sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Antidepressivos: tendência suicida pode ter explicação genética

Descoberta permitirá o desenvolvimento de novos tratamentos contra a depressão, baseados nas diferenças genéticas individuais

Não é novidade a associação feita entre o uso de medicamentos antidepressivos e o potencial risco para o suicídio. Contudo, uma equipa de investigadores norte-americanos procurou averiguar o porquê. A resposta trouxe, então, uma nova descoberta que aponta para a genética.

De acordo com o estudo publicado na revista «ScienceNOW» e conduzido pela equipa do Instituo Nacional de Saúde Mental em Bethesda, nos Estados Unidos, a tendência suicida face ao uso de antidepressivos é uma condição geneticamente determinada. Para os investigadores, a resposta está em dois genes: o GRIA3 e o GRIK2 que acreditam estar relacionados “a uma predisposição aumentada de suicídio.”

A investigação partiu da observação de doentes com depressão e que, posteriormente, atentaram contra as suas próprias vidas, após o início da terapia antidepressiva. “Baseámo-nos na observação de 1915 adultos com depressão maior, que fizeram uso do citalopram - um antidepressivo inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS)”, explicou Francis McMahon, coordenador do estudo.

Segundo informou a equipa norte-americana, “uma pequena modificação no DNA poderia proporcionar variações nesses genes e, consequentemente, nos receptores de glutamato no cérebro – uma substância química relacionada com a memória e a aprendizagem – e predisporia um indivíduo a cometer suicídio, caso fizesse o uso de substâncias como o citalopram.”

Os resultados permitiram aos investigadores garantirem que os doentes com alterações no gene GRIA3 “teriam um risco duas vezes maior de apresentarem pensamentos suicidas e aqueles com modificações no GRIK2, o risco seria oito vezes maior. Quando ambos os genes estão alterados, o risco aumenta para 15 vezes” frisaram.

Desta forma, Fracis McMahon assumiu-se convicto de que a tendência suicida frente ao uso de antidepressivos, “é uma condição geneticamente determinada” destacando que “poderão ser feitas investigações futuras no desenvolvimento de testes de triagem genética para a identificação das pessoas que estão sob este risco.”

Entretanto, Elliot Gershon, da Universidade de Illionois (EUA) defendeu ainda que a descoberta “permitirá o desenvolvimento de novos tratamentos contra a depressão, baseados nas diferenças genéticas individuais.”

Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, estudos detalhados sobre o tema deverão ser realizados em breve.

Raquel Pacheco

Fonte: ScienceNOW Daily News

Analgésicos podem aumentar apnéia do sono

Após toma do medicamento, indivíduos tiveram mais de cinco episódios de distúrbio por hora, revela estudo norte-americano

Os analgésicos podem provocar apnéia do sono. A conclusão resultou de uma questão levantada por investigadores norte-americanos: saber se alguns medicamentos, utilizados para o tratamento da dor crónica - como os opióides, a metadona e os benzodiazepínicos - poderiam provocar paragens respirtórias.


Partindo do princípio de que a dor crónica é um componente realmente prejudicial ao sono e, consequentemente, muitas pessoas usam medicamentos, não só para o alívio da dor, mas também para conseguirem relaxar e descansar, uma equipa da Universidade de Buffalo SUNY, nos Estados Unidos, procurou avaliar se essas medicações, ao invés de ajudar, poderiam interferir no próprio sono.

“Durante a investigação, os doentes que faziam uso de terapias com essas medicações específicas foram avaliados enquanto dormiam, através de aparelhos de polissonografia”, explicaram os investigadores.

Para os cientistas, os resultados encontrados foram preocupantes: “Estados de apnéia e de hipopnéia foram anormais em cerca de 75% dos doentes estudados”, sustentaram, acrescentando que estes indivíduos “tiveram mais de cinco episódios desses distúrbios por hora, após terem tomado o medicamento, sendo que, os piores valores foram encontrados entre aqueles que utilizaram metadona, onde a gravidade se correlacionava à dose empregada.”

