sábado, 1 de setembro de 2007

103 portugueses morreram à espera de rim em 2006

Em 2006 morreram 103 portugueses enquanto aguardavam um transplante de rim, numa lista de espera composta por 2293 doentes, 595 dos quais entraram no ano passado. Os números foram publicados este sábado pelo Diário de Notícias. De acordo com os dados da Comissão de Transplantes do Conselho da Europa acerca da realidade portuguesa, o problema reside nos constrangimentos na colheita e não na ausência de centros de transplante.

Apesar de existirem em Portugal oito centros com valências para transplante de rim, a espera continua a ser uma das mais elevadas entre os vários órgãos, sendo calculada num mínimo de três anos. O número de transplantes renais tem vindo a crescer, ainda assim mantém-se abaixo dos dados de 1996.

Em declarações ao jornal, Eduardo Barroso, presidente da Autoridade para os Serviços de Sangue e de Transplantação (ASST), explica que “nem todos são vítimas de insuficiência renal, podendo falecer na sequência de doença ou de outras causas”.

Portugal tem 20,1 dadores por milhão de habitantes, mas luta para se aproximar dos níveis espanhóis (33,8 dadores). No ano passado, os transplantes de rim ascenderam a quase 40 por milhão de habitantes, a maior parte dos quais (35,8) a partir de um dador cadáver. No entanto, a melhor hipótese para reduzir a lista de espera está nos dadores vivos.

Publicada há dois meses, a lei que permite a dádiva de órgãos em vida a casais e amigos é uma das ferramentas essenciais para aumentar o número de órgãos disponíveis. Segundo afirmou o presidente da ASST, a lei já está pronta, estando apenas dependente da regulamentação. A directiva está agora a ser analisada pelos administradores hospitalares, sendo de esperar que seja publicada a partir de Setembro.

Maria João Aguiar, coordenadora nacional de colheitas da ASST, lembra que o número de dadores no país está estacionário desde há dez anos. Houve apenas uma alteração no que diz respeito ao número de transplantes realizados, com excepção do transplante de rim com dador cadáver. Há 10 anos, apenas se faziam 0,3 transplantes renais por milhão de habitantes, com dador vivo, quando hoje estamos próximos de 4.

No ano passado, realizaram-se 94.500 transplantes a nível mundial. A média de doações de órgãos na União Europeia ascendeu aos 17,8 por milhão de habitantes. A Espanha lidera a colheita, com 33,8 dadores por milhão, e no transplante de vários órgãos. Entre os países com piores indicadores europeus estão a Roménia e outras nações de leste.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Lusa, Diário Digital.

Vinho tinto reduz risco de desenvolver cancro da próstata

Beber diariamente uma ou duas taças de vinho tinto ajuda a diminuir o risco de desenvolver cancro da próstata, o cancro mais comum nos homens nos países desenvolvidos. A conclusão é de um estudo norte-americano da Universidade do Alabama, em Birmingham (UAB).

Ao alimentarem ratos com resveratrol, um composto presente no vinho tinto, os investigadores observaram que estes se tornavam 87 por cento menos propensos a desenvolver o tipo mais letal de cancro da próstata.

A equipa de cientistas descobriu também que entre a percentagem de ratos que consumiram resveratrol - mas também sofreram de cancro – os tumores desenvolvidos eram menos sérios e apresentavam 48 por cento mais hipótese de não crescer ou desacelerar esse crescimento, relativamente aos animais que não o consumiram.

“O consumo de resveratrol, por meio do vinho tinto, tem poderosas propriedades de quimioprofilaxia, além de seus aparentes benefícios para o coração”, salienta o orientador do estudo, Coral Lamartinière, do Departamento de Farmacologia e Toxicologia da UAB.

Uma investigação anterior, levada a cabo pela mesma universidade, revelou que os machos não são os únicos a serem beneficiados. As cobaias fêmeas que consumiram resveratrol demonstraram um risco muito inferior de desenvolver cancro da mama.

O único problema reside na quantidade de resveratrol consumida pelos ratinhos machos para a realização do estudo da próstata que, em humanos, seria o equivalente ao consumo de uma garrafa de vinho por dia.

Marta Bilro

Fonte: Lusa, Diário Digital, Associação Regional de Saúde do Centro.