segunda-feira, 9 de julho de 2007

Gordura do corpo para reconstituir a mama

Retirar gordura da barriga e nádegas, através da lipoaspiração, pode ser uma nova técnica para reconstruir o peito de uma mulher a quem tenham retirado parte, ou a totalidade da mama, devido a um tumor maligno (mastectomia).


O uso de gordura do próprio corpo é muito comum na cirurgia plástica, mas na reconstituição mamária não tem sido bem sucedida, porque a gordura é absorvida pelo corpo. A nova técnica adiciona a esta matéria gorda as suas próprias células mãe. Assim, quando são injectadas no peito, vão estimular a irrigação sanguínea local, dando origem à formação de um tecido que num prazo aproximado de seis meses vai encher a mama.


No Japão, já foram submetidas a esta cirurgia 19 mulheres. Todas tiveram resultados positivos. Apesar dos resultados positivos, há cientistas que estão cépticos porque consideram um implante de gordura pode dar um aspecto de caroço à mama. Neste sentido, os estudos vão continuar. A entrada no novo método na Europa está prevista para 2008.

O estudo foi publicado na revista Chemistry and Industry.

sara pelicano

fontes: BBC

AstraZeneca entra em acordo de 200 milhões de libras com a Silence Therapeutics

A AstraZeneca assinou um acordo de colaboração em I&D (Investigação e Desenvolvimento) com a Silence Therapeutics para novas terapêuticas respiratórias, com a duração de três anos. O acordo pode chegar a render até 200 milhões de libras para a Silence Therapeutics.

A Silence Therapeutics e a AstraZeneca irão colaborar conjuntamente na fase inicial de identificação e optimização de novas moléculas siRNA. Esta colaboração tem como objectivo o desenvolvimento e a descoberta das propriedades das moléculas siRNA contra cinco alvos específicos identificados pela AstraZeneca.

A AstraZeneca irá receber uma licença para a tecnologia siRNA da Silence Therapeutics, mediante o pagamento de 7,5 milhões de libras. A Silence Therapeutics irá receber inicialmente um pagamento referente a taxas de acesso de 2,5 milhões de libras, e a AstraZeneca irá ainda comprar 5 milhões de libras de acções da Silence Therapeutics. A Silence Therapeutics também irá receber pagamentos que dizem respeito aos objectivos comerciais atingidos e regalias em qualquer produto comercializado, enquanto que a AstraZeneca será responsável pelo desenvolvimento clínico e comercialização de todos os candidatos desenvolvidos durante o acordo.

O vice-presidente da área de investigação e desenvolvimento da AstraZeneca, Jan Lundberg, sublinhou que a tecnologia siRNA permitirá à AstraZeneca apontar mecanismos de doenças difíceis de tratar por pequenas moléculas e outras abordagens. O acordo inclui uma opção para estender a colaboração a outras doenças.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, Silence Therapeutics

Vacina contra o cancro do cérebro aprovada na Suíça

A primeira vacina contra o cancro cerebral recebeu hoje autorização de comercialização na Suíça. O fármaco é produzido pela Northwest Biotherapeutics, uma empresa norte-americana de biotecnologia. A decisão da entidade reguladora suíça fez disparar as acções da Northwest Biotherapeutics em 34 por cento na bolsa de Londres.

A utilização do DCV ax-Brain, aprovada pelo Instituto Suíço de Saúde Pública, deverá tornar-se numa realidade para os pacientes daquele país durante o terceiro trimestre deste ano. O plano de aprovação prevê que a Northwest possa produzir a vacina nos Estados Unidos da América (EUA) e disponibilizá-la para o tratamento de doentes com cancro cerebral em centros seleccionados na Suíça.

A empresa salienta que o DCVax-Brain será a primeira vacina terapêutica comercializada, isto porque, difere das vacinas regulares, sendo administrada aos pacientes que apresentam uma condição pré-existente para estimular o sistema imunitário. Durante os ensaios clínicos, o medicamento conseguiu atrasar a reincidência da doença em pacientes recém-diagnosticados em cerca do triplo do tempo, e aumentar a esperança de vida para mais do dobro. Para além disso, de acordo com a empresa responsável, a terapia não provocou os efeitos secundários debilitantes associados aos tratamentos comuns, como é o caso da quimioterapia.

Por norma, os tumores cerebrais e, em especial, os malignos, são tratados com uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Depois de se ter extirpado a maior quantidade possível de tumor, inicia-se a radioterapia. Os cancros cerebrais desenvolvem-se muito rapidamente e os pacientes recém-diagnosticados sobrevivem, em média, cerca de 14,6 meses.

