quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Gripe das aves poderá transformar-se numa ameaça global
Identicados marcadores para mutação do H5N1


Uma equipa de investigadores norte-americanos descobriu algumas das mutações que o agente causador da variante mais grave da gripe das aves para os seres humanos – o vírus H5N1 – terá de sofrer para assumir um carácter mortal que transformará a doença numa ameaça pandémica à escala global, mas apuraram que, até ao momento, apenas uma dessas alterações ocorreu.

David Finkelstein conduziu o estudo realizado por uma equipa do Saint Jude Children's Research Hospital, no Estado norte-americano do Tennessee, que analisou amostras do H5N1 colhidas de pessoas que tinham sido infectadas pela gripe das aves. Segundo o especialista, citado pela Agência Reuters, e concluíram que nenhuma delas tinha sequer um paralelismo com os vírus mutantes que estiveram na origem das três mais recentes pandemias, nomeadamente da chamada “gripe espanhola”, que em 1918 matou milhões de pessoas em todo o planeta. Num artigo publicado na última edição do «Journal of Virology», David Finkelstein explicou que há 23 alterações que permitem diferenciar a variante humana do vírus da influenza daquele que está presente nos animais.
O investigador concretizou ainda que, quando o H5N1 infecta pessoas, terá sofrido uma ou duas dessas mutações, no máximo, quando “seriam necessárias pelo menos 13 para fazer com que o vírus seja realmente perigoso para a espécie humana”. De acordo com o especialista, eram de facto 13 as mutações que evidenciava o agente causador da gripe espanhola, e nunca depois disso se assistiu a qualquer pandemia com dimensões aproximadas daquelas. O H5N1 infectou milhões de aves em todo o mundo e resultou na morte de 194 das 321 pessoas a que foi contagiado desde 2003. Em Portugal não houve notícia de qualquer caso da doença em seres humanos ou em animais.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters

Sem comentários: