quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Estatinas não inibem tratamento farmacoterapêutico de linfomas

Investigadores norte-americanos revelaram que as estatinas, fármacos para baixar o colesterol, não interferem com a terapia à base de rituximab, utilizada para o tratamento de linfomas. Além disso, descobriram que as estatinas podem mesmo atrasar a progressão de alguns tipos de linfomas.

Um estudo, publicado no início deste ano, sugeriu que as estatinas podem inibir a capacidade do rituximab se ligar à CD20, uma proteína encontrada nas células dos linfomas. O rituximab é um anticorpo monoclonal utilizado frequentemente sozinho ou em combinação com quimioterapia para tratar linfomas, isto é, cancros do sistema linfático.

De acordo com o Dr. Grzegorz Nowakowski, hematologista da Mayo Clinic, essas descobertas levantaram questões relativamente à manutenção ou paragem do tratamento do colesterol com estatinas, por parte dos pacientes com linfoma, sendo que um em cada cinco pacientes com linfoma toma estes fármacos.

Para clarificar esta questão, os investigadores estudaram 228 pacientes com linfoma difuso de grandes células B agressivo e 293 pacientes com linfoma folicular lentamente progressivo. Vinte e dois por cento dos pacientes com linfoma difuso de grandes células B e 19 por cento dos pacientes com linfoma folicular estavam a tomar estatinas quando começaram o tratamento para os linfomas.

De acordo com o estudo, a utilização de estatinas não influenciou os resultados para os pacientes com linfoma difuso de grandes células B. Entre os pacientes com linfoma folicular, aqueles que tomaram estatinas tiveram, na realidade, melhores resultados.

Após dois anos, 80 por cento dos pacientes com linfoma folicular a tomar estatinas não apresentaram progressão do cancro nem precisaram de novo tratamento, em comparação com 69 por cento dos pacientes que não tomaram estatinas. Este efeito positivo foi observado independentemente do tipo de tratamento.

Segundo o Dr. Nowakowski, estes resultados podem fornecer garantias aos oncologistas e aos pacientes de que as estatinas não irão reduzir a efectividade do rituximab e que, de facto, estas podem melhorar os resultados para alguns pacientes com linfomas.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72590.html

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