segunda-feira, 30 de março de 2009

Estudo questiona benefícios a longo prazo de fármacos para hiperactividade

Novos dados de uma análise a um estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental, dos Estados Unidos, com crianças com Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA), confirmaram que não houve diferenças a longo prazo nos resultados comportamentais entre aquelas que foram tratadas com fármacos para a PHDA e as que não foram.

Um dos autores do estudo, o Dr. Brooke Molina, sublinhou que os dados não sustentam que as crianças que recebem a medicação durante mais de dois anos tenham melhores resultados do que as crianças que não a recebem durante esse período.

No estudo sobre o tratamento de crianças com PHDA foi administrada aleatoriamente uma de quatro opções de tratamento: tratamento com fármacos, fármacos mais terapia conversacional, terapia conversacional isoladamente ou cuidados médicos de rotina isoladamente.

Uma análise inicial de 14 meses, publicada em 1999, demonstrou que as crianças tratadas com estes fármacos demonstraram mais melhorias dos sintomas, em comparação com aquelas que receberam apenas terapia conversacional e cuidados de rotina.

Contudo, uma análise de seguimento em 2007 já não demonstrou diferenças no comportamento entre as crianças tratadas com este tipo de fármacos e aquelas que não o foram. Adicionalmente, os dados de 2007 indicaram que as crianças que tomaram fármacos para a PHDA, durante 36 meses, eram mais baixas e pesavam menos do que aquelas que não receberam os fármacos.

As últimas descobertas, publicadas na “Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry”, incluem dados de um seguimento de oito anos e confirmaram que não existiam diferenças no comportamento a longo prazo entre os que tomaram os fármacos e os que não tomaram.

O investigador William Pelham concluiu que uma interpretação possível dos dados é que os fármacos para a Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção são úteis a curto prazo, mas ineficazes a longo prazo.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=028885D6B89449669AFE5D8274D902AC

Cafeína reduz em 65% o risco de Alzheimer

Neurologistas escandinavos revelaram que a cafeína reduz em 65 por cento a probabilidade de sofrer de Doença de Alzheimer e outras demências.

Os investigadores da Universidade de Kuopio, na Finlândia, do Instituto Karolinska de Estocolmo, na Suécia, e da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, constataram que os consumidores habituais de cafeína, entre três e cinco chávenas de café por dia, têm menos riscos de padecer de Alzheimer ou outra demência, em comparação com as pessoas que não consomem cafeína.

Uma amostra de 1 409 indivíduos permaneceu em observação durante uma média de 21 anos para determinar como a cafeína actuava no sistema neurológico com o passar dos anos.

Recentemente a Universidade de Barcelona publicou um estudo, que desenvolveu conjuntamente com o Instituto de Investigações Biomédicas August Pi i Sunyer, do Hospital Clínico de Barcelona, no qual realçou que a cafeína estimula o sistema nervoso central e melhora o tempo de resposta e rendimento em tarefas de memória a curto prazo.

Este estudo, que valoriza os efeitos da cafeína e do açúcar sobre o funcionamento do cérebro e do rendimento intelectual, utilizou provas neuropsicológicas estandardizadas e de imagens por ressonância magnética.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1132156/03/09/La-cafeina-reduce-un-65-el-riesgo-de-Alzheimer.html

Estudo: Fármaco ezetimiba para o colesterol não aumenta o risco de cancro

Descobertas de um estudo de larga escala sugerem que o fármaco ezetimiba, comercalizado em Portugal como Adacai e Ezetrol, para baixar o colesterol, não aumenta o risco de cancro, contrariamente ao que referia um relatório recente.

De acordo com o mesmo estudo, estas descobertas também são verdadeiras para os fármacos que combinam ezetimiba e sinvastatina, comercializados em Portugal como Inegy e Vytorin.

