sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Lucro da Schering-Plough duplica

Aumento suportado por medicamentos contra o colesterol - Vytorin e Zetia

O lucro da Schering-Plough - companhia norte-americana de química e farmacêutica - duplicou no terceiro trimestre deste ano. A suportar o aumento estiveram as vendas dos seus medicamentos contra o colesterol: Vytorin e Zetia.

De acordo com a Bloomberg, o resultado líquido da Schering-Plough aumentou para os 750 milhões de dólares, ou 45 cêntimos por acção, no terceiro trimestre de 2007 face aos homólogos 309 milhões de dólares, ou 19 cêntimos por acção. O valor dos resultados ficou, no entanto, 2 cêntimos abaixo do esperado pelos analistas.

Para Barbara Ryan, analista do Deutsche Bank Securities, "a empresa apresentou resultados que ficaram abaixo das estimativas, o que surpreendeu, uma vez que, era esperado que beneficiassem da fraqueza do dólar face ao euro. A companhia está numa fase de transição com a compra da Organon", considerou.

Segundo o «Diário Económico», as acções da Schering-Plough seguem a perder 2,67 dólares, ou 8,2%, para os 30,04 dólares na abertura da sessão (segunda-feira). Os títulos do grupo já valorizam 38% desde o início do ano.

Raquel Pacheco

Fonte: Bloomberg/DE

Medicamentos para cancro e sida em breve nas farmácias

Infarmed anunciou que fármacos poderão ser dispensados nos próximos meses

As farmácias vão passar a vender medicamentos para o cancro e para a sida, revelou o Infarmed. Até agora, só os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) disponibilizavam estes fármacos. Embora prevista, a medida divide opiniões - ora agrada, ora continua a levantar vozes de discórdia…

É uma promessa antiga assumida pelo Governo e subscrita no «Compromisso com a Saúde» - tendo em vista a liberalização da propriedade das farmácias e a melhoria do acesso dos cidadãos aos medicamentos – assinado, dia 26 de Maio de 2006, entre a tutela e a Associação Nacional de Farmácias (ANF). Esta semana, finalmente, chegou a garantia de que o processo se encontra “em fase avançada”.

De acordo com o «Diário Económico» o anúncio foi feito pelo presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Vasco Maria, depois de o ministro da Saúde ter asseverado que o processo de venda destes medicamentos fora dos hospitais está avançado.

“Está em fase adiantada a preparação da dispensa pelas farmácias de fármacos para o cancro e sida”, disse Correia de Campos, levando o presidente do Infarmed a revelar que “os medicamentos chegam às farmácias nos próximos meses.”

"Perigo para a Saúde Pública"

A medida já suscitou reacções e, segundo os especialistas ouvidos pelo DE, a venda de medicamentos para o cancro e para a sida nas farmácias “pode ser um grande perigo para a saúde pública.”

Recorde-se que, em 2006, quando Correia de Campos anunciou a preparação desta medida que permite às farmácias a administração de medicamentos altamente "agressivos e dispendiosos" - nas palavras do ministro - a doentes com patologias como cancro, sida e doenças hematológicas, a Ordem dos Médicos (OM) rejeitou liminarmente a possibilidade.

Evocando constituir "um enorme risco para a saúde pública", o bastonário da OM, Pedro Nunes, argumentou (na altura) que “a toma de anti-retrovirais por doentes com sida fora do quadro da rigorosa vigilância médica actualmente seguida acarretaria o risco do surgimento de vírus resistentes aos medicamentos", sublinhando que "isso já aconteceu com o bacilo da tuberculose e poderá acontecer, também, com o vírus da sida."

Raquel Pacheco

Fonte: DE/OM

Fármaco para hepatite C crónica recebe estatuto fast track

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) concedeu o estatuto fast track ao tratamento experimental da hepatite C crónica, o R7128, desenvolvido pela companhia biofarmacêutica norte-americana Pharmasset Inc. e pela suíça Roche. O fármaco poderá ser um concorrente do Telaprevir, da Vertex, e do Boceprevir, da Schering-Plough.

O R7128 é um pró-fármaco, uma forma química modificada, do PSI-6130, inibidor oral da polimerase, nucleosídeo análogo da citidina do vírus da hepatite C (VHC), que está a ser desenvolvido pelas duas companhias. O fármaco está delineado para aumentar a absorção, distribuição e propriedades metabólicas do PSI-6130, que inibe o vírus da hepatite C de se reproduzir.

Foi concedido o estatuto fast track ao R7128 principalmente devido à necessidade de tratamentos do VHC com novos mecanismos de acção, administração oral, perfis de resistência diferentes e melhor segurança e eficácia do que os padrões de cuidados de saúde existentes, tanto para tratamento de pacientes naive, como para o tratamento de pacientes experientes.

A Pharmasset está actualmente a inscrever um ensaio inicial para avaliar o R7128 em combinação com as terapias correntes para a hepatite C, Pegasys (interferão peguilado) e Copegus (ribavirina), da Roche.

Um analista da Stifel Nicolaus, Edward Nash, comentou que não espera que o R7128 seja aprovado antes de 2012, projectando a primeira parte dos lucros do fármaco em 65,4 milhões de dólares em 2012.

Em situações especiais, a FDA autoriza que o processo de pesquisa e registo de um novo fármaco seja feito num tempo mais reduzido. Os fármacos experimentais à procura de aprovação por parte da FDA recebem a designação de fast track quando são intencionados para o tratamento de doenças graves e potencialmente fatais, e que demonstram o potencial de ir ao encontro de necessidades ainda não atendidas para essas doenças.

A hepatite C é uma doença infecciosa de origem sanguínea que afecta o fígado, e é a principal causa da doença hepática crónica e de transplante do fígado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que perto de 180 milhões de pessoas em todo o mundo, ou aproximadamente 3 por cento da população mundial, estão infectadas com o vírus da hepatite C.

A Pharmasset também está a desenvolver o Clevudine, que se direcciona para o vírus da hepatite B, e o Racivir, uma terapia para o VIH para ser utilizado em combinação com outros fármacos aprovados para o VIH.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney

Excisão de amígdalas pode piorar qualidade de sono infantil

Investigadores analisaram sono de 55 crianças nas 5 noites antes e 5 noites após a cirurgia

Retirar as amígdalas pode piorar a qualidade do sono das crianças. A conclusão saiu de um estudo norte-americano publicado na revista «Journal of Pediatric Psychology».

De acordo com os investigadores da Yale School of Medicine, os resultados apontam para uma queda importante na qualidade do sono das crianças, após a excisão das amígdalas. “Pelo menos um terço dos participantes (55 crianças) manifestou redução da eficiência do sono após a cirurgia”, anunciou a equipa norte-americana.

Neste um terço, constataram ainda que, as mais predispostas à diminuição da qualidade do sono "incorreram em maior magnitude de dor pós-operatória e revelaram ser crianças com pior relacionamento social e ansiosas.”

Os cientistas da Yale analisaram as modificações no padrão de sono de 55 crianças, com idades entre 6 e 12 anos, as quais foram acompanhadas nas 5 noites antes e 5 noites após a cirurgia.

As amígdalas - massa de tecido linfóide, em forma oval, que se situa na garganta - fazem parte do sistema imunitário. No entanto, se por um lado, podem proteger contra as infecções do tracto respiratório superior (bactérias e vírus), por outro lado, podem ser foco de obstruções e infecções de repetição, abrindo caminho a problemas de audição e respiração. Perante este quadro, sofrem um crescimento excessivo sendo a excisão, em muitos casos, a solução a seguir.

Raquel Pacheco

Fonte: Journal of Pediatric Psychology

Vacina experimental para o cancro da Antigenics mostra-se promissora

A companhia biotecnológica norte-americana Antigenics Inc. revelou que a vacina experimental Oncophage (vitespen), uma terapia estimuladora do sistema imunitário, demonstrou efectividade em pacientes com cancro do cérebro recorrente.

Os dados de fase intermédia, de um pequeno estudo realizado em 12 pacientes com glioma de alto grau, revelaram que 11 dos pacientes que receberam Oncophage aumentaram a sobrevivência por mais 6,5 meses, desde a altura da recorrência. O glioma é um tipo de cancro que afecta o sistema nervoso central que começa nas células gliais, isto é, nos tecidos conectivos que envolvem e suportam as células nervosas.

O estudo também revelou que todos os pacientes demonstraram uma resposta imune significativa específica de tumores, após a vacinação com o Oncophage. Além disso, os pacientes com doença residual mínima, na altura da primeira vacinação, mostraram mais probabilidades de sobreviver para além de nove meses, em comparação com pacientes com doença residual significativa. Os investigadores não identificaram qualquer efeito adverso ou toxicidade que possam ser atribuídos à vacina.

O Oncophage, copiado do tumor individual de cada paciente, está delineado para programar o sistema imunitário para atingir as células cancerígenas desse mesmo paciente. O Oncophage foi associado a um bom perfil de segurança, e foi-lhe concedido pela FDA as designações de “fast track”, em situações especiais a FDA autoriza que o processo de pesquisa e registro de um novo fármaco seja feito num tempo mais reduzido, e de fármaco órfão, tanto no melanoma metastizado, como no carcinoma das células renais.

A Antigenics recentemente submeteu um pedido ao Ministério de Saúde Pública russo para receber autorização de comercialização do Oncophage como tratamento adjuvante para pacientes com cancro dos rins de risco intermédio.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Forbes, www.antigenics.com

Siemens aumenta sistema de pesquisa e monitorização do HIV-1

Aperfeiçoamento traz maior rendimento e flexibilidade aos laboratórios

O Kit de Genótipo de HIV-1 (Trugene) e o Sistema OpenGene de Sequenciamento Aberto de DNA contam, agora, com o suporte do iMac OSX, sistema operacional da Apple, anunciou a Siemens Medical Solutions Diagnostics.

Segundo explicou David Okrongly, vice-presidente da Siemens Medical Solutions Diagnostics, “o sistema Trugene, baseado no iMac OSX, permite que os laboratórios tenham melhor rendimento e flexibilidade durante a pesquisa e monitoração do HIV-1."

O também director de Diagnósticos Moleculares da empresa alemã acrescentou que o produto “é uma solução integrada composta de hardware, software e produtos químicos para identificação de mutações de resistência relevantes no HIV que é agora aperfeiçoada com o sistema iMac OSX”, frisando que “os usuários observarão mais eficiência com o novo software OpenGene 4.0, uma melhor gestão de dados e capacidades simplificadas de interconexão.”

David Okrongly destacou que a Siemens “tem o compromisso de oferecer soluções de sequenciamento clinicamente validadas e comprovadas para os nossos clientes de diagnóstico molecular que permitem que os médicos personalizem o tratamento do paciente."

O sistema está disponível na Europa, região Ásia-Pacífico, Canadá, América do Sul e América Latina como um produto com a marcação CE (Conformidade Europeia).

Raquel Pacheco

Fonte: PRNewswire/www.siemens.com/diagnostics

Kosan e Roche terminam parceria para novo anticancerígeno

A Kosan Biosciences Inc e a farmacêutica Roche vão por termo ao acordo de colaboração estabelecido entre as duas empresas com vista ao desenvolvimento e comercialização do epothilone e que deveria dar origem a um novo medicamento destinado ao tratamento do cancro.

A Kosan, que iniciou a parceria com a Roche em Setembro de 2002, diz agora que, após um período transitório, irá readquirir os direitos mundiais de desenvolvimento do KOS-1584 e de outros produtos candidatos com base no epothilone.

Tendo em consideração “as nossas conversações com a Roche acreditamos que o fim da colaboração do epothilone foi provocado por uma reorganização das prioridades de pesquisa e desenvolvimento do grupo Roche e não pelo valor do programa do epothilone”, afirmou o presidente e director executivo da Kosan, Robert G. Johnson.

A substância pertence a uma nova classe de medicamentos que actuam impedindo a divisão adequada das células e, desta forma, inibindo a propagação da doença.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, PR Newswire, CNN Money.

Wyeth quer aprovação para utilizar Tygacil no tratamento da pneumonia

A farmacêutica Wyeth submeteu uma candidatura de aprovação suplementar à Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para comercializar o Tygacil (Tigeciclina) enquanto tratamento para a pneumonia. O antibiótico é actualmente utilizado em pacientes com infecções complicadas da pele e tecidos moles e infecções complicadas intra-abdominais.

De acordo com o laboratório a candidatura já foi aceite pela FDA que vai analisar a nova indicação proposta pela Wyeth para utilizar o Tygacil em pacientes que sofrem de pneumonia adquirida na comunidade, uma infecção pulmonar grave com risco de morte significativo.

Dois ensaios clínicos que envolveram a participação de 846 doentes demonstraram que o medicamento curou cerca de 90 por cento dos pacientes hospitalizados com pneumonia adquirida na comunidade. A taxa de sucesso para o Levaquin (levofloxacina), o tratamento habitualmente utilizado nestes casos, situa-se nos 86 por cento, afirmou a Wyeth.

O fármaco insere-se na classe das glicilciclinas, antibióticos que são eficazes no combate a algumas bactérias que desenvolveram resistência a outros antibióticos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CNN Money, Infarmed, Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Descoberta molécula que bloqueia multiplicação do HIV

Um grupo de investigadores do Instituto de Genética Molecular de Montpellier, França, desenvolveu um protótipo de medicamento capaz de bloquear a multiplicação do vírus da sida, revela um artigo publicado na revista norte-americana Plos Pathogens.

A molécula química, desenvolvida em testes laboratoriais, ataca os mecanismos celulares que usam o VIH (vírus da imunodeficiência humana) para se multiplicar, enquanto os actuais fármacos tentam atingir os próprios mecanismos do vírus.

“Em vez de atacar os componentes que o vírus transporta consigo, nós pretendemos atingir aqueles que são usados na célula”, afirmou Jamal Tazi, investigador do Instituto Genético e Molecular, citado pela agência France Press.

De acordo com os responsáveis pelo estudo, a descoberta pode abrir portas a “uma nova estratégia para desenvolver uma classe inovadora de medicamentos ani-HIV” que permitam evitar que o vírus, ao longo de mutações e adaptações sucessivas, encontre uma forma de resistir à acção do medicamento.

Os vírus assemelham-se a"envelopes" de proteínas carregados de material genético e que necessitam de entrar em células vivas para se reproduzirem. Ao infectar uma célula imunitária, o VIH introduz o seu próprio material genético no ADN e desvia o mecanismo celular em seu proveito para produzir novamente o vírus. Numa das primeiras fases, é necessária a produção de ARN (ácido ribonucleico), espécie de intermediário do ADN, que serve para fabricar proteínas virais.

A molécula química (ICD16) descoberta pelos cientistas do Instituto de Genética Molecular e da Universidade de Montpellier tem capacidade para impedir a maturação dos ARN do vírus. A partir de um «ARN pré-mensageiro», a maquinaria celular produz uma espécie de trabalho de reconstrução: as enzimas retiram as partes consideradas intrusas e voltam a colar os pedaços restantes para constituir o ARN mensageiro. Este processo é bloqueado graças a uma molécula química testada, que é eficaz tanto nos vírus criados em laboratório como nos vírus isolados em pacientes.

No entanto, são ainda necessários testes laboratoriais exaustivos levados a cabo em animais e ensaios clínicos com seres humanos para que se possa garantir a segurança e eficácia da molécula descoberta, um processo que deverá demorar ainda alguns anos.

Marta Bilro

Fonte: AFP, Diário Digital, Lusa.

FDA reavalia genérico do Wellbutrin XL

Doentes queixam-se de dores de cabeça e ansiedade provocadas pelo Budeprion XL

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) está a investigar um conjunto de queixas associadas a uma versão genérica do antidepressivo Wellbutrin XL (Bupropiom). Os utentes terão reportado a ocorrência de dores de cabeça, ansiedade e outras indisposições depois de tomarem o medicamento.

O FDA está também a reavaliar a fórmula científica do fármaco, denominado Budeprion XL, depois de um grupo de consumidores ter publicado os resultados de um estudo que demonstravam diferenças chave entre este medicamento e o original de marca.

Os testes, levados a cabo pelo ConsumerLab.com, surgiram depois dos doentes que estavam a ser tratados com o Budeprion XL começarem a queixar-se de que o medicamento provocava dores de cabeça severas, problemas digestivos, ansiedade, tremores e insónia. Depois disso, um outro portal, o peoplespharmacy.com, afirmou que mais de 250 pessoas se teriam queixado do fármaco.

O Budeprion XL é produzido nos Estados Unidos da América pela Impax Laboratories Inc. e comercializado pela farmacêutica israelita Teva Pharmaceutical Industries Ltd. O director financeiro da Impax, Arthur Koch, disse que a empresa está a estudar os resultados apresentados pelo ConsumerLab, salientando que o fármaco foi sujeito a uma avaliação científica completa.

De acordo com os ensaios divulgados pelo ConsumerLab, o Budeprion XL de toma diária única libertou 34 por cento do seu ingrediente activo duas horas depois da sua ingestão, comparativamente a 8 por cento para o medicamento original. “Tem sido um abrir de olhos para todos”, comentou Tod Cooperman, presidente do ConsumerLab.com em declarações à Associated Press. “Faz-nos questionar se os genéricos serão sempre equivalentes ao produto original. Se [o ingrediente activo] é libertado em escalas tão diferentes é difícil acreditar que actuarão da mesma forma no organismo”, acrescentou.

A FDA disse não poder disponibilizar dados que corroborassem a descoberta divulgada pelo ConsumerLab. “A FDA não pode fornecer exemplos nos quais os genéricos revelaram não actuar da forma esperada. A FDA tem muitos anos de experiencia em reavaliações de medicamentos genéricos e tem muita confiança na qualidade e equivalência dos medicamentos genéricos”, afirmou a entidade reguladora.

O Wellbutrin XL, comercializado em Portugal com o mesmo nome, não tem nenhum equivalente genérico no nosso país.

Marta Bilro

Fonte: Associated Press, International Herald Tribune, Pharmalot.

Discussão online sobre direitos de propriedade intelectual
Em defesa da inovação e da saúde pública


Foi lançado nesta quinta-feira, por um grupo de “opinion makers” de nível internacional, um fórum online que pretende fomentar o debate de questões relacionadas com a propriedade intelectual, a inovação na indústria farmacêutica, a protecção por patentes e a investigação na área da saúde pública. O debate está instalado no endereço electrónico http://www.essentialinnovation.org/.


Trata-se de um novo recurso global que se centra no diálogo sobre o papel dos direitos de propriedade intelectual na área da pesquisa e da inovação, onde também estarão disponíveis os comentários e as análises dos especialistas que tenham em conta a importância da inovação contínua e dos direitos de propriedade, bem como as consequências potencialmente nefastas de um enfraquecimento desses direitos em termos da saúde pública mundial. É um fórum sem precedentes na história da indústria farmacêutica mundial, que demonstra um elevado grau de cooperação entre investigadores, académicos, médicos e inventores de bens e produtos que visam salvar ou melhorar a vida dos seres humanos.
O novo site surge num momento em que tem sido crescente a onda de ataques à propriedade intelectual no desenvolvimento de novos fármacos, em que a organização Médicos sem Fronteiras francesa veio a público defender que “as patentes não constituem um factor relevante no estímulo da investigação e do desenvolvimento de novos produtos, enquanto a Tailândia e o Brasil violaram a lei, a coberto de um esquema que pretendia “mascarar” uma acção irregular de uma oferta de medicamentos mais baratos aos doentes, e a própria Organização Mundial de Saúde se prepara para, já no próximo mês, considerar a introdução de novas políticas que, de acordo com os especialistas, “enfraquecem significativamente a protecção intelectual de quem concebe e produz medicamentos.

Carla Teixeira
Fonte: PRNewswire

Atribuição de novas farmácias vai evitar concentração de propriedade

Ministério da Saúde nega que seja dada preferência a não farmacêuticos

Não existe qualquer dispositivo de preferência a não farmacêuticos nos concursos para novas farmácias”, a garantia foi dada esta quinta-feira pelo Ministério da Saúde através de um comunicado no qual desmente uma notícia publicada pelo Diário de Notícias que alegava que os não farmacêuticos seriam privilegiados nos concursos para abertura de novas farmácias. O que se pretende, segundo o ministério, é evitar a concentração da propriedade destes estabelecimentos.

Em causa estão as normas que vão reger a candidatura às cerca de 350 novas farmácias que aguardam para ser abertas, um ponto integrante do novo regime jurídico da propriedade das farmácias, mas que ainda está por regulamentar e que depende da consulta dos parceiros.

A intenção, refere o ministério, é evitar a concentração da propriedade. Nesse sentido, a proposta prevê “uma graduação dos concorrentes em função do número de farmácias, detidas, exploradas ou geridas, sendo graduado em primeiro lugar, em caso de igualdade, o concorrente com menor número de farmácias”.

O projecto de portaria determina que os proprietários de actuais farmácias - ou farmacêuticos que não sejam donos mas que estejam já ligados a um estabelecimento com funções de gestão - são preteridos em relação aos outros interessados que entram de novo no negócio. O importante, por isso, é ser novo no ramo, independentemente de ser ou não licenciado em farmácia.

Assim, um farmacêutico que não detenha a propriedade de qualquer farmácia não será preterido por qualquer outro membro da população que pretenda entrar no negócio. A regra aplica-se apenas aos farmacêuticos que já possuem um estabelecimento do género, com a intenção de evitar a concentração.

Atribuição por sorteio

Caso ambos os candidatos à abertura de novas farmácias se enquadrarem no “critério decisivo” para garantir o primeiro lugar, isto é, não tenham ligação a qualquer farmácia existente, é a sorte que vai ditar o vencedor.

De acordo com o Ministério da Saúde, o sorteio é o “único modo” equitativo, transparente e objectivo” para escolher a quem atribuir a exploração destes estabelecimentos à luz da nova lei que estabelece o regime jurídico da propriedade das farmácias e que entra em vigor no dia 1 de Novembro.

"Impõe-se como critério decisivo para a graduação o menor número de farmácias detidas, exploradas ou geridas pelo concorrente", lê-se no documento do Ministério da Saúde. O objectivo é limitar a concentração da propriedade que, segundo a nova lei, não pode ultrapassar os quatro estabelecimentos por pessoa ou sociedade.

A Ordem dos Farmacêuticos e a Associação Nacional de Farmácias (ANF) já reagiram ao projecto de portaria através da emissão de pareceres. A bastonária, Irene Silveira, refere que já mandou "sugestões para flexibilizar" os documentos. Por sua vez, a ANF alertou para o facto deste método não ter em consideração a qualidade das propostas. "Aparentemente, deixa de importar ao Estado a qualidade da assistência farmacêutica que cada um dos candidatos se propõe prestar".

Estas medidas inserem-se no “Compromisso com a Saúde” um protocolo assinado entre o Governo e a Associação Nacional das Farmácias (ANF), a 26 de Maio de 2006, tendo em vista a liberalização da propriedade das farmácias e a melhoria do acesso dos cidadãos aos medicamentos.

No entanto, o presidente da ANF, João Cordeiro, está descontente com o rumo das medidas previstas para o sector no âmbito deste compromisso. Durante o colóquio sobre a actividade farmacêutica, que decorreu terça-feira na Assembleia da República, o responsável acusou novamente o Ministério de avançar apenas com a parte do acordo que lhe interessa e de "adiar sucessivamente e sem justificação" a prescrição por princípio activo (DCI), a venda de medicamentos até aqui só dos hospitais e o alargamento de novos serviços nas farmácias. "Temo que o compromisso não seja integralmente cumprido, ou que avance com aspectos restritivos", afirmou aos jornalistas.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Diário Digital, Fábrica de Conteúdos, Ordem dos Farmacêuticos, Diário Económico.