O fármaco encontra-se actualmente em Fase II de ensaios clínicos nos EUA, num estudo que envolve 141 doentes e que deverá estar concluído no final de 2008. Depois de analisar os resultados, a Northwest pretende requisitar a aprovação da vacina nos EUA e na União Europeia em meados de 2009. “Estamos muito satisfeitos por sermos a primeira empresa a colocar no mercado uma vacina terapêutica personalizada para os cancros do cérebro, uma doença com um prognóstico tão desanimador para os pacientes”, destacou Alton Boynton, presidente e director executivo da Northwest Biotherapeutics. O próximo passo será “levar o DCVax-Brain a pacientes de outros paises, e aplicar a nossa tecnologia DCVax em muitos outros cancros”, concluiu o responsável.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, IOL News, Financial Times, Manual Merck.

Cientistas identificam o gene que provoca cancro no intestino

O gene identificado pode aumentar em 20% o risco de desenvolver cancro no intestino. O estudo, publicado na revista Nature Genetics, foi realizado por cientistas escoceses a 30 mil doentes oncológicos.

No estudo participaram pessoas com cancro no intestino e pessoas saudáveis. Os investigadores realizaram testes de ADN ao genoma de cada um, então verificaram que um apresentava sempre a mesma mutação, inexistente nas pessoas saudáveis.

Ainda numa fase inicial o responsável pela investigação, Ian Tomlinson, sublinha que «este é um primeiro passo importante, mas nós ainda temos um longo caminho a percorrer até termos um quadro completo de todos os genes envolvidos na transmissão do risco do cancro no intestino».

Actualmente estão identificados diversos genes que podem contribuir para o aparecimento do cancro no intestino, mas são raros na população, sendo causa de apenas 5% dos casos.

«No futuro estudos como este com vários tipos de cancro podem vir a ajudar as pessoas com risco elevado de desenvolvimento da doença, através de programas de análise do ADN e novos meios de tratamento», esclarece Harpal Kumar, director-executivo da Cancer Research do Reino Unido.

Sara Pelicano

Fontes: BBC

Centro de Informação Antiveneno recebeu mais de 27 mil pedidos de ajuda em 2006

O Centro de Informação Antiveneno (CIAV) recebeu no ano passado mais de 27 mil pedidos de ajuda, principalmente por intoxicações acidentais. No entanto, 4262 desses telefonemas foram motivados por intoxicações intencionais com medicamentos.

As tentativas de suicídio envolvem geralmente medicamentos, como os vulgares calmantes, mas também produtos domésticos e industriais, como os detergentes e na sua maioria são praticadas por mulheres entre os 20 e os 39 anos.

No entanto, apesar da gravidade destes casos a grande maioria das chamadas que o CIAV recebe prendem-se com casos acidentais, em que as mães deixam a pílula em cima da mesa-de-cabeceira ao alcance das crianças, ou dos pais que dão o xarope ou o antibiótico aos filhos em "duplicado", por exemplo.

Em 2006 registou-se um ligeira descida de telefonemas em relação ao ano anterior (menos 557), o que na opinião de Fátima Rato, coordenadora do CIAV se deve à diminuição das campanhas de divulgação do número de emergência e do centro antiveneno. A coordenadora considera mesmo “fundamental" o investimento em campanhas de informação, pois a grande maioria dos telefonemas continua a ser de cariz acidental.

A maioria das chamadas feitas para o número de emergência, o 808250143, acontece entre as 18 horas e a uma da madrugada, uma vez que este período "corresponde à hora em que as pessoas chegam a casa e que mexem mais nos produtos", esclareceu Fátima Rato.

"Há dias tivemos uma criança que tinha comido 28 pílulas", contou a médica, lembrando ainda o caso curioso de uma senhora que engoliu um supositório. Apesar de irrisórios estes são casos em que as consequências não são gravosas. No entanto, existem situações muito graves em que as intoxicações podem mesmo ser fatais.

A troca de embalagens de detergentes, por exemplo, é muito frequente, essencialmente “em cafés e restaurantes com os descalcificantes das máquinas. Depois vemos nos jornais que as pessoas ficaram queimadas por causa da água e não é bem assim", alerta a coordenadora do CIAV.

O CIAV recebe por dia uma média de 78 chamadas directas, mas atende também os telefonemas encaminhados pela linha Saúde 24 e dos hospitais que ligam a pedir informações sobre determinados casos de intoxicações.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Portal do Cidadão esclarece dúvidas dos utentes sobre o SNS

“O Utente no Serviço Nacional de Saúde” é o título do novo dossier disponibilizado pelo Portal do Cidadão que fornece um vasto conjunto de informações e esclarece as dúvidas dos utentes acerca do funcionamento dos serviços públicos de saúde.

