terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ter atenção aos ossos é importante nas mulheres com lúpus

Investigadores indicaram que, para as mulheres na pré-menopausa a tomar esteróides para o Lúpus, devem ser considerados diversos tratamentos que preservam a densidade mineral óssea, de modo a prevenir a osteoporose, que fragiliza os ossos.

De acordo com o Dr. Swan S. Yeap, da Universidade da Malásia, em Kuala Lumpur, quer seja devido ao tratamento com corticosteróides, quer seja devido ao Lúpus em si, a osteoporose está a ser cada vez mais diagnosticada nos pacientes com a doença.

A equipa de investigadores avaliou as alterações na densidade mineral óssea (DMO), ao longo de dois anos, em 98 mulheres na pré-menopausa com Lúpus a fazer terapia de longo prazo com esteróides e a tomar, ao mesmo tempo, apenas cálcio, cálcio mais calcitriol (a forma activa da vitamina D) ou cálcio mais o fármaco alendronato (Fosamax), que fortalece os ossos.

As mulheres que tomaram cálcio mais alendronato apresentaram aumentos significativos na densidade mineral óssea, tanto na espinha lombar, de 2,69 por cento, como na anca, de 1,41 por cento.

Em contraste, não houve alterações significativas nem no grupo que tomou apenas cálcio, nem no grupo que tomou cálcio mais calcitriol, com excepção de uma redução de 0,93 por cento na DMO da anca no grupo a tomar apenas cálcio.

Os investigadores, na edição de Dezembro da “Journal of Rheumatology”, concluíram que, nas mulheres na pré-menopausa a tomar esteróides para o Lúpus, a densidade mineral óssea pode ser preservada ou aumentada com terapia profilática.

O Lúpus, também denominado Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), é uma doença auto-imune crónica, na qual o sistema imunitário pode confundir os tecidos saudáveis e estranhos e, por vezes, atacar ambos, com episódios de inflamação nas articulações, tendões e outros tecidos conjuntivos e órgãos.

Verifica-se uma inflamação de diversos tecidos e órgãos numa diversidade de pessoas, indo o grau da doença de ligeiro a debilitante, dependendo da quantidade e da variedade de anticorpos que aparecem e dos órgãos interessados. Cerca de 90 por cento das pessoas com lúpus são mulheres dos 20 aos 30 anos, mas também pode aparecer em crianças (sobretudo de sexo feminino), homens e mulheres de idade avançada.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4BP23S20081226
www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D77%26cn%3D773

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Antidepressivo fluoxetina pode melhorar quimioterapia contra o cancro do cólon

Investigadores da Universidade de Tel Aviv referiram que o popular antidepressivo fluoxetina pode aumentar o efeito do fármaco anticancerígeno doxorrubicina utilizado no tratamento do cancro do cólon.

O estudo confirma que o antidepressivo à base de fluoxetina, vulgarmente conhecido como Prozac, mas também comercializado como Psipax, Selectus ou em diversas versões genéricas, prescrito regularmente para aliviar os problemas emocionais dos pacientes com cancro, também ajuda a aumentar o efeito do fármaco oncológico doxorrubicina para o cancro do cólon em mais de mil por cento.

Segundo os investigadores, o antidepressivo fluoxetina actuou ao bloquear a saída do fármaco anticancerígeno do interior das células cancerígenas e ao impedir o envenenamento das células saudáveis que estão à volta.

De acordo com o investigador principal, o Dr. Dan Peer, a boa notícia é que a comunidade médica não precisa de esperar, pois o antidepressivo fluoxetina pode ser utilizado para este propósito imediatamente.

Contudo, as descobertas, publicadas na “Cancer Letters”, sugerem que a combinação do antidepressivo fluoxetina com fármacos utilizados na quimioterapia, para reduzir a resistência a estes medicamentos, necessita de mais estudos clínicos.

Isabel Marques

Descoberta nova forma de transmissão do VIH de homens para mulheres

Investigadores da Universidade Northwestern, em Chicago, revelaram que descobriram uma forma crítica através da qual um homem pode transmitir o vírus do VIH para uma mulher.

Os investigadores demonstraram que o vírus do VIH pode penetrar o tecido vaginal saudável e normal de uma mulher, atingindo uma profundidade onde pode ganhar acesso às células imunitárias.

De acordo com o investigador principal, o Dr. Thomas Hope, este é um resultado inesperado e importante. Agora tem-se uma nova compreensão de como o VIH pode invadir o tracto genital feminino.

Durante muito tempo pensou-se que o revestimento normal do tracto vaginal era uma barreira efectiva contra a invasão do vírus VIH, durante as relações sexuais, e que o vírus do VIH não conseguia penetrar o tecido.

O Dr. Hope, os seus colegas da Universidade Northwestern e os colaboradores da Universidade de Tulane, em Nova Orleães, descobriram que a pele vaginal interior é vulnerável à invasão do VIH, a um nível onde ocorre naturalmente a descamação e mudança das células da pele, um ponto no qual as células não estão tão firmemente ligadas umas às outras.

Estas descobertas foram apresentadas no 48º encontro anual da Sociedade Americana de Biologia Celular, em San Francisco.

O Centro de Prevenção e Controlo de Doenças norte-americano, em Atlanta, estima que tenha ocorrido 56,300 novas infecções por VIH, em 2005, tendo relacionado 31 por cento do total a contactos heterossexuais de alto risco.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/25/New_way_men_can_transmit_HIV_to_women/UPI-84641230265977/

Programas de grupo podem ajudar as crianças obesas a perder peso

Investigadores norte-americanos referiram que programas de tratamento baseados em grupos podem ajudar as crianças obesas a perder peso.

O estudo, publicado na “Archives of Pediatric and Adolescent Medicine”, descobriu que, após seis meses, as crianças num programa de tratamento de gestão do peso tinham menos 4 por cento de excesso de peso, enquanto as crianças do grupo de controlo tinham cerca de mais 3 por cento de excesso de peso.

Os investigadores da Universidade da Florida, em Gainesville, revelaram que, embora as alterações de peso pareçam modestas, a perda de peso das crianças aproximou-se da quantidade demonstrada por investigações anteriores, resultando em melhorias nos níveis de lípidos e de açúcar no sangue.

De acordo com o investigador principal, o Dr. David Janicke, quando se trabalha com crianças é importante introduzir lentamente alterações ao estilo de vida e torná-las divertidas, se não elas podem começar a opor resistência. Fazer grandes alterações nas suas dietas pode levar a hábitos pouco saudáveis, como saltar refeições, distúrbios alimentares ou ganhar peso.

O estudo incluiu 93 crianças, com idades entre os 8 e os 14 anos, que tinham um Índice de Massa Corporal (IMC) acima do percentil 85 para a idade e sexo, tendo sido consideradas como tendo excesso de peso ou sendo obesas com base nas tabelas de crescimento.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/26/Group_programs_may_help_kids_lose_weight/UPI-22641230274649/

domingo, 28 de dezembro de 2008

Distúrbios de ansiedade nas crianças devem ser tratados

Os distúrbios de ansiedade nas crianças e adolescentes devem ser reconhecidos e tratados, segundo refere um pedopsiquiatra do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas.

O Dr. Graham Emslie relatou que os distúrbios de ansiedade nas crianças e adolescentes devem ser reconhecidos e tratados para ajudar a prevenir o insucesso escolar, o abuso de substâncias e os distúrbios mentais na idade adulta.

Num editorial publicado na edição de 25 de Dezembro da “The New England Journal of Medicine”, o Dr. Emslie chama a atenção para o facto das crianças necessitarem de ser tratadas para os distúrbios de ansiedade e recomenda que sejam integradas evidências empíricas nas directrizes de tratamento.

De acordo com o Dr. Emslie, os distúrbios de ansiedade podem fazer com que as crianças evitem situações sociais e marcos de desenvolvimento apropriados para a idade. Além disso, o ciclo de evitamento pode levar a menos oportunidades para desenvolver as competências sociais necessárias para o sucesso mais tarde na vida. O tratamento poderá ajudar as crianças a aprenderem capacidades saudáveis para lidarem com as situações.

Cerca de 20 por cento das crianças e adolescentes são afectados por preocupações persistentes e excessivas que se podem manifestar como um distúrbio de ansiedade generalizado, distúrbio de ansiedade de separação e fobia social.

Só recentemente é que a comunidade de especialistas em saúde mental reconheceu que os distúrbios de ansiedade na idade adulta têm as suas origens na infância.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/25/Child_anxiety_disorders_should_be_treated/UPI-12281230223157/

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Dormir bem pode ajudar a manter as artérias limpas

Uma boa noite de sono é benéfica para o coração, na medida em que pode ajudar a diminuir a incidência de calcificação das artérias coronárias, segundo resultados de um estudo publicado na última edição da “Journal of the American Medical Association”.

No estudo, os investigadores descobriram que as pessoas de meia-idade razoavelmente saudáveis que dormiam, em média, mais uma hora por noite do que os outros participantes, apresentavam uma incidência mais baixa de calcificação das artérias coronárias, ou seja, a acumulação de placas calcificadas nestas artérias, que se pensa ser um indício de futura doença cardíaca.

Na investigação actual, a Dra. Diane S. Lauderdale, da Universidade de Chicago, e colegas procuraram evidências de uma associação directa entre o sono e a incidência de calcificação das artérias coronárias, ao longo de cinco anos, em 495 pessoas saudáveis que tinham entre 35 e 47 anos no início.

De acordo com o estudo, um maior tempo de sono foi associado a uma incidência mais baixa de calcificação das artérias coronárias.

A incidência de calcificação das artérias do coração variou entre 6 por cento nos participantes que dormiam mais de 7 horas por noite, 11 por cento entre aqueles que dormiam de 5 a 7 horas por noite, e 27 por cento para aqueles que dormiam menos de 5 horas.

Após o ajuste de diversos factores que poderiam influenciar os resultados, tais como idade, sexo, raça, educação e tabaco, os investigadores descobriram que uma hora a mais de sono por noite diminuiu as probabilidades estimadas de calcificação em 33 por cento.