Segundo considerou a «Pain Medicine», estas descobertas representam “um alerta para que haja vigilância, entre os pacientes que usam medicamentos para a dor, durante o sono”, destacando que “pois podem sofrer episódios de apnéia enquanto dormem.”

Raquel Pacheco

Fonte: Pain Medicine/ www.painmed.org/patient/press
www.sciencedaily.com/releases

Índia põe termo à liberdade de fixação de preços para medicamentos inovadores

O governo indiano vai por fim à liberdade concedida às farmacêuticas para estabelecerem os preços dos medicamentos inovadores. A medida surge depois da “National Prescription Pricing Authority” (NPPA), autoridade responsável pelo controlo da fixação de preços de medicamentos no país, ter alertado o governo acerca de suspeitas de que as empresas estavam a abusar desta liberdade ao estabelecer preços iniciais inflacionados, de forma a contornar o requisito que define que o preço de um medicamento não deve subir mais de 10 por cento num mesmo ano.

Segundo noticia o portal Pharma Times, inquéritos de mercado levados a cabo pela NPPA revelaram um abuso generalizado do sistema estabelecido. Por sua vez, relatórios elaborados a nível local revelam agora que as multinacionais farmacêuticas têm também contornado este requisito ao importarem novos medicamentos inovadores em vez de os produzirem localmente, uma vez que ao fazê-lo teriam que permitir às autoridades que verificassem os custos de produção dos fármacos.

Cerca de 75 por cento dos produtos no mercado farmacêutico indiano não estão sujeitos ao controlo de preços. A NPPA sugere agora ao governo que as autorizações de comercialização, que são concedidas pela “Drugs Controller General of India”, entidade que controla os medicamentos a nível nacional, ou pelas autoridades próprias de cada estado, estejam condicionadas à aceitação de um preço estabelecido pela autoridade reguladora.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times, Pharmalot.

Fármaco oncológico oral demonstra efectividade em mieloma múltiplo

Estudos demonstraram que o fármaco oncológico oral Revlimid (lenalidomida), da Celgene Corporation, em combinação com dexametasona, é eficaz no tratamento de pacientes com progressão do mieloma múltiplo.

Segundo os dois estudos conduzidos nos Estados Unidos e na Europa, e publicados na edição semanal da “New England Journal of Medicine”, o Revlimid, um derivado da talidomida, ajudou a reduzir os tumores em aproximadamente 60 por cento dos pacientes, em combinação com dexametasona, um corticosteróide, e evitou que o cancro se espalhasse por um período de seis meses.

Os pacientes que receberam Revlimid, em combinação com dexametasona, para tratar a progressão da doença obtiveram melhores resultados do que aqueles tratados com dexametasona combinada com placebo. O fármaco demonstrou reduzir os tumores e diminuir a velocidade de dispersão do mieloma múltiplo, um cancro potencialmente fatal da medula óssea, aumento assim as taxas de resposta e a duração da resposta.

Segundo os dados publicados, os pacientes com mieloma múltiplo que receberam Revlimid, e que já tinham sido tratados anteriormente, apresentaram uma taxa média de sobrevivência sem precedentes de três anos, a maior média de sobrevivência observada em ensaios de Fase III deste grupo de pacientes.

O fármaco é o mais recente das denominadas novas terapias que alteraram o resultado para os pacientes com esta doença, e que estão a ajudar estes pacientes a viver mais tempo e com melhor qualidade de vida. O Revlimid foi aprovado, em combinação com a dexametasona, nos Estados Unidos e na Europa para pacientes que receberam, pelo menos, uma terapia anterior.