Este arquivo desempenha a função de um guia onde poderão ser esclarecidas dúvidas sobre como obter um médico de família, marcar uma consulta ou realizar um tratamento no estrangeiro.

Estão também disponíveis todas as indicações acerca dos procedimentos necessários para fazer uma inscrição no centro de saúde, pedir o de cartão de utente ou apresentar uma reclamação.

A iniciativa nasce de uma parceria entre o Portal do Cidadão, o Portal da Saúde e a Direcção-Geral da Saúde.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos, Portal do Cidadão.

Novavax compra tecnologia da Wyeth

A Novavax, uma empresa de biotecnologia especializada no desenvolvimento de vacinas, estabeleceu um acordo de licenciamento não exclusivo com a farmacêutica norte-americana Wyeth. O objectivo é obter os direitos de uma aplicação de patente que engloba uma tecnologia de partículas semelhantes a vírus, para utilização em vacinas direccionadas aos seres humanos, em certas áreas de aplicação.

Nos termos de negócio foi estabelecida a execução de um pagamento antecipado, taxas de licença anuais, pagamentos por objectivos e atribuição de privilégios em qualquer venda de produtos. Até ao final de 2008, a Wyeth poderá reunir cerca de 3,6 milhões de euros em pagamentos.

A tecnologia de partículas semelhantes a vírus está a ser utilizada pela Wyeth para desenvolver vacinas para a gripe sazonal e pandémica, que actua de forma semelhante ao vírus que a provoca, causando a escassez do material genético que desencadeia a doença. Desta forma, o vírus é impedido de se reproduzir acreditando-se que perderá capacidade para causar infecções ou doenças.

Esta inovação poderá dar inicio ao desenvolvimento de novas vacinas que proporcionam maior imunidade, com doses mais reduzidas do que as administradas pelas actuais vacinas.

“Estamos muito satisfeitos por termos concluído este acordo de licenciamento com a Wyeth e encaramos esta licença como mais um passo importante para a construção de uma forte posição de propriedade intelectual para os nossos programas de vacina da gripe”, declarou Rahul Singhvi, presidente e director executivo da Novavax.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNN Money.

Protectores solares: Comissão Europeia elimina rotulagem enganadora

A chegada do verão e a corrida às praias faz despontar os avisos acerca da crescente incidência de melanomas e da utilização de protectores solares. È por isso que expressões como “protecção total” ou “protecção solar a 100%” vão deixar de constar dos rótulos das embalagens de protectores solares por decisão da Comissão Europeia.

Como parte de uma nova campanha que reforça os alertas e chama a atenção para os perigos da exposição solar excessiva, as expressões que sugiram uma protecção completa contra o sol deixam de poder figurar nas embalagens de protectores solares. De acordo com Meglena Kuneva, Comissária Europeia para a Protecção dos Consumidores este tipo de rotulagem é enganadora e contribui para ocorrência centenas de mortes anualmente.

Os novos padrões definidos por Bruxelas, em cooperação com a indústria do sector, contemplam a inclusão de informações acerca dos níveis de protecção contra os raios UVA e UVB. Isto porque “os consumidores necessitam de informação clara e precisa sobre os produtos de protecção solar para que possam proceder a escolhas informadas”, salientou Kuneva. A Comissão Europeia deverá definir que os protectores solares sejam obrigados a indicar se oferecem uma protecção baixa, média, alta ou muito alta, e que revelem não só o factor de protecção solar contra os raios UVB mas também qual o nível de protecção que oferecem contra os raios UVA.

Actualmente, os números visíveis nas embalagens, que indicam o factor de protecção solar, apenas se referem aos raios UVB, o mais responsável pelas queimaduras solares. Este factor pode criar uma sensação de falsa segurança, considera a comissária europeia, uma vez que esses produtos não protegem contra os raios UVA que, apesar de serem menos aptos a causar queimaduras, podem aumentar o risco de cancro de pele.

“É preciso reforçar a mensagem essencial de que o protector solar é apenas uma entre várias medidas necessárias para uma protecção efectiva contra o sol”, salientou a mesma responsável. “Quando são devidamente utilizados, os protectores solares podem ajudar a prevenir o cancro da pele, mas por si só não são suficientes”, frisou Markos Kyprianou, Comissário de Saúde da União Europeia, acrescentando que deve também ser evitada a exposição ao sol por longos períodos de tempo, permanecendo à sombra nas horas mais perigosas, e promovida a utilização de chapéu e óculos de sol. A uniformização dos rótulos dos produtos deverá estar concluída em 2008.

Marta Bilro

Fonte: Theage.com.au, Medical News Today, Channel4.

