quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Identificado gene ligado à cegueira

Cientistas canadianos esperançados em novos métodos de diagnóstico para doenças oftalmológicas

O gene responsável por alguns tipos de cegueira (o AE3/SIc4a3) - que regula o PH da retina - tem um papel importante no desenvolvimento de doenças oftalmológicas. A descoberta foi feita por investigadores da Universidade de Alberta, no Canadá.

De acordo com o estudo conduzido por dois cientistas canadianos - e divulgado no site da universidade – as experiências feitas em ratos permitiram a Joe Casey e Yves Sauvé chegarem à conclusão de que “o AE3 mantém então o balanço ácido, removendo o desperdício de CO2 gerado pelo foto-receptor.”

Os investigadores acreditam que “a sua interrupção pode levar ao desenvolvimento de vários tipos de cegueira”, nomeadamente, as distrofias hereditárias da retina (DHR) - que resultam de alterações genéticas hereditárias e se traduzem em retinose pigmentar, distrofia de cones, doença de Stargardt e doença de Best, entre outras – mas que, a identificação deste gene poderá abrir caminho à criação de novos métodos de diagnóstico.

Ressalvando que, não existe uma ligação directa entre o Sic4a3 e as DHR, Joe Casey e Yves Sauvé garantem que “há uma semelhança entre os sintomas apresentados pelos ratos com deficiência do gene e pelos indivíduos com DHR.”

Raquel Pacheco
Fonte: www.expressnews.ualberta.ca/mediasummaries

Novo TAC distingue vasos sanguíneos de ossos

Equipamento da Siemens reduz tempo de exposição do doente às radiações

Um novo sistema de Tomografia Axial Computorizada (TAC), - que marca a diferença porque distingue os vasos sanguíneos dos ossos – foi disponibilizado pela Siemens Medical Solutions.

«Somatom Definition» dá nome ao novo equipamento que diferencia automaticamente os vários tipos de tecido num único monitor. Segundo informou a empresa em comunicado, “o sistema está dotado de duas ampolas de raios X, que operam em simultâneo com diferentes energias.”

Uma outra inovação destacada pela Siemens prende-se com o facto deste novo sistema de TAC reduzir o tempo de exposição do doente às radiações, já que, possibilita a realização dos exames em metade do tempo.

Na nota informativa, a empresa explica que “graças ao software syngo Dual Energy, este tomógrafo consegue distinguir os vasos sanguíneos dos ossos, exibindo-os em simultâneo ou isoladamente, permitindo aos médicos fazer um diagnóstico mais rápido e rigoroso”, concretizando que, o método “permite “remover” o osso, de um modo automático, premindo um simples botão e visualizar zonas que de outro modo estariam “escondidas” pelo osso.”

Raquel Pacheco
Fonte: www.medical.siemens.com

FPC quer alterar menus da restauração

Doenças cardio-vasculares matam 17 milhões por ano em Portugal

Retirar a manteiga das mesas dos restaurantes, substituindo-a por azeite para os clientes molharem o pão. O conselho foi feito pelo presidente da delegação centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), Polybio Serra e Silva, em vésperas do Dia Mundial do Coração que se assinala dia 30.

“É preciso passar esta mensagem aos restaurantes”, afirmou, peremptoriamente, o responsável, sublinhado que as doenças cardio-vasculares constituem a primeira causa de morte a nível mundial, mas também em Portugal, causando 17 milhões de óbitos por ano.

Para além da abolição da manteiga, sugerindo em seu lugar “pires com azeite para as pessoas poderem embeber pedaços de pão” (como entrada das refeições), o cardiologista recomendou ainda como “elementos obrigatórios” de uma dieta saudável: “Vinho tinto, pão com mistura de cereais integrais, sopa, vegetais e fruta muito colorida (sempre de acordo com as cores da bandeira nacional: encarnado, amarelo e verde).”

Neste sentido, Polybio Serra e Silva revelou que a direcção da Delegação Centro da FPC integra um elemento ligado à restauração e que a fundação estabeleceu um protocolo com os Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra, “que visa a oferta de uma alimentação variada e mais saudável aos estudantes, professores e funcionários que frequentam as cantinas da instituição.”