Isabel Marques

EMEA suspende autorização de comercialização da Aprotinina

Benefícios de utilização do Trasylol e Trasynin não superam riscos

A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) recomendou a suspensão da autorização de introdução no mercado (AIM) dos medicamentos que contêm aprotinina para uso sistémico, Trasylol e Trasynin. Depois de avaliar a actuação destas substâncias, a autoridade reguladora europeia concluiu que os riscos da utilização das mesmas são superiores aos benefícios.

Em Portugal a comercialização do Trasylol, utilizado para controlar as perdas sanguíneas em doentes submetidos a cirurgias cardíacas, encontra-se suspensa deste o inicio do mês de Novembro. A medida foi posta em prática pelo Infarmed depois de um estudo ter apontado a possibilidade do medicamento aumentar o perigo de morte em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca.

De acordo uma circular informativa divulgada este sexta-feira pelo Infarmed, no âmbito da revisão desta questão de segurança, o Comité Científico de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMEA concluiu “que os riscos da utilização deste medicamento são superiores aos benefícios, consequentemente a sua AIM deverá ser suspensa nos Estados Membros que têm a aprotinina no mercado”.

A recomendação do CHMP vem na sequência da suspensão da autorização de introdução no mercado (AIM), por parte da Autoridade Competente Alemã, dos medicamentos contendo aprotinina para uso sistémico, no dia 5 de Novembro. A decisão baseou-se nos resultados recentes e preliminares do estudo BART, que indicavam um aumento da mortalidade nos doentes que utilizaram aprotinina. A Bayer, responsável pela produção do medicamento, decidiu suspender a comercialização a nível mundial dos seus fármacos que contêm esta substância activa.

A opinião do CHMP será agora enviada para a Comissão Europeia para adopção da Decisão, a qual será vinculativa a todos os Estados Membros da UE.

O Infarmed deixa ainda uma recomendação aos médicos, salientando que deverá ser analisada “a necessidade de terapêutica antifibrinolitica na prevenção de perdas sanguíneas durante a cirurgia de “bypass” e, no caso de ser necessário, utilizar outros medicamentos com a mesma indicação terapêutica”.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed, Farmacia.com.pt.

Comércio paralelo de medicamentos põe em risco segurança dos pacientes

O circuito paralelo de comércio de medicamentos na Europa está a preocupar os especialistas do sector que alertam para a necessidade de uma revisão urgente à cadeia de distribuição para não pôr em causa a protecção dos pacientes. A Aliança Europeia para o Acesso a Medicamentos Seguros (EAASM na sigla inglesa) apresentou um relatório no Parlamento Europeu que traça o perfil do comércio farmacêutico paralelo na Europa e fala das implicações dos canais de distribuição europeus na segurança dos doentes.

Dados recentes divulgados pela União Europeia (UE) indicam que, durante o ano passado foram confiscados nas fronteiras da UE mais de 2,7 milhões de medicamentos falsificados, um aumento de 384 por cento relativamente aos números do ano anterior, com 560.568 falsificações apreendidas. Este é um indicador de que os medicamentos contrafeitos existem praticamente em toda a Europa e não apenas na Europa de Leste.

As vias de entrada dos fármacos contrafeitos no Continente Europeu são cada vez mais hábeis, tendo-se transformado numa actividade que deixou de ser efectuada apenas através da Internet. De acordo com Jonathan Harper, autor deste estudo e um dos principais especialistas europeus em medicamentos falsificados e na cadeia de distribuição, o mais preocupante é o facto dos medicamentos contrafeitos terem chegado este ano aos pacientes do Reino Unido através de um comércio farmacêutico paralelo, dando origem a uma ordem de recolha do mercado de Classe I por parte da autoridade reguladora do país, o que significa que existiam sérios riscos para a saúde, incluindo o de morte.