Terapêuticas de ARN fomentam parceria entre Roche e Alnylam

A farmacêutica suíça Roche estabeleceu uma aliança com a Alnylam Pharmaceuticals que lhe permitirá aceder à plataforma de tecnologia biofarmacêutica da empresa norte-americana, com vista ao desenvolvimento de tratamentos baseados no processo de interferência de ácido ribonucleico (ARN). A parceria deverá envolver cerca de 734 milhões de euros.

A Alnylam especializou-se no campo das terapêuticas com ARN, uma molécula responsável por possibilitar a circulação da informação genética do ADN para as proteínas. O processo de interferência de ARN tem a capacidade de determinar qual a função de um gene responsável por uma doença e de o desactivar, interrompendo a actividade da doença. O mecanismo de interferência de ácido ribonucleico foi descoberto pelos cientistas Andrew Z. Fire e Craig C. Mello, que lhes valeu o Nobel da Medicina e Fisiologia de 2006.

O ARN é um mecanismo natural que ocorre nas células, sendo responsável por acções chave como ligar e desligar os genes, controlar o desenvolvimento do embrião, podendo até desempenhar um papel importante no desenvolvimento do cancro. Uma vez que muitas doenças são causadas por uma actividade inapropriada de determinados genes, a possibilidade de os desligar através do ARN poderá proporcionar novas formas de tratamento para um largo conjunto de doenças. Este facto tem despertado a atenção das empresas farmacêuticas e a Roche não é a única a preocupar-se com o assunto. A Merck pagou recentemente cerca de 807 milhões de euros à Sirna Therapeutics para aceder às suas terapias de ARN.

“Fundamentalmente, esta tecnologia tem o potencial de tratar doenças de uma nova forma”, afirmou o presidente e director executivo da Alnylam, John Maraganore. O investimento do laboratório suíço é financeiramente determinante para a Alnylan, cujas receitas de 2006 não ultrapassaram os 19,7 milhões de euros. Os termos do acordo prevêem que a empresa norte-americana ceda à Roche uma autorização não exclusiva de utilização da sua tecnologia, mantendo assim os direitos de a licenciar a outras empresas. Segundo o acordo, a farmacêutica europeia deverá adiantar um pagamento de 243 milhões de euros, incluindo um investimento ligeiramente abaixo dos dois milhões de acções do stock da Alnylan, o que representa cerca de cinco por cento das acções da empresa.

A Roche espera iniciar os primeiros ensaios clínicos de fármacos experimentais baseados no processo de interferência da ARN dentro de dois anos. Segundo revelou Lee Babiss, director do departamento de investigação da Roche, os primeiros ensaios com humanos deverão concentrar-se no desenvolvimento de medicamentos para a asma e para a doença pulmonar obstrutiva crónica. De acordo com o mesmo responsável, os tratamentos para a diabetes tipo II e para o cancro colorrectal estarão também entre os primeiros medicamentos baseados em ARN a serem testados em seres humanos.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, The Wall Street Journal, Saúde na Internet.

EMEA estende licença de aplicação do Seretaide

O Seretaide, um medicamento da GlaxoSmithKline utilizado no tratamento e controlo da asma, recebeu aprovação de utilização na Europa para tratar pacientes com doenças pulmonares.

O fármaco, comercializado nos Estados Unidos da América como Advair, é o mais bem sucedido do laboratório britânico e o segundo medicamento mais vendido no mundo. As vendas do fármaco a nível mundial atingiram, em 2006, os 4,87 mil milhões de euros. A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) resolveu alargar a licença do Seretaide para que possa ser utilizado numa extensa camada de pacientes que sofrem de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), uma patologia que afecta, em Portugal, cerca de 5,3 por cento da população.

A revisão da entidade reguladora surge na sequência da apresentação de um importante estudo clínico sobre a utilização da substância em pacientes com DPOC, anunciou a Glaxo. A decisão vai permitir que mais pacientes com doença pulmonar possam ser tratados com Seretaide numa fase precoce da doença, antes de esta progredir para um estado mais grave.

A doença pulmonar obstrutiva crónica “é um estado patológico que se caracteriza por uma limitação do débito aéreo (ventilação), geralmente progressiva e com reduzida reversibilidade”, refere o Portal da Saúde. Por norma, a sua origem está associada a uma resposta inflamatória anómala dos pulmões à inalação de partículas ou gases nocivos. O tabagismo é o principal responsável pela doença, sendo que a exposição à inalação de partículas ou gases nocivos também contribuem.

O Seretaide (Fluticasona + Salmeterol) é um agonista beta-2 de longa duração de acção e corticosteróide inalado. De acordo com as novas indicações europeias, o medicamento poderá ser utilizado nos pacientes com DPOC cuja função pulmonar apresenta 60 por cento do nível normal de FEV1 (redução da função pulmonar), contra os 50 por cento em que era indicado anteriormente, abrangendo uma população de doentes mais vasta.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Reuters, Portal da Saúde, Revista Portuguesa de Pneumologia.

