quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Fármacos para insuficiência cardíaca podem ajudar a tratar distrofia de Duchenne

Investigadores norte-americanos descobriram que uma nova classe de fármacos experimentais para a insuficiência cardíaca pode também ajudar a tratar um distúrbio muscular fatal denominado distrofia muscular de Duchenne.

Os investigadores do Centro Médico da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, referiram que a medicação pode ser efectiva embora a insuficiência cardíaca e a distrofia muscular de Duchenne não possam parecer mais díspares.

A Duchenne afecta rapazes, normalmente antes dos seis anos, destruindo as células musculares e tornando-os progressivamente mais fracos. Muitos destes pacientes morrem entre os 20 e os 30 anos.

No que diz respeito à insuficiência cardíaca, as pessoas que sofrem desta doença são privadas da capacidade do coração bombear o sangue na sétima, oitava ou nona década da vida.

O estudo, publicado na “Nature Medicine”, descobriu que as células musculares afectadas em ambas as doenças apresentam a mesma fuga microscópica que enfraquece os músculos esqueléticos na Duchenne e os músculos cardíacos na insuficiência cardíaca. A fuga deixa o cálcio penetrar lentamente nas células dos músculos esqueléticos, que ficam danificadas devido ao excesso de cálcio, na distrofia muscular de Duchenne.

Nas pessoas com insuficiência cardíaca crónica, uma fuga de cálcio semelhante enfraquece continuamente a força produzida pelo coração e também activa uma enzima que digere proteínas que danifica as fibras musculares do coração.

O investigador principal, o Dr. Andrew Marks, coloca a hipótese de que uma nova classe de fármacos experimentais, que foram delineados para parar a fuga no coração, poderá também funcionar para a distrofia muscular de Duchenne. Os fármacos, quando foram administrados a ratos com a doença, melhoraram dramaticamente a força muscular e reduziram o número de células musculares danificadas.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/02/09/Heart_failure_drug_aids_Duchenne_disease/UPI-89341234223059/

Mulheres que bebem frequentemente refrigerantes podem aumentar risco renal

Um estudo norte-americano revelou que as mulheres que bebem duas ou mais latas de refrigerantes por dia têm o dobro da probabilidade de demonstrar sinais precoces de doença renal.

Contudo, o investigador principal, o Dr. David Shoham, do Sistema de Saúde da Universidade Loyola, em Chicago, referiu que o estudo não encontrou um risco elevado para os homens ou para as pessoas que bebem refrigerantes dietéticos.

Os investigadores examinaram dados de uma amostra representativa de 9 358 adultos, provenientes de um Inquérito da Análise da Nutrição e da Saúde Nacional dos Estados Unidos, que incluiu amostras de urina e um questionário acerca dos hábitos alimentares.

O estudo, publicado na revista científica “PLoS ONE”, descobriu que as mulheres que relataram beber dois ou mais refrigerantes, nas 24 horas anteriores, tinham 1,86 vezes mais probabilidade de ter albuminúria, um marcador para danos iniciais nos rins.

A albuminúria é um excesso da quantidade de uma proteína denominada albumina na urina. Como os rins saudáveis filtram as moléculas grandes, como a albumina, uma quantidade excessiva pode ser um sinal de danos nos rins.

Cerca de 11 por cento da população tem albuminúria. O estudo descobriu que, entre as pessoas que bebem duas ou mais latas de refrigerantes por dia, 17 por cento apresentam este marcador inicial de doença renal. Contudo, não é claro por que motivo beber refrigerantes aumenta o risco apenas para as mulheres.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/02/10/Women_drinking_soda_can_up_kidney_risk/UPI-91191234302921/

Demasiada vitamina E durante a gravidez pode prejudicar o bebé

Investigadores holandeses referiram que as mulheres que ficaram grávidas recentemente devem ter em atenção a quantidade de vitamina E que ingerem, uma vez que parece que elevados níveis da vitamina podem aumentar o risco do bebé nascer com defeitos congénitos do coração.

A probabilidade de terem um bebé com um defeito do coração era 70 por cento mais elevado para as mulheres que apresentavam a ingestão mais elevada de vitamina E proveniente apenas da dieta, em comparação com as que tinham a ingestão mais baixa.

Além disso, a ingestão elevada de vitamina E mais a utilização de suplementos que contêm vitamina E aumentaram o risco de defeitos congénitos do coração entre cinco e nove vezes.

O Dr. R. P. M. Steegers-Theunissen, do Centro Médico da Universidade de Roterdão, e colegas relataram, na “BJOG: An International Journal of Obstetrics and Gynaecology”, que elevados níveis de vitamina E podem desequilibrar o balanço oxidante/antioxidante dos tecidos embrionários.