A Dra. Lauderdale referiu que, embora este único estudo não prove que dormir pouco leva a doença das artérias coronárias, é seguro recomendar, pelo menos, seis horas de sono por noite.

Os factores de risco de calcificação das artérias coronárias incluem reconhecidos factores de risco de doença cardíaca, tais como elevados níveis de açúcar no sangue, pressão sanguínea elevada e ter excesso de peso. Dados recentes sugerem que a quantidade e a qualidade do sono estão ligadas a diversos destes factores de risco.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/23/eline/links/20081223elin026.html

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Deficiência de vitamina D na gravidez aumenta probabilidade de cesariana

Investigadores norte-americanos revelaram que a deficiência de vitamina D na gravidez aumenta muito a probabilidade de uma mulher ter um parto por cesariana.

Durante o estudo de dois anos, os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston e do Centro Médico de Boston examinaram a relação entre os níveis de vitamina D nas mulheres grávidas e o parto por cesariana. Quarenta e três das 253 mulheres do estudo, o equivalente a 17 por cento, tiveram os bebés por cesariana.

O estudo, publicado online na “The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”, descobriu que 28 por cento das mulheres com níveis séricos de 25-hidroxivitamina D abaixo dos 37,5 nmol/L (nanomoles por litro) realizaram uma cesariana, em comparação com 14 por cento das mulheres com níveis de 25-hidroxivitamina D acima dos 37,5 nmol/L.

O autor do estudo, o Dr. Michael Holick, referiu que, na análise, as mulheres grávidas que tinham deficiência de vitamina D na altura do parto tinham quase 4 vezes mais probabilidade de realizarem uma cesariana do que as mulheres que não tinham falta de vitamina D.

O investigador referiu ainda que investigações anteriores tinham relacionado a deficiência de vitamina D à fraqueza muscular proximal e à performance muscular e força abaixo do nível ideal, o que pode explicar as descobertas.

Isabel Marques

Psicoterapia e antidepressivos são ambos eficazes para a depressão

Investigadores holandeses relataram que as intervenções psicológicas e a terapia com fármacos são ambas efectivas para adultos que sofrem de depressão major, tendo cada uma as suas próprias qualidades.

O Dr. Pim Cuijpers, da Universidade Vrije de Amesterdão, e colegas referiram que um grande número de estudos sugere que tanto as terapias psicológicas como as farmacológicas são efectivas no tratamento de distúrbios depressivos ligeiros a moderados. Contudo, ainda não tinha sido estabelecido definitivamente se ambos os tipos de intervenção são igualmente efectivos.

Para investigar esta questão, os investigadores reuniram dados de 30 estudos comparativos de terapias psicológicas e farmacológicas, envolvendo um total de 3.178 pacientes diagnosticados com distúrbios depressivos. Um total de 1.612 participantes foram tratados com psicoterapia e os restantes 1.566 foram tratados com terapia à base de antidepressivos.

Os investigadores relataram, na “Journal of Clinical Psychiatry”, que a diferença entre as terapias psicológica e farmacológica não foi significativa para a depressão major.

Contudo, os resultados demonstraram que a terapia com antidepressivos foi significativamente mais efectiva do que as intervenções psicológicas no tratamento da distimia, uma forma de depressão ligeira crónica que perdura por um período mais longo, mas que não é tão extrema como outros tipos de depressão.

Enquanto que o tratamento com antidepressivos utilizados normalmente, denominados inibidores selectivos da recaptação da serotonina, foi significativamente mais efectivo do que o tratamento psicológico, a terapia com outros antidepressivos não diferiu significativamente das psicoterapias.

Os investigadores também descobriram que a taxa de desistência foi significativamente mais baixa nos tratamentos psicológicos, em comparação com os tratamentos com fármacos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/23/eline/links/20081223elin027.html

Passeios na natureza mais revigorantes para a mente do que cenários urbanos

Investigadores norte-americanos referiram que passear num parque, ou visualizar fotografias da natureza, é mais revigorante mentalmente do que passear num ambiente urbano, ou visualizar fotografias urbanas.

Os psicólogos Marc G. Berman, John Jonides e Stephen Kaplan, da Universidade do Michigan, delinearam duas experiências para testar como as interacções com ambientes naturais e urbanos afectam os processos da atenção e da memória.

Na primeira experiência, um grupo de voluntários inicialmente completou uma tarefa delineada para desafiar a memória e a atenção. Seguidamente, os voluntários deram um passeio num parque ou na baixa da cidade de Ann Arbor, no Michigan. Após o passeio, os voluntários voltaram ao laboratório e foram testados novamente no cumprimento da tarefa inicial.

Na segunda experiência, após os voluntários terem cumprido a tarefa, visualizaram fotografias da natureza ou de ambientes urbanos e, seguidamente, repetiram a tarefa.

Os resultados da primeira experiência demonstraram que a performance na tarefa de memória e atenção melhorou muito depois do passeio pelo parque, mas não melhorou para os voluntários que passear na baixa da cidade.

O estudo, publicado na “Psychological Science”, também descobriu que o grupo que visualizou fotografias da natureza teve uma performance muito melhor na repetição da tarefa do que o grupo que visualizou cenários citadinos.

Isabel Marques

Fontes:

Tratamento da apneia do sono melhora controlo glicémico em diabéticos

Um relatório, publicado na “Journal of Clinical Sleep Medicine”, referiu que a terapia por Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas (CPAP), principalmente utilizada como tratamento da apneia obstrutiva do sono, melhora o controlo glicémico (açúcar no sangue), durante o sono, em pacientes que também têm diabetes tipo 2.

De acordo com o Dr. Arthur Dawson, da Scripps Clinic, na Califórnia, a diminuição média do nível de glicose nocturna nos pacientes diabéticos foi de cerca de 20 mg/dL. A redução foi menor nos pacientes com bom controlo glicémico e muito maior naqueles com mau controlo glicémico.

Esta descoberta sugere que tratar a apneia obstrutiva do sono pode ter um grande impacto na gestão dos diabéticos tipo 2 que, por qualquer razão, não conseguem baixar os níveis de glicose para o ponto ideal.

Os investigadores utilizaram um sistema de monitorização contínua da glicose para medir os níveis de glicose, durante o estudo poligráfico do sono ou polissonografia, em 20 pacientes com diabetes tipo 2 e apneia do sono moderada a grave. Isto foi efectuado antes e depois de quatro a 13 semanas de terapia por Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas.

Após o tratamento por CPAP, os pacientes apresentaram um aumento do tempo total de sono com menos tempo de estado desperto, após o início do sono.

Os níveis de glicose durante o sono foram mais baixos e menos variáveis com o tratamento por CPAP do que antes deste tratamento.

Os níveis médios de glicose durante o sono diminuíram em 10 dos 11 pacientes cujos níveis estavam acima dos 100 mg/dL, mas não diminuíram nos 9 pacientes que tinham níveis abaixo dos 100 mg/dL.

O nível médio de glicose durante 24 horas também diminuiu significativamente durante o tratamento por CPAP, mas a alteração da glicose durante o dia (das 7 às 23 horas) não foi estatisticamente significativo.

A apneia obstrutiva do sono, um dos distúrbios do sono mais comuns, é caracterizada pela interrupção da respiração durante o sono, devido ao bloqueio das vias aéreas, e por um ressonar alto. Esta situação resulta em despertares contínuos durante a noite, levando à privação do sono e à fadiga e sonolência durante o dia.

O tratamento por Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas (CPAP) é um método de ventilação respiratória, no qual um fluxo leve e contínuo de ar é entregue, através de uma máscara flexível colocada por cima do nariz, durante o sono. Isto mantém as vias aéreas abertas e previne episódios de privação de oxigénio (apneia) e subsequente despertar durante a noite.

Isabel Marques

Nova abordagem efectiva para a maioria dos distúrbios alimentares

Investigadores do Reino Unido identificaram um tipo de tratamento que pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de distúrbios alimentares, com resultados duradouros.

Os investigadores desenvolveram uma terapia para tratar os pacientes com distúrbio alimentar não especificado e aqueles com bulimia, denominada terapia cognitivo-comportamental melhorada (Enhanced Cognitive Behavioral Therapy - CBT-E). Em 2004, o Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE) do Reino Unido recomendou a utilização desta terapia no Serviço Nacional de Saúde britânico.

De acordo com o que os investigadores relataram na “American Journal of Psychiatry”, o distúrbio alimentar não especificado, no qual uma pessoa tem padrões de distúrbios alimentares, mas não preenche os critérios para a bulimia nervosa ou anorexia nervosa, é o tipo mais comum de distúrbio alimentar, seguido pela bulimia nervosa.

A equipa de investigadores comparou duas abordagens derivadas da terapia cognitivo-comportamental melhorada. A primeira, a CBT-Ef, direcciona-se exclusivamente à psicopatologia do distúrbio alimentar, enquanto a segunda, a CBT-Eb, um tratamento apropriado para a instabilidade emocional, perfeccionismo clínico, baixa auto-estima, ou dificuldades interpessoais, foi adicionada à abordagem CBT-Ef.

Os investigadores incluíram 154 pacientes que tinham sido diagnosticados com um distúrbio alimentar, mas não estavam extremamente abaixo do peso. Os participantes foram submetidos a 20 semanas com um dos tratamentos (consistindo numa consulta de ambulatório de 50 minutos, uma vez por semana), e posteriormente 60 semanas de seguimento ou um período de lista de espera de oito semanas.

Sessenta semanas após o final do tratamento, os investigadores descobriram que o nível de distúrbio alimentar tinha sido reduzido para um ponto normal em 61,4 por cento dos pacientes com bulimia nervosa e em 45,7 por cento dos que sofriam de distúrbio alimentar não especificado.

A análise também sugeriu que os pacientes com mais problemas psicológicos beneficiaram mais com a CBT-Eb, enquanto aqueles com menos problemas tiveram mais melhorias com CBT-Ef.

O investigador principal, o Dr. Christopher G. Fairburn, da Universidade de Oxford, comentou que agora, pela primeira vez, existe um único tratamento que pode ser efectivo para a maioria dos casos, sem ser necessário que os pacientes sejam internados no hospital.

Oitenta por cento dos pacientes que se submetem a tratamento de ambulatório devido a um distúrbio alimentar integram-se numa de duas categorias, bulimia nervosa ou anorexia nervosa, mas o melhor tratamento para pacientes com um distúrbio alimentar não especificado ainda não tinha sido estudado.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/22/eline/links/20081222elin005.html

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Estudo demonstra que não há uma verdadeira cura para a ressaca

Parecem existir inúmeras recomendações sobre como prevenir ou curar uma ressaca alcoólica, mas investigadores norte-americanos revelaram que não existem evidências de que qualquer uma delas funcione.

Os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, a Dra. Rachel C. Vreeman e o Dr. Aaron E. Carroll, constataram que a Internet fornece intermináveis opções para prevenir ou tratar as ressacas alcoólicas, tais como tomar aspirinas e comer bananas.

Contudo, os investigadores, que realizaram uma revisão sistemática de ensaios aleatórios que avaliaram as intervenções médicas para prevenir ou tratar as ressacas, não encontraram intervenções efectivas, nem na medicina tradicional, nem na complementar.

Enquanto alguns pequenos estudos, que utilizaram pontuações de sintomas não validadas, demonstraram ligeiras melhoras, a conclusão da revisão exaustiva, publicada na “British Medical Journal”, foi de que o propranolol, a tropisetrona, o ácido tolfenâmico, a fructose ou a glicose, e os suplementos alimentares, incluindo borragem, alcachofra, figos da Índia, falharam na “cura” das ressacas.

Embora estudos mais recentes em ratos demonstrem que novos produtos, para alterar os mecanismos associados às ressacas, apresentam algum potencial, os humanos também enfrentam alguns riscos quando utilizam determinadas curas para a ressaca.

Uma ressaca é provocada pelo excesso de consumo de álcool, sendo que, em parte, o efeito diurético do álcool faz com que o corpo perca muita água e cause desidratação. Mas também pode dever-se ao efeito das substâncias que são produzidas durante a fermentação, o processamento ou o envelhecimento das bebidas, sendo que algumas são tóxicas.

Os sintomas mais comuns de uma ressaca são uma forte dor de cabeça, sede insaciável, depressão, mal-estar geral e maior sensibilidade ao barulho e às luzes.

No final, uma ressaca é simplesmente o modo do organismo dizer que se cometeu um excesso, pelo que os investigadores referem que a forma mais efectiva de a evitar é apenas consumir álcool com moderação, ou mesmo evitar o seu consumo.

Isabel Marques

Suplementos de vitaminas parecem ser ineficazes contra cancro e outras doenças

Resultados de um ensaio de longo prazo sugerem que tomar suplementos de vitaminas e minerais não ajuda a prevenir cancros, acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou doença cardíaca.

Estes dados vêm contrariar a crença disseminada, assumida desde os anos 90, de que tomar vitaminas e minerais poderia ter um papel chave na prevenção de doenças, especialmente nas pessoas mais idosas.

Em alguns casos, tomar este tipo de suplementos pode ser pouco seguro, visto que uma dieta saudável fornece todos os elementos que a maioria das pessoas necessita.

De acordo com o Dr. Edgar R. Miller, da Faculdade de Medicina da Universdade Johns Hopkins, em Baltimore, estes suplementos são ineficazes e, em doses elevadas, podem provocar danos.
As pessoas não estão satisfeitas com as suas dietas, andam stressadas e pensam que os suplementos irão ajudar, mas é só um pensamento esperançoso, acrescentou.

Contudo, apenas para aquelas pessoas que não ingerem vitaminas e minerais suficientes através das dietas, os benefícios dos suplementos podem tornar-se evidentes.

Alguns médicos estão agora a aconselhar os seus pacientes a não se preocuparem com comprimidos e, em vez disso, a confiarem numa dieta saudável para fornecer as vitaminas e os minerais necessários.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/21/Extra_vitamins_have_no_effect_on_cancer/UPI-27381229883678/

Diabetes pré-existente aumenta risco de mortalidade por cancro

Investigadores norte-americanos referiram que os pacientes diabéticos que são diagnosticados com cancro têm um maior risco de morte, em comparação com os pacientes que não sofrem de diabetes.

A investigadora Bethany B. Barone, da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e colegas conduziram uma meta-análise para examinar a associação entre a diabetes pré-existente e o risco de morte devido a todas as causas, a longo prazo, em pacientes com cancro.

Os investigadores identificaram 48 artigos científicos que preenchiam os critérios para o estudo, incluindo 23 artigos cujos dados podiam ser incluídos na meta-análise.

A meta-análise destes 23 estudos indicou que a diabetes pré-existente estava associada a um aumento do risco de morte devido a todas as causas, após um diagnóstico de cancro, em comparação com as pessoas com níveis de glicose normais, em todos os tipos de cancro.

Análises adicionais, por tipo de cancro, demonstraram que a diabetes pré-existente foi significativamente associada a um maior risco de morte devido a todas as causas, a longo prazo, para os cancros do endométrio, mama e colo-rectal.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Pre-existing_diabetes_raises_cancer_death/UPI-32351229541444/

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Componentes do azeite podem ajudar a suprimir cancro da mama HER2 positivo

Investigadores espanhóis revelaram que, em laboratório, os fenóis presentes no azeite virgem extra suprimiram drasticamente a sobre-expressão do gene cancerígeno HER2 nas células humanas do cancro da mama HER2 positivo.

A equipa de investigadores, liderada pelo Dr. Javier Menéndez, do Instituto Catalão de Oncologia, e pelo Dr. Antonio Segura-Carretero, da Universidade de Granada, descobriram que o azeite virgem extra, que é extraído através da prensagem das azeitonas sem a utilização de calor ou tratamentos químicos, contém fitoquímicos que, de outra forma, seriam perdidos no processo de refinação.

No estudo, publicado na “BMC Cancer”, os investigadores separaram o azeite em fracções e testaram-nas contra as células do cancro da mama em experiências laboratoriais, tendo descoberto que todas as fracções que continham os polifenóis fitoquímicos virgem extra mais importantes, os lignanos e os secoiridóides, inibiram efectivamente a proteína HER2, que promove o crescimento das células cancerígenas.

Embora estas descobertas forneçam novos indícios, relativamente aos mecanismos através dos quais o azeite de boa qualidade, o azeite virgem extra rico em polifenóis, poderá contribuir para reduzir o risco de cancro da mama HER2 positivo, é necessária prudência extrema na transposição destes resultados de laboratório para a situação humana.

De acordo com os investigadores, os fitoquímicos activos, os lignanos e os secoiridóides, exibiram efeitos tumoricidas contra culturas de células do cancro da mama em concentrações que são pouco prováveis de ser atingidas, em situação normal, através do consumo de azeite.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/18/Extra-virgin_olive_oil_may_suppress_cancer/UPI-43741229620305/

Boa higiene dentária pode ajudar a reduzir risco de doença cardíaca

Investigadores italianos e britânicos revelaram que a relação entre as gengivas inflamadas e a doença cardíaca demonstra que uma higiene dentária apropriada pode ajudar a reduzir o risco de aterosclerose.

O Dr. Mario Clerici, da Faculdade de Medicina da Universidade de Milão, referiu que há muito se suspeita que a aterosclerose é um processo inflamatório e que as doenças periodontais, ou têm um papel na aterosclerose.

De acordo com o investigador, o estudo sugere que é este o caso e indica que algo tão simples como tratar bem dos dentes e das gengivas pode reduzir muito o risco de desenvolver doenças graves.

Os investigadores examinaram as artérias carótidas, aquelas que fornecem sangue à cabeça e ao pescoço, de 35 pessoas saudáveis, com uma média de 46 anos, com doença periodontal ligeira a moderada, antes e depois de terem recebido tratamento para a doença periodontal.

O estudo, publicado na “Federation of American Societies for Experimental Biology Journal”, descobriu que, um ano após o tratamento, foi observada uma redução das bactérias orais, da inflamação imunitária e do espessamento dos vasos sanguíneos associados à aterosclerose.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Dental_floss_may_lower_heart_disease_risk/UPI-81571229574870/

Caminhar e correr melhor do que levantar pesos para perder peso

Investigadores britânicos descobriram que o exercício aeróbico, como caminhar ou correr, é melhor na supressão do apetite do que o exercício não aeróbio, para aqueles que querem perder peso.

O Dr. David J. Stensel, Universidade de Loughborough, na Inglaterra, e colegas referiram que um treino vigoroso de 60 minutos num tapete de corrida afecta a libertação de duas hormonas chave do apetite, a grelina e o peptídeo YY, enquanto 90 minutos de levantamento de pesos apenas afecta os níveis da hormona grelina.

Os investigadores revelaram que a grelina é a única hormona que se conhece que estimula o apetite, enquanto o peptídeo YY suprime o apetite.

No estudo, 11 estudantes universitários masculinos participaram em três sessões de oito horas. Numa sessão, os participantes correram durante 60 minutos num tapete de corrida, tendo depois descansado por sete horas. Durante outra sessão, os estudante efectuaram 90 minutos de levantamento de pesos, tendo depois descansado durante 6 horas e 30 minutos. Durante outra sessão, os participantes não efectuaram qualquer tipo de exercício.

Durante cada uma das sessões, os participantes classificaram quanta fome sentiram em diversos momentos, tendo também recebido duas refeições durante cada sessão. Os investigadores mediram os níveis da grelina e do peptídeo YY em múltiplos momentos ao longo do estudo.

As descobertas, publicadas na “American Journal of Physiology - Regulatory, Integrative and Comparative Physiology”, revelaram que o exercício aeróbico produziu uma maior supressão da fome, tendo por base as classificações de fome. As alterações que os investigadores observaram foram de curto prazo, para ambos os tipos de exercício, durando cerca de 2 horas, incluindo o tempo gasto a exercitar.

O exercício aeróbico é aquele que requer uma acção contínua por um determinado período de tempo (no mínimo, 20 minutos). Caminhar, correr, jogar ténis, andar de bicicleta, fazer um aula de ginástica aeróbica ou step, andar de skate ou patins, praticar remo, natação ou hidroginástica são alguns exemplos de actividades aeróbicas.

O treino aeróbico melhora significativamente o funcionamento do coração, pulmões e todo o sistema cardiovascular, contribuindo para uma entrega de oxigénio mais rápida por todo o corpo.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Walking_better_than_lifting_to_lose_weight/UPI-99541229572676/

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Investigadores revelam que a vitamina D é crucial para a imunidade

Investigadores da Universidade Médica da Carolina do Sul, em Charleston, revelaram que agora a vitamina D não é simplesmente vista como tendo um papel na promoção da saúde óssea, mas também como uma hormona complexa que ajuda a regular a imunidade.

A equipa de investigadores, composta pela Dra. Carol Wagner, pela Dra. Sarah Taylor e pelo Dr. Bruce Hollis, revelou que a deficiência de vitamina D é comum em várias populações, mas particularmente entre as pessoas de pele mais escura, sendo que, a longo prazo, tem sido relacionada com distúrbios imunitários, tais como esclerose múltipla, artrite reumatóide, diabetes tipo 1 e cancro.

O estudo constatou que o raquitismo nutricional entre os lactentes, ou seja, nas crianças que ainda são amamentadas, cujas mães têm níveis insuficientes de vitamina D, é um distúrbio cada vez mais comum, mas evitável.

A vitamina D é agora reconhecida como sendo uma hormona essencial para o sistema imunitário humano, um papel que vai muito para além da prevenção do raquitismo.

O estudo, publicado na “Breastfeeding Medicine”, refere também que a informação mais surpreendente talvez seja a de que os adultos, na sociedade moderna, habitualmente têm deficiência de vitamina D.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Study_Vitamin_D_critical_to_immunity/UPI-31631229541909/

Estudo: Sistema imunitário é mais forte durante a noite

Investigadores norte-americanos referiram que a luta do sistema imunitário contra as bactérias atinge o seu pico de actividade à noite e desce para o nível mais baixo durante o dia.

Experiências com um organismo modelo de laboratório, denominado “Drosophila melanogaster”, também conhecida por mosca da fruta, revelaram que a resposta imunitária específica, conhecida como fagocitose, oscila com o ritmo circadiano do organismo, ou seja, o período de 24 horas que regula os ciclos de actividade e repouso.

De acordo com a investigadora Mimi Shirasu-Hiza, da Universidade de Stanford, na Califórnia, estes resultados sugerem que a imunidade é mais forte à noite, o que é consistente com a hipótese de que as proteínas circadianas regulam as funções restauradoras, tais como as respostas imunitárias específicas, durante o sono, quando os animais não estão envolvidos em actividades metabólicas exigentes.

Em experiências anteriores, os investigadores constataram que as moscas da fruta doentes com uma infecção bacteriana perdiam o seu ritmo circadiano e que as moscas sem ritmo circadiano eram altamente susceptíveis a infecções.

As moscas foram infectadas com dois patógenos bacterianos diferentes: “Listeria monocitogenes” e “Streptococcus pneumoniae”. O estudo descobriu que as moscas da fruta infectadas à noite tinham melhores probabilidades de sobreviver do que as moscas infectadas durante o dia.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/16/Immunity_stronger_at_night_than_day/UPI-63291229489828/

Benefícios da amamentação superam os potenciais riscos tóxicos

Investigadores norte-americanos revelaram, num estudo publicado na “Breastfeeding Medicine”, que os efeitos benéficos da amamentação são superiores aos potenciais riscos relacionados com a exposição dos bebés a químicos, como as dioxinas.

Os autores do estudo, a Dra. Judy LaKind, da LaKind Associates, no Maryland, o Dr. Cheston Berlin Jr., do Centro Médico Milton S. Hershey, na Pensilvânia, e o Capitão Donald Mattison, do Instituto Nacional de Saúde norte-americano, aconselham os prestadores de serviços de saúde a continuarem a encorajar as novas mães a amamentarem os seus bebés.

As descobertas do estudo, baseadas em dados epidemiológicos, não desvalorizam os efeitos adversos da exposição às dioxinas e a outras toxinas ambientais. Contudo, os investigadores fizeram uma distinção entre a significância estatística das avaliações de risco/benefícios num indivíduo comparativamente aos efeitos populacionais.

De acordo com a Dra. Dr. Ruth A. Lawrence, da Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Rochester e editora da “Breastfeeding Medicine”, quando o leite materno foi escolhido, pelas agências reguladoras, como um meio prático para medir as toxinas ambientais, o público ficou preocupado que o leite materno estivesse contaminado.

Contudo, a Dra. Lawrence acrescentou que os autores do estudo, autoridades eminentes no assunto, acalmaram estes receios.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Breastfeeding_benefits_outweigh_toxic_risk/UPI-81481229542300/

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

AVC: Doses elevadas de suplementos podem melhorar reabilitação

Resultados de um estudo, conduzido no Centro de Reabilitação do Hospital Burke, em Nova Iorque, revelaram que as pessoas que estavam subalimentadas, após sofrerem um acidente vascular cerebral (AVC), beneficiaram do consumo intensivo de suplementos alimentares durante a reabilitação.

O Dr. M. H. Rabadi, actualmente do Centro Médico de Veteranos, em Oklahoma City, e colegas compararam o consumo intensivo e de rotina de suplementos nutricionais em 102 pacientes subalimentados, que foram admitidos no espaço de quatro semanas após terem sofrido um AVC. Todos tinham perdido de forma não intencional, pelo menos, 2,5 por cento do seu peso corporal.

Os suplementos standard continham 127 calorias, 5 gramas de proteínas e 36 miligramas de vitamina C por dose, enquanto os intensivos continham 240 calorias, 11 gramas de proteínas e 90 miligramas de vitamina C por dose. Ambos os suplementos foram administrados a cada 8 horas juntamente com multivitaminas e minerais, em adição à dieta normal.

Os participantes do estudo que receberam os suplementos intensivos, em comparação com os que receberam suplementos standard, melhoraram significativamente mais as medidas de função motora, tais como a pontuação de independência funcional standard (31,5 vs. 22,9) e a alteração da distância que conseguiam percorrer em seis minutos (71 vs. 51,8 metros).

Os investigadores relataram, na “Neurology”, que estas diferenças foram percebidas como sendo clinicamente importantes pelos pacientes, pelas famílias, pelos médicos e por outros prestadores de serviços de saúde.

Uma maior percentagem de pacientes do grupo intensivo, cerca de 63 por cento, voltou a casa após o programa de reabilitação, em vez de ir para uma casa de saúde, em comparação com os 43 por cento do grupo standard.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/16/eline/links/20081216elin025.html

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Estudo: Ataques de pânico relacionados com maior risco cardíaco

Investigadores britânicos referiram que os ataques de pânico têm sido relacionados com um maior risco de ataques cardíacos e doença cardíaca, especialmente em pessoas mais jovens.

O estudo, publicado na “European Heart Journal”, descobriu que as pessoas com menos de 50 anos, quando foram diagnosticadas com distúrbio de pânico, apresentavam um risco significativamente mais elevado de ataques cardíacos subsequentes, ou enfartes do miocárdio, mas este não era o caso nas pessoas mais velhas.

O distúrbio de pânico foi associado a um aumento de 38 por cento do risco de ataque cardíaco entre as pessoas com menos de 50 anos. A taxa foi mais elevada nas mulheres jovens, entre os 16 e os 40 anos, nas quais o risco aumentou mais de três vezes.

Os investigadores descobriram ainda uma incidência significativamente maior de doença coronária subsequente nas pessoas diagnosticadas com ataques/distúrbio de pânico, em todas as idades, mas esta situação era mais marcada naquelas com menos de 50 anos. Novamente, as mulheres jovens com distúrbio de pânico apresentaram um risco mais elevado.

Contudo, a investigação também demonstrou que, na realidade, o risco de morrer devido a doença coronária foi reduzido entre as pessoas de todas as idades que tinham sido diagnosticadas com ataques/distúrbio de pânico.

O estudo envolveu um total de 404.654 pessoas da Grã-Bretanha, das quais cerca de 58 mil eram maiores de 16 anos e tinham sido diagnosticadas com distúrbio de pânico, sendo as restantes 347 mil sujeitos de controlo. Os participantes foram seleccionadas de uma população de cuidados primários, que pode ser largamente generalizada a outros países com uma estrutura sócio-demográfica semelhante.

De acordo com a investigadora principal, a Dr. Kate Walters, da Universidade College London, não se sabe muito acerca da relação entre o distúrbio de pânico e a doença cardíaca. Contudo, parece que existe uma relação complexa entre ambos, pois os sintomas dos ataques de pânico podem imitar de perto os de um ataque cardíaco ou da doença cardíaca aguda.

Isabel Marques

Fontes:

Cancro da mama: Inibidores da aromatase mais efectivos do que tamoxifeno

Investigadores norte-americanos revelaram que os inibidores da aromatase, que reduzem as quantidades de estrogénio no organismo, são mais efectivos na prevenção do retorno do cancro da mama do que o tamoxifeno.

Duas meta-análises distintas de ensaios clínicos internacionais testaram o tamoxifeno em comparação com fármacos inibidores da aromatase, em mulheres na pós-menopausa com cancro da mama em fase inicial, tendo ambas chegado à mesma conclusão: os inibidores da aromatase são mais efectivos na prevenção do retorno do cancro da mama.

O tamoxifeno e os inibidores da aromatase, como o letrozol, o anastrozol, o exemestano e o formestano, são largamente utilizados para prevenir a recorrência ou para tratar tumores que são receptores positivos de estrogénio, que representam entre 70 e 80 por cento de todos os cancros da mama.

De acordo com o Dr. James Ingle, da Mayo Clinic, em Rochester, no Minnesota, o tamoxifeno é um bom fármaco, mas parece que os inibidores da aromatase podem ser algo melhores.

O Dr. Ingle referiu que a importância destas descobertas pode ser observada no facto de 80 mil a 90 mil mulheres, apenas nos Estados Unidos, estarem a utilizar terapia endócrina este ano e, embora uma diferença de 3 por cento na recorrência do cancro possa não parecer muito, isto pode significar que vários milhares de mulheres possam ser poupadas a uma recorrência do cancro da mama.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/16/Aromatase_inhibitors_better_than_tamoxifen/UPI-56251229404952/

Peso perdido pode ser mantido independentemente da estratégia utilizada

Descobertas de um estudo revelaram que as pessoas obesas que perderam quantidades substanciais de peso sem cirurgia podem manter o peso saudável tão bem como as pessoas que perderam peso através de cirurgia gástrica.

Contudo, as pessoas que se submetem a uma solução não cirúrgica podem ter de trabalhar mais para não recuperarem os quilos perdidos, ressaltou o Dr. Dale S. Bond, da Universidade Brown University, em Providence, Rhode Island.

Os investigadores revelaram, na “International Journal of Obesity”, que é aceite que a cirurgia bariátrica, ou de “redução de estômago”, é a forma mais fiável de perder peso a longo prazo, para as pessoas muito obesas, ou seja, aquelas que têm em excesso mais de 45 quilos ou com um Índice de Massa Corporal de 40 ou mais. Embora investigações recentes tenham demonstrado que as intervenções comportamentais também podem ajudar, a sua efectividade a longo prazo era desconhecida.

Para investigar esta questão, os investigadores compararam 105 pacientes que se submeteram a uma cirurgia bariátrica a 210 pessoas que perderam peso de forma não cirúrgica, sendo este o primeiro estudo a comparar as duas estratégias.

Todos os pacientes perderam cerca de 56 quilos e não recuperaram, pelo menos, 13,5 quilos perdidos durante uma média de 5,5 anos. Aproximadamente dois terços dos pacientes que perderam peso de forma não cirúrgica tiveram ajuda profissional, enquanto os restantes referiram não ter tido assistência especializada.

Entre um a dois anos após o início do estudo, ambos os grupos ganharam uma média de 1,8 quilos por ano. A maioria das pessoas, em ambos os grupos, manteve a perda de peso original com variações de cerca de 5 quilos.

Aqueles que se submeteram a cirurgia comiam mais gorduras e "fast food” e eram menos activos do que aqueles que perderam peso através de uma abordagem não cirúrgica.

O único factor que prognosticou se uma pessoa iria ou não manter o peso perdido foi o nível de desinibição, ou perda da capacidade de controlar os impulsos, no início do estudo, assim como qualquer aumento da desinibição durante os anos seguintes.

Os investigadores concluíram que delinear métodos para aumentar a resistência aos sinais que despoletam a vontade de comer em excesso entre as pessoas que atingiram grandes perdas de peso, através de cirurgia bariátrica ou de métodos não cirúrgicos, pode ajudar a prevenir que se volte a ganhar o peso.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4BE5KR20081215

Frutas e vegetais podem ajudar a fortalecer os ossos

Investigadores norte-americanos revelaram que um novo estudo descobriu que aumentar os níveis de álcali através de comprimidos ou pelo consumo elevado de frutas e vegetais pode ajudar a fortalecer os ossos.

Dados anteriores sugerem que consumir muitas proteínas e cereais provoca excesso de produção de ácido, o que pode aumentar a excreção de cálcio e provocar o enfraquecimento dos ossos.

Este estudo, que será publicado na edição de Janeiro da “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”, incluiu 171 homens e mulheres com 50 anos ou mais que receberam aleatoriamente placebo ou doses elevadas de bicarbonato de potássio, ou de bicarbonato de sódio, ou de cloreto de potássio, durante três meses. As pessoas que receberam bicarbonato demonstraram reduções significativas da excreção de cálcio e da reabsorção óssea.

A reabsorção óssea é um processo no qual os ossos se decompõem para libertar minerais, tais como cálcio, fosfatos e sais alcalinos (básicos) no sangue. O aumento da reabsorção óssea leva a uma redução da massa óssea e a um aumento do risco de fracturas.

As dietas normais de muitos adultos mais velhos acrescentam ácido ao organismo. À medida que as pessoas envelhecem, são menos capazes de excretar o ácido. A reabsorção óssea é uma forma do organismo tentar contrariar os níveis elevados de ácido.

Contudo, quando as frutas e os vegetais são metabolizados adicionam bicarbonato, um composto alcalino, ao organismo, segundo a Dra. Bess Dawson-Hughes, da Faculdade de Medicina da Universidade de Tufts, em Boston.

De acordo com a investigadora, neste estudo foi demonstrado que adicionar álcali em formato de comprimido reduziu a reabsorção óssea e as perdas de cálcio pela urina, durante um período de três meses. Esta intervenção garante investigações adicionais como um suplemento seguro e bem tolerado para reduzir a perda óssea e o risco de fracturas em homens e mulheres idosos.

Segundo a Dra. Dawson-Hughes, a heretariedade, a dieta e outros factores de estilo de vida contribuem para o problema da perda óssea e fracturas. No que se refere a preocupações alimentares relativamente à saúde óssea, o cálcio e a vitamina D têm recebido a maior atenção, mas há cada vez mais evidências de que o equilíbrio ácido-base da dieta também é importante.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72748.html

Terbutalina pode ajudar a prevenir hipoglicemia nocturna na diabetes tipo 1

Resultados de um estudo piloto indicaram que uma dose baixa de terbutalina, antes de dormir, parece prevenir a queda dos níveis de açúcar no sangue, ou hipoglicemia, durante a noite, em pacientes com diabetes tipo 1, sem fazer com que os níveis de glicose fiquem muito elevados na manhã seguinte.

O Dr. Philip E. Cryer e colegas, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, relataram anteriormente que uma dose de 5 miligramas de terbutalina preveniu a hipoglicemia nocturna, mas os níveis de glicose no sangue na manhã seguinte eram elevados.

Para o ensaio actual, 15 pacientes, a maioria com bom controlo da glicose, que tinham uma média de 29 anos, receberam aleatoriamente doses baixas ou elevadas de terbutalina (2,5 ou 5 mg) ou placebo em três noites separadas, às 22 horas.

Os resultados, publicados na recente edição da “Diabetes Care”, demonstraram que a média mais elevada das concentrações de glicose no sangue foram de 87 miligramas por decilitro (mg/dL) após placebo, 100 mg/dL após 2,5 mg de terbutalina ou 122 mg/dL após 5 mg de terbutalina. Os níveis de açúcar no sangue correspondentes na manhã seguinte foram de 113, 127 e 183 mg/dL.

Cinco pacientes apresentaram níveis de glicose no sangue nocturnos abaixo dos 50 mg/dL, após tomarem placebo, e dois apresentaram níveis semelhantes após receberem doses baixas de terbutalina. Nenhum dos pacientes que tomou a dose elevada apresentou níveis de glicose abaixo dos 60 mg/dL.

Embora o ensaio tenha sido demasiado pequeno para demonstrar diferenças estatisticamente significativas entre o placebo e a dose baixa de terbutalina, os investigadores referiram que a dose pretendida de terbutalina é mais do que placebo e menos do que 5 mg.

A equipa de investigador concluiu que estudos maiores e controlados poderão demonstrar que a terbutalina é segura e efectiva no tratamento preventivo da hipoglicemia nocturna na diabetes tipo 1.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4BA71R20081211

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Exercícios de respiração podem ajudar a melhorar sintomas da asma

Investigadores britânicos revelaram que os adultos com asma podem melhorar o seu bem-estar e o controlo da sua doença, através da aprendizagem de exercícios de respiração e da incorporação desses exercícios no regime de medicação para a asma.

O Dr. Mike Thomas, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, salientou que os exercícios de respiração não curam a asma. Contudo, se forem utilizados juntamente com os tratamentos habituais, estes exercícios podem ajudar a melhorar os sintomas da asma e a qualidade de vida dos pacientes asmáticos.

Os investigadores compararam os benefícios do treino da respiração supervisionado por fisioterapeuta e a educação sobre a asma apresentada por uma enfermeira em pacientes asmáticos moderadamente incapacitados, mas de outra forma saudáveis, com uma média de 46 anos.

A equipa distribuiu aleatoriamente 183 pacientes por dois grupos, para receberem três sessões de treino da respiração supervisionado por fisioterapeuta ou de educação sobre a asma apresentada por uma enfermeira.

As sessões de respiração explicaram a respiração normal versus a disfuncional, ensinaram técnicas de respiração nasal e diafragmática e encorajaram os participantes a praticar os exercícios durante, pelo menos, 10 minutos por dia.

Um mês após todas as sessões terem sido completadas, os investigadores notaram melhorias semelhantes e significativos na pontuação da qualidade de vida na asma, em ambos os grupos.

Após seis meses, 64 pacientes do grupo do treino da respiração e 66 do outro grupo ainda continuavam no estudo, sendo que, neste ponto, a pontuação da qualidade de vida na asma melhorou em mais de 90 por cento dos participantes que completaram o treino da respiração, em comparação com os 64 por cento dos participantes que completaram a intervenção de educação.

Adicionalmente, os pacientes do grupo do treino da respiração apresentaram melhorias nas questões centradas no paciente, tais como sentir-se mais em controlo dos sintomas da asma e sentir-se menos ansioso e deprimido.

Estas descobertas, publicadas online na “Thorax”, sugerem que os exercícios de respiração podem beneficiar os pacientes com asma ligeira a moderada parcialmente controlada. Os investigadores recomendam utilizar estas técnicas em conjunto com os regimes de medicação para a asma supervisionados medicamente.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/10/eline/links/20081210elin002.html

Actividade física ajuda a reduzir futuras dores e desconfortos músculo-esqueléticos

Um estudo alargado, conduzido na Noruega, demonstrou que o exercício físico está associado a taxas mais baixas de queixas dolorosas músculo-esqueléticas crónicas, aproximadamente uma década mais tarde.

A Dra. Helene Sulutvedt Holth, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, em Trondheim, e colegas examinaram a relação entre a inactividade física e o desenvolvimento de queixas músculo-esqueléticas crónicas. As descobertas foram publicadas online na “BMC Musculoskeletal Disorders”.

Os investigadores avaliaram os resultados de dois estudos de saúde pública, nos quais 39.520 participantes responderam a questões sobre os padrões de actividade física, entre 1984 e 1986, e sobre queixas músculo-esqueléticas crónicas 11 anos mais tarde, entre 1995 e 1997.

As queixas músculo-esqueléticas crónicas foram definidas como queixas músculo-esqueléticas que duraram três meses ou mais no ano anterior ao questionário. As queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas foram definidas como dores no tronco, acima ou abaixo da cintura, durante 15 dias ou mais no mês anterior.

No questionário de seguimento, os investigadores descobriram que 51 por cento dos participantes relataram queixas músculo-esqueléticas e 5,9 por cento relataram queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas.

Os participantes que estavam a praticar exercício físico, quando o estudo começou, tinham 9 por cento menos probabilidade de ter queixas músculo-esqueléticas crónicas, em comparação com os indivíduos inactivos. Aqueles que praticavam exercício três ou mais vezes por semana tinham 28 por cento menos probabilidade de ter queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas.

De acordo com a Dra. Holth, no estudo actual, o nível de actividade física baseou-se somente no exercício efectuado nos tempos de lazer, pelo que o impacto da carga física ocupacional pode ter contribuído para os resultados.

Os investigadores sublinharam que estudos posteriores devem tentar clarificar se as queixas músculo-esqueléticas crónicas são uma causa ou uma consequência da inactividade.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/09/eline/links/20081209elin032.html

Fármaco para o tratamento da gravidez ectópica não prejudica ovários

Investigadores espanhóis referiram que a utilização de uma única dose do fármaco metotrexato para tratar uma gravidez ectópica não parece reduzir a fertilidade da mulher.

Os investigadores, para perceberem se a terapia com metotrexato para a gravidez ectópica prejudica a fertilidade futura, mediram os níveis no sangue de uma proteína denominada hormona anti-mülleriana (HMA), que é um indicador da reserva ovariana.

Os investigadores efectuaram uma medição dos níveis antes do tratamento com metotrexato e novamente, pelo menos, uma semana após a resolução da gravidez ectópica em 25 mulheres.

O Dr. Juan Antonio Garcia-Velasco, do Instituto Valenciano de Infertilidade de Madrid (IVI-Madrid) e colegas relataram, na “Fertility and Sterility”, que não existiram diferenças significativas nos níveis de HMA antes e depois da administração do metotrexato.

De acordo com o Dr. Garcia-Velasco, o tratamento médico de uma gravidez ectópica com metotrexato é conhecido como sendo uma alternativa segura e eficiente à cirurgia. Além disso, agora sabe-se que não prejudica a reserva ovarina para uma fertilidade futura.

Uma gravidez ectópica (fora do lugar) é aquela em que o feto se desenvolve fora do útero, quer seja na trompa de Falópio, no canal cervical ou na cavidade pélvica ou abdominal. Estas gravidezes podem provocar hemorragias e morte se o embrião não for removido, seja cirurgicamente ou através de terapia farmacológica. Uma gravidez ectópica constitui um risco para a vida e deve ser extraída o mais rapidamente possível.

Uma em cada 100 ou 200 gravidezes é ectópica, sendo cada vez mais frequentes, por razões não muito claras. São factores de risco uma doença na trompa de Falópio, uma gravidez ectópica anterior, a exposição fetal ao dietilestrilbestrol ou uma laqueação de trompas falhada (um procedimento de esterilização em que se corta ou se obstrui a trompa de Falópio).

Geralmente, as gravidezes ectópicas ocorrem numa das trompas de Falópio. Não são habituais as gravidezes no canal cervical, no ovário ou na cavidade abdominal ou pélvica.

Isabel Marques

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Estudo: Fenofibrato não reduz riscos cardíacos em diabéticos

Um relatório, publicado na revista cientifica “Journal of the American College of Cardiology”, revelou que o tratamento a longo prazo com o fármaco antidislipidémico fenofibrato, um tipo de fibrato utilizado para baixar o colesterol, não reduz as placas coronárias ou os sinais de aterosclerose em pacientes com diabetes tipo 2.

Investigações anteriores têm sugerido que a terapia com fibratos pode ter efeitos cardiovasculares benéficos. Contudo, na principal análise do estudo relativo à utilização do fenofibrato na diabetes, denominado FIELD, os investigadores descobriram que o tratamento com fenofibrato não reduziu os ataques cardíacos nos diabéticos tipo 2.

O ponto principal do sub-estudo do FIELD, que incluiu 170 pacientes que receberam aleatoriamente fenofibrato ou placebo durante cinco anos, era determinar se a terapia com fenofibrato reduz a aterosclerose, um grande factor de risco para ataques cardíacos, em pacientes com diabetes tipo 2.

A Dra. Anne Hiukka, da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, e colegas relataram que, durante o seguimento, a aterosclerose progrediu num grau semelhante em ambos os grupos.

Num editorial, o Dr. Evan A. Stein, do "Metabolic and Atherosclerosis Research Center", em Cincinnati, no Ohio, comentou que estes resultados do sub-estudo, combinados com as principais descobertas do FIELD, sugerem que o tratamento com fenofibrato oferece poucos benefícios cardíacos aos pacientes diabéticos.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72625.html

Alzheimer: Inibidores da colinesterase efectivos e seguros para sintomas de demência

Investigadores norte-americanos referiram que os inibidores da colinesterase, utilizados para tratar os problemas cognitivos da Doença de Alzheimer, são seguros e efectivos para os sintomas comportamentais e psicológicos da demência.

Os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, do Instituto Regenstrief e dos Serviços de Saúde de Wishard, em Indianapolis, reviram nove ensaios clínicos aleatórios, controlados por placebo, que avaliaram a efectividade de três populares inibidores da colinesterase na gestão dos sintomas comportamentais e psicológicos manifestados pelos pacientes com Doença de Alzheimer.

Os resultados do ensaio indicaram que os inibidores da colinesterase levaram a uma redução estatisticamente significativa dos sintomas comportamentais e psicológicos, tais como agressividade, deambulação ou paranóia, quando utilizada a mesma dosagem como a administrada para melhorar a incapacidade cognitiva.

Em conclusão, a revisão, publicada na “Clinical Interventions in Aging”, relatou que os inibidores da colinesterase são seguros, não produzindo efeitos secundários de maior.

De acordo com o Dr. Malaz Boustani, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, existe a necessidade de alternativas seguras para os fármacos antipsicóticos utilizados actualmente para gerir os sintomas comportamentais e psicológicos da Doença de Alzheimer. Os resultados analisados são encorajadores e sugerem que os inibidores da colinesterase são uma alternativa segura e eficaz.

Os investigadores sublinharam que nove em cada dez pacientes com Alzheimer manifestam sintomas comportamentais e psicológicos devido à doença.

Contudo, os inibidores da colinesterase, como a rivastigmina, comercializada como Exelon e Prometax, o donepezilo, comercializado como Aricept ou em diversas versões genéricas, e a galantamina, comercializada como Reminyl ou em diversas versões genéricas, são subaproveitados e prescritos normalmente durante menos de três meses e a menos de 10 por centos dos pacientes com Doença de Alzheimer.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/10/Drug_for_Alzheimers_behaviors_underused/UPI-58291228955193/

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Estudo: Grávidas devem evitar utilização de estatinas

Investigadores britânicos alertam que as mulheres grávidas ou aquelas que estão a tentar engravidar devem evitar a utilização de estatinas para baixar o colesterol.

Um estudo de 2007, que examinou o risco de malformações congénitas nos bebés de mulheres grávidas que utilizam estatinas, sugeriu que os efeitos prejudiciais destes fármacos podiam estar restritos apenas às estatinas lipofílicas ou solúveis em gordura, tais como a atorvastatina e a sinvastatina.

Contudo, os investigadores da Universidade de Manchester demonstraram que mesmo as estatinas hidrofílicas, ou solúveis em água, como a pravastatina, a cerivastatina e a fluvastatina, podem afectar o desenvolvimento da placenta, levando a resultados piores na gravidez.

O estudo, publicado na “Journal of Cellular and Molecular Medicine”, descobriu que a estatina solúvel em gordura cerivastatina afectou a placenta, resultando num crescimento reduzido. Os investigadores também descobriram que a pravastatina, a estatina solúvel em água, que se pensava ser potencialmente compatível para ser utilizada durante a gravidez, teve o mesmo efeito prejudicial.

A Dra. Melissa Westwood referiu que o rápido aumento da obesidade e da diabetes tipo 2 é um grande problema de saúde, sendo que as pessoas afectadas são frequentemente tratadas com estatinas para baixar os níveis de colesterol na circulação e reduzir o risco de doença cardíaca.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/10/Study_Pregnant_women_should_avoid_statins/UPI-45581228947369/

Terapias não hormonais benéficas para pacientes com cancro da mama

Investigadores gregos referiram que, nos últimos 35 anos, os tratamentos não hormonais têm melhorado a sobrevivência geral das pacientes com cancro da mama avançado.

Os investigadores conduziram uma revisão de 128 ensaios clínicos que incluíram mais de 26 mil mulheres com cancro da mama. A revisão demonstrou que a utilização de regimes à base de antraciclina levou a uma redução relativa do risco de 22 por cento na mortalidade geral, em comparação à quimioterapia com agente único mais antiga.

O tratamento com apenas um taxano levou a uma redução relativa do risco de 33 por cento, enquanto que a combinação de um taxano com capecitabina ou gemcitabina levou a uma redução relativa do risco de 51 por cento em relação à quimioterapia com agente único.

O estudo, publicado na edição de 9 de Dezembro da “Journal of the National Cancer Institute”, revelou que a maioria dos regimes pareceu ser efectiva, independentemente das mulheres terem recebido ou não tratamento anteriormente.

De acordo com os investigadores, esta meta-análise quantifica o progresso conseguido, nos últimos 35 anos, no tratamento do cancro da mama avançado com a terapia sistémica não hormonal.

Diversos regimes têm demonstrado efectividade e, em alguns deles, os efeitos de tratamento, em magnitude, são praticamente indistinguíveis. Assim, pode-se explorar os benefícios na sobrevivência conferidos por diversos regimes efectivos utilizados de forma sequencial, visto que linhas de tratamento subsequentes podem apresentar benefícios relativos semelhantes aos do cenário de primeira linha.

De acordo com o Dr. Philippe Bedard e a Dra. Martine Piccart-Gebhart, do Instituto Jules Bordet, em Bruxelas, esta revisão é importante, porque não tem havido consenso relativamente à melhor dosagem, tempo, sequência ou combinação de terapias para o tratamento do cancro da mama metastático, uma vez que os comparadores standard não têm estado disponíveis.

A descoberta de que muitos dos regimes têm uma efectividade relativa semelhante, tanto nas pacientes que não receberam tratamento como nas tratadas anteriormente, significa que outras considerações, como a toxicidade, irão continuar a ajudar a determinar a escolha de regime para pacientes individuais.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72604.html

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Estatinas não inibem tratamento farmacoterapêutico de linfomas

Investigadores norte-americanos revelaram que as estatinas, fármacos para baixar o colesterol, não interferem com a terapia à base de rituximab, utilizada para o tratamento de linfomas. Além disso, descobriram que as estatinas podem mesmo atrasar a progressão de alguns tipos de linfomas.

Um estudo, publicado no início deste ano, sugeriu que as estatinas podem inibir a capacidade do rituximab se ligar à CD20, uma proteína encontrada nas células dos linfomas. O rituximab é um anticorpo monoclonal utilizado frequentemente sozinho ou em combinação com quimioterapia para tratar linfomas, isto é, cancros do sistema linfático.

De acordo com o Dr. Grzegorz Nowakowski, hematologista da Mayo Clinic, essas descobertas levantaram questões relativamente à manutenção ou paragem do tratamento do colesterol com estatinas, por parte dos pacientes com linfoma, sendo que um em cada cinco pacientes com linfoma toma estes fármacos.

Para clarificar esta questão, os investigadores estudaram 228 pacientes com linfoma difuso de grandes células B agressivo e 293 pacientes com linfoma folicular lentamente progressivo. Vinte e dois por cento dos pacientes com linfoma difuso de grandes células B e 19 por cento dos pacientes com linfoma folicular estavam a tomar estatinas quando começaram o tratamento para os linfomas.

De acordo com o estudo, a utilização de estatinas não influenciou os resultados para os pacientes com linfoma difuso de grandes células B. Entre os pacientes com linfoma folicular, aqueles que tomaram estatinas tiveram, na realidade, melhores resultados.

Após dois anos, 80 por cento dos pacientes com linfoma folicular a tomar estatinas não apresentaram progressão do cancro nem precisaram de novo tratamento, em comparação com 69 por cento dos pacientes que não tomaram estatinas. Este efeito positivo foi observado independentemente do tipo de tratamento.

Segundo o Dr. Nowakowski, estes resultados podem fornecer garantias aos oncologistas e aos pacientes de que as estatinas não irão reduzir a efectividade do rituximab e que, de facto, estas podem melhorar os resultados para alguns pacientes com linfomas.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72590.html

Fármacos para a diabetes podem duplicar risco de fracturas nas mulheres

Resultados de um estudo revelaram que a utilização a longo prazo de fármacos antidiabéticos, como o Avandia (rosiglitazona), da GlaxoSmithKline, ou o Actos (pioglitazona), da Takeda, duplica o risco de fracturas ósseas em mulheres com diabetes tipo 2.

Os investigadores já sabiam que os dois fármacos para a diabetes da classe das tiazolidinedionas estavam associados a fracturas, mas a magnitude do risco ainda não tinha sido avaliada.

O Dr. Sonal Singh, da Faculdade de Medicina da Universidade de Wake Forest, na Carolina do Norte, referiu que este estudo demonstrou que estes agentes duplicam o risco de fracturas em mulheres com diabetes tipo 2, que já têm um risco mais elevado antes de tomarem a terapia.

Os investigadores, que trabalharam com colegas da Universidade de East Anglia, em Inglaterra, basearam as suas descobertas numa análise de 10 estudos clínicos anteriores, que duraram, pelo menos, um ano, envolvendo 14 mil pacientes.

A equipa de investigadores concluiu que se as tiazolidinedionas forem utilizadas por mulheres diabéticas por volta dos 70 anos, durante um ano, ocorreria uma fractura adicional por cada 21 mulheres. Entre as mulheres mais novas, por volta dos 56 anos, a utilização dos fármacos pode levar a uma fractura extra por cada 55 mulheres.

Os resultados podem aumentar as preocupações existentes acerca deste tipo de fármacos, que já estão relacionados com efeitos cardiovasculares adversos.

Os investigadores acrescentaram que ainda não é clara a causa essencial do efeito específico do sexo e das tiazolidinedionas nas fracturas, mas sugerem que os fármacos podem provocar este problema devido à substituição da medula óssea por células de gordura.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B90UL20081210

Vitamina B1 pode ajudar a reverter doença renal em pacientes diabéticos

Investigadores britânicos e paquistaneses referiram que elevadas doses de vitamina B1, ou tiamina, podem ajudar a reverter o desenvolvimento da nefropatia diabética em fase inicial, isto é, a doença renal que ocorre em pacientes diabéticos.

A Dra. Naila Rabbani e o Dr. Paul J. Thornalley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Warwick, em colaboração com investigadores da Universidade de Punjab e do Hospital Sheik Zaid, em Lahore, no Paquistão, referiram que tomar oralmente doses elevadas de tiamina pode diminuir drasticamente a excreção de albumina e reverter o estágio inicial da nefropatia diabética em paciente com diabetes tipo 2.

O estudo, publicado online na revista “Diabetologia”, demonstrou que a toma oral diária de 300 miligramas de tiamina, durante três meses, reduziu a taxa de excreção de albumina em pacientes com diabetes tipo 2. A taxa de excreção de albumina diminuiu 41 por cento relativamente ao seu valor no início do estudo.

Os resultados também demonstraram que 35 por cento dos pacientes com microalbuminúria apresentaram um retorno a uma normal excreção de albumina urinária, após terem sido tratados com tiamina.

No estudo, 40 pacientes com diabetes tipo 2, com idades entre os 35 e os 65 anos, receberam aleatoriamente placebo ou três doses de comprimidos de 100 miligramas de tiamina por dia, durante três meses.

A equipa de investigadores da Universidade de Warwick demonstrou que a deficiência de tiamina pode ser a chave para um leque de problemas vasculares para os pacientes diabéticos.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/09/Thiamine_reverses_diabetic_kidney_disease/UPI-70851228867601/

Atropina e pala igualmente eficazes para tratar “olho preguiçoso” nas crianças

Resultados de um estudo, publicados na revista científica “Archives of Ophthalmology”, referem que as gotas oculares de atropina e a aplicação de uma pala são similarmente efectivas para melhorar o “olho preguiçoso”, ou ambliopia, nas crianças entre os 7 e os 12 anos.

O tratamento da ambliopia envolve fazer com que a criança utilize o olho mais fraco, através da aplicação de uma pala ou da administração de gotas oculares no olho considerado bom para enevoar temporariamente a visão. Ainda não existe um tratamento comprovado para adultos.

No estudo actual, o Dr. Mitchell M. Scheiman, do Centro Jaeb na Florida, e colegas compararam as duas estratégias em 193 crianças, com idades entre os 7 e os 12 anos, com ambliopia moderada.

As crianças receberam aleatoriamente um dos tratamentos, ou seja, atropina no olho saudável ou a aplicação de uma pala no olho saudável durante duas horas todos os dias. Após 17 semanas, não foram observadas diferenças significativas na visão entre os dois grupos.

Catorze participantes do grupo da atropina, o equivalente a 16 por cento, relataram efeitos secundários envolvendo o olho, e três participantes, ou seja, 3 por cento, relataram efeitos secundários mais generalizados. Quatro crianças do grupo da pala, o mesmo que 5 por cento, experienciaram irritação moderada a grave devido à pala.

Com base nestes resultados e nas descobertas iniciais, os investigadores concluíram que tanto a a utilização de uma pala como a aplicação de atropina podem melhorar a ambliopia em crianças entre os 7 e os 12 anos. Além disso, a experiência indica que os ganhos são continuados após o final do tratamento.

A ambliopia é a causa mais frequente de incapacidade visual na infância e afecta entre 2 a 3 por cento das crianças, segundo o Instituto Nacional dos Olhos norte-americano. Caso não seja tratada com sucesso, a doença persiste na idade adulta.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/09/eline/links/20081209elin031.html

Obesidade pode aumentar o risco de enxaquecas

Descobertas de um novo estudo sugerem que o excesso de peso ou a obesidade podem aumentar a probabilidade de se sofrer de dores de cabeça e enxaquecas fortes. Da mesma forma, uma maior prevalência de enxaquecas pode também estar associada ao peso abaixo do normal.

O Dr. Earl S. Ford e colegas, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, em Atlanta, analisaram 7.601 homens e mulheres adultos, tendo relatado, na edição de Dezembro da revista “Cephalalgia”, que ter excesso de peso ou ser obeso aumenta a probabilidade de se ter enxaquecas entre 1,2 e 1,4 vezes.

Os investigadores estudaram a associação entre o Índice de Massa Corporal (IMC), o rácio entre a altura e o peso frequentemente utilizado para determinar se o peso das pessoas está dentro ou fora dos parâmetros normais, e a enxaqueca em homens e mulheres, com 20 anos ou mais, que participaram num estudo sobre saúde e nutrição entre 1999 e 2002.

No geral, cerca de 15 por cento dos homens e 28 por cento das mulheres relataram sofrer de enxaquecas e dores de cabeça fortes durante os primeiros três meses.

Aproximadamente, 35 por cento dos participantes tinham excesso de peso (IMC entre 25 e 30), 30 por cento eram obesos (IMC acima de 30) e 33 por cento estavam no peso normal (IMC entre 18,5 e 25).

Os investigadores observaram entre os participantes com peso abaixo do normal, cerca de 2 por cento, uma prevalência duas vezes maior de enxaquecas, mas o número limitado destes participante não permitiu uma análise adicional.