Identificado gene responsável por cancro colorrectal

Uma equipa de cientistas internacionais realizou uma descoberta genética que poderá salvar muitos doentes com cancro colorrectal (cancro do intestino grosso e do recto), uma vez que, aumenta a eficácia dos exames, levando à detecção precoce dos casos de cancro do intestino. Os investigadores identificaram o primeiro gene com defeito comum relacionado a um aumento acrescido de vir a desenvolver a doença.

Depois de analisar mais de 100 mil amostras de material genético de 15 mil pessoas, a equipa de cientistas canadiana identificou uma particularidade específica no cromossoma 8 que está associada ao cancro colorrectal. Por sua vez, investigadores britânicos e norte-americanos detectaram a mesma peculiaridade, no mesmo cromossoma. De acordo com Tom Hudson, presidente do Instituto para Pesquisa de Cancro de Ontário e principal orientador do estudo no Canadá, o facto de uma pessoa possuir essa variação genética aumenta o risco de desenvolver cancro colorrectal em cerca de 20 por cento.

O defeito genético foi previamente relacionado com o cancro da próstata e o cancro da mama, o que poderá significar que este é também responsável por uma grande variedade de cancros comuns, explicou o mesmo especialista. As novas informações genéticas, descobertas através dos estudos das três equipas de especialistas e publicadas no jornal “Nature Genetics”, poderão ajudar a identificar pessoas em risco de contrair a doença e conduzir a novos exames e métodos de prevenção.

“Esta investigação é um passo muito importante em direcção à redução do número de mortes por cancro do intestino”, afirmou Emma Mowat, do “Bowel Cancer”, no Reino Unido. Segundo afirmou a investigadora, “esta descoberta poderá duplicar o número de pessoas que conseguimos identificar como sendo portadoras de um risco acrescido da doença – 10 por cento das pessoas são diagnosticadas em resultado do historial familiar e 10 por cento resultam deste gene”. Já foram identificadas várias variações genéticas capazes de aumentar o risco de cancro, porém, são raras e representam menos de cinco por cento dos casos. A partir de agora deverá ser mais fácil elaborar um exame de acordo com os vários genes diferentes que aumentam o risco de desenvolver cancro do intestino, dando origem a uma prevenção melhorada, a um diagnóstico precoce e a um tratamento mais eficaz.

Nos países ocidentais, o cancro colorrectal “é a segunda causa mais frequente de cancro e a segunda causa de morte por cancro”, refere o Manual Merck. A incidência desta doença começa a aumentar aos 40 anos de idade e chega ao máximo entre os 60 e os 75 anos. O cancro do intestino grosso (cancro do cólon) é mais frequente em mulheres, enquanto o do recto incide mais sobre população masculina. Cerca de 5 por cento das pessoas com cancro do cólon ou do recto têm mais do que um cancro colorrectal ao mesmo tempo.

Marta Bilro

Fonte: The Star, Telegraph.com.uk, Manual Merck.

Estudos preliminares de fármacos para outros males
Novas esperanças contra o cancro


Dois medicamentos concebidos para dar resposta a doenças como a diabetes e a obesidade revelaram eficácia no combate ao cancro. São vias travessas por onde caminha a investigação científica na área da Saúde, materializadas desta feita na descoberta de duas novas esperanças para os doentes oncológicos.

Dois estudos experimentais aferiram a descoberta de propriedades inesperadas em medicamentos que desenvolviam os seus autores. A polémica rosigliatazona, que é indicada para o tratamento da diabetes, demonstrou capacidade para incrementar os efeitos positivos da quimioterapia, enquanto o orlistat, substância activa usada no combate à obesidade, parece ser capaz de destruir as células cancerosas, à luz do que aferiu uma equipa de especialistas da Universidade de Wake Forest, nos Estados Unidos, no âmbito de um ensaio clínico desenvolvido ao longo dos últimos cinco anos, e cujos resultados foram agora publicados na revista «Nature Structural and Molecular Biology».
De acordo com aqueles especialistas, o orlistat actua sobre uma proteína presente na superfície das células afectadas por tumores, responsável pela sua morte. Não obstante, os cientistas afirmam que o medicamento não pode ser usado de forma isolada no combate ao cancro, uma vez que apenas actua no sistema digestivo. A sua mais-valia reside no facto de ele permitir conhecer o mecanismo de acção que predispõe para o desenvolvimento de novas soluções farmacológicas. “A proteína responsável pela destruição das células cancerosas está praticamente ausente nas células saudáveis”, segundo explicou o investigador Steven Kridel, e a descoberta desse aspecto permitiu abrir novos caminhos à ciência médica.
Num outro estudo, que teve por base a administração de rosigliatazona em ratinhos de laboratório, uma equipa de cientistas do Instituto Dana-Farber do Cancro, com sede em Boston, descobriu que a reconversão daquele fármaco para a diabetes é capaz de aumentar a eficácia de vários químicos usados no combate ao cancro. A investigação, publicada na revista «Cancer Cell», explica que a combinação desses platinos (medicamentos de grande toxicidade que muitas vezes geram resistência nos pacientes, que deixam de responder à medicação) com a rosiglitazona reduz significativamente o crescimento dos tumores no pulmão e nos ovários.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo
Adesivo da Novartis para doentes de Alzheimer
Exelon Patch aprovado nos Estados Unidos


O grupo farmacêutico Novartis, com sede na Suíça, anunciou hoje ter recebido a aprovação da norte-americana Food and Drug Administration para a introdução no mercado do Exelon Patch, um adesivo para aplicação na pele que surge como uma alternativa aos medicamentos de administração oral no tratamento do Alzheimer.

De acordo com a Novartis, a FDA aprovou o uso do novo tratamento em pacientes com demência ligeira ou moderada provocada por aquela doença progressiva e de degeneração gradual do cérebro. O patch deve ser aplicado nas costas, no peito ou no antebraço do doente, e mantém estável a distribuição do fármaco no organismo, melhorando a sua tolerância e permitindo a um maior número de doentes receber doses de medicação mais eficazes.
A empresa farmacêutica estima em cerca de 18 milhões o número de doentes de Alzheimer a nível mundial. Em Portugal, segundo dados da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Pessoas com Alzheimer, que em 2006, com o apoio da Novartis, lançou um manual do cuidador daqueles doentes, são actualmente cerca de 60 mil os cidadãos afectados por aquela doença degenerativa progressiva.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters, APFADA e Novartis
REPORTAGEM
Inoculação potencia imunidade ao organismo...
Vacinas salvam milhões de pessoas


A indução da imunidade através da inoculação, na forma enfraquecida, de agentes causadores de doenças (vacinação), como meio para evitar estados patológicos, constitui uma das acções básicas no domínio da saúde pública e, com excepção do advento do saneamento básico, nenhum outro avanço trazido pela modernidade – nem o surgimento dos antibióticos – teve o mesmo impacto em termos de redução da mortalidade e do crescimento da população mundial.

As vacinas – que a Organização Mundial de Saúde estima terem evitado cerca de dois milhões de mortes apenas em 2002, enquanto cinco milhões de pessoas terão escapado à paralisia provocada pela poliomielite desde 1988, e entre 1999 e 2003 as mortes devidas ao sarampo tenham sofrido uma diminuição de 40 por cento – representam o maior avanço mécico-científico do século XX, porque permitiram a erradicação de doenças como a varíola, e fizeram também baixar, quase ao zero, a prevalência de patologias como a poliomielite, o sarampo ou a difteria, que não há muito tempo eram diagnósticos mortais. Consequentemente, a OMS reconhece a vacinação como um dos investimentos em saúde mais prementes e efectivos em termos de custos.
No entanto, apesar de essencial à salvaguarda do bem-estar dos indivíduos e das sociedades, a vacinação dos adultos é muitas vezes negligenciada, o que em parte se justifica com uma certa ignorância que faz com que se pense que só as crianças têm de respeitar um calendário de imunizações. Exemplo desse alheamento, e de algum obscurantismo dos mais velhos face ao dever da vacinação, é o facto de, na cidade brasileira de São Paulo, onde a vacina contra o tétano é eficaz e disponível nos serviços de saúde, 90 por cento dos diagnósticos ocorrerem em adultos. À luz de dados recentes da OMS, cerca de 45 mil óbitos registados por ano em cidadãos brasileiros adultos devem-se a doenças facilmente evitáveis através do recurso à vacinação.

