quinta-feira, 5 de julho de 2007

Diabetes: pâncreas artificial pode controlar a doença

Os cientistas tentam descobrir através da matemática a quantidade de insulina que o corpo necessita para fazer face aos níveis de glicose que tem. Ao chegar a este valor será possível desenvolver um pâncreas artificial que liberta dose de insulina que o diabético necessita.


«O pâncreas artificial pode evitar complicações associadas aos diabéticos, tais como, deficiências cardíacas e cegueira. Pode assim melhor significativamente a vida dos doentes», explica o chefe executivo da Juvenile Diabetes Research Campaign, Karen Addington.

A dificuldade dos investigadores reside em saber a quantidade exacta de insulina que o pâncreas liberta quando o nível de açúcar no sangue sobe. Para esclarecer a situação, a equipa está a fazer teste a um rapaz diabético internado no hospital Addenbrookes.

O pâncreas artificial vai trabalhar em conjunto com um sensor colocado debaixo da pele. Este mede a glicose do sangue e o novo órgão reconhece os valores e liberta a insulina que o doente necessita.

Com este processo, os diabéticos deixam de ter de usar os medidores de sangue e as agulhas com a dose necessária da hormona que controla o açúcar no sangue.

sara pelicano

fontes: BBB

Governo aprova decreto que prevê liberalização das farmácias

O Governo anunciou hoje a aprovação do decreto de lei que prevê a liberalização da propriedade das farmácias, um ano depois de ter chegado a acordo com Associação Nacional de Farmácias, sobre o denominado “Compromisso com a Saúde”.

A aprovação do diploma foi anunciada no final do Concelho de Ministros e para além do novo regime que permite o acesso de não farmacêuticos à propriedade de farmácias, o decreto impõe ainda a exigência de a direcção técnica ser assegurada, “em permanência e exclusividade”, por uma farmacêutico sujeito a regras deontológicas, visado “garantir e promover a qualidade e melhoria dos serviços prestados aos utentes”.

Deste modo, passa a existir a possibilidade de as farmácias poderem prestar serviços farmacêuticos, que deverão ser definidos por portaria do Ministério da Saúde, tornando desta forma possível que as farmácias, “a par da dispensa de medicamentos, desempenhem outras funções de relevante interesse público na promoção da saúde e do bem-estar dos utentes”.

No diploma encontram-se ainda regulamentadas as incompatibilidades na propriedade da farmácia, já que o decreto estipula a “impossibilidade de cada proprietário deter mais de quatro farmácias”.

Com a aprovação do decreto de lei, abre-se assim a possibilidade de as farmácias serem livremente transferidas dentro de um mesmo município e de os medicamentos poderem ser vendidos através da Internet, caindo por terra a proibição das farmácias lançarem concursos para a aquisição de medicamentos.

Inês de Matos

Fonte: Sol

GlaxoSmithKline planeia entrar no mercado de vacinas japonês

A GlaxoSmithKline Plc. quer entrar no mercado de vacinas do Japão com o Cervarix, para o cancro cervical, e está a desenvolver mais três inoculações para possível comercialização no país.

A Glaxo está a conduzir ensaios clínicos do Cervarix no Japão, com o objectivo de comercializar o fármaco no país, caso seja aprovado. O presidente da unidade de vacinas da Glaxo, Jean Stephenne, revelou que a farmacêutica também poderá lançar ensaios de vacinas para a gripe, doença pneumocócica e rotavírus, no Japão.

Para além disso, a Glaxo está a negociar com o governo japonês a possibilidade de fornecer o país com vacinas sazonais da gripe e pré-pandémicas. Se o governo pretender armazenar a vacina, como protecção contra uma pandemia provocada pela gripe das aves, a Glaxo irá procurar parceiros locais.

Os regulamentos que requerem que as vacinas sejam testadas em pacientes japoneses, antes que possam ser comercializadas no país, atrasam frequentemente a sua introdução. Segundo Stephenne, a população do Japão não beneficia tão rapidamente com as vacinas como as pessoas que vivem na América do Norte ou na Europa.

O mercado de vacinas japonês, no ano passado, estava avaliado em cerca de 64,7 mil milhões de ienes (529 milhões de dólares), de acordo com a unidade japonesa da IMS Health Inc., uma companhia que segue as tendências da indústria farmacêutica global.

As vacinas pré-pandémicas, juntamente com as vacinas para o cancro cervical, rotavírus e doença pneumocócica, estão na terceira e última fase de estudos necessários para a aprovação nos Estados Unidos.

O Cervarix, que recebeu autorização para ser comercializado pelos reguladores australianos em Maio, no Japão está na segunda fase de um processo de três. Este fármaco tem o potencial de gerar cerca de 1,5 mil milhões de dólares por ano para a Glaxo até 2010 e 5 mil milhões por ano enquanto estiver no seu auge, de acordo com dados de uma pesquisa, datada de 15 de Maio do analista Navid Malik da Collins Stewart, em Londres.

A Glaxo não deu indicações acerca de quando irão começar os estudos no Japão para as outras três vacinas.

Informações mais detalhadas acerca do Cervarix podem ser consultadas no farmacia.com.pt, no artigo “Cervarix protege contra lesões pré-cancerígenas”, publicado no dia 29 de Junho.

Isabel Marques

Fontes: Firstword, Bloomberg

Juntas Médicas: Governo pede sugestões ao Bastonário da Ordem dos Médicos

O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, foi hoje convidado pelo ministro das Finanças e pelo secretário de Estado da Saúde a apresentar sugestões para aperfeiçoar o modelo de apreciação dos pedidos de aposentação antecipada, por motivo de incapacidade.

O convite foi feito através de uma carta conjunta do ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, e do secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, enviada ao bastonário, mas a divulgação da iniciativa apenas aconteceu algumas horas depois de Pedro Nunes ter sugerido que as juntas médicas deveriam ser integradas apenas por profissionais de saúde, que deverão receber formação específica em medicina da segurança social e seguros.

Os dois ministérios recusam que na base da carta esteja “qualquer juízo negativo sobre o rigor de apreciação da situação clínica” realizada pela junta médica da Caixa Geral de Aposentações (CGA), que está na base da decisão tomada por este organismo relativamente aos pedidos de aposentação antecipada por motivo de incapacidade.

No comunicado de divulgação da carta consta ainda que “nesta matéria, nunca o Governo poderia ter outra postura, nem fornecer quaisquer orientações, seja de que natureza for, à junta médica da CGA, dado que tais pareceres, que são técnicos, têm que ser orientados apenas por critérios de ordem médica".

Na opinião dos governantes, é a Ordem do Médicos (OM) "quem está em melhores condições de apreciar os juízos técnicos emitidos por profissionais inscritos na OM, bem como analisar os elementos documentais do foro clínico, legalmente acessíveis apenas aos profissionais", uma vez que "é fundamental restaurar a confiança dos utentes da CGA na referida junta médica".

Em declarações à Lusa, o bastonário da OM considerou "inaceitável" a presença de não médicos nas juntas, uma situação comum nas juntas médicas da polícia e dos militares e, até há algum tempo, na Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE). Pedro Nunes defende a necessidade de ser criada “uma competência, uma área específica de saber com critérios uniformes para os médicos que integram as juntas médicas, porque até aqui qualquer médico pode ser contratado para uma junta médica", prometendo que a OM vai continuar a lutar pela alteração da legislação sobre esta matéria.

A Ordem dos Médicos anunciou a sua posição depois de terem vindo a publico casos de professores doentes com leucemia e cancro na laringe, que as juntas médicas consideraram aptos para trabalhar, o que os obrigou a voltar às escolas onde leccionavam, acabando por morrer no activo.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Medida defendida pelos médicos espanhóis
Pílula do dia seguinte sem receita médica


Os ginecologistas e obstetras espanhóis estão convencidos de que a dispensa da pílula do dia seguinte sem a exigência de apresentação de receita médica poderá travar o crescente número de intervenções de interrupção voluntária da gravidez no país. Frisando que se trata de um método contraceptivo, sem efeitos secundários assinaláveis, e não de um medicamento abortivo, os médicos entendem que o seu uso mais generalizado poderia ser positivo.

Apontando como exemplos os Estados Unidos, a França ou o Reino Unido, países onde a comercialização da pílula do dia seguinte não pressupõe a obrigatoriedade de apresentação de receituário, os profissionais de saúde do país vizinho pedem que a população seja mais bem informada sobre contracepção e o uso adequado da chamada pílula abortiva, e que a mesma seja dispensada sem necessidade de receita, preconizando também uma maior aposta na sua distribuição, de forma a torná-la acessível junto de comunidades onde até agora não tem sido, sobretudo ao fim-de-semana, a altura em que é mais requisitada.
A pílula do dia seguinte, cuja utilização Espanha aprovou em Março de 2001, tem obrigatoriamente de ser administrada no intervalo de 72 horas depois da relação sexual desprotegida. Só no primeiro ano de utilização autorizada foram distribuídas no país vizinho cerca de 160 mil unidades. Em 2005 já foram consumidas 560 mil. Uma subida muito significativa, mas que de acordo com os médicos espanhóis não tem sido suficiente para travar o recurso ao aborto (91 mil em 2005), uma vez que a população não está devidamente informada sobre o uso da pílula do dia seguinte e tem sérias dificuldades em encontrá-la no mercado.

Carla Teixeira
Fonte: El Pais, PortalFarma

Elevado consumo de Cocaína em Espanha preocupa ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) está preocupada com o forte aumento do consumo de cocaína em Espanha, que no ano passado ultrapassou os Estados Unidos no consumo desta droga. O consumo duplicou desde 1999 e cerca de 3 por cento da população espanhola, entre os 15 e os 64 anos, consumiu cocaína durante o ano passado, o que representa um consumo quatro vezes superior à média europeia.

O Comunicado Mundial sobre as Drogas 2007, da ONU, apresentado no âmbito das comemorações do Dia Mundial Contra as Drogas, celebrado no passado dia 26 de Junho, lança um alerta ao governo espanhol para que encare o elevado consumo de cocaína como uma epidemia, com sérios riscos para a saúde e que causa diversos conflitos sociais.

Como reacção ao alerta lançado na semana passada pela ONU, o governo espanhol lançou de imediato um programa de actuação contra a cocaína, com um financiamento de sete milhões de euros e duração até 2010, que pretende prevenir, reduzir o consumo e consciencializar a população de que o consumo de cocaína multiplica o risco de enfarte e de psicopatologias.

A ministra da saúde, Elena Salgado, aproveitou a apresentação do programa para dizer que a cocaína “não é uma substância nova, nem o seu consumo está relacionado com o prestigio social ou com o êxito profissional, não sendo também inócua”.

O programa do governo espanhol prevê a realização de novas campanhas de sensibilização e acções de formação e informação sobre o consumo deste estupefaciente, apoiando-se numa base multidisciplinar pedagógica e sanitária.

A campanha pretende chegar também até aos mais jovens através do envio de mensagens de e-mail ou SMS’s, para além da criação de fóruns e chats na Internet, onde o tema estará em debate.

Inês de Matos

Fonte: correofarmaceutico.com

FDA estende aprovação GRAS ao Listex para todos os produtos alimentares

Listex também pode ser utilizado na União Europeia

A agência norte-americana que regula os medicamentos e os alimentos, FDA, e o Departamento Norte-Americano de Agricultura, USDA, anunciaram que concederam a aprovação ao Listex P100, o produto bacteriófago natural contra a Listeria, como Reconhecido Geralmente Como Seguro (GRAS), para todos os produtos alimentares.

Na luta contra a Listeria, um dos mais perigosos patogénios alimentares, as companhias de processamento de alimentos norte-americanas podem agora utilizar uma ferramenta nova, mas contudo natural: o bacteriófago Listex. A FDA e a USDA aprovaram este produto, desenvolvido na Holanda, como GRAS, baseado nos extensivos dados de segurança e eficácia e nos testes organolépticos que confirmam que o Listex é seguro e tem qualquer impacto no sabor, cheiro, cor e outras propriedades físicas dos produtos tratados.

Os bacteriófagos (fagos) são os microorganismos mais abundantes na terra. A água doce e a água do mar podem conter até mil milhões de fagos por mililitro, enquanto que na carne, fresca e processada, e nos produtos de carne, mais de 100 milhões de fagos viáveis estão frequentemente presentes por grama. Os fagos são inofensivos para os humanos, animais e plantas, e têm como alvo somente as células bacterianas. São extremamente específicos em relação às bactérias que reconhecem. Os bacteriófagos do Listex têm como alvo somente a bactéria Listeria (deixando as bactérias benéficas intactas), e são fáceis de aplicar nos processos de produção.

Em Outubro de 2006, a FDA já tinha anunciado o Listex como GRAS contra a Listeria em queijos. A extensão para todos os produtos susceptíveis à Listeria abre a possibilidade para a indústria de carne e peixe para a aplicação do Listex. No início deste mês, agência holandesa dedicada à inspecção, a SKAL, confirmou o estatuto “orgânico” do Listex, de acordo com a lei da União Europeia (UE) e, como resultado, pode ser utilizado na UE em produtos regulares e orgânicos.

O Presidente da EBI Food Safety, Mark Offerhaus, afirmou que a segurança dos alimentos é agora a questão principal da agenda das companhias de processamento de alimentos e dos consumidores nos Estados Unidos, que insistem em soluções “verdes”, em vez de produtos químicos. Os bacteriófagos naturais comprovam ser uma solução única, onde a segurança reforçada não afecta as características do produto. As companhias de processamento de alimentos dos Estados Unidos podem agora beneficiar com o Listex, como seus análogos europeus.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Listeriose, a doença causada pela Listeria monocitogenes, é uma das mais graves infecções causadas pela comida, com uma taxa de mortalidade de 30 por cento. Depois da exposição pode levar semanas até que a infecção se manifeste. O Serviço de Inspecção e Segurança Alimentar dos Estados Unidos mantém uma política de tolerância zero para a bactéria, que cresce em temperatura de refrigeração e é omnipresente. Os grupos de risco incluem os jovens, os idosos, os indivíduos com imunidade comprometida e as grávidas.

Mais informações acerca da Listeriose e suas implicações podem ser consultadas no farmácia.com.pt, no artigo “Listeriose motiva projecto de sensibilização” publicado no dia 3 de Julho.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire

Alteração genética na base do desenvolvimento de asma

Uma equipa de cientistas identificou uma alteração genética que aumenta o risco de desenvolvimento de asma na infância, segundo revela um estudo publicado na revista científica britânica “Nature”. A descoberta poderá abrir portas a novos tratamentos contra uma doença que afecta perto de 150 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 600 mil em Portugal.

“É comum pensarmos em asma como algo relacionado com as alergias”, afirmou William Cookson, investigador do Instituto Nacional de Coração e Pulmões do Colégio Imperial de Londres e coordenador do estudo multinacional. Porém, “este gene não está relacionado com as alergias, ele sugere que há outras coisas por detrás das alergias que conduzem o processo da doença”, frisou o responsável.

A investigação, que analisou as diferenças de ADN em cerca de 1.000 crianças com asma e 1.200 que não sofriam da doença, revelou que a grande diferença entre elas se encontrava no cromossoma 17. Segundo explicou Cookson, as variações genéticas nesse cromossoma são responsáveis pelo aumento da actividade de um gene denominado ORMDL3, nas células sanguíneas das crianças com asma, e que aumenta em 60 por cento o risco de desenvolver a doença. Esta observação “abre caminhos para possíveis tratamentos” afirmou Cookson, já que, “o gene pode ser um alvo para os medicamentos.”

O especialista lembrou que alguns estudos anteriores já tinham detectado uma relação entre as condições genéticas e a asma, porém esta investigação fornece evidências mais concretas acerca da forma como os factores genéticos provocam esta condição nas crianças. “É uma questão complexa”, salientou Cookson, acrescentando que este é um passo para a resolução do problema mas não a solução total.

O especialista acredita que este avanço poderá conduzir a novas terapias uma vez que aponta numa direcção molecular biológica específica. “Depois de compreendermos a causa biológica e conhecermos as variáveis envolvidas é possível combatê-las com medicamentos especificamente direccionados”, concluiu.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CTV.ca. Portal da Saúde.