uma máscara flexível colocada por cima do nariz, durante o sono. Isto mantém as vias aéreas abertas e previne episódios de privação de oxigénio (apneia) e subsequente despertar durante a noite.

Isabel Marques

Nova abordagem efectiva para a maioria dos distúrbios alimentares

Investigadores do Reino Unido identificaram um tipo de tratamento que pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de distúrbios alimentares, com resultados duradouros.

Os investigadores desenvolveram uma terapia para tratar os pacientes com distúrbio alimentar não especificado e aqueles com bulimia, denominada terapia cognitivo-comportamental melhorada (Enhanced Cognitive Behavioral Therapy - CBT-E). Em 2004, o Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE) do Reino Unido recomendou a utilização desta terapia no Serviço Nacional de Saúde britânico.

De acordo com o que os investigadores relataram na “American Journal of Psychiatry”, o distúrbio alimentar não especificado, no qual uma pessoa tem padrões de distúrbios alimentares, mas não preenche os critérios para a bulimia nervosa ou anorexia nervosa, é o tipo mais comum de distúrbio alimentar, seguido pela bulimia nervosa.

A equipa de investigadores comparou duas abordagens derivadas da terapia cognitivo-comportamental melhorada. A primeira, a CBT-Ef, direcciona-se exclusivamente à psicopatologia do distúrbio alimentar, enquanto a segunda, a CBT-Eb, um tratamento apropriado para a instabilidade emocional, perfeccionismo clínico, baixa auto-estima, ou dificuldades interpessoais, foi adicionada à abordagem CBT-Ef.

Os investigadores incluíram 154 pacientes que tinham sido diagnosticados com um distúrbio alimentar, mas não estavam extremamente abaixo do peso. Os participantes foram submetidos a 20 semanas com um dos tratamentos (consistindo numa consulta de ambulatório de 50 minutos, uma vez por semana), e posteriormente 60 semanas de seguimento ou um período de lista de espera de oito semanas.

Sessenta semanas após o final do tratamento, os investigadores descobriram que o nível de distúrbio alimentar tinha sido reduzido para um ponto normal em 61,4 por cento dos pacientes com bulimia nervosa e em 45,7 por cento dos que sofriam de distúrbio alimentar não especificado.

A análise também sugeriu que os pacientes com mais problemas psicológicos beneficiaram mais com a CBT-Eb, enquanto aqueles com menos problemas tiveram mais melhorias com CBT-Ef.

O investigador principal, o Dr. Christopher G. Fairburn, da Universidade de Oxford, comentou que agora, pela primeira vez, existe um único tratamento que pode ser efectivo para a maioria dos casos, sem ser necessário que os pacientes sejam internados no hospital.

Oitenta por cento dos pacientes que se submetem a tratamento de ambulatório devido a um distúrbio alimentar integram-se numa de duas categorias, bulimia nervosa ou anorexia nervosa, mas o melhor tratamento para pacientes com um distúrbio alimentar não especificado ainda não tinha sido estudado.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/22/eline/links/20081222elin005.html