Profissionais de saúde
Médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e farmacêuticos são profissionais que lidam de perto, e todos os dias, com pessoas infectadas pelas mais variadas patologias. O quadro clínico de um qualquer paciente pode facilmente ser exportado para um destes profissionais de saúde, que devem, por isso, ter cuidados redobrados em termos de salvaguarda do seu estado de saúde, até porque se encontram numa situação em que vêem aumentado o seu risco de contrair infecções, mas também a propensão para as transmitir a outros doentes. Reagindo a esse risco aumentado de doença, a Organização Mundial de Saúde e os responsáveis pelos aparelhos sanitários em todo o mundo recomendam e alertam para a extrema necessidade da imunização dos profissionais de saúde contra certas doenças infecciosas, com uma tríplice fundamentação: proteger os profissionais, as suas famílias e os doentes que lidam com eles.
Apesar de serem instrumentos fundamentais nas estratégias de implementação de programas de vacinação que abarquem toda a sociedade, estudos vários apontam para uma taxa de imunização insuficiente entre médicos, enfermeiros, auxiliares e farmacêuticos, avisando da necessidade de melhorar esses parâmetros. Expostos diariamente a diversas doenças infecciosas – transmissíveis por via aérea (como a tuberculose, a varicela, a rubéola, o sarampo, a gripe, as viroses respiratórias e a doença meningocócita), pelo sangue ou por fluidos orgânicos contaminados (sida, hepatites B e C e raiva), por via fecal/oral (hepatite A, gastroenterite e cólera), ou pelo simples contacto com o paciente (escabiose, pediculose e colonização por estafilococos, entre outras) –, todos os profissionais de saúde, e não só aqueles que trabalham em ambiente hospitalar, devem ter em conta a necessidade de se vacinarem regularmente.
Gripe, hepatite B, sarampo, rubéola e tuberculose (a chamada BCG) são as cinco principais vacinas recomendadas aos profissionais de saúde, a que acrescem as imunizações contra o tétano e a difteria, muito importante para a generalidade da população. Além destas, deve ainda avaliar-se a necessidade eventual de outras vacinas, designadamente contra a poliomielite, a febre tifóide, a febre-amarela ou a coqueluche, tendo em conta a prevalência local de cada uma destas infecções e os riscos individuais de exposição a elas. Em todos os casos é importante a garantia de que o profissional de saúde não representa um risco para os doentes que trata.

Carla Teixeira
Fonte: Livro «Ambientes favoráveis à prática: condições de trabalho = cuidados de qualidade», RiscoBiologico.com, Diário de Notícias, IMIP, informações de fontes próprias
Farmacêuticos têm papel-chave no aconselhamento
Farmácia portátil para as férias

Independentemente do destino que se adopte e das precauções específicas a que ele possa obrigar, como a vacinação, há doenças que podem “atacar” em qualquer parte do mundo, no momento menos esperado. A inclusão de uma farmácia portátil na bagagem, nomeadamente por parte dos doentes crónicos, pode ser um acto de extrema importância e salvar-lhes a vida. O farmacêutico deve aconselhar cada doente sobre o que ele deve transportar em viagem.

Além da fuga aos horários rigorosos, do apelo ao repouso e da tentativa de dormir mais horas, a adopção de uma alimentação saudável, com ingestão de água em quantidade, e da prática regular de exercício físico, que não deve ser descurada nas férias, a Associação Nacional das Farmácias faz recomendações específicas para este período em termos de medicamentos, nomeadamente para os doentes crónicos, que devem munir-se da quantidade suficiente de fármacos para o período em que pensam ausentar-se de casa. O farmacêutico deverá ser uma importante ajuda no esclarecimento dos pacientes sobre o tipo de medicamentos e produtos que devem levar para as férias, bem como a sua correcta armazenagem.
No cálculo dessa quantidade, a ANF recomenda que seja tido em conta o número de medicamentos que toma diariamente, calculando assim quantos necessitará em todo o período de ausência, mas avisa que deve ser levada uma quantidade extra, para o caso de perder alguns, de estes se deteriorarem, ou de, por qualquer razão, ter de ficar mais tempo do que o inicialmente previsto no local de destino escolhido para as férias. Cada doente deve ainda fazer-se acompanhar de uma receita com todos os produtos de que normalmente tem necessidade, para mais facilmente poder comprá-los, se for preciso. Uma recomendação que a ANF estende a todos os viajantes, ainda que tenha particular importância nos doentes crónicos.
Os medicamentos devem ser transportados nas embalagens originais, que incluem as indicações relativas à sua correcta utilização e constituem uma forma adequada de os conservar, ao contrário dos usuais “pastilheiros”, em que fármacos de várias espécies se misturam e confundem. A farmácia portátil para férias deverá conter sempre fármacos para dar resposta a dores, alergias, constipações, problemas de digestão, diarreias e prisão de ventre, enjoos, queimaduras solares e picadas de insectos, e ainda desinfectantes para a pele (álcool, água oxigenada, soluções de iodo, gazes, algodão, adesivo, ligaduras, preservativos, termómetro, repelentes de insectos, protectores solares adequados à pele de cada membro da família e creme hidratante para o corpo destinado a aplicação em casa, depois do banho.