Outros mecanismos possíveis, que explicam os efeitos adversos dos níveis elevados de vitamina E para o bebé, incluem a modificação dos genes envolvidos no desenvolvimento embrionário do coração e a inibição das enzimas celulares envolvidas na limpeza natural das toxinas.

O estudo incluiu 276 mães cujos bebés nasceram com defeitos congénitos do coração e 324 mães de controlo cujos bebés tinham nascido sem problemas de coração.

As mães completaram questionários de frequência alimentar relativos às quatro semanas antes do início do estudo, quando os seus bebés tinham 16 meses. Segundo os investigadores, os padrões alimentares durante este período eram semelhantes àqueles antes das mulheres ficarem grávidas.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/02/10/eline/links/20090210elin027.html

Hepatite B: identificado anticorpo que pode levar a nova vacina

A infecção pelo vírus da Hepatite B pode ser prevenida através da administração endovenosa e um determinado anticorpo, revela uma investigação realizada pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto.

O estudo - conduzido pela investigadora Sílvia Vilarinho na sua tese de doutoramento – permitiu identificar um mecanismo pelo qual determinadas células conseguem provocar a morte daquelas que estão infectadas pelo vírus.

De acordo com o comunicado emitido pealo ICBAS e divulgado pela Agência Lusa, "apesar de o vírus da hepatite B não ser maléfico para a célula infectada, a resposta imunitária do organismo contra essa infecção conduz ao mau funcionamento do fígado”, salientando que “a descoberta de Sílvia Vilarinho permitiu tratar ratinhos infectados com a administração endovenosa de um anticorpo que previne a lesão hepática".

Segundo informa o ICBAS, "na sequência destes estudos em animais, já tiveram início as investigações em amostras humanas" e “o anticorpo utilizado já foi patenteado.” Sílvia Vilarinho, licenciada em Medicina pela Universidade do Porto, completou a tese de doutoramento no ICBAS e encontra-se actualmente a trabalhar na Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos EUA.

Raquel Garcez

Fonte: Lusa

Vírus cancerígenos mudam material genético para enganar defesas

Os vírus causadores de alguns tipos de cancro modificam o seu material genético para enganar as defesas do organismo, indica um estudo publicado na revista “Genome Research”. A pesquisa espanhola sugere que estas alterações epigenéticas podem estar igualmente presentes em vírus como o da sida ou da gripe.

O objectivo da investigação foi descobrir porque é que alguns indivíduos portadores de vírus oncogénicos os eliminam, outros evoluem para uma infecção, outros acabam por desenvolver um tumor cancerígeno e tentar ver quais as alterações no genoma que estão implicadas neste processo.

A equipa de investigadores realizou um mapa completo de metilação do ADN - um tipo específico de modificação química do material genético a partir de vários tipos de vírus relacionados com tumores - tratando-se da primeira análise completa que se fez do epigenoma de um ser vivo completo, como é um vírus.

Manel Esteller, coordenador do estudo, explicou que ao comparar o metiloma em portadores assintomáticos do vírus em pacientes com uma infecção activa e em pacientes que estão a desenvolver um cancro, verificou-se que nos primeiros resultados não estava metilado, que ao desenvolver-se uma infecção começava a metilar e que ao ter um tumor o genoma do vírus estava muito metilado.

Estes resultados permitiram que a equipa concluísse que a metilação é um mecanismo que o vírus recorre para se esconder do organismo, o que lhe permite perpetuar-se nas células.

Raquel Garcez

Fonte: http://genome.cshlp.org/content/early/2009/02/10/gr.083550.108.full.pdf+html?sid=19d209ad-7820-48be-8e8c-863b7d3ae1fa

Aumentou o consumo de antidepressivos e ansiolíticos

“O consumo de ansiolíticos e antidepressivos ou as taxas de suicídio estão a agravar-se e temos um consumo exagerado”, afirmou à TSF a Alta Comissária para a Saúde, Maria do Céu Machado.

De acordo com a TSF, o actual Plano Nacional de Saúde (PNS), a vigorar até 2010, apresenta uma evolução positiva em 70 dos 120 indicadores. A saúde mental é uma das excepções, sendo que, este indicador registou um agravamento.

Segundo a alta comissária para a Saúde, “verificaram-se progressos na prestação de cuidados médicos a crianças e jovens, no combate às doenças cardiovasculares e ao cancro”, sublinhando que “o pior registo está relacionado com o indicador de saúde mental dos portugueses”, facto que preocupa a responsável.

Raquel Garcez

Fonte: http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1141145