O representante da FPC está consciente de que a luta de promoção por uma alimentação equilibrada - que passará, inevitavelmente, por influenciar a alteração dos menus da restauração – será uma “batalha difícil.”
Polybio Serra e Silva reforçou que as refeições inspiradas na dieta mediterrânica são as mais “amigas do coração.”

Raquel Pacheco
Fonte: Lusa/Sapo/Sol

Eli Lilly paga 18 milhões de dólares à Emisphere por quebra de contrato

A Eli Lilly irá pagar 18 milhões de dólares à Emisphere Technologies, de modo a chegar a um acordo relativamente ao litígio pendente que envolve as duas companhias. O processo está relacionado com uma quebra do contrato judicial, por parte da Eli Lilly, relativamente à hormona oral da paratiróide recombinante (PTH) da Emisphere. Os restantes termos do acordo não foram revelados.

Em Janeiro de 2006, um tribunal federal determinou que a Eli Lilly tinha quebrado o acordo de desenvolvimento, efectuado entre as duas companhias, ao falhar na entrega de 3 milhões de dólares referentes a pagamentos quando fossem atingidos objectivos, como requerido aquando da conclusão dos estudos de Fase I do produto oral PTH 1-34. O tribunal também decidiu que a Emisphere poderia terminar o acordo de licenciamento com a Eli Lilly relativo à tecnologia de administração de fármacos.

A duas companhias trabalharam em conjunto, entre 1997 e 2003, utilizando a tecnologia da Emisphere para tentar desenvolver a forma em comprimido do fármaco injectável Forteo para a osteoporose. A Emisphere terminou a parceria em 2004.

Inicialmente, a Eli Lilly processou a Emisphere por quebra de contrato, após esta ter acusado a primeira
da mesma situação, tendo ainda ameaçado entregar a sua tecnologia à concorrente Novartis. O tribunal federal decidiu a favor da Emisphere, após ter sido descoberto que a Eli Lilly estava a utilizar secretamente a tecnologia da Emisphere em investigação que ia para além da extensão da cooperação entre as companhias.

A Eli Lilly apresentou ainda uma candidatura para uma patente internacional baseada na tecnologia da Emisphere. O tribunal ordenou que a patente fosse devolvida à Emisphere.

A Emisphere continua a tentar lucrar com a tecnologia que permite converter fármacos injectáveis no formato de comprimidos. Agora a trabalhar com a Novartis Pharma, tem dois compostos para a osteoporose na fase final dos testes.

Isabel Marques


Fontes: First Word, BusinessWeek, MarketWatch, The Indianapolis Star

Laser detecta medicamentos falsos em embalagens fechadas

Uma equipa de cientistas britânicos desenvolveu um laser capaz de detectar a presença de medicamentos contrafeitos através de embalagens fechadas, permitindo verificar a autenticidade dos fármacos sem ser necessário violar a abertura. A nova técnica, divulgada pelo jornal “Analytical Chemistry”, poderá desempenhar um papel importante no sector da fiscalização farmacêutica, principalmente em África, onde se calcula que entre 50 a 90 por cento dos medicamentos contra a malária sejam falsos.

Esta tecnologia inovadora permite identificar a assinatura de luz característica dos ingredientes farmacêuticos activos através do vidro, plástico e cartão, sendo que, a única barreira que fica por ultrapassar é o metal. Este é um passo importante no combate à falsificação de remédios que Pavel Matousek, do laboratório Rutherford Appleton, em Oxfordshire, e líder da investigação, classifica como “um problema mundial”.

Uma tecnologia anterior, denominada espectroscopia Raman, tinha também capacidade para detectar medicamentos contrafeitos e explosivos através da utilização de um laser, porém, este método funciona melhor quando os comprimidos ou líquidos estão fora das embalagens. Este processo prejudicava a venda posterior dos produtos submetidos ao teste caso não se detectasse qualquer problema de falsificação.

O grupo de cientistas, orientados por Pavel Matousek, que contou também com a participação de especialistas da Universidade de Oxford e do Imperial College de Londres, conseguiu ir mais longe e desenvolver um sistema de maior precisão, que distingue a composição química dos medicamentos através de um frasco de vidro, do plástico, do invólucro da cápsula e das caixas.