Carla Teixeira
Fonte: ANF, Correo Farmaceutico, revista Rotas e Destinos

Uso do preservativo aumenta entre os jovens

A popularidade do preservativo subiu em flecha, nos últimos 50 anos, vencendo mitos e preconceitos, alcançou o estatuto de principal método anticoncepcional usado pelos jovens durante a sua primeira relação sexual.

Um estudo desenvolvido pela Durex Network (organização do fabricante de preservativos que se dedica à pesquisa na área das doenças sexualmente transmissíveis), sobre a primeira relação sexual, revelou que 75% dos 26 mil jovens inquiridos, entre os 16 e os 19 anos, usaram preservativo no seu primeiro contacto sexual.

Os especialistas consideram que o momento da primeira relação sexual é um bom indicador dos cuidados futuros, pois os jovens que tomam a iniciativa de recorrer ao preservativo neste momento, desenvolvem maior consciência da necessidade do uso do preservativo e tendem a usa-lo na sua vida sexual, dai em diante.

O estudo foi desenvolvido em 26 países e mostrou uma realidade positiva. Os gregos são quem mais pratica sexo seguro, já que 88% dos indivíduos inquiridos desta nacionalidade, afirmam ter usado o preservativo logo na primeira experiência. Por outro lado, o estudo revela também que as mulheres são mais cautelosas que os homens no momento do primeiro acto sexual, bem como os universitários.

No que respeita à idade da primeira relação sexual, os austríacos são os mais precoces, iniciando a sua vida sexual em média aos 17,3 anos, logo seguidos dos brasileiros que se iniciam na sexualidade aos 17,4 anos. No extremo oposto encontram-se os malaios, que experimentam a primeira relação sexual entre os 22 a 25 anos e os indianos, entre os 22 e os 24 anos.

De acordo com o estudo, as precauções baixam consideravelmente quando se trata de relações estáveis, registando-se também uma diminuição do uso do preservativo à medida que a idade aumenta, de tal forma que a probabilidade de ser utilizado, na iniciação sexual, por um jovem de hoje é oito vezes superior à de uma de uma pessoa com 65 anos, na mesma situação.

As causas do aumento da popularidade do preservativo são essencialmente de cariz social, apontam os autores do estudo, e passam pela desvalorização cultural da virgindade até ao casamento, bem como pelo maior acesso dos jovens a informação e a métodos contraceptivos.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Estado dificulta o acesso dos doentes reumáticos a terapias adequadas

Dos cerca de 40 mil doentes reumáticos existentes em Portugal, apenas um por cento, cerca de 250 indivíduos, recorre à medicação biológica, cujos resultados possibilitam ao doente levar uma vida praticamente normal.

Depois de a Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) ter entregue ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, uma petição com 16 mil assinaturas, solicitando um maior acesso dos doentes com artrite reumatóide aos medicamentos essenciais ao tratamento e a comparticipação dos remédios biológicos, chegou agora a vez dos médicos reumatologistas se juntarem à causa.

Aroso Dias, médico reumatologista do Hospital de S. João, no Porto, e membro da Sociedade Portuguesa de Reumatologia considera que o problema “é uma chaga social”, já que em sua opinião “não se compreende as razões porque um doente que não contribuiu para sofrer de uma doença incapacitante não tenha acesso a medicamentos que lhe podem dar qualidade de vida e torná-lo um cidadão activo, fazendo uma vida praticamente normal.”

O Ministério da Saúde a as administrações hospitalares são acusadas de dificultar o acesso de quem sofre de artrite reumatóide às terapias biológicas, devido aos elevados custos dos tratamentos. Tratar cada doente com artrite reumatóide com as terapias biológicas, unicamente disponibilizadas nos hospitais, representa um custo para as administrações hospitalares que pode ascender a 15 milhões de euros anuais.

O reumatologista compara os custos do tratamento da artrite reumatóide aos custos de tratamento de outras doenças, igualmente dispendiosos ou talvez superiores, como os tratamentos da sida ou hepatite C, entre outras doenças. No entanto, estes doentes “têm acesso aos mais recentes medicamentos”, ao contrário dos doentes com artrite reumatóide.

Os doentes, por sua vez, queixam-se de estarem a ser tratados segundo uma perspectiva economicista, já que estes tratamentos têm sofrido diversos cortes de verbas. Contudo, os doentes avisam que o Estado é o principal prejudicado, pois sem o tratamento adequado estão mais tempo de baixa médica e passam mais tempo nos hospitais, em consultas e exames médicos, quando poderiam ser úteis ao País, estando mais tempo a trabalhar.

A artrite reumatóide é uma doença crónica, altamente incapacitante, que atinge cerca de 40 mil portugueses, dois milhões de europeus e um milhão de pessoas no resto do Mundo, predominantemente mulheres, entre os 30 e os 40 anos.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã