quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tromboembolismo Venoso mata mais que sida

TEV mata cerca de 543 mil pessoas por ano, na Europa; ENDORSE é hoje apresentado em Viana do Castelo

O Tromboembolismo Venoso (TEV) mata mais do que a sida, o cancro da próstata e os acidentes de carro. A conclusão saiu de um estudo denominado ENDORSE e que é hoje (sexta-feira) apresentado durante as III Jornadas de Actualização em Doença Vascular Pulmonar, que decorrem em Viana do Castelo.

O TEV é um fenómeno que ocorre com a formação de coágulos – trombos – que quando atingem uma certa dimensão, soltam-se da parede das veias e migram até ao coração e depois até aos pulmões provocando as embolias pulmonares e morte súbita.

Na Europa, por ano, morrem vítimas de TEV cerca de 543 mil pessoas. O estudo envolveu 68.183 doentes em 358 hospitais de 32 países, dos quais 1.787 doentes e nove hospitais em Portugal.

"Verificamos que por VIH/Sida morrem, anualmente, na Europa 5.860 doentes, com cancro da mama 86.831, com cancro da próstata 63.000, e por acidentes rodoviários 53.500", antecipou à Agência Lusa, Ana França,
coordenadora nacional do estudo, frisando que somados todos estes parâmetros (totaliza-se 210 mil mortos) “menos de metade das pessoas que morrem por TEV na Europa."

Revelando que, até ao momento, não havia, a nível europeu, “uma consciência tão concreta do que isto representa”, Ana França confessou que o cenário “deixa-nos completamente aterrados.”

Segundo anunciou a responsável, em Portugal, a investigação apurou que um por cento dos doentes hospitalizados são internados em consequência de Tromboembolismo Venoso. “Mais de metade dos doentes hospitalizados está em risco de TEV, mas as medidas de prevenção são aplicadas em apenas cerca de 58 por cento do universo de risco”, desvendou.

De acordo com Ana França, o objectivo do estudo foi “determinar quantos indivíduos estão em risco e recebem tratamento preventivo e alertar para a necessidade urgente de prevenção em doentes hospitalizados”, acrescentando que a embolia pulmonar (consequência grave do TEV) é responsável por “cerca de 10 por cento das mortes ocorridas em hospitais.”

Considerando “preocupante” a posição de Portugal “porque há ainda 40 por cento que precisamos de ter atenção”, a coordenadora sublinhou que, no contexto europeu, “não somos dos países que tem maior risco."

Vitamina E reduz risco

Recentemente, um estudo publicado na revista «Circulation», da American Heart Association, associou os suplementos de vitamina E com a prevenção e redução do risco da formação de coágulos sanguíneos em mulheres.

"Os dados indicam que, em geral, as mulheres que tomam vitamina E têm um risco 21% menor de desenvolver coágulos sanguíneos", refere o relatório.

Raquel Pacheco
Fonte: Agência Lusa
Belga Daniel Brasseur acaba de ser eleito
Comité de Pediatria da EMEA já tem presidente


A Agência Europeia do Medicamento (EMEA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira a eleição do belga Daniel Brasseur e do francês Gerard Pons para os lugares de presidente e vice-presidente do seu Comité de Pediatria.

Trata-se de uma estrutura recentemente criada no âmbito da EMEA, e que surge no seguimento da entrada em vigor, no passado mês de Janeiro, da nova regulamentação da Medicina Pediátrica no contexto europeu. Os dois elementos agora eleitos cumprirão um mandato de três anos, tendo como missão adaptar o funcionamento do comité às novas regras, concebidas e implementadas de modo a fornecer um estímulo à investigação e ao desenvolvimento de medicamentos que têm como destino a administração em crianças, garantindo que esse tipo de produtos é devidamente testado e autorizado, melhorando a informação disponível sobre esses fármacos e, por consequência, o seu grau de fiabilidade.

Carla Teixeira
Fonte: Orphanews Europe

Ensaios clínicos em regiões emergentes: desafios à escolha do melhor local

Os ensaios clínicos são um dos principais reptos que se colocam à actual evolução da indústria farmacêutica. Os progressos ao nível da partilha de dados e o aumento da colaboração entre as empresas farmacêuticas e as entidades reguladoras tendem a tornar o processo mais flexível. Porém, existe ainda alguma confusão relativamente à atracção competitiva das quatro maiores regiões emergentes para a realização de ensaios clínicos.

