Alguns medicamentos para a diabetes, denominados glitazonas, estão associados a um aumento do risco de uma complicação que ameaça a visão, chamada edema macular diabético, que se caracteriza por inchaço e acumulação de fluido na retina.
As glitazonas pertencem a uma nova classe de medicamentos para a diabetes, que inclui fármacos como o Actos (pioglitazona) e o Avandia (rosiglitazona).
O estudo norte-americano, que envolveu 996 pacientes com edema macular diabético, descobriu que aqueles que tomaram glitazonas tinham uma probabilidade 2,6 vezes maior de desenvolver a doença do que aqueles que não tomaram estes fármacos.
Mesmo após o ajuste relativamente a outros factores, o risco de edema macular diabético permaneceu 60 por cento mais elevado para os pacientes que tomaram glitazonas.
O estudo, publicado na edição de Abril da “American Journal of Ophthalmology”, não é o primeiro a sugerir uma relação entre as glitazonas e o edema macular diabético. Contudo, confirma que os fármacos estão modestamente associados a um aumento do risco da doença, que é uma complicação comum da diabetes.
Os investigadores concluíram que os oftalmologistas, quando estão a tratar pacientes com edema macular diabético, devem considerar o papel das glitazonas.
O Dr. Thomas J. Liesegang, editor-chefe da “American Journal of Ophthalmology", referiu que as complicações oculares são uma questão de segurança descurada dos fármacos sistémicos.
O Dr. Liesegang declarou que a segurança é tão importante como a eficácia de um fármaco. Contudo, a segurança a longo prazo actualmente não é monitorizada, porque o processo de aprovação é baseado em ensaios clínicos pequenos e de curto prazo.
A segurança requer necessariamente a monitorização do tratamento em grupos de pessoas maiores durante longos períodos de tempo. Esta monitorização é frequentemente negligenciada e deve ser requerida para todas as terapias.
Isabel Marques
Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_82630.html