Segundo a Reuters Health, num ensaio relatado no ano passado, a utilização de ezetimiba mais sinvastatina foi associada a uma taxa de cancro de 11 por cento, significativamente mais elevada do que a taxa de 8 por cento observada em pacientes que receberam placebo.

Esta descoberta provocou uma preocupação generalizada, mas faltavam dados de estudos que reflectissem como o fármaco é utilizado no mundo real, fora do ambiente controlado do ensaio clínico.

Um dos autores do estudo, o Dr. Richard H. Karas, da Faculdade de Medicina da Universidade Tufts, em Boston, referiu que a actual análise no mundo real não demonstra um aumento do risco nos pacientes que receberam ezetimiba ou ezetimiba mais sinvastatina para baixarem os níveis de colesterol.

As descobertas são provenientes de uma análise de todos os relatórios de cancro apresentados à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), entre Julho de 2004 e Março de 2008, dos utilizadores de ezetimiba ou ezetimiba mais sinvastatina. As taxas de cancro documentadas nestes relatórios foram então comparadas às taxas de utilizadores de outros fármacos para baixar o colesterol.

Durante o período de quatro anos, foram prescritas 559 milhões de receitas para todos os fármacos estudados e foram apresentados 2 334 relatórios de cancro, segundo o artigo publicado na “Journal of Clinical Lipidology”.

O número de relatórios de cancro por um milhão de prescrições de ezetimiba foi de 2,9 e para prescrições de ezetimiba mais sinvastatina foi de 1,3. Para os outros fármacos, os números variaram entre 3,1 e 5,1.

Aproximadamente, 2 por cento de todos os relatórios de efeitos secundários estavam relacionados com cancro. Para os outros fármacos, esta percentagem variou entre 1,3 e 3,9 por cento.

Conjuntamente, estas descobertas sugerem que o risco de cancro com a utilização de ezetimiba ou ezetimiba mais sinvastatina não é maior do que o risco observado com outro fármaco para baixar o colesterol.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/27/eline/links/20090327elin026.html

Investigadores testam tratamento para aumento de peso provocado por antipsicóticos

Médicos norte-americanos estão a testar um tratamento para combater o aumento de peso provocado por alguns medicamentos antipsicóticos.

O ensaio clínico aleatório e controlado por placebo, publicado na “Biological Psychiatry”, avaliou a adição ao tratamento do fármaco modafinil, actualmente utilizado para aumentar o estado de vigília nas pessoas com distúrbios do sono.

Todos os participantes do estudo, voluntários normais, receberam olanzapina, um fármaco normalmente utilizado para tratar distúrbios psicóticos. Metade dos participantes também recebeu tratamento com modafinil, enquanto a outra metade recebeu placebo.

Após três semanas, embora o Índice de Massa Corporal (IMC) tenha aumentado em ambos os grupos, aqueles que receberam olanzapina mais placebo demonstraram um aumento de peso significativamente maior do que aqueles que receberam olanzapina mais modafinil.

O investigador principal, o Dr. James Roerig, da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade do Dakota do Norte e do Instituto de Investigação Neuropsiquiátrica, em Fargo, referiu que este estudo de curto prazo em indivíduos saudáveis demonstra-se promissor.

Os fármacos antipsicóticos, como a olanzapina, risperidona e quetiapina, normalmente têm sido utilizados não só para tratar distúrbios psicóticos como a esquizofrenia, mas também para o distúrbio bipolar e mesmo para problemas comportamentais relacionados com a demência.

Os investigadores acrescentaram que o efeito secundário do aumento de peso, habitualmente observado com os medicamentos antipsicóticos, faz com que muitos pacientes descontinuem o tratamento.

De acordo com a United Press International, o Dr. Roerig referiu que agora o modafinil pode ser avaliado como um candidato viável para um ensaio clínico maior e mais complexo para determinar a eficácia na população de pacientes.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/27/Fighting_anti-psychotic_drug_weight_gain/UPI-86201238205367/