quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Fármaco experimental para Alzheimer apresenta resultados positivos

Dados de um estudo clínico em Fase IIa, realizado pela Epix Pharmaceuticals Inc, revelou que o fármaco experimental agonista 5-HT4, o PRX-03140, para o tratamento da Doença de Alzheimer melhorou significativamente as capacidades cognitivas, em apenas duas semanas de tratamento.

No ensaio controlado por placebo com 80 pacientes, os participantes com Doença de Alzheimer ligeira receberam aleatoriamente o tratamento, durantes duas semanas, com PRX-03140 como monoterapia, ou em combinação com o Aricept (cloridrato de donepezilo), da Pfizer Inc e da Eisai Co Ltd. Os resultados demonstraram que os pacientes que receberam uma dose única diária de 150 miligramas do PRX-03140, como monoterapia, experimentaram uma melhora estatisticamente significativa nas funções cognitivas e memória, em comparação com aqueles que receberam a dose de 50 miligramas ou placebo.

Segundo as medições da sub-escala cognitiva da Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer, que é utilizada para avaliar a eficácia das terapias em ensaios clínicos, os pacientes do grupo dos 150 miligramas apresentaram uma melhora média de 5,7 pontos em apenas duas semanas, em comparação com uma melhora de 1,1 pontos no grupo dos 50 miligramas, e uma piora de 0,2 pontos para aqueles que receberam placebo.

Os resultados da dose mais elevada foram considerados estatisticamente significativos, apesar de somente haver dez pacientes em cada braço do estudo. O fármaco pareceu ser bem tolerado sem efeitos adversos graves relacionados.

O PRX-03140, que pertence a uma nova classe de tratamentos potenciais para a Alzheimer, estimula a cognição e a memória ao activar selectivamente o receptor 5-HT4 no cérebro. Actua ao estimular a produção e libertação da acetilcolina no cérebro. Os tratamentos habituais actuam ao atrasar a degradação da acetilcolina, mas não produzem mais quantidade do neurotransmissor importante encontrado no sistema nervoso periférico e no sistema nervoso central.

Investigadores e peritos no campo afirmam que os resultados necessitam estudos alargados do PRX-03140 com uma população de pacientes muito maior. A Epix planeia iniciar um estudo maior na primeira metade de 2008.

O PRX-03140 está a ser desenvolvido como parte de uma colaboração a nível mundial com a GlaxoSmithKline.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, Forbes

Asenapina apresenta resultados positivos para esquizofrenia aguda

A norte-americana Schering-Plough Corp. anunciou que resultados de um novo estudo demonstraram que o fármaco experimental asenapina foi mais efectivo do que o placebo no tratamento de pacientes com esquizofrenia aguda.

No estudo, 448 adultos com esquizofrenia receberam uma de duas doses do fármaco da Schering-Plough, ou haloperidol 4 miligramas, ou placebo, duas vezes por dia durante seis semanas. Os resultados demonstraram que ambas as doses de asenapina, 5 e 10 miligramas duas vezes por dia, foram significativamente mais efectivas na melhora da pontuação dos pacientes na escala de síndrome positiva e negativa, em comparação com o placebo.

O objectivo primário era obter alterações na pontuação total na Escala de Síndrome Positiva e Negativa (PANSS) após 42 dias. A PANSS mede sintomas positivos, tais como alucinações e delírios, e sintomas negativos, tais como falta de expressão emotiva, associada com esquizofrenia aguda.

As alterações na pontuação da PANSS foram significativamente melhores para a asenapina em ambas as doses, e para o haloperidol, em comparação com o placebo. O efeito da asenapina foi análogo ao do haloperidol no ensaio. O haloperidol, que é utilizado para tratar distúrbios e sintomas psicóticos, serviu como controlo no estudo e não foi comparado com a asenapina.

Os resultados também demonstraram que a incidência de ganho de peso clinicamente significativo, assim como alterações nos níveis de lípidos e açúcar no sangue, foi pequena neste ensaios, e não foi diferente entre os grupos de tratamento e placebo.

A esquizofrenia é um distúrbio cerebral, crónico e incapacitante, caracterizado por alucinações, delírios e pensamento confuso.

O fármaco foi originalmente desenvolvido pela holandesa Organon Biosciences, que actualmente faz parte do grupo.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Forbes