O sistema europeu de distribuição de fármacos é extremamente complexo, confuso e desregulado, com níveis múltiplos e cadeias paralelas de distribuição, uma situação que coloca os pacientes em risco, alerta o responsável pelo relatório. Os cidadãos europeus recebem medicamentos que podem ter estado em 20 mãos diferentes, através de países com idiomas e sistemas de licenciamento distintos. Assim, e por uma questão de saúde pública, deveria ser possível saber onde é que determinados medicamentos se encontram numa determinada altura, algo que não se verifica, refere Harper.

Para além disso, existe um grande factor de invisibilidade, que dissimula o verdadeiro alcance da presença de medicamentos falsificados na Europa. Esta camuflagem deve-se não só à própria natureza dos produtos farmacêuticos, mas também ao facto dos medicamentos falsificados serem sempre difíceis de detectar em comparação com outros produtos contrafeitos. A este problema acresce ainda a falta de consciencialização sobre a ameaça que representam os medicamentos contrafeitos, uma situação que já tinha sido denunciada pelo Farmacia.com.pt aquando da divulgação do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acerca deste fenómeno.

Com base na sua análise ao problema, Jonathan Harper deixa um conjunto de vinte recomendações específicas, das quais, doze dizem respeito ao comércio farmacêutico paralelo, que complica a cadeia europeia de distribuição de várias maneiras. “Devido à crescente preocupação em torno da segurança da distribuição, em particular, e á ameaça dos medicamentos falsificados, adulterados e desviados dos controles, existem boas razões para rever todas as operações comerciais de produtos farmacêuticos na Europa”, defende o especialista.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma, Pharma Times.

Reino Unido prepara nova estratégia para combater fármacos falsificados

A agência reguladora dos medicamentos no Reino Unido (MHRA, sigla em inglês) planeia lançar uma nova estratégia para lidar com os fármacos falsificados, segundo relatou o jornal “The Financial Times”. Esta acção surge em resposta às preocupações internacionais levantadas pelos reguladores e pelas companhias farmacêuticas relativamente à produção e comercialização de medicamentos contrafeitos, que podem matar pacientes e provocar resistência aos fármacos.

Em entrevista ao jornal, o chefe da unidade de aplicação de leis da MHRA, Michael Deats, especificou que a agência irá implementar uma série de medidas, incluindo um maior enfoque nos medicamentos genéricos, mais testes aos fármacos patenteados, sentenças mais duras para os criminosos e maior colaboração policial interfronteiriça.

Além disso, a agência também está a planear rever a forma como os fármacos são distribuídos e comprados no Reino Unido, o que pode resultar numa menor generalização das licenças de medicamentos fornecidas pela MHRA. Os grandes distribuidores têm requerido um controlo mais rígido das importações e exportações, sugerindo que o grande número de licenças pode facilmente criar um largo caminho para a entrada de produtos contrafeitos na cadeia de vendas.

Segundo revelou Deats, tem havido um aumento de apreensões, tanto no Reino Unido, como em outros países. Como os falsificadores de fármacos podem fazer muito dinheiro com poucos riscos, é necessário intensificar a actuação das autoridades. Actualmente, já existe um aumento da cooperação entre reguladores, alfândegas e polícia noutros países, especialmente na Europa Continental.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Financial Times
Stand automóvel e empresa de crédito ofereciam vacinas
Infarmed inviabilizou campanha publicitária


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) enviou uma notificação a um stand automóvel e uma empresa de concessão de crédito, no sentido de promover a cessação de uma campanha publicitária que considerou não ser legal. Em causa estava a pretensão das duas firmas de oferecer vacinas contra o cancro do colo do útero aos compradores de automóveis novos da marca.

Considerando que a acção promocional – disponível em caixas multibanco e jornais e revistas especializadas no ramo automóvel – promovia ilegalmente o consumo de um medicamento sujeito a receita médica, o Infarmed contactou as duas empresas, avisando-os para “a título cautelar”, cessarem de imediato a publicação do anúncio em causa. O decreto-lei que estabelece o regime jurídico dos medicamentos de uso humano, promulgado e em vigor desde 2006, considera tratar-se de publicidade a medicamentos “qualquer forma de informação, prospecção ou incentivo que tenha por objecto ou efeito a promoção da sua prescrição, dispensa, venda, aquisição ou consumo junto do público em geral”, que é proibida, nos termos daquele diploma. A lei determina igualmente que a publicidade a fármacos sujeitos a receita médica só pode ser dirigida aos profissionais de saúde, na imprensa especializada e fazendo sempre referência às características do produto anunciado.
João Rodrigues, proprietário do stand automóvel, disse à Agência Lusa que não se apercebeu, em momento algum, de que estaria a cometer uma ilegalidade, uma vez que na campanha publicitária não era feita qualquer referência ao nome comercial da vacina. “Para preparar esta campanha contactámos outras empresas e diversos médicos, que nunca perceberam que poderia tratar-se de uma ilegalidade”. A ideia, frisou, não era mover qualquer concorrência às farmácias: “Não identificámos a marca do medicamento e pagaríamos as vacinas e os rastreios”, vincou. O stand de João Rodrigues tem levado a cabo inúmeras campanhas de cidadania associadas à venda dos seus automóveis, como foi o caso de anúncios anteriores, relacionados com a segurança rodoviária ou com a promoção do consumo de produtos made in Portugal. Esta campanha inserir-se-ia na mesma linha, não fosse o caso de ter sido considerada ilegal pelo Infarmed.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa
Investigação desenvolvida na Universidade de Coimbra
Um café por dia pode prevenir Alzheimer


Adágios como “somos o que comemos” ou “one apple a day keeps the doctor away” (uma maçã por dia mantém o médico à distância) são antigos e têm por base ideias relacionadas com as propriedades de alguns alimentos que contribuem para o bem-estar de quem os consome. Uma equipa de cientistas do Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra concluiu agora que também uma chávena de café por dia poderá ser útil na prevenção da doença de Alzheimer…

Tendo por base um estudo que estabeleceu a comparação entre o estado de saúde de pessoas que consomem diariamente café ao longo da vida e outras que não têm aquele hábito, a investigação desenvolvida pelos cientistas da cidade do Mondego aferiu que a ingestão diária de um café pode ter vantagens na prevenção daquela doença degenerativa, sendo objectivo deste estudo “identificar alvos terapêuticos” e “testar diversos compostos químicos”, para avaliar da sua eventual capacidade para serem neuroprotectores. Avultando entre as demais doenças do foro degenerativo, o Alzheimer afecta actualmente cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo, e em Portugal existirão, à luz dos mais recentes dados disponíveis, 70 mil doentes. Nesta linha de pensamento, a equipa de investigadores de Coimbra considera que “estes estudos são importantes”, porque “mostram que os próprios hábitos podem influenciar a doença de Alzheimer, como acontece com as cardiovasculares”, como disse Cláudia Pereira, especialista interveniente neste estudo.
Salientando que a finalidade destes estudos é, invariavelmente, encontrar caminhos para o desenvolvimento de novos fármacos, Cláudia Pereira acredita que “poderá existir uma estratégia terapêutica para problemas associados à memória. A cafeína poderá ser um princípio activo no tratamento de doenças neurodegenerativas”. No Museu da Ciência de Coimbra, onde teve lugar a conferência «Quando a memória nos atraiçoa», a investigadora deu conta da sua convicção de que “uma dose diária de café retarda, de certo modo, o surgimento da doença”, frisando que têm vindo a ser feitos testes laboratoriais com ratos. Porque a perda de neurónios ocorre muito antes das primeiras manifestações da doença de Alzheimer, que normalmente têm lugar por volta dos 65 anos (conduzindo à morte dos pacientes num prazo de oito anos), Cláudia Pereira atesta a importância de perceber, tão rapidamente quanto for possível, os mecanismos da perda da memória associados à patologia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Fábrica de Conteúdos, Universidade de Coimbra