A Ásia tem vindo a revelar-se um pólo de atracção cada vez mais relevante no que toca ao desenvolvimento rápido e menos dispendioso de medicamentos e onde a realização de ensaios clínicos de Fase I é uma realidade cada vez mais frequente.

A China, com uma população de 1,5 mil milhões de habitantes, encaixa com bastante perfeição nos estudos que requerem a participação de população mongol, afirmou DA Prasanna, vice-presidente e director de operações da Manipal Acunova, organização de investigação clínica número um na Índia, durante uma apresentação no CPhI Worldwide, o maior certame internacional vocacionado para o sector farmacêutico, que decorreu em Milão.

O país é também bastante útil para a realização de estudos com cidadãos japoneses, uma vez que as duas nações partilham o mesmo fuso horário. Outro dos benefícios, segundo Prasanna, é o facto da China ser um só país, de grandes dimensões, e com apenas uma entidade reguladora, com a contrapartida da língua que exigirá sempre tradução.

No caso da América Latina, a “grande vantagem”, considera Prasanna, reside no facto de 50 por cento da população viver em duas cidades principais, para além de que o fuso horário coincide com o norte-americano. Em situação semelhante está a Europa de Leste que pertence à mesma zona horária e se encontra em estreita proximidade com o resto da Europa. No entanto, acrescenta Prasanna, ambas as regiões têm populações de apenas 200 a 300 milhões de habitantes e a diversidade de idiomas e entidades reguladoras envolvidas podem representar barreiras difíceis de transpor.

Para o responsável, é a Índia que apresenta um maior aglomerado de vantagens. Apesar do seu mercado ser inferior quando comparado com outras regiões emergentes, o país apresenta um melhor padrão de cuidados de saúde do que a China, salienta Prasanna. Para além disso, tem uma população de 1,1 mil milhões de habitantes e apenas uma entidade reguladora e o inglês é uma das línguas oficiais, o que significa que o país pode superar algumas das actuais regiões emergentes dentro dos próximos quatro a cinco anos.

Neste caso, os grandes inconvenientes são a distância e a zona horária relativamente ao ocidente, para além das dificuldades em conseguir fazer chegar à Índia material clínico e de o entregar num local, e dos desafio que representam a recolha e manutenção de dados clínicos, laboratoriais e medicamentos fiáveis, afirmou Prasanna.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-Reporter.com, CenterWatch.com, Farmacia.com.pt

Relatório prevê modificações no sector das terapias anti-HIV

GlaxoSmithKline deverá perder liderança da quota de mercado

O sector dos fármacos anti-HIV, actualmente avaliado em 8,1 mil milhões de euros, vai sofrer transformações significativas ao longo dos próximos nove anos, à medida que forem expirando as patentes de vários medicamentos chave, indica um relatório elaborado pela “Report Buyer”, uma empresa britânica de pesquisas de mercado. Na origem destas alterações deverá estar o lançamento de novas substâncias que vão revolucionar o tratamento da doença.

A GlaxoSmithKline, detentora de grande parte da quota de mercado no sector do HIV, deverá ressentir-se ao ver o seu portfolio de medicamentos anti-HIV perder a protecção das patentes, referem os autores do estudo. A empresa retém a maior porção de mercado de fármacos para o tratamento do HIV desde o lançamento, em 1997, do Retrovir (Zidovudina). Porém, em 2006, notou-se já alguma tendência de modificação no mercado, uma vez que 30 por cento do total de vendas de anti-retrovirais reverteram para a farmacêutica britânica, o que já representa uma ligeira quebra face ao ano anterior em que as vendas atingiram os 33 pontos percentuais.

Oito dos principais fármacos nesta categoria pertencem à GlaxoSmithKline, refere o relatório, no entanto, cinco deverão perder a protecção da patente em 2014. Para além disso, a maioria dos produtos são relativamente antigos. Tendo em conta estes factores, os autores do estudo prevêem que a quota de mercado da GSK possa sofrer uma quebra brusca, a não ser que o laboratório descubra novos produtos de sucesso.

O sector, no seu todo, está preparado para se expandir, dizem os analistas, e que há outras empresas decididas a angariar quota de mercado. O lançamento de novos produtos irá alterar a administração terapia anti-retroviral altamente activa, ou HAART, quer no estado inicial ou avançado. Estas inovações irão simplificar as linhas de tratamento inicial e proporcionar calendários de dosagem mais convenientes, reduzindo o elevado número de comprimidos de que dependem os pacientes e melhorando a qualidade de vida dos mesmos.

