segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Fármaco para o tratamento da gravidez ectópica não prejudica ovários

Investigadores espanhóis referiram que a utilização de uma única dose do fármaco metotrexato para tratar uma gravidez ectópica não parece reduzir a fertilidade da mulher.

Os investigadores, para perceberem se a terapia com metotrexato para a gravidez ectópica prejudica a fertilidade futura, mediram os níveis no sangue de uma proteína denominada hormona anti-mülleriana (HMA), que é um indicador da reserva ovariana.

Os investigadores efectuaram uma medição dos níveis antes do tratamento com metotrexato e novamente, pelo menos, uma semana após a resolução da gravidez ectópica em 25 mulheres.

O Dr. Juan Antonio Garcia-Velasco, do Instituto Valenciano de Infertilidade de Madrid (IVI-Madrid) e colegas relataram, na “Fertility and Sterility”, que não existiram diferenças significativas nos níveis de HMA antes e depois da administração do metotrexato.

De acordo com o Dr. Garcia-Velasco, o tratamento médico de uma gravidez ectópica com metotrexato é conhecido como sendo uma alternativa segura e eficiente à cirurgia. Além disso, agora sabe-se que não prejudica a reserva ovarina para uma fertilidade futura.

Uma gravidez ectópica (fora do lugar) é aquela em que o feto se desenvolve fora do útero, quer seja na trompa de Falópio, no canal cervical ou na cavidade pélvica ou abdominal. Estas gravidezes podem provocar hemorragias e morte se o embrião não for removido, seja cirurgicamente ou através de terapia farmacológica. Uma gravidez ectópica constitui um risco para a vida e deve ser extraída o mais rapidamente possível.

Uma em cada 100 ou 200 gravidezes é ectópica, sendo cada vez mais frequentes, por razões não muito claras. São factores de risco uma doença na trompa de Falópio, uma gravidez ectópica anterior, a exposição fetal ao dietilestrilbestrol ou uma laqueação de trompas falhada (um procedimento de esterilização em que se corta ou se obstrui a trompa de Falópio).

Geralmente, as gravidezes ectópicas ocorrem numa das trompas de Falópio. Não são habituais as gravidezes no canal cervical, no ovário ou na cavidade abdominal ou pélvica.

Isabel Marques

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