Marta Bilro

Fonte: Times Online.

Ranbaxy solidifica presença no sector oncológico

Farmacêutica indiana assinou acordo com a Sirtex Medical

A Ranbaxy, farmacêutica líder no mercado indiano, está empenhada em consolidar a sua presença no sector dos medicamentos anticancerígenos. A empresa assinou um acordo de licenciamento exclusivo com a produtora australiana de medicamentos Sirtex Medical através do qual terá acesso a uma terapia inovadora para tratar o cancro hepático.

A operação vai permitir à Ranbaxy comercializar o SIR-Spheres, um medicamento destinado ao tratamento do cancro do fígado, na Índia, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal. O fármaco, aprovado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), é aplicado em pacientes com tumores inoperáveis.

O SIR-Spheres (Selective Internal Radiation Therapy) utiliza uma tecnologia de esferas radioactivas microscópicas para distribuir a radiação directamente no local onde se encontram os tumores hepáticos. Esta terapia alvo disponibiliza tecido saudável ao mesmo tempo que distribui 40 vezes mais radiação ao fígado do que a que é possível fornecer através da terapia convencional.

Anteriormente, a Ranbaxy tinha já estabelecido uma parceria com a Zenotech para comercializar os produtos oncológicos desta empresa nos Estados Unidos da América e Canadá.

“Estamos satisfeitos por sermos parceiros da Sitex. Iremos trabalhar com o objectivo de criar uma relação produtiva”, afirmou Sanjeev Dani, vice-presidente e director regional da Ranbaxy para a Ásia e países da Comunidade dos Estados Independentes.

Marta Bilro

Fonte: business-standard.com, University of Maryland Marlene and Stewart Greenebaum Cancer Center.

Sanofi-Aventis processa Barr e Teva para impedir genérico do Uroxatral

A Barr Pharmaceuticals e a Teva USA estão a ser processadas pela farmacêutica francesa Sanofi-Aventis. Em causa estão os planos das empresas norte-americanas para produzir uma versão genérica do Uroxatral (Alfuzosina), um medicamento utilizado no tratamento das manifestações funcionais da hipertrofia benigna da próstata.

De acordo com um comunicado divulgado pela Barr, a empresa terá recebido, em Junho, autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para avançar com uma versão genérica do medicamento, altura em que notificou a detentora da patente. Por sua vez, no dia 21 de Setembro, a Sanofi-Aventis entrou com um processo judicial contra a Barr com a intenção de impedir a comercialização do produto.

No mesmo dia a Sanofi-Aventis apresentou também uma queixa contra a Teva USA, subsidiária norte-americana do laboratório israelita Teva Pharmaceutical Industries, que se prepara igualmente para colocar no mercado norte-americano um genérico do Uroxatral, comercializado na Europa como Benestan.

A hipertrofia benigna da próstata é uma patologia que surge, por norma, a partir dos 50 anos de idade. É uma doença benigna que tem como consequências a diminuição do jacto urinário, urinar frequentemente e em pequenas quantidades de dia e de noite, urgência miccional ou mesmo grande dificuldade em começar a micção, podendo mesmo chegar à retenção urinária, conduzindo à algaliação. Trata-se da doença mais frequente da próstata, benigna, que pode requerer tratamento médico ou cirúrgico.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, Bloomberg, Portal da Saúde.

Herceptin associado à quimioterapia reduz necessidade de mastectomia

Associar a toma de Herceptin (trastuzumab) à quimioterapia antes da cirurgia pode reduzir o número de mastectomias realizadas em mulheres com cancro da mama. De acordo com um novo estudo, apresentado durante a Conferência Europeia do Cancro, em Barcelona, esta terapia combinada tem uma capacidade três vezes superior para eliminar os tumores do que a aplicação da quimioterapia por si só.

As conclusões foram obtidas através da realização de um ensaio clínico que contou com a participação de mulheres com cancro da mama que tenham tido resultado positivo nos testes à presença do HER2, uma forma rara da doença mas com uma agressividade muito elevada.

O Herceptin é actualmente comercializado nos Estados Unidos da América e na Europa e está indicado no tratamento de doentes com cancro da mama metastático cujos tumores apresentem sobre-expressão do HER2. Esta fórmula da doença é particularmente perigosa, uma vez que os tumores se alastram rapidamente, muitas vezes obrigando à realização de uma mastectomia total.

Os resultados do estudo são bastante satisfatórios, refere a Roche, dado que o tratamento com Herceptin nestas condições pode resultar em mais cirurgias de conservação dos seios e melhorar a sobrevivência. As conclusões do ensaio clínico revelaram que o medicamento em associação com a quimioterapia provoca a remissão total do tumor na mama em 55 por cento doa pacientes com cancro da mama metastático, comparativamente aos 19 por cento registados entre as pacientes que receberam apenas quimioterapia.

Esta associação resultou também na eliminação total dos tumores de ambos os seios bem com dos nódulos em 48 por cento dos pacientes, comparativamente a apenas 13 por cento entre os doentes que receberam apenas quimioterapia. O tratamento foi bem tolerado e apresentou segurança cardíaca aceitável durante o ensaio clínico de última fase, afirmou a Roche em comunicado.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Market Watch, Farmacia.com.pt.

Vídeo relaciona antidepressivos a episódios de suicídio e violência

À medida que aumentam as preocupações e se agravam as suspeitas de que os medicamentos antidepressivos impulsionam os comportamentos suicidas, surge um vídeo no You Tube que tenta passar uma mensagem clara: estes fármacos podem levar ao suicídio e, em alguns casos, a episódios de violência.

Este conjunto de imagens filmadas, cuja autoria não é clara, surge no portal apenas uma semana após a divulgação de um estudo publicado no “The American Journal of Psychiatry” e que indicava que os avisos colocados nas embalagens dos antidepressivos, por decisão da Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), conduziram a uma diminuição na utilização destas substâncias e a um aumento dos casos de suicídio.

O vídeo faz um apanhado de vários momentos televisivos algo controversos, excertos de uma reunião da FDA acerca dos medicamentos, entrevistas a familiares e críticos, incluindo o testemunho de Joseph Glenmullen e David Healy da Universidade de Gales. As imagens começam por mostrar uma chamada telefónica para o 911 (112) durante a qual uma adolescente da Nova Jérsia ameaça suicidar-se. Tal como noticia o portal Pharmalot.com, as imagens perturbam os mais susceptíveis e têm potencial para deixar furiosos aqueles que acreditam que os antidepressivos são benéficos para os doentes.

“Estas são histórias de famílias reais”, disse Lisa Van Syckel, uma activista cuja família é ouvida no vídeo, citada pelo portal. “Os meios de comunicação social divulgam apenas um fragmento – 30 segundos nos quais um pai faz uma declaração, e depois há um comentário da indústria farmacêutica ou de alguém que realizou ensaios clínicos. O vídeo force uma visão profunda do que aquelas famílias sofreram”, afirmou.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot.com.

Parque das Nações acolhe II Congresso Nacional de Marketing Farmacêutico

Inovação em Marketing é o mote para o II Congresso Nacional de Marketing Farmacêutico, que se realiza no dia 19 de Outubro na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, no Parque das Nações.

Entre os participantes figuram consultores internacionais de renome, como é o caso de Marcel Corstjens, do INSEAD em Paris e de Luiz Moutinho, da Universidade de Glasgow. O evento é organizado pela Associação Portuguesa de Marketing Farmacêutico (Markinfar) e conta com o apoio da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA).

Centrado no poder da mensagem e capacidade de inovação, o congresso conta com a presença de vários Farmacêutico, consultores, docentes universitários, organizações e associações nacionais, bem como fornecedores e parceiros da indústria farmacêutica.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet, Associação Portuguesa de Empresas de Estudo de Mercado e de Opinião.

Infarmed ordenou suspensão da utilização
Recolha voluntária do Clebutec-Clebopride

A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu hoje um comunicado “muito urgente” em que dá conta da decisão tomada voluntariamente pela Almirall Produtos Farmacêuticos Lda. de proceder à recolha dos lotes Z1 e T1A do medicamento Clebutec-Clebopride (comprimidos de 0,5mg), com prazos de validade até Junho de 2011 e Agosto de 2008, respectivamente.
Na circular difundida pelo Infarmed, assinada por Hélder Mota Filipe, vice-presidente do conselho directivo daquela agência, com conhecimento do departamento de Inspecção, esclarece-se que na origem da decisão agora tomada pela empresa farmacêutica está a detecção de alterações nos parâmetros Dureza e Fiabilidade do produto. Na sequência dessa decisão, o Infarmed determina a imediata suspensão da utilização dos referidos lotes daquele fármaco.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Bastonária perempetória no ataque ao novo regime jurídico
“Liberalização também prejudica o Estado”


O novo regime jurídico das farmácias e a liberalização da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica em parafarmácias e nas grandes superfícies comerciais vão, de acordo com a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, contribuir para um resultado penalizador, quer dos utentes, quer do próprio Estado, pelo simples facto de que “haverá uma menor capacidade para os farmacêuticos colaborarem na contenção de custos com os medicamentos, e uma menor capacidade reguladora por parte da tutela”.

Numa longa entrevista ao «Diário de Coimbra» que teve como mote a celebração do Dia Nacional do Farmacêutico, Irene Silveira tece duras críticas à decisão governamental de reformular, naqueles moldes, o esquema de funcionamento do sector, e atesta que não será de esperar, com a implementação destas regras, qualquer melhoria. Peremptória na afirmação de que o novo regime “prejudica Estado e utentes”, a responsável máxima pela Ordem dos Farmacêuticos, eleita há escassos três meses, em pleno turbilhão de mudança no sector, aponta os grandes desafios que se colocam aos 10887 profissionais daquele mister em Portugal, que define como “um elo essencial no sistema de saúde” no nosso país.
Considerando que o Dia Nacional do Farmacêutico, que o calendário consagra aos seus padroeiros, São Cosme e São Damião, deverá constituir um momento de comemoração, mas também de reflexão sobre o presente e o futuro da profissão, Irene Silveira explica que “actualmente ela atravessa um momento particularmente sensível, fruto de algumas alterações que foram preconizadas e introduzidas pelo Governo”. Refere concretamente o novo regime jurídico, que “ao proporcionar o acesso à propriedade de farmácias a não farmacêuticos poderá reduzir a sua intervenção à mera actividade de carácter comercial, colocando em causa princípios como a promoção do uso racional dos medicamentos e a autonomia e independência técnica dos farmacêuticos face aos proprietários. A possível concentração da propriedade e a “verticalização do sector” também geram preocupação na bastonária, bem como o conjunto de novos serviços que poderão vir a ser prestados na rede nacional de estabelecimentos dispensadores de fármacos.
Outros desafios para a classe passam por questões como a instituição de uma carreira farmacêutica no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado. Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, a Ordem já diligenciou no sentido de apresentar algumas propostas ao Ministério da Saúde, que estarão agora a ser analisadas pela tutela e que, segundo Irene Silveira, contemplam “a necessidade de criação, alteração ou manutenção de algumas carreiras especiais”, sendo a conclusão dessa análise aguardada para os próximos dias. “A OF empreendeu bastantes esforços para que a tutela considere e reconheça a importância de uma carreira reservada aos farmacêuticos no âmbito do Serviço Nacional de Saúde”, declarou a bastonária ao «Diário de Coimbra».
Também a regulamentação dos medicamentos veterinários, nomeadamente no que diz respeito à substituição do Infarmed pela Direcção Geral de Veterinária como autoridade nacional reguladora, levanta, segundo a Ordem dos Farmacêuticos, “sérios problemas de saúde pública”, sendo de lamentar a “marginalização da OF e do Infarmed no debate sobre aquele projecto de Decreto-Lei”. No sector as Análises Clínicas, Irene Silveira diz esperar que sejam seguidas as recomendações da Entidade Reguladora da Saúde, que apontam para a reformulação do sistema de convenções entre os operadores privados e o SNS. “Diversas preocupações que temos em mente, e sobre as quais concentraremos os nossos esforços nos próximos tempos, colaborando com o Ministério da Saúde para encontrar uma solução de consenso que vá de encontro às necessidades dos doentes”, resume a bastonária, salientando a disponibilidade do organismo a que preside para um diálogo aberto e construtivo com a tutela.

Carla Teixeira
Fonte: Diário de Coimbra, Ordem dos Farmacêuticos, farmacia.com.pt
Anuário Estatístico de I&D da indústria farmacêutica
Visão geral sobre o sector do medicamento


O norte-americano Centre for Medicines Research International Ltd. acaba de publicar o Anuário Estatístico de Investigação e Desenvolvimento da Indústria Farmacêutica 2007, obra que é já uma referência e uma ferramenta para o planeamento dos negócios mais importantes para os responsáveis pelas decisões em matéria de investimento em I&D e em numerosas áreas da estratégia corporativa nos laboratórios farmacêuticos de todo o mundo. Editado por aquela unidade subsidiária da Thompson Scientific, o livro, também designado como “Factbook”, visa oferecer a mais completa e actualizada visão geral das tendências emergentes no sector.

Partindo de uma análise que incidiu sobre as 20 principais companhias farmacêuticas da actualidade a nível mundial, as que mais investem na pesquisa e no desenvolvimento de novos medicamentos, o Factbook concluiu que as receitas resultantes dos fármacos que foram lançados nos últimos cinco anos representou apenas 16 por cento do volume total das receitas obtidas pelas companhias em 2006, o que significa, segundo o estudo, que, apesar do aumento contínuo e considerável da aposta dos laboratórios naquele sector – tendo em conta que a iminente caducidade de algumas patentes tende a desencadear o esforço maior no sentido da apresentação de novos compostos químicos –, não se nota um sinal claro de um qualquer aumento do número de novos medicamentos no mercado farmacêutico mundial.
O documento constata ainda a existência de a contínua expansão do desenvolvimento clínico em países que não os tradicionalmente líderes nesta matéria (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos), sendo que em 2005 quase metade dos pacientes recrutados para participação em ensaios clínicos não eram naturais de nenhuma daquelas oito regiões principais. Peter Joshua, vice-presidente do centro internacional que produziu o anuário, atesta que ele “fornece considerações muito válidas sobre a atividade de I&D na indústria farmacêutica”, e “pode ajudar as empresas a tomar decisões que permitam diminuir o tempo de desenvolvimento de novos produtos com a sua marca, melhorar a sua eficácia e estabelecer objectivos de desempenho mais precisos, avaliando a performance interna face aos concorrentes”.
A edição deste ano do Anuário Estatístico de I&D da indústria farmacêutica encontra-se disponível na versão impressa e em formato electrónico, fornecido num CD que contém o documento em pdf e powerpoint, com gráficos e comentários dos especialistas que os produziram. Mais informações sobre o Factbook, bem como os pedidos de encomendas, podem ser obtidas em http://www.cmr.org/.

Carla Teixeira
Fonte: Thomson Scientific, PR Newswire
Medicamento oncológico desenvolvido pela GlaxoSmithKline
Tykerb pode impedir metástases no cérebro


Um estudo apresentado na Conferência Europeia sobre Cancro demonstra que a terapia de combinação do Tykerb (lapatinib), desenvolvido pela britânica GlaxoSmithKline, com o Xeloda (capecitabine), comercializado pela suíça Roche, poderá ter um efeito benéfico no combate ao alastramento do cancro da mama, designadamente no que diz respeito à formação de metástases cerebrais. De acordo com informações avançadas pela GSK no âmbito daquele encontro científico, o sucesso da terapia combinada suplanta o da utilização isolada do Xeloda. Segundo os resultados daquele estudo, o investigador John Crown sugeriu igualmente que o Tykerb poderá apresentar vantagens em relação ao Herceptin, também da farmacêutica Roche, no tratamento da neoplasia mamária, se informações adicionais vierem a provar que aquele fármaco é realmente capaz de reduzir o risco de o tumor se disseminar pelo organismo, de modo a atingir o cérebro, onde o medicamento da empresa suíça não tem penetração.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword
Reestruturação anunciada em Thousand Oaks, na Califórnia
Amgen despede 675 funcionários