Por sua vez, a Gilead e a Bristol-Myers Squibb, que actualmente ocupam a segunda e terceira posições no que diz respeito às quotas de mercado de terapias anti-HIV, deverão enfrentar um futuro promissor. As duas empresas colaboraram na primeira combinação de doses entre fármacos de diferentes classes, o Atripla, que resulta da associação entre o Sustiva (Efavirenz), o Viread (Tenofovir) e a Emtriva (Emtricitabina). O fármaco combina três componentes da terapia HAART – dois inibidores não competitivos da transcriptase reversa e um inibidor da transcriptase reversa não nucleósido – em apenas um comprimido de toma diária única.

No primeiro ano de vendas nos Estados Unidos da América, o Atripla rendeu 122 milhões de euros. As previsões dos analistas indicam que o medicamento deverá ser lançado na Europa ainda este ano e ocupar a liderança enquanto tratamento de primeira linha, gerando lucros significativos para a Gilead e para a Bristol-Myers Squibb.

Marta Bilro

Fonte: Newswire Today, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Doenças reumáticas afectam mais de 25% dos portugueses

Mais de um quarto da população portuguesa sofre de algum tipo de problema reumático, sendo que as mulheres são significativamente mais afectadas do que os homens. Os dados foram divulgados pela Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e mostram também que entre as doenças mais frequentes estão a osteoartrose, doenças de coluna, osteoporose, fibromialgia, artrite reumatóide ou tendinites.

Estes cálculos englobam todos aqueles que tenham uma queixa do foro reumático, como uma dor articular, que obrigue a consultas médicas, e não apenas as pessoas que necessitam de ser seguidas pelo especialista.

Actualmente, 2,7 milhões de portugueses sofrem de algum tipo de queixas reumáticas, que atingem 1,7 mil mulheres e 970 mil homens. Para estes doentes, as mais simples tarefas do dia-a-dia, como sair da cama, vestir-se ou usar o computador, representam um “verdadeiro desafio”. Os números foram divulgados a propósito do Dia Internacional das Doenças Reumáticas, que se assinala esta sexta-feira.

Conforme referiu Jorge Branco, presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas, a prevalência da doença entre as mulheres é comum na globalidade dos países, porém as causas para este facto não estão ainda esclarecidas. Os factores de origem genética, hormonal e ambiental são apontados como algumas das causas prováveis para a doença.

Sendo as mais frequentes na raça humana, as doenças reumáticas vão, provavelmente, manter essa posição no futuro, referem os especialistas, uma vez que a população mundial não pára de crescer e, sobretudo, de envelhecer. Por poderem decorrer muitos anos sem sintomas, estas doenças são muitas vezes ignoradas por quem as sofre.

Para além disso, os novos medicamentos para as doenças reumáticas, que são “mais caros, mas também muito mais eficazes”, não estão a chegar a todos os doentes que deles precisam, refere o responsável. “Ainda há pouca prescrição destes novos fármacos”, sintetizou.

As conclusões de um inquérito europeu realizado este ano a doentes reumáticos revelaram que 92 por cento destes pacientes têm dificuldade em subir escadas no trabalho, 75 por cento têm problemas em subir para comboios, para 78 por cento vestir-se é um desafio e 72 por cento têm dificuldades em abrir torneiras.

É, por isso, lamentável que, em Portugal, os doentes reumáticos sejam tratados como “os parentes pobres das patologias”, afirmou Jorge Branco, fazendo um apelo à necessidade de respeitar estas doenças, tanto ao nível das autoridades de saúde como ao nível da população em geral.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas.

Wyeth condenada a pagar indemnização

Tribunal acusa farmacêutica de ocultar riscos do Prempro e Premarin

O júri de um tribunal norte-americano do condado de Washoe deu razão a três mulheres do Nevada que alegavam ter desenvolvido cancro da mama depois terem sido medicadas com Prempro e Premarin, tratamentos de substituição hormonal da farmacêutica Wyeth.

O veredicto refere que o laboratório norte-americano foi negligente, produziu um medicamento defeituoso e ocultou factos sobre a segurança do mesmo. Cada uma das queixosas deverá receber uma indemnização no valor de 5,3 milhões de euros por danos passados. Para além deste montante, duas das mulheres receberam ainda 25,3 milhões de dólares relativos a danos futuros e à terceira foi atribuída uma compensação de 28,2 milhões de dólares.

Jeraldine Scofield, Arlene Rowatt e Pamela Forrester estavam a ser medicadas com Premarin, um tratamento de substituição de estrogénio, e Prempro, uma combinação de estrogénio e acetato de medroxiprogesterona, utilizados como substituição hormonal pós-menopausa, mas foram retiradas do tratamento depois de desenvolverem cancro da mama.

No processo, as queixosas alegaram que a Wyeth produziu e comercializou um produto perigoso, não realizou estudos adequados nem forneceu avisos acerca da relação entre os fármacos e o cancro.

Por sua vez, a defesa argumentou que a Wyeth participou ou financiou um conjunto de estudos para perceber os riscos inerentes à toma dos medicamentos, e informou sobre os mesmos na rotulagem dos produtos. Os advogados da farmacêutica disseram ainda que o tratamento não é perigoso, foi aprovado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos e continua disponível no mercado.

Este não é o único caso judicial a envolver o Prempro e o Premarin. Em Julho a Wyeth conseguiu chegar a acordo, ainda antes do julgamento, num processo em que os medicamentos eram apontados como responsáveis pelo desenvolvimento de cancro da mama numa paciente que se submeteu ao tratamento hormonal. Até ao momento, a farmacêutica saiu vencedora na maioria dos processos, no entanto, continuam por resolver cerca de quatro mil queixas.

Marta Bilro

Fonte: Reno Gazette Journal, KoloTV.com.

Decisão judicial do estado norte-americano de Delaware
Normas da FDA prevalecem sobre leis estatais


As normas aplicadas pela Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, no que diz respeito à publicidade a fármacos deverão doravante sobrepor-se às leis de defesa do consumidor vigentes no estado norte-americano de Delaware. Uma decisão que deixou em alerta os advogados que trabalham para aquelas entidades, que dizem temer um crescimento desregrado da propaganda aos produtos de saúde.

De acordo com a decisão judicial agora anunciada, que diz respeito a um caso concreto que envolve a companhia farmacêutica Astra Zeneca, terá sido entendido pela Corte de Apelações do Distrito de Delaware que aquela empresa não poderia ser punida na sequência de um processo que lhe tinha sido movido tendo por base as leis estaduais de defesa do consumidor, porque a publicidade a medicamentos é, nos Estados Unidos, regida de acordo com as normas definidas pela FDA, e não tem como elemento orientador qualquer outro tipo de lei de âmbito distrital ou nacional.
Em causa está um processo que opôs o Pennsylvania Employees Benefit Trust Fund e a companhia farmacêutica, no âmbito do qual os consumidores acusavam a Zeneca de publicidade enganosa com o medicamento Nexium (esomeprazole), ao assegurar, por exemplo, que aquele fármaco era mais eficaz do que o Prilosec (omeprazole), já existente no mercado farmacêutico e de que o novo medicamento é derivado. Não obstante a polémica que envolveu o caso, a Justiça do Estado de Delaware entendeu não dar provimento ao pedido do grupo de consumidores, inviabilizando a sua pretensão de impedir a continuidade da publicidade que vinha sendo feita pela Astra Zeneca ao medicamento em questão.
Patente expirada
Os queixosos neste processo alegaram que a empresa farmacêutica fazia publicidade enganosa ao comparar, favorecendo o Nexium, os dois medicamentos para tratamento de situações de refluxo ácido e de azia frequente. Ambos os fármacos são produzidos pela Zeneca e o Prilosec foi sempre um produto lucrativo para a marca, com um volume de vendas que atingiu os seis mil milhões de dólares no ano 2000. No entanto, a quebra da patente do Prilosec, a partir da qual o medicamento poderia passar a ser vendido como genérico, estava prevista para o ano seguinte, e nessa altura, em Fevereiro de 2001, o laboratório anunciou o Nexium, demonstrando, com dados obtidos em ensaios clínicos comparativos, que uma dose de 40mg do novo fármaco constituía, "estatisticamente", uma taxa de cura significativa. O estudo foi aprovado pela FDA, que desde então deu o seu aval à introdução do Nexium no mercado. Agora, conhecida a decisão do tribunal de Delaware, a acusação entende que a Justiça "interpretou mal o processo", alegando que "a Food and Drug Administration não está a dar a sua aprovação à veracidade efectiva da publicidade aos medicamentos, e certamente não aprovou formalmente, na análise específica a este caso, o conteúdo dessa publicidade".

Carla Teixeira
Fonte: «Expresso da Notícia»

Director executivo da Total desmente contacto com a Pfizer

O director executivo da Total, Christophe de Margerie, desmente qualquer contacto com a farmacêutica norte-americana Pfizer ou com o laboratório francês Sanofi-Aventis com o intuito de vender a sua quota de acções na Sanofi.

“Não tivemos qualquer contacto com a Pfizer ou com a Sanofi”, afirmou o responsável em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência de imprensa sobre petróleo.

De Mergerie diz mesmo que “se não tivesse lido no jornal” não tinha tido conhecimento dos rumores que dão conta de um possível interesse da Pfizer em comprar os cerca de 10 por cento de acções que a Total detém na Sanofi-Aventis.

Recorde-se que, recentemente surgiram relatos na imprensa acerca da possibilidade da Pfizer ter intenções de adquirir uma parte da Sanofi-Aventis, situação que deu origem a uma subida do preço das acções da empresa francesa.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters.

Esclerose Múltipla: Cientistas conseguiram reparar lesões neurológicas

Uma equipa de investigadores norte-americanos conseguiu reparar os danos neurológicos causados pela debilitação da esclerose múltipla em ratos. Os resultados, divulgados durante um encontro da “American Neurological Association”, levam os investigadores a acreditar na possibilidade de serem descobertos novos tratamentos para a doença.

A esclerose múltipla é uma doença caracterizada por zonas isoladas de desmielinização e degeneração do sistema nervoso central que interfere com a capacidade em controlar funções como a visão, a locomoção, e o equilíbrio. A doença ocorre quando o sistema imunitário do organismo começa a produzir anticorpos contra a sua própria mielina, o que dá origem à inflamação e a lesão da bainha de mielina que cobre os nervos do cérebro e da medula espinal.

Os cientistas da clínica Mayo, no Minnesota, utilizaram um anticorpo humano para reconstruir a mielina em ratos com a forma progressiva da doença e observaram que o anticorpo se agregou à mielina e à superfície das células do cérebro e da medula espinal, desencadeando um processo de reparação, denominado remielinação.

Os testes realizados pelos investigadores demonstraram também que o anticorpo funcionou mesmo quando associado ao tratamento com esteróides, habitualmente administrado aos pacientes que sofrem desta patologia. Esta é uma observação importante uma vez que os primeiros doentes com esclerose múltipla a receberem a terapia de anticorpos terão que ser primeiro tratados com metilprednisolona, uma substância corticosteróide

“O conceito de utilizar anticorpos humanos para tratar doenças deste tipo ainda não foi testado em seres humanos, mas estas descobertas são muito promissoras”, afirmou Moses Rodriguez, neurologista e um dos autores do estudo. Apesar de se encontrarem ainda em fase inicial, as investigações poderão conduzir “a novos tratamentos que podem limitar as deficiências permanentes" causadas pela esclerose múltipla, salientou Arthur Warrington, membro da equipa de investigação.

Os dados da Associação Nacional de Esclerose Múltipla indicam que a doença afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo. Os estudos epidemiológicos apontam para a existência de 450 mil pessoas com esclerose múltipla só na Europa, sendo a incidência maior nos países nórdicos. Estima-se que o número de doentes em Portugal seja da ordem dos 5000.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, BBC Brasil, Manual Merck, Associação Nacional de Esclerose Múltipla.

Crianças de sete e oito anos terão dentista gracioso
Vacina contra VPH gratuita em Espanha

O Conselho Inter-territorial de Saúde de Espanha acaba de aprovar um plano sanitário que, entre outras medidas, prevê a administração gratuita da vacina contra o vírus do papiloma humano (responsável pelo cancro do útero), através da sua inclusão no programa nacional de vacinação.

