segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Vinho tinto pode ser decisivo no tratamento do síndroma de MELAS

Que o vinho tinto é benéfico para a saúde, quando consumido com moderação, era já um dado adquirido, mas agora um grupo de investigadores ingleses descobriu que existe nesta bebida alcoólica uma substância associada à longevidade, o resveratrol, que pode representar uma nova esperança para os doentes portadores do síndroma de MELAS (sigla inglesa composta pelas iniciais de encefalopatia mitocondrial, acidose láctica e episódios de ataques).

Os investigadores da Universidade de Newcastle-upon-Tyne decidiram então realizar uma investigação que conta com a participação de 30 pacientes portadores deste transtorno genético progressivo e potencialmente fatal. Normalmente, as pessoas atingidas pela doença começam por desenvolver um tipo de diabetes, mas os efeitos da doença podem estender-se logo a todo o corpo. Como salienta Patrick Chinnery, professor de neurogenética na universidade de Newcastle-upon-Tyne, os pacientes portadores deste síndroma “não podem converter a comida em energia, o que afecta o cérebro, o coração e os músculos dos seus membros”.

Ao longo da investigação, os participantes serão divididos em dois grupos de 15 elementos, sendo que a um dos grupos será administrado um tipo de resveratrol, chamado SRT501, enquanto que o outro grupo tomará um placebo.

Experiências levadas a cabo com ratos de laboratório mostraram que o SRT501 reduz os níveis de glucose em animais expostos a uma dieta rica em calorias e que, quando utilizado em combinação com outros medicamentos contra a diabetes, apresenta maiores benefícios, incrementando ainda a capacidade de corrida e a resistência física (devido ao aumento de mitocôndrias, que ampliam a potência muscular).

A investigação que será agora levada a cabo pelos investigadores ingleses, pretende verificar se os resultados apresentados pelos ratos também se registam em seres humanos, comparação esta que será baseada em imagens obtidas através de ressonância magnética e biópsias musculares.

Estudos recentes vieram comprovar que uma dieta equilibrada, com uma ingestão de menos 40 por cento das calorias, corresponde a um aumento de 50 por cento na longevidade, o que anima os investigadores e traz uma nova esperança aos doentes com síndroma de MELAS.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

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