Após a verificação de outros factores potencialmente associados a um aumento do risco de enxaquecas, tais como género, etnia, tabaco, consumo de álcool, actividade física, diabetes e níveis de colesterol, os participantes com excesso de peso ou obesos apresentaram uma maior frequência de enxaquecas do que os participantes com peso normal.

De acordo com o Dr. Ford, se a obesidade aumenta o risco de enxaquecas, o controlo do peso pode ser uma abordagem útil na gestão das dores de cabeça.

Os investigadores recomendam ainda que sejam realizadas análises adicionais para estabelecer se a obesidade está causalmente relacionada com o desenvolvimento de enxaquecas.

Isabel Marques

Fontes:

www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B86F020081209

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Selénio pode ajudar a proteger contra cancro da bexiga

Resultados de um estudo, publicados na revista “Cancer Prevention Research”, revelaram que o mineral selénio pode desempenhar um papel preventivo em determinados tipos genéticos de cancro da bexiga, ou em determinadas populações.

A Dra. Margaret R. Karagas, da Faculdade de Medicina de Dartmouth, em New Hampshire, e colegas analisaram as concentrações de selénio nas unhas dos pés de 767 pessoas recentemente diagnosticadas com cancro da bexiga e de 1.108 pessoas da população geral.

Os investigadores descobriram que a concentração média de selénio nas unhas era significativamente mais baixa entre os pacientes com cancro da bexiga do que nas pessoas da população geral. Mas, no geral, uma concentração mais elevada de selénio não foi significativamente associada a um menor risco de cancro da bexiga.

Contudo, houve uma significativa associação inversa entre o selénio e o cancro da bexiga em subgrupos específicos. Nomeadamente, as mulheres, os fumadores moderados e as pessoas com tumores que contêm uma proteína denominada p53 apresentaram reduções significativas, de 34 por cento, 39 por cento e 43 por cento, respectivamente, do risco de cancro da bexiga com elevadas taxas de selénio.

Os investigadores referiram que dados experimentais indicam potenciais efeitos anti-carcinogénicos do selénio, mas os mecanismos moleculares exactos continuam a ser desconhecidos.

Por último, se for verdade que o selénio pode ajudar a prevenir que um determinado subgrupo de indivíduos, como as mulheres, desenvolva cancro da bexiga, ou ajude a prevenir o desenvolvimento de determinados tipos de tumores, como aqueles que evoluem a partir do caminho p53, isto fornece pistas sobre como os tumores podem ser prevenidos no futuro. Além disso, potencialmente pode levar a tratamentos que podem prevenir o cancro da bexiga.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/08/eline/links/20081208elin027.html

Vitamina K ajuda a reduzir resistência à insulina em homens mais idosos

Um novo estudo descobriu que a vitamina K ajuda a retardar o desenvolvimento da resistência à insulina em homens mais idosos, mas o efeito parece não ser o mesmo para as mulheres.

O estudo de três anos, desenvolvido por investigadores do Centro de Pesquisa de Nutrição Humana e Envelhecimento Jean Mayer USDA, da Universidade de Tufts, em Boston, incluiu 355 homens e mulheres não diabéticos com idades entre os 60 e os 80 anos.

Um grupo tomou diariamente multivitaminas contendo 500 microgramas de vitamina K (5 vezes acima dos níveis recomendados), juntamente com um suplemento de cálcio e vitamina D. O grupo de controlo não tomou quaisquer suplementos de vitamina K, mas recebeu as multivitaminas e o suplemento de cálcio e vitamina D. Ambos os grupos foram aconselhados a continuar as suas dietas alimentares normais.

No final do estudo, publicado na “Diabetes Care”, os homens que receberam vitamina K melhoraram a resistência à insulina e tinham os níveis de insulina no sangue mais baixos, comparativamente aos homens do grupo de controlo.

De acordo com a investigadora principal, a Dra. Sarah Booth, os homens que receberam os suplementos de vitamina K apresentaram uma menor progressão da sua resistência à insulina, no final do ensaio clínico. Por outro lado, foi observada uma progressão da resistência à insulina nas mulheres que receberam os suplementos de vitamina K, assim como nos homens e mulheres que não receberam estes suplementos.

O peso pode explicar a razão pela qual a vitamina K não pareceu melhorar a resistência à insulina nas mulheres mais idosas. A Dra. Booth referiu que, no estudo, existia uma maior prevalência de mulheres obesas ou com excesso de peso no grupo dos suplementos de vitamina K, em comparação com os elementos masculino a tomar estes suplementos.

Segundo a investigadora, a vitamina K é armazenada no tecido gordo, pelo que, se existir excesso de gordura, a vitamina K pode não estar prontamente disponível para as células que precisam dela para processar a glicose.

A quantidade de vitamina K contida nos suplementos utilizados neste estudo é atingível através do consumo de uma dieta saudável. As couves-de-bruxelas, os brócolos e os vegetais de folhas verde-escuro, tais como os espinafres e couves, são boas fontes de vitamina K.

A resistência à insulina, um precursor da diabetes, ocorre quando o organismo não consegue utilizar convenientemente a insulina. Como resultado, a glicose acumula-se no sangue. As pessoas com excesso de peso ou obesas têm tendência para desenvolver resistência à insulina, porque o excesso de gordura pode interferir com o funcionamento da insulina.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72475.html

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fármaco para a epilepsia demonstra-se promissor contra Doença de Alzheimer

Investigadores canadianos descobriram que o fármaco para epilepsia à base de ácido valpróico minimizou os problemas de memória num modelo animal da Doença de Alzheimer.

O Dr. Weihong Song, da Universidade de British Columbia, em Vancouver, e colegas relataram que, em ratos e em culturas de células, o ácido valpróico diminuiu a produção da proteína beta-amilóide, uma proteína no organismo que forma placas amilóides no cérebro, uma característica chave da Doença da Alzheimer.

Os investigadores relataram, na "The Journal of Experimental Medicine”, que o tratamento com ácido valpróico reduziu significativamente a formação de placas e melhorou os problemas de memória em ratos com Alzheimer.

O Dr. Song referiu que descobriram que se utilizassem o ácido valpróico na fase inicial da Doença de Alzheimer, em ratos, este reduzia a formação de placas e adicionalmente prevenia a morte celular no cérebro e o dano axonal.

Segundo o investigador, o fármaco também melhorou a performance nos testes de memória, realizados pelos animais.

Os investigadores revelaram estar muito entusiasmados com estes resultados, porque agora sabem quando o ácido valpróico deve ser administrado para ser mais efectivo e também sabem como o ácido valpróico está a actuar para prevenir a Doença da Alzheimer.

De acordo com o Dr. Song, actualmente está a decorrer um pequeno ensaio clínico com humanos e espera-se que os resultados estejam disponíveis no próximo ano.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/05/eline/links/20081205elin029.html

Vitamina E pode ajudar a diminuir inflamação crónica

Investigadores norte-americanos sugerem que a inflamação muscular crónica pode ser diminuída através da toma de vitamina E.

A Dra. Kimberly Huey, da Universidade de Illinois, referiu que a vitamina E pode estar relacionada a uma redução das citoquinas, proteínas que estimulam a resposta imunitária.

No estudo, publicado na “Experimental Physiology”, a Dra. Huey, o Dr. Rodney Johnson e outros colegas observaram o efeito da vitamina E em ratos, que foram injectados com uma dose baixa de lipopolissacarídeo de Escherichia coli para induzir uma inflamação sistémica aguda.

De acordo com a Dra. Huey, os ratos receberam vitamina E durante três dias, antes de lhes ser administrado o equivalente a uma pequena infecção bacteriana sistémica.

Os ratos que receberam a vitamina E tinham menos proteínas oxidadas no tecido muscular do que os que receberam placebo.

A oxidação pode ser deteriorante e, nos músculos, tem sido associada à redução da força muscular. Potencialmente, a redução das proteínas oxidadas pode estar correlacionada a um aumento da força muscular.

A Dra. Huey referiu que alguns dos restantes efeitos foram mistos, devendo-se recordar que isto foi efectuado em modelos animais, mas que a vitamina E pode ser benéfica para pessoas com inflamação crónica, tais como idosos, pacientes com diabetes tipo 2 ou com insuficiência cardíaca crónica.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/04/Vitamin_E_may_lessen_chronic_inflammation/UPI-71681228441626/

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ezetimiba e estatinas apresentam resultados positivos para aterosclerose

Uma análise de dados de um estudo para a diabetes tipo 2 demonstrou que o tratamento com estatinas isoladamente, ou combinadas com ezetimiba, para atingir níveis agressivamente baixos de “mau colesterol” (LDL), resultou numa regressão semelhante da espessura da íntima-média da artéria carótida, em ambos os grupos.

O estudo de 36 meses envolveu 427 pacientes com diabetes tipo 2 e sem antecedentes de eventos cardiovasculares. Os pacientes receberam tratamento com estatinas, ou estatinas mais ezetimiba, para baixar os níveis de colesterol das proteínas de baixa densidade (LDL), conhecido como o "mau colesterol", para um objectivo agressivo de 70 mg/dl ou objectivo standard de 100 mg/dl.

Os resultados, publicados na “Journal of the American College of Cardiology”, demonstraram que, no grupo dos pacientes que receberam tratamento agressivo, os que tomaram ezetimiba mais estatinas atingiram uma redução da espessura da artéria carótida de 0,025 milímetros, em comparação com uma redução média de 0,012 milímetros para aqueles que tomaram apenas estatinas. No grupo do tratamento standard, a espessura da artéria carótida média aumentou 0,039 milímetros.

Relativamente aos benefícios de adicionar ezetimiba, o investigador principal, o Dr. William Howard, referiu que ambos os grupos do tratamento agressivo atingiram um grau muito semelhante de regressão da espessura da íntima-média da artéria carótida. Contudo, se não tivesse sido adicionada a ezetimiba, os pacientes não teriam atingido o objectivo em termos de colesterol LDL e, assim, não teriam alcançado esse grau de regressão.

Isabel Marques

Fontes:

www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=4C2695E261964F7AA4BAC342331D8AFD