A companhia farmacêutica norte-americana Amgen está a preparar a eliminação de 675 postos de trabalho na sua sede em Thousand Oaks, na Califórnia. A notícia tinha já sido avançada pela empresa, que actualmente tem 8300 funcionários naquelas instalações, e faz parte de um plano de redução de custos que abrange os escritórios da firma em todo o território norte-americano e em Porto Rico. Depois de, no passado mês de Agosto, a Amgen ter anunciado a intenção de dispensar cerca de 14 por cento da sua força de trabalho, num esforço de reestruturação que terá como efeito uma poupança superior a 1,3 biliões de dólares, adiantando que um total de 700 trabalhadores tinha já aceitado a rescisão amigável, a porta-voz da empresa, Sarah Rockwell explicou que a reforma em curso na Amgen já estava prevista há algum tempo.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword, CNN Money, MarketWatch

Sociedade Portuguesa de Cardiologia apresenta Carta Europeia do Coração


Aproveitando os preparativos para o Dia Mundial do Coração, que se assinala no Domingo, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia apresentou, esta terça-feira, a Carta Europeia do Coração, que pretende mobilizar a população e os governos europeus para a prevenção das doenças cardiovasculares, responsáveis pela morte de quase dois milhões de pessoas por ano, na União Europeia.

A Carta Europeia para a Saúde do Coração foi apresentada oficialmente, a 12 de Junho de 2007, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na presença do Comissário Europeu para a Saúde, Markos Kyprianou, que se comprometeu a mediar a relação com os diversos estados membro, de forma a que a carta seja aprovada em todos os países da união ainda este ano, durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

O principal objectivo do documento, elaborado pela European Heart Network e pela Sociedade Europeia de Cardiologia, passa pela sensibilização da população, em geral, e dos Governos, em particular, para a necessidade de prevenir e combater a doença cardiovascular, "a primeira causa de morte entre os homens e mulheres europeus", e também "uma das principais causas de incapacidade e pior qualidade de vida", pode ler-se no preâmbulo do texto.

Segundo o documento, estima-se que a doença cardiovascular custe à economia europeia 169 mil milhões de euros por ano, o que representa um custo total anual de 372 euros per capita, para além dos custos que a perda de produtividade, devido à mortalidade e morbilidade da doença cardiovascular, representam para a União Europeia, estimados em mais de 35 mil milhões de euros.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que uma ligeira redução, de forma simultânea e à escala mundial, da pressão arterial, da obesidade, do colesterol e do consumo de tabaco, levaria à diminuição de mais de metade das fatalidades, que actualmente se situam nos 4,35 milhões de pessoas por ano, nos 52 Estados membros da Região Europeia da OMS e mais de 1,9 milhões na União Europeia.

Como refere Hugo Madeira, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a carta apresenta um conjunto de sugestões para que "os políticos da Europa se empenhem activamente" no combate aos factores que podem ser mudados, como "o consumo de tabaco, de sal em demasia, o excesso de peso e a obesidade, a diabetes, o stress e o excesso de colesterol".

O responsável aponta mesmo algumas sugestões que os governos europeus podem pôr em prática para combater a doença cardiovascular, que passariam pela “construção de ginásios em toda e qualquer escola, campanhas e legislação contra o tabaco e a alimentação irracional ou a atribuição de benefícios fiscais às empresas que reservassem espaços nos seus edifícios para que os funcionários fizessem exercício”.

Na maioria dos casos, a doença cardiovascular não avisa, dai que a prevenção seja o melhor dos remédios. Não fumar, fazer exercício físico e uma alimentação saudável, evitar excesso de peso, manter a pressão arterial abaixo dos 140/90 e o colesterol controlado, são alguns dos cuidados recomendados na carta.

Inês de Matos

Fonte: Lusa, Público, Alto Comissariado da Saúde

Museu da Farmácia apresenta nova terapêutica para a esclerose múltipla

O Museu da Farmácia vai receber no próximo sábado, dia 29, mais de 100 especialistas em neurologia, num encontro que visa apresentar uma nova terapêutica para a Esclerose Múltipla (EM), uma doença que afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo.

O natalizumab é actualmente a única terapêutica biológica indicada na modificação da doença, em pessoas com Esclerose Múltipla muito activa, permitindo uma redução significativa da incapacidade causada pela EM.