Concretamente em relação à nova vacina, o plano estabelece que as regiões autónomas espanholas terão a seu cargo a determinação da idade em que aquele medicamento deverá começar a ser utilizado, e a decisão sobre a data de arranque local do programa, tendo em conta que o mesmo terá de ser universalizado em todo o país até ao ano de 2010. De acordo com fonte oficial do país vizinho, os custos destas iniciativas serão divididos, em partes iguais, pelo Orçamento Geral do Estado e por cada uma das comunidades autónomas que se forem associando à medida.
Saúde dentária
O programa sanitário aprovado pelo Conselho Inter-territorial de Saúde espanhol estabeleceu ainda que as crianças entre os sete e os oito anos de idade que residam em qualquer parte do território de Espanha vão passar a usufruir de consultas gratuitas no dentista, já a partir de 2008, no âmbito de um programa igualmente negociado entre o governo central e as comunidades autónomas. Bernat Soria, ministro da Saúde e do Consumo do país vizinho, disse, numa curta declaração feita nesta quarta-feira, que a intenção da tutela é a de que, até 2012, todas as crianças espanholas com idade inferior a 15 anos estejam abrangidas por este programa, que inclui, segundo a Agência Lusa, revisões periódicas no dentista, instruções relativas à dieta mais adequada e sobre a saúde da boca, a aplicação tópica de flúor e a avaliação regular das cáries.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

FDA aprova testes para identificação de bactérias resistentes

A FDA autorizou a Dade Behring Inc., que produz instrumentos para diagnósticos clínicos, a comercializar os testes para uma rápida identificação de bactérias Gram+ resistentes a antibióticos. A agência norte-americana aprovou o produto MicroScan Synergies Plus Gram Positivo que identifica bactérias em duas horas, e fornece resultados, no próprio dia, para estirpes que causam graves ameaçam para a saúde nos hospitais.

O novo teste da Dade Behring pode detectar alguns dos mais perigosos germes resistentes a fármacos, tais como os staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA). O teste também detecta staphylococcus aureus resistentes à vancomicina (VRSA), e enterococcus resistentes à vancomicina (VRE). A resistência aos antibióticos prolonga a doença nos pacientes e coloca-os num grande risco de morrer.

Segundo o “Centers for Disease Control and Prevention” (CDC), dos Estados Unidos, a resistência aos antibióticos é uma das situações mais preocupantes da saúde pública. Segundo estadísticas, em 1971 apenas existiam 2 por cento de pessoas com MRSA, aumentando para 22 por cento em 1995, e para 63 por cento em 2004. A utilização excessiva da vancomicina está a provocar resistência por parte dos estafilococos e dos enterococos. As infecções por bactérias resistentes aos medicamentos adoecem 2 milhões de pessoas por ano, e têm custos de 20 mil milhões de dólares para o tratamento a nível nacional, segundo o CDC.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, Forbes

Vodka salva vida de paciente envenenado

Um turista italiano envenenado com etilenoglicol foi salvo pela vodka, é que os médicos australianos que o atenderam não tiveram outra alternativa perante a ruptura do stock de álcool farmacêutico, que funciona como um antídoto para o etilenoglicol.

O turista italiano de 24 anos foi levado ao Hospital Mackay Base, no norte do Estado de Queensland, na Austrália, depois de ter ingerido uma grande quantidade de etilenoglicol, um componente de aditivos de radiador de automóveis, numa suposta tentativa de suicídio.

Quando chegou ao hospital, o italiano estava inconsciente e de imediato foi iniciado o tratamento com álcool farmacêutico, mas os suprimentos de álcool farmacêutico do hospital de Queensland acabaram e foi preciso recorrer a outra solução.

“Rapidamente usámos todos os frascos disponíveis e decidimos que havia outra opção: fornecer álcool ao paciente através de bebidas alcoólicas colocadas na sua sonda nasogástrica” , disse o médico Pascal Gelperowicz, que liderou a equipa de tratamento em conjunto com Todd Fraser, ao jornal The Australian.

O paciente foi então alimentado com vodka durante três dias, por via intravenosa, um tratamento que, segundo Todd Fraser, pode não ser convencional, mas foi bem sucedido, pois o paciente recuperou totalmente.

“O paciente recebeu o equivalente a três doses comuns a cada hora, durante três dias, enquanto permaneceu na unidade de terapia intensiva” , afirmou Fraser.

O etilenoglicol pode paralisar o funcionamento dos rins e é fatal.

Inês de Matos

Fonte: Sol

25 por cento dos portugueses sofrem de depressão

A depressão afecta já cerca de 25 por cento dos portugueses, uma doença com tendência a aumentar, embora passe muitas vezes desapercebida. O alerta é do presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), Adriano Vaz Serra, que falou esta quarta-feira aos jornalistas, durante as comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental.

A depressão uma doença mental "recorrente e incapacitante", afectando desta forma a vida pessoal, familiar e profissional dos doentes. Vaz Serra advertiu ainda que "é provável que a depressão venha a ultrapassar a gripe no século XXI", pois apesar de ser actualmente melhor reconhecida, esta doença mental é recorrente e, como a longevidade é cada vez é maior, tem tendência a aumentar.

Na opinião do presidente da SPPSM, uma doença psíquica não é localizada, pois é um transtorno do próprio cérebro que impede o funcionamento normal das pessoas, devendo caber aos responsáveis pelos cuidados primários de saúde detectá-las. Deste modo, "os clínicos gerais são os psiquiatras de vanguarda", pois "um doente [mental] não se queixa do que tem mas do que pensa ter".

"A identificação de uma doença mental, em especial da depressão, deve ser feita por um clínico, embora haja muitas depressões que passam desapercebidas, acabando a pessoa por não receber qualquer tipo de tratamento", salientou Vaz Serra.

Deste modo, o presidente da SPPSM defende que é "essencial manter um Serviço Nacional de Saúde adequado" que permita o tratamento a todas as pessoas que sofrem de uma doença mental. Contudo, em sua opinião, o SNS "falha muito" porque a identificação das situações é, muitas vezes, tardia e os tratamentos são "feitos de forma muito lenta".

“Os transtornos mentais são uma das causas mais proeminentes no suicídio”, lembra Vaz Serra, adiantando ainda que "cerca de 800 mil pessoas por ano, no Mundo, suicidam-se”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

GlaxoSmithKline adquire fármaco experimental para o melanoma avançado

A britânica GlaxoSmithKline Plc (GSK) adquiriu os direitos de licenciamento do fármaco experimental, na Fase III do estudo, para o tratamento do melanoma avançado, o STA-4783, da Synta Pharmaceuticals Corp, num acordo que pode render à companhia biotecnológica norte-americana mais de mil milhões de dólares (712 milhões de euros).

A Synta irá receber um pagamento inicial de 80 milhões de dólares, e pode receber, posteriormente, mais 885 milhões de dólares, se o fármaco atingir os objectivos relativos ao desenvolvimento, regulamentação e vendas. A GSK pode ainda adquirir até 45 milhões do stock da Synta.

Este acordo pelo fármaco, que está agora a iniciar a Fase III de um ensaio global com 600 pacientes, marca um passo em frente da GSK para impulsionar a sua pipeline através de alianças externas. A GSK, a maior farmacêutica da Europa, colocou os fármacos oncológicos numa área prioritária de desenvolvimento. Este acordo fortalece a pipeline de fármacos para o cancro em estádios avançados de testes, em que actualmente se incluem 10 programas de Fase III, segundo revelou o responsável pela investigação e desenvolvimento da GSK, Moncef Slaoui.

O fármaco injectável, o STA-4783, tem um novo mecanismo de acção que produz substâncias que matam as células cancerígenas, através do aumento dos níveis de oxigénio até ao ponto de ruptura, activando a morte programada destas células, sem danificar as células normais, pois estas têm uma tolerância mais elevada ao oxigénio.

Na Fase II do estudo, os pacientes com melanoma em estado avançado que tomaram o fármaco da Synta mais um agente comum de quimioterapia apresentaram uma sobrevivência média de 12 meses, em comparação com os 5,6 meses da quimioterapia sozinha. A sobrevivência livre de progressão mais que duplicou, 35 por cento contra 15 por cento, em seis meses. A Synta antecipa que também possa funcionar numa variedade de outros tipos de tumores, podendo também ser testado para a leucemia, cancro dos ovários e cancro pancreático.

Segundo o acordo, a Synta irá financiar todo o desenvolvimento do STA-4783 para o melanoma metastizado, a forma mais mortal de cancro da pele. As companhias irão partilhar os custos relacionados com desenvolvimento e comercialização do STA-4783 nos Estados Unidos, e a GSK irá ter direitos exclusivos em todos os outros sítios. Actualmente, existem poucos fármacos disponíveis para pessoas com cancro da pele avançado, que mata cerca de 70 por cento dos pacientes num ano.

Isabel Marques