Esta terapêutica biológica entrou no mercado americano no ano passado, bem como em alguns países da União Europeia (UE) e em Portugal está disponível desde Junho. É indicada para doentes que apresentem uma resposta inadequada a outras terapêuticas com agentes modificadores da doença, ou que têm uma forma de EM muito activa, com surtos frequentes e múltiplas lesões na ressonância magnética craneo-medular.

Apesar dos resultados positivos, esta terapêutica foi já alvo de polémica, pois em Fevereiro de 2005, a Biogen Idec e a Elan suspenderam voluntariamente o natalizumab do mercado e todos os testes clínicos em realização, tendo como base três casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), uma doença rara e potencialmente fatal do sistema nervoso central.

Em Outubro do mesmo ano, uma segunda avaliação permitiu perceber que não existiam casos de LPM confirmados, para além dos três anteriormente reportados, o que levou a Food and Drug Administration (FDA) a aceitar, em Novembro, uma nova licença de Aplicação Biológica suplementar ao natalizumab.

Estima-se que no mundo inteiro sejam já mais de 18 mil os doentes que se encontram em tratamento com o natalizumab e em Portugal existem já 15 indivíduos a seguir esta terapia.

Em todo o mundo, existe mais de um milhão de pessoas afectadas pela EM e cerca de 5.000 indivíduos em Portugal, maioritariamente do sexo feminino, sendo que o primeiro surto ocorre geralmente entre os 20 e os 40 anos de idade.

A esclerose múltipla é uma doença crónica do sistema nervoso central, cujos principais sintomas clínicos traduzem-se geralmente em problemas de visão, perda de equilíbrio, dormência, dificuldades em andar e paralisia

Inês de Matos

Fonte: D&E, www.esclerosemultipla.wordpress.com
Irlandesa Crospon Medical Devices prepara comercialização
Adesivo inteligente distribui medicação


A Crospon Medical Devices, empresa irlandesa que se dedica ao desenvolvimento de dispositivos e equipamentos médicos, anunciou há poucos dias a intenção de iniciar a comercialização de um adesivo inteligente, que tem a capacidade de administrar, por injecção subcutânea, um ou mais medicamentos no organismo de um paciente, de um modo controlado e sem provocar dor.

De acordo com a empresa irlandesa, o novo produto permite um controlo mais eficaz do tempo para administração de cada dose da medicação indicada para o doente, além de armazenar um histórico de informações relativas às dosagens e aos protocolos firmados em matéria de segurança, para prevenir o eventual surgimento de reacções adversas à medicação utilizada ou a possíveis interacções entre fármacos diferentes. O mecanismo de actuação do novo adesivo, que utiliza micro-agulhas para furar a pele e aceder de um modo mais rápido e directo à corrente sanguínea do doente, foi desenvolvido pela firma norte-americana Hewlett-Packard, fabricante de equipamento informático líder naquele mercado, e poderá, como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, vir a constituir-se como a grande solução para aqueles que necessitam de tomar injecções, mas sofrem de fobia em relação a agulhas.
A Hewlett-Packard, que se celebrizou em todo o mundo pela sigla HP, desenvolveu, em exclusivo para a Crospon, este adesivo, baseado na tecnologia do jacto de tinta utilizada nas suas impressoras, em que o princípio é em tudo similar ao dos pensos de nicotina, que permitem a absorção daquela substância pela pele. Por cada polegada quadrada o penso contém 900 mil microagulhas, vários microprocessadores e uma unidade térmica. Os medicamentos contidos no penso são aquecidos e injectados pelas microagulhas, e os processadores podem monitorizar a injecção, estabelecer a dosagem e a frequência de administração durante longos períodos ou em resposta aos sinais vitais do doente, como a pressão arterial.
O vice-presidente do departamento de licenciamentos de propriedade intelectual da HP, Joe Beyers, explicou que “é possível administrar várias combinações de medicamentos em alturas distintas”. A Crospon Medical Devices é uma entidade privada baseada na localidade de Galway, na Irlanda, e foi fundada apenas em 2006, com o intuito de criar e desenvolver equipamentos minimamente invasivos para monitorizar, diagnosticar e tratar doenças, designadamente nas áreas da endocrinologia e da gastroenterologia

Carla Teixeira
Fonte: Crospon, iGov, farmacia.com.pt